Segunda-feira, 29 de Fevereiro de 2016
Teste de Filosofia do 11º ano, turma B (Fevereiro de 2016)

 

Eis um teste de filosofia fora do estereótipo dos testes que os autores dos manuais escolares da Porto Editora, Leya, Santillana, Areal Editores, etc, divulgam. E sem questões de escolha múltipla que, frequentemente, são incorrectamente concebidas por quem não domína o método dialético e desliza para a horizontalidade da filosofia analítica vulgar. Só os professores que conseguem afastar-se do modelo de testes que os manuais de filosofia, estereotipados, difundem, têm possibilidade de ser verdadeiramente bons. Há uma radicalidade de pensamento que só o individualismo radical atinge.

 

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja

Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja

TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA B

24 de Fevereiro de 2016. Professor: Francisco Queiroz.

 I

"Feyerabend criticou o método das conjecturas e refutações de Popper, em particular pela posição deste face à astrologia e à medicina hopi, e declarou que os homens da idade da pedra, inventores dos mitos, «livres do jugo da especialização, estavam conscientes da grande quantidade de relações entre os homens e entre estes e a natureza». Afirmou ainda Feyerabend, anarquista epistemológico, que, hoje, com o racionalismo fragmentário actual, mera ideologia, « temos uma religião sem ontologia, uma arte sem conteúdos, e uma ciência sem sentido»

 

1)Explique, concretamente este texto

 

2)Explique como, na ontognoseologia de Kant, se formam o fenómeno CEGONHA e o conceito empírico de CEGONHA.

 

2) Relacione, justificando:

A) Positivismo lógico do círculo de Viena e indução amplificante, por um lado, corroboração e testabilidade em Karl Popper, por outro lado.


B) B) Método hipotético-dedutivo, ciências empírico-formais e ciências hermenêuticas


C) Fenomenologia, realismo crítico e cepticismo 

 

D) Sete relações filosóficas e idealismo em David Hume . 

 

 

CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES

 

1) Feyerabend criticou Popper por este reduzir as ciências a conjuntos de conjecturas que são aceites provisoriamente e depois refutadas, isto é, rejeitadas com argumentos e testes experimentais. E criticou Popper por considerar pseudo-ciências a astrologia e a medicina hopi  (os hopis são uma tribo índia dos EUA que veneram a natureza, usam plantas para a cura em ligação com a oração ao deus criador). Feyerabend insistiu em que a visão especializada, fragmentária, das actuais ciências dos séculos XIX a XXI perdeu a percepção holística, global dos fenómenos. O homo sapiens primitivo conhecia a vida de forma global (intuição holística), não estava fragmentado em saberes particulares como o homem de hoje. Os homens do mito estavam livres do jugo da especialização que hoje impera: um engenheiro civil, especializado, só sabe temas de engenharia civil, nada sabe sobre a cura pelas plantas dos seus cálculos renais e de outras doenças e nada sabe sobre as fases da lua e os seus efeitos sobre as sementeiras e colheitas (VALE TRÊS VALORES). As ciências actuais são baseadas num racionalismo fragmentário - teoria que afirma ser a razão a principal fonte de conhecimento, mas não a razão holística que tudo abarca como por exemplo movimentos dos astros e deuses, racionalismo esse que fragmenta o conhecimento, separa o estudo do fígado do estudo do coração, separa o facto histórico-social terrestre do facto astronómico celeste, etc.  Essas ciências nasceram com o emergir da burguesia industrial e financeira actual e por isso estão impregnadas de ideologia - sistema de ideias e valores de uma classe social- burguesa. A ciência e a tecnologia do automóvel como veículo de transporte individual ou familiar insere-se na ideologia individualista da burguesia: «Enriquece, compra um carro próprio, viaja livremente». Feyerabend era anarquista epistemológico, isto é, sustentava a igualdade de base entre todas as doutrinas, que é necessário acabar com o domínio exclusivo da medicina química oficial, da biologia oficial (evolucionismo de Darwin) da electrónica, etc, porque são ideológicas, defendem certas classes e grupos sociais, visam aumentar lucros da grande indústria Que significa dizer que hoje temos uma religião sem ontologia?  Significa que temos um conjunto de ritos cujo simbolismo profundo já perdemos, em cuja filosofia já não penetramos. Por exemplo, ignoramos que o facto de a pia de baptismo de antigas ser . Constroem-se hoje igrejas com uma arquitectura moderna ignorando o número de oiro (1,618), número mágico de proporção entre o comprimento e a largura e a altura de um compartimento. Que significa dizer que hoje impera uma arte sem conteúdos? Significa, por exemplo, que uma tela branca salpicada de pontos vermelhos é um quadro sem conteúdo, um significante sem significado. Que significa dizer que há uma ciência sem sentido? Significa, por exemplo, que há uma medicina que não percebe o sentido da febre - acção de autodefesa do organismo, expulsando as toxinas através do suor ou de urinas escuras - e manda reprimir os sintomas, tomando anti piréticos.( VALE TRÊS VALORES).

