Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 2021
No «libertismo» de Blackburn e Searle não há livre-arbítrio

 

Os filósofos da moda como Simon Blackburn e John Searle são parcialmente impensantes. Sustentam um conceito de libertismo que é o seguinte: libertismo é um livre-arbítrio pleno no ser humano, que não leva em conta o determinismo das leis biofísicas, ao contrário do livre-arbítrio existente no determinismo moderado, que é condicionado pelas leis físico-sociais (saúde e doença, situação económica de emprego ou desemprego, condições de habitação, situação familiar, regime político existente no país, crença ou descrença religiosa, etc.).

 

Um exemplo de libertismo seria o de um homem que, sem temer e sem levar em conta as consequências, se atirasse de repente do alto de uma falésia para a morte ou, por impulso, se despisse integralmente numa praça cheia de gente gritando «Sou livre». Mas estas atitudes, ao contrário do que supõem os professores de filosofia, não assentam no livre-arbítrio que é uma deliberação racional e só existe no determinismo moderado ou no indeterminismo moderado, mas assentam sim na escolha aleatória, instintiva, irracional. 

 

O livre-arbítrio implica o exame racional, cuidadoso das circunstâncias do determinisno físico e social e não a liberdade de uma atitude louca, imprevista, como a do suicida que se enforca. Por isso está errado Simon Blackburn quando escreveu: 

 

II) «Determinismo moderado ou compatibilismo. As reações deste último tipo afirmam que tudo o que podemos desejar de uma noção de liberdade é completamente compatível com o determinismo (---)

III) Libertismo. Esta posição advoga que o compatibilismo é apenas uma fuga e que há uma noção mais substantiva e real de liberdade que pode ainda ser preservada em relação ao determinismo (ou ao indeterminismo. Em Kant, enquanto o eu empírico ou fenoménico é determinado e não é livre, o eu numénico ou racional tem capacidade para agir racional e livremente.»

 

(SIMON BLACKBURN, Dicionário de Filosofia, Gradiva, 2ª edição, 2007).

 

A teoria de Kant é um determinismo moderado pelo livre-arbítrio do eu racional, não é um libertismo no sentido postulado por Blackburn. O eu numénico é livre, não porque esteja hermeticamente isolado, mas porque enfrenta o eu não livre, o eu empírico dos instintos e paixões. A liberdade racional de escolha só existe onde o determinismo a enfrenta.

 

E tu, professor/a de filosofia, vês agora os erros propagados pelos manuais escolares de 10º e 11º ano de escolaridade e pela seita dos chamados filósofos e semifilósofos analíticos que tomaram de assalto as universidades com doutoramentos light, as editoras como a Gradiva, a Areal Editores, a Porto Editora, o ministério da Educação e impõem a lógica dos idiotas designada «lógica proposicional» ? Dás-te conta de como és manipulada/o? E de como manipulas os teus alunos?

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Domingo, 21 de Fevereiro de 2021
Equívocos no manual «Preparar o exame nacional de filosofia 11º» (Crítica de Manuais Escolares LX)

 

O manual da Areal «Preparar para o exame nacional Filosofia 11º» de Lina Moreira e Idalina Dias alberga, a par de muitas definições correctas e úteis, vários erros relevantes

 

UMA ERRÓNEA DISTINÇÃO ENTRE DETERMINISMO MODERADO E LIBERTISMO

 

As autoras perfilham a confusão teórica da filosofia analítica em voga separando libertismo de determinismo moderado, sem perceberem que o libertismo é género onde cabem duas espécies: o determinismo moderado pelo livre-arbítrio e o indeterminismo moderado pelo livre-arbítrio. Em ambas estas o livre-arbítrio impera sobre as leis ou acasos da natureza. 

 

Escrevem as autoras: 

«O libertismo é uma das teorias filosóficas que afirma a existência e o primado do do livre-arbítrio na ação humana. Neste sentido, considera que, face às mesmas circunstâncias, o ser humano escolhe livremente entre as várias possibilidades que tem diante de si, o que significa, recuperando o exemplo, que poderíamos ter saído pela janela ou escolhido agir de outra forma. Tal significa o reconhecimento de que, perante a mesma circunstância, havia mais do que uma ação possível, que o agente escolheu uma de várias possibilidades». 

LINA MOREIRA e IDALINA DIAS, «Preparar para o exame nacional Filosofia 11º» , Areal Editores,página 69.

 

Esta definição é exatamente a mesma de determinismo moderado, doutrina segundo a qual o universo é regido por leis biofísicas invariáveis (nascimento, crescimento, estado adulto jovem, envelhecimento e morte dos seres vivos; translação da Terra em torno do Sol em 365 dias, etc.) mas o ser humano dispõe de livre arbítrio, capacidade de escolha racional entre as alternativas de ação a cada momento.

 

O erro das autoras e de todos os manuais de filosofia do ensino secundário e de John Searle e Simon Blackburn está em supor que o determinismo moderado, pelo facto de admitir que há leis biofísicas necessárias, infalíveis, reduz o grau de livre arbítrio nos seres humanos quando é exatamente o contrário que sucede: Sartre escreveu que «nunca fomos tão livres como sob a ocupação alemã», de 1940 a 1944, porque cada francês podia escolher a resistência ou a colaboração com o nazismo.  A pressão das leis físicas infalíveis (determinismo) não reduz, aumenta o livre-arbítrio, que é uma deliberação racional (libertismo). Há maior liberdade no determinismo biofísico com livre arbítrio (determinismo moderado) - porque se escolhe conhecendo as leis da natureza física - do que no indeterminismo biofísico (inexistência de leis necessárias, imprevisibilidade) com livre arbítrio que as autoras, Simon Blackburn e as universidades confusamente batizam de libertismo.

 

O libertismo, segundo o conceito em voga dos manuais, é a tendência de livre escolha sem levar em conta as cadeias do determinismo biofísico em que estamos imersos (estado do corpo: fome, frio, saciedade; situação económica: salário ou outro rendimento, carreira profissional, bens imóveis e móveis; situação política: sociedade aberta ou totalitarismo, etc.) Mas essa tendência libertista não é livre-arbítrio porque lhe falta a racionalidade que só existe quando se observa e leva em conta a situação concreta, o mundo físico e as suas condicionantes. Como diria Hegel «a liberdade é a consciência da necessidade», não é o impulso do louco que se julga livre e age irracionalmente. Já Aristóteles notara a diferença entre livre escolha ditada pelo instinto animal e livre-arbítrio.

