Heidegger negou a verdade como correspondência entre um sujeito e um objecto:
«El proferir una proposición es un "ser relativamente a la cosa", al ente mismo. Y¿que és lo comprobado por la percepción? No otra cosa sino que el ente es el mismo ente que estaba mentado en la proposición. Lo verificado es que el "ser , profiriendo una proposición, relativamente al "objecto" de la proposición" es un mostrar el ente; lo verificado es que tal ser descubre el ente relativamente al cual es. Comprobado es el "ser descubridor" de la proposición. En el proceso de la comprobación, el conocer se refiere constante y únicamente al ente mismo. En éste transcurre, por decírlo así, la verificación. El ente mentado mismo se muestra tal como es en sí mismo, es decir, muestra que él es en su identidad tal como en la proposición referida se muestra, se descubre que él es. No se comparan representaciones, ni entre sí ni en referencia a la cosa "real". La comprobación no entraña una concordancia del conocer y el objecto, ni menos de lo psíquico y lo físico, pero tampoco entre "contenidos de consciencia" unos con otros. La comprobación entraña únicamente el "ser descubierto" del ente mismo, él en el "como" de su "estado de descubierto".» (Martin Heidegger, «El Ser y el Tiempo», pags. 238-239, Fondo de Cultura Económica, Madrid, 2001; o destaque a negrito é acrescentado por nós).
Que significa proferir uma proposição é um ser relativamente à coisa?
Significa, pelo menos duas coisas, na nossa interpretação:
1º) A proposição leva dentro o ser. Exemplo: ao dizer "a folha de couve é verde" , o ser está contido ou implicado no é.
2º) A proposição é ser descobridor de ser, isto é, funde-se com a própria verdade do ser e não pode errar. É um ser verbal que mostra o ser e o ente não verbais - note-se que ser e ente, em Heidegger, não significam o mesmo; por exemplo: as árvores, o céu e as casas são entes mas não são "o ser", integram-se ou são abrangidas na «malha» do ser. Desaparecem assim a ontologia realista, baseada no dualismo sujeito objecto - base da teoria da correspondência da "mente" e do "objecto exterior"- , e a ontologia idealista, baseada no dualismo ideia/ mente percepcionante. No fundo, é a pretensão fenomenológica de fundir o sujeito com o objeto exterior à consciência de modo a fazer desaparecer a representação, a correspondência entre o objeto e a sua imagem na consciência-espelho.
Mas o carácter de "ser descobridor de ser e do ente" não existe em todas as proposições. Se existisse, não haveria doutrinas erróneas. Só existe nalgumas.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
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