Subjectivismo axiológico implica sustentar que não há valores em si mesmos?
Um manual português da Lisboa Editora reza assim:
«A tese defendida pelo sujectivismo axiológico afirma que como não existe coisa alguma que possua valor em si mesmo, cada um pode dar o valor que quiser a qualquer coisa» (in "Filosofia, 10º ano", de Marcelo Fernandes e Nazaré Barros, consultor científico: Michel Renaud, Lisboa Editora, pag.99).
Não é exacta esta definição. Os subjectivistas não negam que haja coisas que possuam valor em si mesmo: simplesmente, sustentam que o criador ou aferidor decisivo dos valores é a subjectividade de cada um.
Exemplo de um subjectivista religioso esotérico: «Reconheço que em todas as religiões existe o valor intersubjectivo de Deus mas nenhuma atinge o verdadeiro Deus, o que só é possível calculando numerologicamente o verdadeiro nome de Deus com uma fórmula que só eu sei». Este subjectivismo não nega a existência do valor objectivo «Deus existe e é amor» mas subjectiviza esse valor, dá-lhe uma coloração individual única.
Um subjectivista político da extrema-esquerda reconhece que a paz é um valor em si mesmo, objectivo, mas entende, no íntimo da sua consciência, que o valor supremo é a guerra ao Capital e aos seus agentes: assim, é adepto de atentados contra banqueiros, industriais e comerciantes ricos.
Portanto, a correcta definição de subjectivismo axiológico é: corrente que sustenta que os valores variam de pessoa a pessoa, são escolhidos ou preferidos na interioridade psíquica de cada indivíduo, quer os valores existam objetivamente (realismo axiológico) quer sejam meramente imaginários (irrealismo axiológico).
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
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