 

A CONFUSA NOÇÃO DE INCOMPATIBILISMO E A CONFUSÃO DE DETERMINISMO RADICAL COM FATALISMO

 

Escrevem as autoras:

«A resposta à questão "Será o ser humano efetivamente livre na sua ação?" não é consensual entre os filósofos. Uns consideram que o livre-arbítrio não é compatível com o determinismo - incompatibilismo - outros afirmam o contrário -compatibilismo

«Tanto o libertismo como o determinismo radical são teorias incompatibilistas.»

LINA MOREIRA e IDALINA DIAS, «Preparar para o exame nacional Filosofia 11º» , Areal Editores,páginas 68 e 69.

 

É evidente que o determinismo moderado compatibiliza o livre-arbítrio com o determinismo. Ambos existem no mesmo ser humano adulto. ´Por que razão o libertismo seria um incompatibilismo se há compatibilidade entre o livre-arbítrio e o indeterminismo biofísico (exemplo: surge um dia de queda de neve em pleno verão de Julho no Alentejo e este libertismo da natureza é compatível com o meu livre-arbítrio pois posso escolher entre ficar na praia a receber a neve ou refugiar-me dentro de uma habitação)? É uma tolice dizer que, no seu todo, o libertismo é uma teoria incompatibilista quando ele engloba o determinismo moderado que é, em si mesmo, compatibilismo e o indeterminismo biofísico com livre-arbítrio que é também, em si mesmo, compatibilismo.

 

O libertismo, como género de duas correntes e não na errónea noção deste manual,  é incompatível com o fatalismo - doutrina segundo a qual tudo está predestinado e não há livre-arbítrio real e que não é o mesmo que determinismo radical, coisa de que este e os outros manuais não se apercebem -  com o determinismo radical (exclusão do livre arbítrio, leis biofísicas necessárias compatíveis com um certo grau de acaso) e com o indeterminismo radical (exclusão do livre arbítrio, inexistência de  biofísicas necessárias, pura arbitariedade no mundo natural) .

 

Se há determinismo radical deveria também postular-se que há indeterminismo radical ou indeterminismo biofísico sem livre-arbítrio mas a inteligência dos filósofos analíticos não chega a tanto. No seu «Dicionário Oxford de Filosofia» Simon Blackburn divide confusamente esta temática em 4 correntes - determinismo radical, determinismo moderado, libertismo, indeterminismo - sem perceber que fatalismo se distingue de determinismo radical , que determinismo moderado se inclui no libertismo tal como o indeterminismo moderado com livre-arbítrio. Blackburn nem sequer conceptualiza que há dois tipos de indeterminismo: moderado (com livre-arbítrio) e radical (sem livre-arbítrio).Só tipos confusos, pensadores de segunda classe como este, com doutoramentos (!) em filosofia universitária,  são editados e promovidos pelos media como sendo os filósofos actuais...

 

NO SUBJECTIVISMO AXIOLÓGICO UMA OPINIÃO VALE O MESMO QUE A SUA CONTRÁRIA?

 

Escrevem as autoras:

«Para o subjectivismo, não existe um conceito universal de bem e de mal, mas tantos quantos os indivíduos. Se assim é, uma opinião vale o mesmo que a sua contrária.»

Lina Moreira e Idalina Dias, «Preparar para o exame nacional Filosofia 11º» , Areal Editores,página 84.

 

Isto não é correto. Para cada subjetivista, a sua opinião vale mais que as contrárias, ainda que possa admitir ou não algum grau de verdade nestas. É aquilo que Nietzsche designa de perspectivismo: vemos o mundo, a paisagem de uma dada maneira, a partir de um ponto de observação, e a visão seria outra se mudassemos o lugar de onde observamos. Tome-se como exemplo a opinião sobre a eutanásia. Um cristão adverso a esta prática dirá: «É subjectivo saber quem tem razão, há argumentos a favor e contra, a minha intuição diz-me que eutanásia é um assassinato legal, ofende a Deus, que deseja cuidados paliativos nos hospitais e não extinção provocada da vida humana».

 

As definições erróneas contidas neste manual e nos outros estão presentes sempre, ano a ano, no exame nacional de filosofia do 11º ano do ensino secundário em Portugal. O lóbi da filosofia analítica (Manuel Maria Carrilho, João Branquinho, Guido Imaguirre, Ricardo Santos, Desidério Murcho, João Sáagua, Pedro Galvão, Rolando Alneida, António Pedro Mesquita, Domingos Faria, Célia Teixeira, Aires Almeida, etc.) devia ser afastado da autoria dos exames nacionais porque pensa, avalia e ensina mal, promove como «ciência» uma ridícula lógica proposicional que defende que o juízo «Sou português ou sou espanhol» merece uma tabela de verdade diferente do juízo «Ou sou português ou sou espanhol» quando dizem exactamente o mesmo, são o mesmo no conteúdo. Estamos, na área da filosofia, sob uma ditadura da filosofia analítica norte-americana e britânica mantida por pensadores de segunda e terceira classe.

 

 

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Quinta-feira, 28 de Maio de 2020
Libertismo é uma propriedade do determinismo moderado, não é uma corrente autónoma

 

A noção de libertismo é confusa no «Dicionário Oxford de Filosofia» de Simon Blackburn e nos manuais e provas de exames de filosofia do ensino secundário. Simon Blackburn escreveu:

 

«Libertismo. Esta posição advoga que o compatibilismo (determinismo moderado) é apenas uma fuga e que há uma noção mais substantiva e real de liberdade que pode ainda ser preservada em relação ao determinismo (ou ao indeterminismo).»

(Simon Blackburn, Dicionário de Filosofia, Gradiva, Lisboa, 2007, pág 256).

 

O libertismo tal como Blackburn o define - a total liberdade isenta de pressões do determinismo - só pode existir no nível dos anjos e dos demónios, puros espítritos que não sofrem os dilemas que a matéria, o mundo corporal impõem.  Não existe libertismo distinto de determinismo biofísico com livre-arbítrio (determinismo moderado) excepto o indeterminismo biofísico com livre-arbítrio (exemplo: a lei da gravidade não funciona sempre, sou livre de me atirar de um prédio de 10 andares ao solo rezando previamente a Deus). Libertismo é a existência de livre-arbítrio humano, é um género, não uma espécie, é  um predicado comum a determinismo moderado e a indeterminismo biofísico (moderado) com livre-arbítrio. Libertismo não é uma corrente mas uma propriedade de duas correntes.

 

Só a miopia dos filósofos analíticos actuais como Simon Blackburn, Proudfoot ou Lacey aceita a quádrupla divisão das correntes da ação humana em determinismo radical, determinismo moderado, libertismo e indeterminismo. Não há aqui uma arrumação dialética de ideias mas uma confusão: o libertismo é um indeterminismo na medida em que é livre-arbítrio, por isso é idiotice separá-lo do indeterminismo ainda que, na qualidade de livre-arbítrio, faça também parte do determinismo moderado.  E o que é indeterminismo na visão de Blackburn e discípulos? Escreve Blackburn:

 

«Indeterminismo. Concepção segundo a qual alguns acontecimentos não têm causas, limitam-se a acontecer e nada há no estádio prévio do mundo que os explique. Segundo a mecânica quântica, os acontecimentos quânticos têm esta propriedade.»

