Aqui vão algumas breves e despretensiosas reflexões neste inverno de 2017.
AMO-TE.. e tu nem sabes que me estou a referir a ti. Ou saberás? A intuição das mulheres!...
A BELEZA DO ALENTEJO. O Alentejo é tão lindo, tão rico em beleza de pormenores - os troncos rugosos das oliveiras centenárias, o verde dos montados, etc - que só podemos desfrutar, agradecer à Deusa Gea ou Cibele, à Mãe Terra, tanta beleza. E agradecer ao deus do Céu, Zeus ou Apolo, ou ao Supremo Arquitecto do Universo. A alegria é inevitável. Não há aqui a fealdade inerente às grandes cidades, sem embargo de estas serem necessárias à democracia e ao progresso material...Estamos no Paraíso Terrestre e pergunto onde estão Eva e Lilith, a segunda mulher de Adão...
TODO O TEU SENTIDO RELIGIOSO DE BUSCARES DEUS É UMA DEFESA DO EGO. Tens medo de morrer de repente seja por doença, acidente ou agressão física, medo de seres assaltada/o, violada/o, medo de perderes o casamento ou a família que te tranquilizam e apoiam, medo de perder o emprego, as riquezas materiais, o prestígio social, os amigos. Nem sabes se Cristo ou Buda existiram mas oras porque isso disciplina, traça uma linha para a tua vida. E quem sou eu para te criticar?
SOMOS FELIZES EM BEJA. Um colega diz-me: «Em Beja, vive-se calmamente. Melhor que em Lisboa e que no litoral algarvio, onde o stress é maior e os alunos mais difíceis de controlar. Mas o que é ser feliz?» Lembro-lhe o que disse Ramana Maharshi: "A felicidade não é algo que se tenha que adquirir. Você é sempre a felicidade. Esse desejo nasce da sensação de estar incompleto. Para quem existe essa sensação de estar incompleto? Investigue." Se tens saúde e emprego agradável, és feliz. Não queiras mais.
BONS EFEITOS DO JEJUM- Há dias, fui acometido de breve dor nos rins talvez devido a excesso de prótidos, ingestão insuficiente de água ou excesso de café. Começo a jejuar, sem comer nem beber nada (jejum seco, mobilizador da linfa, sem criar acetonúria) e as dores desaparecem: os rins excretam os sais que os perturbam, os orgãos digestivos descansam, o corpo elimina as toxinas. O meu jejum durou 26 horas. Recomendo a toda a gente - menos às crianças em crescimento - JEJUNS BREVES DE ENTRE 12 A 24 HORAS, de preferência sem comer nem beber nada. E ao sair do jejum comer pouco. Exemplo: uma sopa de vegetais e uma maçã. Não usar nem abusar de frutos: são como os doces de pastelaria, causam inflamações e doença devido às lectinas, grandes moléculas que furam o intestino.. Se todos jejuassem à sua medida, muitas doenças se evitariam ou curariam. A indústria farmacêutica não gosta de falar nas virtudes do jejum porque isso lhe diminuiria os lucros. É assim o capitalismo...
O FEMISMO DE VALERIE SOLANAS. A militante femista radical Valerie Solanas escreveu no «Manifesto da Scum», sigla - Scum quer dizer «Escumalha»- de Society for Cutting-Up Men (Associação para destroçar os Homens) QUE O HOMEM MASCULINO É UMA ABERRAÇÃO:
«O homem é um acidente biológico. O gene Y (masculino) é um gene X (feminino) incompleto, quer dizer, é um conjunto imperfeito de cromossomas. Por outras palavras, o homem é uma fêmea incompleta, um aborto com pernas, falhado na fase do gene. Ser homem é ser deficiente, emocionalmente limitado; a masculinidade é uma doença e os homens são seres emocionalmente estropiados.»
«O homem é um ser egocêntrico, fechado em si próprio, incapaz de desenvolver afinidades, de se identificar com os outros, de amar, de sentir amizade, afeição ou ternura. É uma célula completamente isolada incapaz de se relacionar.» (Valerie Solanas, Manifesto da Scum, página 7, Fenda; o destaque a negrito é posto por mim).
«A inabilidade para se relacionar com os outros, ou com as coisas, torna a vida do homem tão falha de sentido e tão insípida (o princípio fundamental do pensamento masculino é que a vida é absurda) que ele inventou a filosofia e a religião. Sem nada dentro de si, olha para o exterior, não apenas para orientação e controle, mas também para salvalção e sentido para a vida. Na impossibilidade de ser feliz nesta terra, criou o Céu.» (Manifesto da Scum, pag 19)
«O segredo mais profundo de todos os homens é o medo de se vir a descobrir que ele não é uma mulher, mas sim um homem, um ser sub-humano.» (ibid, pag 27).
