Domingo, 10 de Novembro de 2019
Daniel Estulin: o clube de Bilderberg está em declínio

 

 

Daniel Estulín (29 de Agosto de 1966, Vilnius, República Socialista Soviética da Lituânia), ex oficial do KGB, politólogo, especializou-se em estudar a influência Clube de Bilderberg na política mundial - um grupo de multimilionários, banqueiros, presidentes de repúblicas e chefes de governo, deputados, directores de cadeias de televisão e jornais, aristocratas, sociólogos, especialistas de manipulação de massas, que reúne uma vez por ano, em Maio ou Junho, desde 1954.

 

Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Sampaio, António Guterres, José Sócrates, Eduardo Ferro Rodrigues, Augusto Santos Silva, Inês de Medeiros, Santana Lopes, António Costa, Rui Rio, Elisa Ferreira, Fernando Teixeira dos Santos, Paulo Macedo, Fernando Medina, Durão Barroso, Manuela Ferreira Leite, Maria Luís Albuquerque, Nuno Morais Sarmento, Paulo Portas, Ricardo Salgado, Leonor Beleza, Artur Santos Silva, Clara Ferreira Alves, José Eduardo Moniz, Paula Amorim, Vasco de Melo, Eduardo Marçal Grilo, João Gomes Cravinho, Miguel Horta e Costa, Nicolau Santos, Isabel Mota, Luís Amado, foram, pelo menos uma vez, a reuniões deste Clube que impulsionou a criação do Mercado Comum Europeu e da União Europeia.

 

Em Portugal, o membro permanente é Francisco Balsemão que, em Novembro de 1980, semanas antes do assassinato pela C.I.A, em 4 de Dezembro de 1980, do seu amigo e primeiro-ministro de Portugal Francisco Sá Carneiro, que desagradava aos EUA, reuniu em Lisboa com o bilderberger Henry Kissinger, mentor do golpe fascista de 1973 no Chile. Escreveu Estulin em 2006 em um seu livro:

 

«A Segunda Guerra Mundial tal como demonstro neste livro e como amplamente expus no meu primeiro livro sobre o Clube de Bilderberg, foi astutamente financiada  pelos Rockefeller, os Loeb e os Warberg. O príncipe Bernhard, fundador do Clube Bilderberg, também estava implicado. Era nazi. A família real britânica, na sua maioria, simpatizava com os nazis, do mesmo modo que o Eastern Establishment "liberal" dos Estados Unidos, a rede plutocrática que domina a vida económica, política e social de este país. Hitler, a besta, foi criado pelos mesmos que hoje assistem em segredo às reuniões do Clube de Bilderberg, do CFR (Council on Foreing Relations) e da Comissão Trilateral.  A história, para esta gente, é um quadro em branco na qual defecar contra a angústia dos outros.»

(Daniel Estulin, Los secretos del Club de Bilderberg, Editorial Planeta, 2006, pag. 268).

 

Em entrevista publicada no jornal I em 19 de Fevereiro de 2019, Daniel Estulin declara que o clube de Bilderberg está em declínio porque o sistema de livre comércio e de convertibilidade do dólar em ouro definido nos acordos de Bretton Woods de 1944 entrou em colapso

 

«Quem são as outras figuras importantes deste plano para controlar o mundo?

 

«Temos sido condicionados para pensar que os presidentes e primeiros-ministros eleitos são realmente quem decide o destino dos nossos países e que, através de “eleições democráticas”, as pessoas podem mudar o destino das suas nações. Isto não faz qualquer sentido. Presidentes e primeiros-ministros são “mão-de-obra contratada” que comanda em nome da elite invisível. Conceptualmente, o mundo é governado por poderes supranacionais que não respondem aos cidadãos das nações, mas às estruturas de poder supranacionais das elites. Pode pensar que o presidente Trump é “o mais poderoso político à face da Terra”, quando, de facto, Trump é um projeto de um grupo alternativo de interesses supranacionais que nem sequer é americano. Os EUA são hoje parte de um projeto da elite banqueira financeira liberal/projeto especulativo com base em Wall Street. Esse projeto está hoje morto e podemos ver isso pelo colapso que vemos ao nosso redor. O grupo alternativo, chamado Black International (aristocracia europeia, realeza, os Rotschild, o Vaticano), conseguiu fazer com que o seu candidato se tornasse presidente. Em novembro de 2014, disse publicamente que o presidente dos EUA seguinte seria, muito provavelmente, alguém como Trump.»

 

Só os convidados podem participar na conferência. Quem é convidado e porquê?

 

«Não se pode comprar a entrada no Bilderberg. O comité diretivo decide quem convidar. Procuram um banqueiro liberal entusiasta One World ou um socialista fabiano que possam fazer avançar a agenda. Por vezes, os seus candidatos acabam por ocupar posições importantes no palco nacional e internacional, como é o caso de José Manuel Durão Barroso, do presidente Bill Clinton. Quando um membro Bilderberg se vê envolvido em escândalos públicos que podem estragar a reputação do Grupo Bilderberg, esses membros são impedidos para sempre de voltar a participar nos encontros, como é o caso do príncipe Bernardo da Holanda.»

 

Em que podemos ver a influência de Bilderberg hoje em dia?