 

2) O númeno ou objecto metafísico afecta de alguma maneira a sensibilidade fazendo nascer nesta um caos empírico de matéria indeterminada e as formas a priori de espaço (figuras, extensão) e tempo (duração, simultaneidade, sucessão) moldam essa matéria transformando-a no fenómeno cegonha, que é o objecto visível ou coisa para nós. As imagens do fenómeno são levadas pela imaginação às categorias de unidade, pluralidade, realidade e outras do entendimento ou intelecto ligado ao mundo empírico e aí são reduzidas à unidade, a um conceito único de cegonha (VALE TRÊS VALORES).

 

3-A) O positivismo lógico do círculo de Viena considera sem sentido a metafísica e afirmações desta como «Deus criou o Paraíso e o Inferno e pune os maus» porque não podem ser comprovadas empiricamente. Para este positivismo, só os factos empíricos ( exemplo: maçã, tornado, etc) e as suas relações lógico-matemáticas são verdade e a indução amplificante - generalização segundo uma lei necessária de alguns casos empíricos semelhantes entre si - é perfeitamente legítima. Karl Popper opõ-se ao positivismo lógico pois, na linha de David Hume, duvida da indução amplificante, achando que há sempre excepções a uma dada lei da natureza e considera ser impossível verificar essa lei pois teríamos de estudar centenas de milhar ou milhões de exemplos concretos. Popper diz que só é possível a corroboração ou confirmação de alguns exemplos através da testabilidade, isto é, realização de testes experimentais (VALE TRÊS VALORES).

 

3-B) O método hipotético-dedutivo baseia-se na indução amplificante, inferência que Popper não aceita como válida, e tem quatro fases: observação, hipótese, dedução matemática da hipótese e verificação experimental com confirmação ou não da hipótese. As ciências empírico-formais são as ciências da natureza biofísica - química, física, astronomia, biologia, geologia - e baseiam-se em leis necessárias ou tendencialmente necessárias e por isso assentam na indução amplificante. As ciências hermenêuticas, ou seja, as que se baseiam em interpretações mais ou menos subjectivas e leis estatísticas - psicologia, sociologia, história, economia, - não recorrem ou recorrem pouco à indução amplificante (VALE TRÊS VALORES).

 

3.C) O realismo crítico é a teoria segundo a qual a matéria é real e exterior às nossas mentes mas estas não espelham como ela é. O realismo crítico de Descartes é a teoria qiue sustenta que há um mundo real de matéria exterior às mentes humanas composto de uma matéria indeterminada, sem peso nem dureza/moleza, apenas formado de figuras geométricas, movimento, números (qualidades primárias, objetivas), sendo subjectivas, isto é exclusivamente mentais, as cores, os cheiros, os sabores, as sensações do tacto, o calor e frio (qualidades secundárias, subjectivas). A fenomenologia é a ontologia que sustenta não saber se o mundo material subsiste ou não fora das mentes humanas. O cepticismo é a corrente que duvida do que vai além dos dados empíricos imediatos ou até mesmo deste. A fenomenologia possui um fundo cético e o realismo crítico, na medida em que duvida de alguns dados dos sentidos, também (VALE TRÊS VALORES).  

 

2-D) O idealismo, isto é, a doutrina que diz que o mundo material exterior à mente humana não existe, é ilusório, é base da teoria de Hume. Por exemplo, o"eu" em David Hume não é uma realidade, mas uma ideia ilusória, uma vez que somos apenas uma corrente de percepções empíricas a que a memória e a imaginação atribuem um núcleo invariável chamado «eu». Do mesmo modo, a   substância (exemplos: as substâncias cadeira ou nuvem) é uma ideia fabricada pela nossa imaginação servindo-se das sete relações filosóficas que são disposições sensório-intelectuais a priori da mente humana: semelhança, identidade, relações de tempo e lugar, proporção de quantidade ou número, graus de qualidade, contrariedade e causação. A ideia de permanência, de continuidade entre as percepções empíricas forja as ideias de eu e de substância. As relações de tempo e lugar não estão em objectos materiais fora de nós mas são um modo de ver e pensar inerente à nossa mente - e isto é idealismo (VALE DOIS VALORES)

 

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Segunda-feira, 23 de Março de 2015
Teste de filosofia do 11º A (Março de 2015)

 

Eis um teste de filosofia do 11º ano de  escolaridade em Portugal, evitando as perguntas de escolha múltipla em que o aluno coloca um X na hipótese que supõe estar certa e fica dispensado de explanar as suas ideias num corpo discursivo coerente.