Em regra, os que atacam Valerie Solanas invocam a sua vida pessoal para desqualificar as suas ideias femistas: foi prostituta, lésbica e disparou um tiro contra o artista Andy Wharol. Mas a discussão não deve limitar-se a psicanalisar Valerie. Se fosse assim, não estudaríamos as ideias de Freud em si mesmas (o super ego, o id, o recalcamento, etc) mas andaríamos a pesquisar se Freud teve relações adúlteras, se abusou de alguma paciente, etc. A questão é filosófica e põe-se assim: é ou não má a natureza do ser masculino? Foi ou não a masculinidade a geradora do nazismo, do estalinismo, da guerra, de todas as guerras? E as mulheres não votaram em Hitler, Estaline ou Mussolini? Votaram sim.
SINCRONISMOS -Em 22, 23 e 24 de Fevereiro de 2017, a ideia de SETE está em foco: no dia 22, a NASA divulga descoberta de SETE novos planetas parecidos com a Terra, a quarenta anos luz desta, em umas órbitas parecidas com as do sistema solar, três dos quais podem ter vida, até mesmo água em estado gasoso; no dia 23, faço uma compra por SETE euros; no dia 24, falo com uma senhora fiel da Igreja Adventista do SÉTIMO Dia.
SINCRONISMOS FONÉTICOS - Em 6 de Março de 2017, a ideia de ROSA está em destaque: cumprimento Jorge ROSÁRIO (evoca: ROSA) junto ao Museu Regional de Beja, passo junto da ourivesaria ROSA Damásio, o telejornal da TVI emite uma notícia sobre a corrupção do procurador Orlando Figueira pelo angolano Manuel Vicente, notícia cujo texto é de Cláudia ROSENbuch (evoca: ROSA), um telejornal informa que ROSA Sousa viu ser adiada por duas vezes em 2017 uma cirurgia aos ouvidos no hospital de Famalicão, recebo um contacto via web da Rua da ROSA, em Lisboa.
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Valerie Solanas (9 de Abril de 1936, Ventnor, New Jersey- 25 de Abril de 1988, São Francisco) foi uma escritora norte-americana, feminista radical, que teorizou a superioridade genética, psicofísica e intelectual, da mulher face ao homem. Celebrizou-se por ferir a tiro Andy Wharol, em 3 de Junho de 1968, a quem acusava de a controlar demais e de roubar o seu trabalho. Ela foi, de certo modo, a "extrema-esquerda" do feminismo, atacando «a sociedade norte-americana, totalitária e demagógica» no dizer de Joëlle Gazharian. No «Manifesto da Scum», sigla - Scum quer dizer «Escumalha»- de Society for Cutting-Up Men (Associação para destroçar os Homens), escreveu:
«O homem é um acidente biológico. O gene Y (masculino) é um gene X (feminino) incompleto, quer dizer, é um conjunto imperfeito de cromossomas. Por outras palavras, o homem é uma fêmea incompleta, um aborto com pernas, falhado na fase do gene. Ser homem é ser deficiente, emocionalmente limitado; a masculinidade é uma doença e os homens são seres emocionalmente estropiados.»
«O homem é um ser egocêntrico, fechado em si próprio, incapaz de desenvolver afinidades, de se identificar com os outros, de amar, de sentir amizade, afeição ou ternura. É uma célula completamente isolada incapaz de se relacionar.» (Valerie Solanas, Manifesto da Scum, página 7, Fenda; o destaque a negrito é posto por mim).
«A inabilidade para se relacionar com os outros, ou com as coisas, torna a vida do homem tão falha de sentido e tão insípida (o princípio fundamental do pensamento masculino é que a vida é absurda) que ele inventou a filosofia e a religião. Sem nada dentro de si, olha para o exterior, não apenas para orientação e controle, mas também para salvalção e sentido para a vida. Na impossibilidade de ser feliz nesta terra, criou o Céu.» (Manifesto da Scum, pag 19; o destaque a negrito é posto por mim).