(Simon Blackburn, Dicionário de Filosofia, Gradiva, pág 226).

 

Sem rejeitarmos esta definição, vemos que ela está mal posicionada, incompleta. Falta desdobrá-la em duas correntes: o indeterminismo biofísico sem livre-arbítrio - exemplo: começa a nevar com abundância em um dia de verão com a temperatura a 35º C e as pessoas não têm livre arbítrio, escolhem por instinto - e o indeterminismo biofísico com livre-arbítrio,isto é, libertista - exemplo: começa a nevar com abundância em um dia de verão com a temperatura a 35º C e as pessoas decidem racionalmente o que fazer, usam o livre arbítrio.

 

Por aqui se vê a mediocridade filosófica que impera no ensino da filosofia. Blackburn é um erudito confuso. As universidades foram tomadas por pensadores de segunda e terceira categoria que se multiplicam como metástases.

 

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Quinta-feira, 3 de Novembro de 2016
Um erro da filosofia analítica: extrinsecar determinismo moderado, de libertismo

 

A filosofia analítica, incapaz de hierarquizar dialeticamente os conceitos em géneros e espécies e subespécies, em muitas situações, comete o erro de separar libertismo de determinismo moderado. Esta última doutrina é a teoria segundo a qual há duas esferas de acção, a do determinismo biofísico, impossível de evitar - lei da gravidade, envelhecimento celular, sequência das estações do ano, sempre a mesma, etc. - e a do livre-arbítrio, que é a deliberação racional e a decisão livre dos seus actos feita por cada homem, podendo a esfera do livre-arbítrio contrariar a do determinismo, em certa medida.

 

Os filósofos analíticos como Simon Backburn inventaram, confusamente, o conceito de libertismo, opondo-o ao determinismo biofísico com livre-arbítrio, sem perceberem que libertismo é a parte de livre-arbítrio que há no determinismo moderado. Libertismo e exercício do livre-arbítrio é uma e a mesma coisa. Assim, o libertismo é género de duas espécies: o determinismo biofísico (exemplo: se me atirar ao vazio caio sempre para a Terra porque a lei da gravidade funciona a todo o instante) com livre-arbítrio humano; o indeterminismo biofísico (exemplo: a lei da gravidade pode deixar de funcionar quando me atiro ao vazio) com livre-arbítrio.

 

Os próprios filósofos analíticos não estão de acordo sobre a definição de libertismo embora todos o definam como um «incompatibilismo» - um chavão que revela irreflexão. Ben Dupré, por exemplo, escreve sobre os partidários do libertismo que considera extrínseco e alternativo ao determinismo moderado (determinismo com livre-arbítrio):

 

«Deterministas moderados - Aceitam que o determinismo é verdadeiro, mas negam que ele seja incompatível com o livre-arbítrio. O facto de termos podido agir de um modo diferente se o tivéssemos escolhido oferece uma noção satisfatória e suficiente de liberdade de acção (..)

«Libertários - Concordam que o determinismo é incompatível com o livre-arbítrio e, por conseguinte, rejeitam o determinismo. Sustentam que o livre-arbítrio é real e que as nossas escolhas e ações não são determinadas». (Ben Dupré, 50 Ideias de Filosofia que Precisa mesmo de saber, p.170, D. Quixote, 2011, adaptado e citado no Manual Essencial Filosofia do 10º ano, da Santilhana Editores, pag 100-101 o negrito é sublinhado por nós)

 

Mas como podem os libertários rejeitar o determinismo se ele existe na realidade? Por exemplo, um mendigo que sente o determinismo biológico da fome tem livre.arbítrio para assaltar ou deixar em paz um idoso que caminha numa rua solitária. A decisão que tomar enquadra-se no determinismo moderado - eu chamo-lhe determinismo biofísico aliado a livre-arbítrio - e igualmente no tal libertismo, que é a mesma coisa. Afinal os deterministas moderados « sustentam que o livre-arbítrio é real e que muitas das  nossas escolhas e ações não são determinadas». E o que significa ser «incompatível com»? O comunismo estalinista era incompatível com o capitalismo norte-americano? Intrinsecamente era incompatível, mas extrinsecamente eram compatíveis, coexistiam nos anos 1930 a 1953 no mesmo planeta. As confusões dos filósofos vulgares que imperam no mundo universitário são enormes...o termo incompatibilismo não os deixa discernir, não sabem pensá-lo dialeticamente.

 

Seja como for, não faz sentido considerar o libertismo como corrente autónoma face ao determinismo moderado pelo livre-arbítrio. Mas os autores de manuais escolares de filosofia em Portugal e respectivos supervisores, catedráticos, sem excepção, seguem esta errónea visão de Blackburn, e as perguntas que saem em provas de exame nacionál envolvendo o conceito de libertismo enfermam desta mesma míope conceptualização. A universidade vale pouco em matéria de clareza filosófica... é um conjunto de vaidades doutoradas. Os genuínos pensadores estão fora...

 

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Quinta-feira, 29 de Setembro de 2016
Eliminativismo - confusões de Simon Blackburn.

 

Sobre eliminativismo, escreve o Dicionário Oxford de Filosofia de Simon Blackburn:

 

ELIMINATIVISMO

«O ponto de vista de que os termos nos quais pensamos acerca de um certo domínio estão tão minados de erro que é preferível abandoná-los a continuar a tentar formular teorias acerca do modo como são usados. O eliminativismo distingue-se do cepticismo, que defende que não podemos conhecer a verdade acerca de um certo domínio; o eliminativismo defende, antes, que não há qualquer verdade a ser conhecida nos termos com os quais habitualmente pensamos. Um eliminativista em teologia defende simplesmente o abandono dos termos ou de discursos teológicos, incluindo as preocupações acerca dos limites do conhecimento teológico.» (Simon Blackburn, Dicionário de Filosofia, Gradiva, pág. 126)

 

Blackburn não tem clareza nenhuma nesta definição. Não distingue, de facto, eliminativismo de cepticismo. Dizer que «o eliminativismo defende, antes, que não há qualquer verdade a ser conhecida nos termos com os quais habitualmente pensamos» é o mesmo que dizer que «o cepticismo defende, antes, que não há qualquer verdade a ser conhecida nos termos com os quais habitualmente pensamos».Se «Um eliminativista em teologia defende simplesmente o abandono dos termos ou de discursos teológicos, incluindo as preocupações acerca dos limites do conhecimento teológico» isso é o mesmo que ser céptico em matéria religiosa.