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA A
16 de Março de 2015. Professor: Francisco Queiroz

 

.”. As ciências empíricas reduzem a qualidade à quantidade, o múltiplo ao uno. Feyerabend criticou o conjecturalismo de Popper pela posição deste face à astrologia e declarou que os homens da idade da pedra, inventores dos mitos, «livres do jugo da especialização, estavam conscientes da grande quantidade de relações entre os homens e entre estes e a natureza» e que, hoje, com o racionalismo actual, mera ideologia, « temos uma religião sem ontologia, uma arte sem conteúdos, e uma ciência sem sentido».(Paul Feyerabend, Diálogo sobre o método)

 

1) Explique estes pensamentos.

2) Relacione, justificando:

 

A) Fundacionismo e Coerentismo .
B) Fenómeno, númeno, espaço e tempo em Kant.
C) Fenomenologia e idealismo não solipsista subjectivo.
D) Positivismo lógico do círculo de Viena, metafísica e indução amplificante

 

CORRECÇÃO DO TESTE ESCRITO (COTADO PARA 20 VALORES)

1)«As ciências empíricas, como a física, a biologiia, a geologia, reduzem a qualidade, ou seja, as percepções empíricas plenas de cores, sons, cheiros e outras qualidades - exemplo: a percepção visual e táctil da água que corre, límpida ou barrenta -à quantidade, isto é, a fórmulas de carácter matemático - exemplo: a fórmula química da água é H2O . Galileu já no séxulo XVII escrevera que o grande livro da natureza está escrito em caracteres matemáticos. As ciências reduzem o múltiplo ao uno porque uma simples definição ou um só conceito representa milhões ou biliões de fenómenos similares entre si: por exemplo, o conceito de átomo de hidrogénio, com um único, electrão é uno e refere-se a biliões de átomos de hidrogénio espalhados pelo universo. (VALE DOIS VALORES). Feyerabend criticou a teoria das conjecturas e refutações de Sócrates segundo a qual as teses da ciência são todas duvidosas, simples conjecturas e hipóteses, e devem ser constantemente sujeitas a testes de falsificação que permitam encontrar as excepções a uma lei e  mostrar as incoerências. Os homens do mito estavam livres do jugo da especialização que hoje impera: um engenheiro civil, especializado, só sabe temas de engenharia civil, nada sabe sobre a cura pelas plantas dos seus cálculos renais e de outras doenças e nada sabe sobre as fases da lua e os seus efeitos sobre as sementeiras e colheitas. As ciências actuais, baseadas num racionalismo fragmentário - teoria que afirma ser a razão a principal fonte de conhecimento, mas não a razão holística que tudo abarca como por exemplo movimentos dos astros e deuses -  nasceram com o emergir da burguesia industrial e financeira actual e por isso estão impregnadas de ideologia - sistema de ideias e valores de uma classe social- burguesa. A ciência e a tecnologia do automóvel como veículo de transporte individual ou familiar insere-se na ideologia individualista da burguesia: «Enriquece, compra um carro próprio, viaja livremente».

Que significa dizer que hoje temos uma religião sem ontologia?  Significa que temos um conjunto de ritos cujo simbolismo profundo já perdemos, em cuja filosofia original já não penetramos. Por exemplo, ignoramos que o facto de a pia de baptismo de antigas ser octogonal porque o oito significava a oitava esfera . Constroem-se hoje igrejas com uma arquitectura moderna ignorando o número de oiro (1,618), número mágico de proporção entre o comprimento e a largura e a altura de um compartimento. Que significa dizer que hoje impera uma arte sem conteúdos? Significa, por exemplo, que uma tela branca salpicada de pontos vermelhos é um quadro sem conteúdo, um significante sem significado. Que significa dizer que há uma ciência sem sentido? Significa, por exemplo, que há uma medicina que não percebe o sentido da febre - acção de autodefesa do organismo, expulsando as toxinas através do suor ou de urinas escuras - e manda reprimir os sintomas, tomando anti piréticos. (VALE SEIS VALORES).