 

«A sua influência está a decair porque o modelo que representa está moribundo. Ainda são muito fortes como se pode ver pela sua luta contra Trump e os Estados Unidos, mas acabarão por desaparecer, juntamente com o FMI, Banco Mundial, Organização Mundial de Comércio, Davos, porque todas essas instituições representam um modelo acabado – Bretton Woods.» ( in Jornal I, entrevista de António Rodrigues, 19 de Fevereiro de 2019; o destaque a negrito é posto por nós)NOTA:

 

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Sexta-feira, 15 de Agosto de 2014
A visão islâmica sobre o vínculo entre o sistema bancário e o negócio da droga

 

Em «Técnica do Coup de Banque» o teólogo islâmico Shayj Abdalqadir As-Sufi desmonta o processo de formação do moderno sistema bancário capitalista, a partir do século XIX, que através do papel-moeda e dos empréstimos geradores de «dívida pública» criou uma minoria ínfima de milionários que controla os Estados, os povos e o mundo inteiro. Escreve:

 

« Uma nova e moderna dimensão da evolução da banca é a relação que se dá entre a banca mundial e a indústria ilegal da droga. Apesar de saber que as drogas duras matam menos que o alcool e o tabaco, e apesar de que é sabido que estas mortes dependem em grande medida da adulteração que se faz do produto por causa das pressões comerciais, os governantes democráticos persistem em declarar a sua ilegitimidade apesar de se haver provado que se estas mesmas drogas estivessem livres das valorações mercantis o resultado seria a venda de artigos não adulterados e a quase completa eliminação das mortes causadas pelos aditivos químicos. A indústria da droga ocupa, junto com a das armas, o primeiro lugar na produção de riqueza do sistema kafir (nota: o não crente em Alah, o que oculta ou tapa a verdade). Por isso, uma vez mais, e ajudados pelos seus bem pagos  peritos em relações públicas, os banqueiros inventaram uma terminologia financeira com a que se quer sugerir que a sua participação na indústria da droga é absolutamente inocente e se deve unicamente às astutas artimanhas dos produtores das mesmas. O termo que inventaram é «branqueamento de dinheiro». Dizer isto supõe uma dupla ironia porque  se sugere temerariamente que o resto do sistema monetário está limpo e livre de qualquer mancha. É absolutamente impossível conceber que nos bancos do mundo se possa guardar, administrar, transferir e investir a riqueza dos  barões da droga estando ao mesmo tempo sumidos em um estado de total ignorância. É igualmente insustentável pensar que os milhares de milhões gerados por este comércio, socialmente falando, permanecem fora do sistema bancário guardados em sacos de papel castanho debaixo dos colchões das camas dos chefes dos cartéis da droga.» (Shayj Abdalqadir As-Sufi, Técnica del Coup de Banque, Editorial Kutubia, Comunidad Islâmica en España, Granada, 2003, pág.128-129; o destaque a negrito é posto por mim)..

 

Verificamos pois que os poderes que dominam a chamada «sociedade aberta» que Karl Popper exaltava - a democracia liberal de tipo ocidental - são corruptos e estão vinculados ao tráfico de droga que, aparentemente, combatem. A solução  deste sequestro das democracias pelo capitalismo financeiro, segundo o teólogo islâmico, inclui a retirada do dinheiro dos bancos e a sua conversão em moedas ou barras de oiro e prata.

 

O predomínio absoluto e exclusivo do dinheiro de metal impedirá que o sistema informático dos bancos fabrique, a partir do nada, números de empréstimos, juros e dívidas que, sem corresponderem a riqueza real existente nos bancos e na economia real, escravizam e defraudam os clientes, Estados incluídos. O que é a intervenção do chamado Fundo de Garantia Bancária e do Banco de Portugal no arruinado e fraudulento Banco Espírito Santo, em Agosto de 2014, senão uma defesa dos banqueiros e não dos consumidores que pagam a factura das patifarias de Ricardo Salgado, cúmplices e familiares?

 

Rejeitando o "terrorismo islâmico" dos waabitas (seita do Islão sunita financiada pela Arábia Saudita) tipo Osama Ben Laden, o teórico Shayj Abdalqadir As-Sufi rejeita igualmente a união dos islâmicos com os judeus e os cristãos, por considerar estes dois últimos povos autores e cúmplices do sistema bancário único multinacional. Critica os banqueiros cristãos e os principais banqueiros de Wall Street, de famílias de origem judaica, por terem financiado o partido Nazi de Hitler nos anos 30 e ajudado este a perpetrar o genoicídio de 6 milhões de judeus:

 

«Tal como estão as coisas, a união de cristãos e judeus é a que nos conduziu a esta situação desastrosa. Os judeus, exceptuando uma pequena minoria, abandonaram a sua religião e, tal como fizeram outrora, entregaram-se à adoração do bezerro de oiro nas suas cidades sagradas, Las Vegas e Hollywood.  Os cristãos já não crêem em nada. A sua destruição económica às mãos dos banqueiros era o mais apropriado depois da sua complacente colaboração no genoicídio. Uma análise mais profunda revela que a sua teologia, que jamais pôde recuperar da crítica racional que fez a Reforma, se viu reduzida ao circo mediático de gente sem cultura e ao culto do Papa. Sem o poder e a fúria da Inquisição e suas técnicas de tortura, é de toda a maneira impossível convencer milhões de pessoas de que o rito central da sua religião implica participar na antropofagia quotidiana da Missa. Esta incessante ingestão ritual de carne crua e de sangue (ou estão cozinhados?) é por si mesma um facto repulsivo, mas quando este rito se converte em garantia de redenção de uma vida pecadora, o intelecto deve protestar. Não há maneira de o Islão se poder unir a estas religiões em ruínas.»(Shayj Abdalqadir As-Sufi, Técnica del Coup de Banque, Editorial Kutubia, Comunidad Islâmica en España, Granada, 2003, páginas 144-145; o destaque a negrito é posto por mim).

 

 

 

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