 

duas espécies de eliminativismo: céptico e dogmático. Blackburn não distingue isto. Exemplo de eliminativismo céptico é o do postivismo lógico enquanto defende que a metafísica, a teologia é sem sentido, porque está além do mundo empírico, não pode demonstrar-se que há ou não deuses. Exemplo de eliminativismo dogmático: o ateísmo na medida em que não duvida mas tem a certeza de que Deus e deuses não existem.

 

Afinal o que é o eliminativismo? É a supressão, pelo cepticismo ou pela negação dogmática, de um conjunto de teses supostamente verdadeiras. (existência de Deus, existência da matéria como ser independente da mente humana, etc).

 

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Segunda-feira, 17 de Novembro de 2014
Uma divisão falaciosa dos egoísmos por Kurt Baier

 

 

No seu artigo «O egoísmo», do Compêndio de Ética organizado por Peter Singer, Kurt Baier distingue cinco versões de egoísmo: o egoísmo exagerado, o egoísmo psicológico, o egoísmo como meio para o bem comum, o egoísmo racional e o egoísmo ético. Trata-se de uma divisão  confusa, que espelha o caos da filosofia analítica e da filosofia institucional em geral que mistura espécies de diferentes géneros no mesmo saco.

 

Peter Singer não detectou esta confusão nem Paul Ricoeur, nem Richard Jeffrey nem Daniel Danett, nem Simon Blackburn, nem Olavo de Carvalho, nem Miguel Reale nem os professores universitários portugueses ou brasileiros como José Gil, Ricardo Santos,  Alexandre Franco de Sá, João Branquinho, Olivier Feron, Luís de Araújo, Mendo Castro Henriques, Desidério Murcho, Pedro Galvão, José Meirinhos, Vítor Guerreiro, Bento Prado Júnior, Luís Vilela, Paulo Eduardo Arantes, e tantos outros   nunca detectaram estes erros de sobreposição de conceitos. Que sabem eles de dialética, isto é, de ordem clara no pensamento? 

 

Estamos, pois, contra as universidades, dominada por intelectuais de segunda e terceira categoria, confusos, mais ou menos eruditos, a receberem fundos estatais que não merecem pois não reunem a categoria intelectual que se outorgam a si mesmas.

 

EGOÍSMO PSICOLÓGICO NÃO SE OPÕE COMO CONTRÁRIO A EGOÍSMO PROMOTOR DO BEM COMUM

 

Escreve Kurt Baier:

 

«Distinguimos entre cinco versões de egoísmo. A versão do senso comum considera um vício a busca do próprio bem mais além do moralmente permissível . A segunda, o egoísmo psicológico, é a teoria segundo a qual, se não na superfície, ao menos no mais profundo todos somos egoístas no sentido de que no que concerne à nossa conduta explicável pelas nossas crenças e desejos, esta sempre tende ao que consideramos o nosso máximo bem. A terceira, ilustrada pela teoria de Adam Smith, é a teoria segundo a qual em determinadas condições a promoção do próprio bem é o melhor meio de alcançar a meta legítima da moralidade, a saber, o bem comum. Se não se colocam objecções morais à consecução e à manutenção de estas condições, pareceria desejável tanto de um ponto de vista moral como de um ponto de vista egoísta procurar ou manter estas condições se nelas podemos alcançar a meta moral promovendo ao mesmo tempo o nosso maior bem. A quarta e quinta versões, o egoísmo ético e racional, apresenta-o como ideais práticos, a saber, como os ideais da moralidade e da razão.»

 

(Kurt Baier, El egoísmo, in Compendio de Ética, organizado por Peter Singer, Alianza Diccionarios, Madrid, 2004, página 289; o destaque a negrito é posto por mim)..

 

Egoísmo psicológico não contraria a noção de egoísmo promotor do bem comum. São duas dimensões do mesmo egoísmo: o psicológico integra-se no género ontológico (o que é, o ser de...), isto é, descreve a natureza humana como egoísta; o egoísmo promotor do bem comum, isto é, analisado nos seus efeitos económicos - exemplo: o grande capitalista constrói, por egoísmo psicológico, uma casa com paredes de mármore e oiro e assim dá emprego a dezenas de operários  e negócios a empresas de matéria-prima, o seu egoísmo promove o bem comum - é, na mesma, egoísmo psicológico, integra-se no género praxiológico (a utilidade, a consequência de algo). Por que razão, então, Baier os classifica como extrínsecos, contrários, entre si? Confusão intelectual. Só isso.

 

É RIDÍCULO OPOR EGOÍSMO RACIONAL A EGOÍSMO ÉTICO

 

Escreve Kurt Baier:

 

«Vou considerar finalmente as duas versões do egoísmo como ideal prático, habitualmente denominadas egoísmo racional e egoísmo ético, respectivamente. Frente à doutrina antes considerada do egoísmo como meio para o bem comum, não se baseiam em premissas fácticas sobre as consequências sociais ou económicas do fomento de cada qual do seu maior bem. (...) Ambos os ideais têm uma versão mais forte e outra mais débil. A mais forte  afirma que é sempre racional (prudente, razoável, respaldado pela razão) sempre correcto (moral, elogioso, virtuoso) aspirar ao máximo bem de cada qual, e nunca racional, etc., nunca correcto, etc., não o fazer. A versão mais débil afirma que é sempre racional, é sempre correcto fazê-lo, mas não necessariamente nunca é racional nem correcto não o fazer.» (...)

«Unida a outra premissa, o egoísmo racional implica o egoísmo ético. Essa outra premissa é o racionalismo ético, a doutrina segundo a qual para que uma exigência ou recomendação moral seja sólida ou aceitável, o seu cumprimento deve estar de acordo com a razão. (...) Assim, pois se aceitamos a versão débil do racionalismo ético (segundo a qual as exigências morais são sólidas e podem aceitar-se se o seu cumprimento está de acordo com a razão) e também aceitarmos a versão débil do egoísmo racional - a saber, que comportar-se de determinada maneira está de acordo com a razão se ao comportar-se de esse modo o agente aspira ao seu máximo bem - en congruência também devemos aceitar a versão débil do egoísmo ético - a saber, que as exigências morais são sólidas e podem aceitar-se se, ao cumpri-las, o agente aspira ao seu máximo bem. E o mesmo pode dizer-se a respeito das versões fortes.»

 

(Kurt Baier, El egoísmo, in Compendio de Ética, organizado por Peter Singer, Alianza Diccionarios, Madrid, 2004, página 286-287; o destaque a negrito é posto por mim).