«O segredo mais profundo de todos os homens é o medo de se vir a descobrir que ele não é uma mulher, mas sim um homem, um ser sub-humano.» (ibid, pag 27)
«A DESCONFIANÇA - Incapaz de desenvolver afinidades ou sentimentos de afeição ou lealdade, vivendo exclusivamente para si próprio, o homem não tem o sentido da honestidade; de forma cobarde, necessita constantemente de "engraxar" a mulher para conseguir a sua aprovação sem a qual não é ninguém; sempre no fio da navalha, temendo que sejam descobertas a sua animalidade, a sua masculinidade, sempre a encobrir, sempre a mentir; vazio, o homem não tem honra nem integridade; não conhece o significado destas palavras. Em resumo, o homem é traiçoeiro, e a única atitude apropriada, numa "sociedade" masculina, é o cinismo e a desconfiança.»
«A FEALDADE - Dominado totalmente pelo sexo, incapaz de reagir de forma cerebral ou estética, materialista e ambicioso, o homem para além de impor ao mundo a sua "Grande Arte", também criou cidades sem paisagem, com edifícios feios (por dentro e por fora), decorações feias, painéis publicitários, auto-estradas, carros, camiões de lixo e, acima de tudo, a sua pútrida pessoa.» (VS, ibid, pag 28; o destaque a negrito é posto por mim).
«ÓDIO E VIOLÊNCIA - O homem é roído pela tensão, pela frustração de não ser mulher, de nunca conseguir alcançar satisfação ou prazer; é devorado pelo ódio, não um ódio racional dirigido a quem calunia ou insulta, mas um ódio indiscriminado e irracional, um ódio, no fundo, à sua própria e inútil pessoa.»
«A violência gratuita, para além de demonstrar que ele é um "Homem", serve como tubo de escape para o seu ódio; considerando que o homem reage apenas de forma sexual e que tem necessidade de estímulos realmente fortes para excitar a sua natureza meio morta, a violência gratuita dá-lhe oportunidade para uma pequena sensação sexual» (VS, ibid, 28-29).
O PROJETO DE SOCIEDADE DOMINADA PELAS MULHERES E O COMBATE ÀS MENINAS DO PAPÁ
O projeto ideológico de Valerie Solanas é o de uma sociedade igualitária para as mulheres em que os homens são uma casta subserviente, inferior. E, como é habitual na dialética revolucionária, identifica, no campo dos oprimidos, um segmento colaboracionista com os opressores, o segmento das meninas do Papá. Paradoxalmente, ou não, as SCUM, mulheres que enfrentam a «escumalha masculina» assumem-se como egoístas e violentas para impor a sua ditadura:
«Numa sociedade sadia, o homem trotaria obedientemente atrás da mulher. O homem é dócil, conduz-se facilmente e facilmente se submete ao domínio de uma mulher que o queira dominar. O homem, na realidade, deseja desesperadamente ser conduzido pelas mulheres, quer que a Mamã assuma a responsabilidade, quer entregar-se aos seus cuidados. Mas esta não é uma sociedade sadia e a maioria das mulheres não tem a menor ideia do ponto em que está em relação aos homens.»
«O conflito, portanto, não é entre mulheres e homens, mas entre as SCUM - mulheres dominantes, seguras, confiantes, terríveis, violentas, egoístas, independentes, orgulhosas, aventureiras, desembaraçadas, arrogantes, que se consideram prontas a governar o universo, que soltaram as suas amarras para fora dos limites desta "sociedade" e estão prontas a deixar-se ir para além do que ela tem para oferecer - e as meninas do Papá, amáveis, passivas, "cultas", educadas, dignas, subjugadas, dependentes, receosas, cabeças no ar, inseguras, carentes de aprovação, que não conseguem enfrentar o desconhecido, que querem continuar agarradas aos macacos, que só se sentem seguras com o Papá ao lado, com um homem grande e forte para se encostarem, que precisam de um rosto gordo e peludo na Casa Branca, que são demasiado cobardes para enfrentar a medonha realidade que um homem é, que o Papá é, que partilham com os porcos o seu destino, que se adaptaram ao animalismo, sentindo-se superficialmente bem e não conhecem outra forma de "vida", que rebaixaram as mentes, pensamentos e opiniões ao nível masculino, que com falta de percepção, imaginação e humor, apenas conseguem ser valorizadas numa "sociedade" masculina, que só conseguem um lugar ao sol, ou melhor, no lodo, como afagadoras e impulsionadoras do ego masculino, como embaladoras e procriadoras, que são rejeitadas como inconsequentes pelas outras mulheres, que projetam as suas deficiências, a sua masculinidade, em todas as mulheres e as vêem como vermes.»