 

Não é clara, neste texto, a distinção entre versão débil do racionalismo ético e versão débil do egoísmo racional e muito menos a distinção entre esta última e a versão débil do egoísmo ético. Não há exemplos, os contornos destas definições esfumam-se. Estamos no terreno do charlatanismo característico de alguma filosofia analítica.

 

Egoísmo racional não se opõe a egoísmo ético como contrário, é parte deste. É ridículo opor racional a ético, porque o racional está contido no ético. A racional opõe-se irracional, afectivo ou sentimental. Mas os tontos da filosofia analítica não sabem hierarquizar as espécies contrárias e as colaterais, não sabem colocar as primeiras dentro de um mesmo género e as segundas em géneros diferentes. Os grupos de estudo de filosofia analítica, como, em Portugal, o Lan Cog de João Branquinho e Ricardo Santos, passam ao lado da clareza dialética, perdidos em labirínticos corredores de pensamento fragmentário.

 

E são estes senhores, pobres em raciocínio holístico e analítico, que troçam do determinismo planetário na vida social e cultural, da astrologia histórico-social, ciência das ciências, que blindam (parafascismo!) as suas universidades contra a discussão livre desta e de outras temáticas, são estes senhores que fazem ou superintendem os programas e os manuais de filosofia para o ensino secundário...

Abaixo a casta antifilosófica, ou mediocremente filosófica, que domina as cátedras universitárias em todo o mundo!

 

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Terça-feira, 19 de Novembro de 2013
Determinismo moderado? Ou libertismo moderado?

 

Os frágeis pensadores da filosofia analítica falam em determinismo duro e determinismo moderado .. e em libertismo.Mas porque não dividem o libertismo em moderado e duro? Se o fizessem, descobriam que determinismo moderado (pelo livre-arbítrio) é o mesmo que libertismo moderado (pelo determinismo).

 

«O caminho que sobe e o caminho que desce são um e o mesmo» dizia Heráclito. Note-se que há exercíios de preparação para exame nacional de filosofia, em manuais escolares, que exigem uma resposta certa entre quatro hipóteses, nos seguintes termos:

 

«Escolha a hipótese verdadeira no caso X:

 

A) Determinimo moderado

B) Libertismo

C)  Determinismo duro.

D)................. »

 

Trata-se, entre A) e B),  de uma disjunção incompleta ou falsa porque o determinismo moderado é a forma moderada do libertismo, está incluído neste: o livre-arbítrio exerce-se, prevalece, sobre as condições de determinismos biofísicos adversos. Exemplo: os ocupantes alemães da França em 1940, apontam-me uma arma e ameaçam matar-me se eu resistir mas eu, cidadão francês, posso juntar-me à resistência da France Libre de Jean Moulin e De Gaulle e atacar as patrulhas alemãs com granadas, está no meu livre-arbítrio fazê-lo. Kant e Sartre eram libertistas e, em simultâneo, deterministas moderados.

 

Os vesgos pensadores analíticos (Simon Blackburn, Peter Singer, Nigel Warburton, etc) não vêem o óbvio e esquartejam o campo das definições a torto e a direito...


 

 

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Quinta-feira, 18 de Abril de 2013
Equívocos no manual de Filosofia do 10º ano da Raíz Editora (Crítica de Manuais Escolares-XLIII)

No manual «Filosofia 10º ano», da Raíz Editora, para o ensino secundário em Portugal, manual cujos autores são Adília Maia Gaspar e António Manzarra - e o catedrárico Michel Renaud como consultor científico - encontram-se, mais uma vez, as confusões inerentes à filosofia analítica contemporânea.   

 

CONFUSÃO DE DETERMINISMO COM FATALISMO E NÃO DISTINÇÃO ENTRE LIBERTARISMO E COMPATIBILISMO

 

Aponta o referido manual quatro concepções acerca do determinismo e do livre arbítrio:

 

«Determinismo- Nega a existência do livre-arbítrio. O ser humano, tal como todos os fenómenos da natureza, está determinado pelo princípio da causalidade.

 

Indeterminismo - Não assume a existência do livre-arbítrio, assim como os fenómenos físicos se dão aleatoriamente e não segundo uma determinação prévia ou uma vontade, o mesmo acontece com a acção humana.

 

Libertarismo - Afirma a existência do livre-arbítrio, pois havendo separação entre a natureza física e a mental, esta última não é determinada pelo princípio da causalidade, mas sim pela vontade.

 

Compatibilismo- Afirma a relação entre determinismo e livre-arbítrio ao admitir que o ser humano é determinado, mas a sua acção pode ser livre dentro dos limites em que não existem constrangimentos.» (Adília Maia Gaspar e António Manzarra, Filosofia 10º ano, pág. 74, Raíz Editora)

 

 

Comecemos por notar a ambiguidade da noção de determinismo: na primeira definição é dito que o determinismo exclui o livre-arbítrio, e é, portanto, uma lei totalitária sobre toda a natureza biofísica, incluindo a vida humana física, psíquica, social, espiritual. Na definição de compatibilismo, dada acima, a noção de determinismo já não exclui o livre-arbítrio. Onde está o erro? Na confusão entre determinismo e fatalismo. Onde se lê determinismo na primeira das quatro definições acima, deveria ler-se fatalismo, doutrina da predestinação absoluta. E note-se que o fatalismo pode, ou não, reger-se por leis fixas e imutáveis. Determinismo não é tudo estar predestinado: é o facto de, nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzirem sempre os mesmos efeitos, o que não exclui factores aleatórios exteriores como o livre-arbítrio.

 

Thomas Nagel, esse académico injustamente elevado à condição de «grande filósofo» por editores e académicos néscios, perfilha o mesmo erro de confundir determinismo com fatalismo:

 

«Algumas (pessoas) pensam que, se o determinismo é verdadeiro, ninguém pode ser razoavelmente elogiado ou condenado por nada, tal como a chuva não pode ser elogiada ou condenada por cair.» (Thomas Nagel, Que quer dizer tudo isto?, pag 57 citado in Adília Maia Gaspar e António Manzarra, Filosofia 10º ano, pág. 75, Raíz Editora).

 

O próprio John Searle cai em contradição:

 

«Naturalmente, tudo no mundo é determinado mas, apesar de tudo, algumas acções são livres. Dizer que são livres não é negar que sejam determinadas; é afirmar que não são constrangidas. Não somos forçados a fazê-las.» ( John Searle, Mente, cérebro e ciência, citado in Adília Maia Gaspar e António Manzarra, Filosofia 10º ano, pág. 77, Raíz Editora; o destaque a negrito é posto por mim).

 

Dizer que uma acção é livre não é negar que seja determinada? Claro que é: livre opõe-se a determinado. Como é que a acção livre de eu escolher entre tomar um café ou comer um bolo é determinada e livre ao mesmo tempo? Se é determinada, não é livre. E o determinismo não é um constrangimento da acção? Claro que é. Eis o «grande»John Searle, paladino da confusão analítica, no seu melhor! Como não hão-de os autores de manuais veicular erros se os teóricos que os inspiram mergulham no magma da confusão?

 

As definições, acima, de libertarismo e compatibilismo não se distinguem uma da outra: em ambas, se postula haver livre-arbítrio; em ambas (na primeira, de forma não explícita) se postula haver determinismo. É, pois, uma duplicação da mesma ideia, formulada em termos diferentes, um erro de «paralaxe». Não distinguindo correctamente os géneros das espécies e as diferentes espécies entre si, por ausência de racionalidade dialéctica, a filosofia analítica (Thomas Nagel, Simon Blackburn, Nigel Warburton, os autores do «Routledge Dictionary of Philosophy» como Michael Proudfoot e A.R. Lacey, e muitos outros) produz deformações teóricas da realidade.

 

A CONFUSÃO DE OBJECTIVISMO AXIOLÓGICO COM REALISMO AXIOLÓGICO

 

O manual define três correntes sobre os valores: subjectivismo axiológico, objectivismo axiológico e concepção relacional dos valores, divisão que só na aparência está certa. Sobre o objectivismo axiológico, escreve o manual:

 

«O objectivismo axiológico representado na época contemporânea por filósofos como Max Scheler (1874-1928) e Nicolai Hartman (1882-1950) que lhe aportaram um contributo próprio e original, remonta a Platão (século IV- a.c) e à Teoria das Ideias por ele defendida.(...)«

«Como podemos depreender, de acordo com esta concepção, os valores são independentes das coisas valiosas; estas só são coisas valiosas na medida em que deles participam; por exemplo, um quadro só é belo se conseguir corporizar o ideal de beleza...»(Adília Maia Gaspar e António Manzarra, Filosofia 10º ano, pág. 92, Raíz Editora).

 

Ora, esta definição não está certa, é redutora. O objectivismo não implica, necessariamente, que os valores sejam independentes das coisas valiosas. A teoria de Aristóteles é um exemplo de objectivismo imanentista dos valores, em que os valores residem apenas nas coisas valiosas: o belo só existe imanente às flores belas, às mulheres belas, às paisagens belas, à escrita e à pintura ou escultura belas e a um sem número de coisas ou actos reais; não existe o Belo como arquétipo num mundo inteligível de Ideias, como teorizava Platão.

 

Por outro lado, a axiologia de Max Scheler não é um realismo axiológico mas fenomenologia axiológica: os valores são objectivos mas não existem por si mesmos, sem humanidade e sem homens individuais que os definam e experienciem. Ora isto é a «concepção relacional dos valores» que Adília Gaspar, António Manzarra e Michel Renaud distinguem, erroneamente, de objectivismo dos valores. De facto, Scheler veiculava essas duas posições: objectivista e correlacional dos valores, posições que pertencem a géneros diferentes e, portanto, podem coexistir na mesma teoria. Mais uma vez a superioridade da dialéctica, contida na minha crítica, sobre a filosofia analítica, desengonçada e caótica.

 

OS UTILITARISTAS ACTUAIS SUBSTITUIRAM A FELICIDADE PELA PREFERÊNCIA?

O manual escreve:

 

«Na época contemporânea, utilitaristas como Richard Hare e Peter Singer substituiram o conceito de felicidade pelo de preferência. Singer pretende mesmo explicar o comportamento moral recorrendo à teoria da evolução.» ...»(Adília Maia Gaspar e António Manzarra, Filosofia 10º ano, pág. 151, Raíz Editora; o destaque a negrito é posto por mim).

 

Mesmo que esta frase, assumida por Adília Maia Gaspar, António Manzarra e Michel Renauld, se possa imputar a Richard Hare e Peter Singer ela revela apenas a confusão intelectual dos filósofos analíricos e dos autores deste manual: a felicidade não pode ser substituída pela preferência porque são espécies de géneros diferentes, felicidade é um conteúdo hedónico e preferência é uma forma, um meio de manipular aquele conteúdo. Os universitários de filosofia não conhecem a dialética.

 

 

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Quinta-feira, 13 de Dezembro de 2012
The (pseudo) "Russell's paradox" , an error of analytical philosophy

 

The "Russell's paradox" is one of the many pillars of Anglo-Saxon analytical philosophy. Simon Blackburn explains it on this way:

'

«Russell´s Paradox - The most famous of the paradoxes in the foundations of set theory, discovered by Russell in 1901. Some classes have themselves as members : the class of all abstract objects, for example, is an abstract object. Others do not: the class of donkeys is not itself a donkey. Now consider the class of all classes that are not members of themselves. Is this class a member of itself? If it is, then it is not, and if it is not, then it is. "

 (Simon Blackburn, Oxford Dictionary of Philosophy, page 324,  Oxford, 2005; the highlight in bold is put  by me).

 

Russell equivocates: the class of Donkeys is a donkey in the abstract and a place logical material of singular donkeys, ie, a physical-vital idealized form,  applicable, more or less, to each one of the donkeys concrete, existing, individual . If it had not the rarified or semi-open form of a donkey, would not be a class of donkeys, but whatever. No class  is a member  of itself: member means «being a part» and class means «to be the whole». The class is the reservoir containing several individuals more or less similar. To say that the class of abstract objects is a member of itself because it is in each abstract object is a fallacy: the essence of the species (eidos) stays as a quality in real individual being , but  does not stay as quantity, as extension.

 

Now the concept of class is both a quality / intension, a form, and an extension of real beings. A class is a form and a matter. The form (eidos) is, in a sense, the one, and the matter is, in a sense, the multiple. Numerous classes are members of a larger class, for example, chicken giraffe and leopard species, (smaller classes) are members of the genus animal, but it doesn´t happen that animal genus is  member (part) of itself. Justice, Good, Number, Seven, Metaphysics, are determined abstract objects that are part of the class of abstract objects but this one is not a member of itself, because if it were, it would be reduced to the level of any of these abstract-concrete objects as Evil, Number Fourteen, Social Order.

The part of the text above in which Russell and Blackburn  say: 'Is this class a member of itself? If so, then is not if it is not, then it is. " is a pure play on words, a sophism. It is obvious that the class of all classes which are not members of themselves is not a member of itself and is distinguished from other because it has no definite shape: it is genus and others are  species into that genus. The error of Russell begins to postulate that there are classes that are members of themselves: it is the same as saying "there are genus that are species of themselves." It is to fragment what can not be fragmented. This is a trait common to most of analytic philosophy: schizoidism logical-discursive, wrong division of concepts. Russell does not dominate the dialectical logic: the correct genus-species hierarchy, both classes, passes unnoticed to him, at least in the formulation of the "paradox of Russell."