«Mas a SCUM está demasiado impaciente para esperar pela deslavagem ao cérebro de milhões de caras de cú.»
(Valerie Solanas, ibid, pag 33; o destaque a negrito é posto por mim).
O ANTI TRABALHO E A ELIMINAÇÃO DOS HOMENS QUE RESISTAM ÀS MULHERES DA SCUM
O antitrabalho na sociedade industrial, capitalista privada (EUA, Canadá, Grã-Bretanha, etc) ou capitalista de estado (URSS, RDA até 1989, China Popular, etc) , tema dos internacionais situacionistas, anarquistas clássicos e hippies, é preconizado por Valerie Solanas. A finalidade é destruir o sistema do trabalho-dinheiro o que implicará a automatização total da produção de bens:
«A SCUM tornar-se-á membro dos grupos antitrabalho, dos grupos do arrebenta; arranjarão os mais variados empregos e porão em prática o antitrabalho. Por exemplo, as vendedoras da SCUM não aceitarão o pagamento das mercadorias; as operadoras telefónicas não exigirão o pagamento das chamadas; as trabalhadoras SCUM de escritórios e fábricas, para além de foderem o trabalho, destruirão secretamente o equipamento. A SCUM fará anti trabalho até ser despedida; depois arranjará um novo emprego onde prosseguirá o antitrabalho».
«As SCUM forçarão os condutores de autocarro, taxistas e vendedores de bilhetes de Metro a abandonar os seus postos; de seguida conduzirão os autocarros e táxis e distribuirão gratuitamente os bilhetes ao público.» (...)
Mas onde o projeto anarco-feminista de Valerie Solanas adquire uma configuração que se poderia classificar de ginocrático-fascista, um reino de Amazonas implacáveis, transparece nestas passagens marcadamente utópicas que falam da aliança entre os gays, que enfraquecem o campo masculino, e as lésbicas da SCUM. Isso implicaria, decerto, um genocídio na forma de androcídio:
«A SCUM intrometer-se-á entre os casais mistos (homem-mulher) prendendo-os.»
«A SCUM liquidará todos os homens que não façam parte do Auxiliar Masculino da SCUM. Os homens do Auxiliar Masculino são aqueles homens que trabalham diligentemente para a própria eliminação, homens que, independentemente dos seus motivos, fazem o bem; homens que são camaradas da SCUM. Exemplos de homens do Auxiliar Masculino: homens que matam homens; biólogos que trabalham em programas construtivos e não em prol da guerra biológica; jornalistas, escritores, editores que disseminam e promovem ideias conduzindo à realização dos objetivos da SCUM; bichas que, com o seu estilo flamejante, encorajam outros homens a desmasculinizarem-se e a tornarem-se assim relativamente inofensivos; homens que dão coisas: dinheiro, serviços; homens que contam as coisas como elas são (até agora nunca nenhum o fez) que se mostram corretos com as mulheres, que revelam a verdade àcerca de si próprios, que dão às desmioladas mulheres-homem frases corretas para elas papaguearem, que lhes dizem que o objetivo principal na vida de uma mulher devia ser esborrachar o sexo masculino (para ajudar os homens nesta diligência, a SCUM organizará Sessões do Cagalhão, nas quais todos os homens presentes farão um discurso que começa assim: «Eu sou um cagalhão, um vil e ajeto cagalhão», elaborando depois uma lista de todos os pontos em que o são.»(VS, ibid, pag. 34-35; o destaque a negrito é posto por mim).
E no seu terrível diagnóstico social escreve:
«Todas as mulheres têm em maior ou menor grau um sinal de loucura, mas isso resulta de uma longa vivência entre os homens. Eliminem-se os homens e as mulheres hão-de recuperar a forma. As mulheres têm possibilidades de melhorar, os homens não; é o comportamento destes que pode melhorar. Quando a SCUM lhes apertar os calos, eles hão-de entrar rapidamente na ordem.»
(Valerie Solanas, ibid,pag. 36).
«A SCUM pretende destruir o sistema, não pretende alcançar alguns direitos dentro do sistema. A SCUM sempre egoisticamente e de cabeça fria, evitará ser detida e condenada. A SCUM agirá sempre de forma furtiva, dissimulada e clandestinamente (no entanto,os assassinatos das SCUM serão sempre reconhecidos).»
«Os assassinatos e destruições serão seletivos. A SCUM opõe-se aos tumultos desorientados, sem discernimento, sem objetivos claros, em que muitos dos próprios apoiantes são apanhados. » (VS, ibid, pag 38).
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