Tens of thousands of obnoxious professors of philosophy  occupying the regents chairs in universities venerate Russell as the Pope's of analytical philosophical' Anglo-Saxon «church» in the twentieth century and shut up and accept this pseudo reasoning of Russell. Neither  Blackburn clearly understood what he wrote above. And what about João Branquinho, Desiderio Murcho, Pedro Santos, António Horta Branco, Pedro Galvão and other  Portuguese academics, heralds of Russell´s logic  and analytic philosophy? And about all who made the critical review of the English version of the Oxford Dictionary of Philosophy, of Simon Blackburn, as António Franco Alexandre, Fernando Ferreira, Ana Simões, MS Lourenço, José Trindade Santos, Maria Leonor Xavier? They sleep dogmatic slumber of the "righteous", in this respect: not a single one dreamed that Russell's paradox is a fallacy, a logical-linguistic lie. Do they think, really? - in the noblest sense, lonely, of the word "think" ?

Russell did not discover a paradox - a logical impossibility but ontological reality - he invented a pseudo paradox, a sophism. Is in this, in sophistical speech, that gives two distinct meanings to the word «class» - one meaning the agglomeration of similar objects of the same species, the other meaning agglomeration of very different objects of various classes of the same gender - that are based pillars of Anglo-Saxon analytical philosophy. As we see, if we think in depth, analytical building collapses like a deck of cards ... The paradoxes and logical rules of analytic philosophy called Anglo-Saxon prevent, usually, to reach the deeper layers of thought.


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Terça-feira, 20 de Novembro de 2012
Marte em 1º-11º de Capricórnio, em Novembro-Dezembro de 2012, e as universidades obtusas

Todos os acontecimentos na Terra estão determinados pela passagem dos planetas e do Sol nesta ou naquela área do Zodíaco - círcunferência celeste dividida em doze signos ou fatias iguais de 30º de arco por astrónomos e astrólogos. O livre-arbítrio e o acaso da natureza física são meras aparências, ilusões dos seres humanos que nunca estudaram ao pormenor as movimentações no círculo celeste e as correlações com os factos terrestres.

 

Hoje, 20 de Novembro de 2012, Marte desloca-se de 2º 11´a 2º 57´ do signo de Capricórnio. No dia 2 de Dezembro, Marte estará no grau 11 de Capricórnio e no «mítico» dia 21 de Dezembro de 2012, data do «fim do mundo» segundo interpretações da profecia maia, estará em 26º do signo de Capricórnio. Vou expor algumas breves previsões de Astrologia Histórica , algumas das quais falharão porque não levo em conta todos os ciclos de previsão que conheço para cada data.

 

Motivo da falibilidade: falta de tempo para cálculos muito precisos que exigem horas e horas. Aponto, em cada data, uma condição necessária para a eclosão de um determinado tipo de acidente ou incidente notável mas não todas as condições necessárias. O Estado e as Fundações dos ricos não me editam os estudos, absolutamente originais nesta matéria, nem me pagam para me dedicar em exclusivo à Astrologia Histórico-Social que desenvolvi e que decifra o futuro com base em leis astronómicas objectivas fundadas na história social, política e biofísica.   

 

ÁREA 4º-6º DE CAPRICÓRNIO:

TRAGÉDIA NO EGIPTO

 

A passagem do Sol ou de um planeta em 4º-6º de Capricórnio é condição necessária mas insuficiente para gerar uma tragédia relevante no Egipto.

 

 

Em 17 de Novembro de 1997, com ,Marte em 5º 52´/ 6º 38´ de Capricórnio,  65 turistas, na maioria suíços e japoneses, são assassinados à metralhadora ou à espada quando visitavam de autocarro o Vale das Rainhas, em Luxor, Egipto, resultando ainda 85 feridos, sendo os homicidas fundamentalistas mortos pela polícia; em 10 de Janeiro de 1999, com Mercúrio em 4º 19´/ 5º 49´ de Capricórnio, a derrocada de um prédio no Cairo mata pelo menos 5 pessoas e fere outras 7.

 

De 22 a 26 de Novembro de 2012, Marte estará em 4º-6º de Capricórnio. De 25 a 28 de Dezembro de 2012, o Sol estará em 4º-6º de Capricórnio. 

 

ÁREA 5º-7º DE CAPRICÓRNIO:
FÁBRICA DE CORTIÇA, MINA

 

A passagem do Sol, de um planeta ou Nodo da Lua em 5º-7º do signo de Capricórnio é condição necessária mas insuficiente para gerar um acidente notável em fábrica de cortiça em Portugal ou numa mina algures.

 

Em 11 de Janeiro de 1999, com Mercúrio em 5º 49´ / 7º 20´ de Capricórnio, pelas 15.45 horas, explode uma caldeira na fábrica de rolhas de cortiça Edmundo Alves Ferreira S.A. em Lourosa, Santa Maria da Feira, matando o operário João da Silva, ferindo outra trabalhadora e causando danos em 30 viaturas estacionadas; em 9 de Maio de 2001, com Nodo Sul da Lua em 7º 15´/ 7º 11´ de Capricórnio, um silo com pó de cortiça da Fábrica de Cortiças Soberana, no Montijo, arde durante 40 minutos; em 11 de Maio de 2001, com Nodo Sul da Lua em 7º 10´ de Capricórnio, uma série de explosões fazem deflagrar um incêndio numa fábrica de cortiça desactivada em Paços de Brandão, concelho de Santa Maria da Feira, consumindo grande parte da estrutura da unidade; em 6 de Junho de 2001, com Nodo Sul da Lua em 6º 22´/ 21´ de Capricórnio, uma fábrica de cortiça no concelho de Alcochete é destruída pelo fogo, obrigando à hospitalização de 3 operários.

 

On February 14, 2005, with Mars in 5th 7 '/ 5 º 50' Capricorn, an explosion and collapse in a coal mine in Fuxin, Liaoning Province, China, during the celebrations of Chinese New Year kills 213 miners; on September 23, 2001, with Mars in 7 º 48 '/ 8 ° 23' Capricorn, the explosion in a mine in Brookwood, Alabama, USA, generates 13 dead.

 

De 23 a 27 de Novembro de 2012, Marte transita de 5º a 7º do signo de Capricórnio.

  

ÁREA 7º-10º DE CAPRICÓRNIO:

DESAIRES NO IRÃO E NO PSD PORTUGUÊS

 

A passagem do Sol, de um planeta ou Nodo da Lua na área 7º-10º do signo de Capricórnio é condição necessária mas insuficiente para gerar um sismo no Irão ou inflingir uma derrota política forte ao PSD português.  

 

 

Em 21 de Junho de 1990, com Úrano em 7º 57´/ 7º 55´  do signo de Capricórnio,  um sismo com magnitude 7,7 na escala de Richter, nas províncias de Gilan e Zanyan, no Noroeste do Irão, arrasa 17 vilas, 1 871 aldeias e provoca cerca de 37 000 mortos e 100 000 feridos; em 22 de Fevereiro de 2005, com Marte em 10º 48´/ 11º 31´ de Capricórnio, um sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter abala a província de Kerman, no Irão, perto da cidade de Bam, arrasando 40 aldeias e fazendo 602 mortos e mais de 1000 feridos; em 11 de Agosto de 2012, com Plutão em 7º 18´/ 7º 17´ de Capricórnio, dois terremotos consecutivos, de 6,4 e 6,2 na escala de Richter, causam pelo menos 306 mortes e  mais de três mil feridos no Irão, em quatro distritos do Azerbaijão Oriental situados ao nordeste de Tabriz, a capital provincial, abalando esta e as cidades de Ardébil e Mehraban.

 

 

Em 4 de Dezembro de 1980, com Marte em 9º 5´/ 9º 51´ de Capricórnio, Francisco Sá Carneiro, líder do PSD e primeiro-ministro, Adelino Amaro da Costa, vice líder do CDS e ministro da Defesa, morrem na queda em Camarate de um pequeno avião Cesna, onde deflagrara uma bomba, encomendada pela CIA desgostada por o governo português obstar ao tráfico de armas dos EUA para o Irão; em 3 de Abril de 1987, com Neptuno em 7º 59´/ 8º 0´ de Capricórnio, a votação favorável pelas esquerdas (PS, PRD, PCP, MDP) de uma moção de censura ao governo minoritário do PSD, de Cavaco Silva, proposta pelo PRD de Hermínio Martinho, faz tombar o governo; em 20 de Fevereiro de 2005, com Marte em 9º 23´/ 10º 5´ de Capricórnio, o PSD, presidido por Santana Lopes, sofre a sua maior derrota de sempre em eleições legislativas frente a um PS de José Sócrates que, pela primeira vez desde 1975, obtèm maioria absoluta de deputados.

 

De 26 de Novembro a 1 de Dezembro de 2012, Marte percorrerá a área 7º-10º do signo de Capricórnio. Veremos se se manifestará o sincronismo entre o Irão e o PSD português, provavelmente ambos vítimas de derrotas nestas datas.

  

 

ÁREA 11º-12º DE CAPRICÓRNIO:

TRAGÉDIA NO EGIPTO

 

 

A passagem do Sol ou de um planeta em 11º-12º de Capricórnio é condição necessária mas insuficiente para gerar uma tragédia relevante no Egipto

 

Em 17 de Novembro de 1997, com Vénus em 11º 14´/ 12º 9´ de Capricórnio, 65 turistas, na maioria suíços e japoneses, são assassinados à metralhadora ou à espada quando visitavam de autocarro o Vale das Rainhas, em Luxor, Egipto, resultando ainda 85 feridos, sendo os homicidas fundamentalistas mortos pela polícia; em 31 de Outubro de 1999, com Marte em 10º 11´/ 10º 56´ de Capricórnio,  por um acto de sucídio do piloto egípcio, um avião Boeing 767 da Air Egypt em voo desde Nova Iorque para o Cairo despenha-se no Oceano Atlântico, a sudeste de Nantucket Island, USA, morrendo as 217 pessoas que iam a bordo.

 

De 1 a 4 de Dezembro de 2011, Marte cruza os graus 11º e 12º do signo de Capricórnio. Veremos o que sucede no Egipto.

 

 

Nada há de anticientífico nesta análise histórico-astronómica nem nas previsões fundadas nela. Qualquer pessoa inteligente reconhece aqui o princípio do determinismo ou necessidade, ao menos na aparência: nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas geram os mesmos efeitos. As universidades, em geral, desconhecem e combatem esta racionalidade holística fundada em factos empíricos. Quantos são os catedráticos, de filosofia, comunicação social, história, astronomia, sociologia, matemática, física que negam que tudo está predestinado pelos ciclos planetários e solar no Zodíaco? Praticamente todos.

 

Zizeck, Thomas Nagel, Simon Blackburn, Peter Singer, Anthony Kenny, Alan Badiou, Jean Luc Ferry, José Gil, Fernando Savater e outros ignoram a ciência do cosmos, a ontocosmologia, a Astrologia Histórico-Social, do mesmo modo que Descartes, Spinoza, Kant, Hegel, Nietzsche, Leonardo Coimbra, Ortega y Gasset, Xavier Zubiri, Sartre, Derrida, Deleuze, ou Wittgenstein ignoravam esta ciência, pilar do conhecimento. Não passam, pois, de medíocres - só conseguem ver a realidade cósmica até ao meio (medio), a sua visão intelectual é curta, não atinge a circunferência celeste do Zodíaco onde cada planeta emite, a cada instante, uma radiação modeladora dos acontecimentos e entes terrestres.

 

A universidade está contra a ciência! A grande comunicação social, incluindo os editores em geral, está contra a ciência! A multidão dos professores de filosofia nas escolas está contra a ciência holística! Somos governados por micro intelectuais, retóricos e confusos,  que só vêem de um olho e promovem o fascismo epistémico, proibem a livre investigação astrológico-histórica e a difusão dos seus resultados.

 

Vão continuar a censurar esta investigação rigorosa mas já perceberam que estão derrotados, não no plano social, porque ainda controlam os media e as massas, mas intelectualmente derrotados. É só uma questão de tempo para que as suas cátedras, as suas sinecuras político-culturais ruam fragorosamente. Basta que esta informação circule amplamente. E haverá algum editor com coragem de nos editar, a nós que temos uma teoria mais importante, mais objectiva e profunda que a de António Damásio ou a de João Maguejo?

 

PS- Se é professor ou estudante de filosofia, história, astrologia ou demais ciências, porque não começa a compreender os movimentos planetários e a astrologia histórico-social e a libertar-se da crucial ignorância a que o votaram nessa matéria? Adquira na nossa loja online www.astrologyandaccidents.com as nossas obras «Álvaro Cunhal e Antifascismo na Astrologia Histórica», recentemente lançada, «Os acidentes em Lisboa na Astronomia-Astrologia» e outras que lhe fornecem conhecimentos que em nenhum outro lado pode encontrar. É tempo de ser culto e profundo! Pense por si, sem receio dos clichés dominantes.

 

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