 

2)A) Fundacionismo é toda a doutrina cujas teses se erguem a partir de um alicerce, em regra, um facto ou conjunto de factos empíricos situados fora do raciocínio teórico. Exemplo: a teoria química sobre o cloreto de sódio funda-se no corpo material conhecido como sal marinho que está nas nossas cozinhas. Coerentismo é toda a doutrina que, não encontrando alicerce em factos empíricos exteriores, se baseia na lógica interna, isto é na coerência ou coesão lógica entre todas as suas teses. Exemplo: os cálculos matemáticos que «demonstram» a existência de universos paralelos ao nosso . (VALE DOIS VALORES)

 

2) B) Segundo a gnoseologia de Kant, o espaço é uma forma a priori da sensibilidade, isto é, uma estrututa subjectiva vazia onde se inserem os corpos materiais e que está antes de os objectos materiais nascerem com a experiência. O espaço é a parede externa e o grande reservatório externo da sensibilidade onde cabe o universo inteiro com planetas, galáxias e mares. Por isso, não é empírico, mas sim puro, anterior a toda a experiência. O fenómeno físico, isto é, o objecto que vemos e tocamos e  nos parece real, como por exemplo, casa, rio, cão, forma-se na sensibilidade, no espaço exterior ao meu corpo físico, por influência do númeno, do seguinte modo: de '«fora» da sensibilidade, os númenos ou objectos metafísicos incognoscíveis ( Deus, alma imortal, mundo como totalidade) afectam esta fazendo nascer nela um caos de matéria (exemplo: madeira, ferro, areia, etc, em um magma) que as duas formas a priori da sensibilidade, o espaço (com figuras geométricas) e o tempo (com a duração, a sucessão e a simultaneidade) moldam, fazendo nascer uma ou mais casas, rios, cães. O entendimento, com as categorias de unidade, pluralidade, necessidade, confere consistência ao fenómeno casa, rio, cão, etc.. (VALE QUATRO VALORES)

 

2) C) A fenomenologia, como ontologia, é a doutrina, céptica no seu fundo, que não sabe se o mundo de matéria existe ou não como real em si mesmo. O idealismo não solipsista subjectivo é a doutrina que diz que o mundo de matéria que vemos fora de nós é irreal em si mesmo, é uma ilusão de um conjunto de mentes humanas - as únicas realidades existentes -  e cada uma dessas mentes fabrica um mundo de matéria diferente dos das outras mentes. (VALE TRÊS VALORES).

 

2) D) O positivismo lógico do círculo de Viena considera sem sentido a metafísica e afirmações desta como «Deus criou o Paraíso e o Inferno e pune os maus» porque não podem ser comprovadas empiricamente. Para este positivismo, só os factos empíricos ( exemplo: maçã, tornado, etc) e as suas relações lógico-matemáticas são verdade e a indução amplificante - generalização segundo uma lei necessária de alguns casos empíricos semelhantes entre si - é perfeitamente legítima. (VALE TRÊS VALORES).

 

 

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Domingo, 7 de Dezembro de 2014
Breves reflexões de Dezembro de 2014

 

 

 Aqui exponho algumas breves e recorrentes reflexões neste Dezembro de 2014 em que o planeta Júpiter se mantém até 28 de Dezembro no grau 22 do signo de Leão (grau 142º em longitude eclíptica).

 
1- ESTAMOS EM RISCO DE QUE O AMOR NÃO EXISTA porque a maioria dos casamentos são apenas uma forma estável de ter sexo (duas a quatro vezes por semana) habitação e despesas domésticas compartilhadas ( muitos casais já nem fazem sexo entre os cônjugues). Proclamamos pois: o VERDADEIRO AMOR é o AMOR PRÓPRIO e nem sequer o amor a um Deus exterior pois esse Deus é o nosso próprio EGO projectado «para fora» - como se houvesse fora!

 

2- ISTO NÃO INVALIDA QUE A VIRGEM MARIA OU VÉNUS EXISTAM NO INTERIOR DE NÓS. É eficaz invocar os deuses - ou melhor: é, plausivelmente eficaz - para obter favores (emprego, amores, solução de conflitos interpessoais e político-sociais, melhorias climatéricas, etc). Há certamente muitas Virgens do Carmo - uma para cada um dos católicos que a idealizam e invocam. E cada uma está na mente exterior de cada crente e pode manifestar-se.

 

3- AS MULHERES SÃO DEUSAS ENTRE OS 17 E OS 27 ANOS DE IDADE. E nem todas. Só aquelas que são, objectivamente, belas, fisicamente falando. Objectivamente quer dizer: por largo consenso entre homens e mulheres. É evidente que há uma beleza interior que pouco se reflecte na beleza física exterior. Mas as deusas são, fisicamente, belas. Uma mulher de 40, 50 ou 60 anos não pode pretender ser uma deusa pois descobre em si as rugas e a flacidez do envelhecimento corporal. A alma espiritual, essa, não envelhece: tem sempre 16, 18 ou 20 anos de idade.

 

4- O AMOR ENTRE DUAS PESSOAS é a intersecção acidental de DOIS AMORES-PRÓPRIOS. Nada mais que isso. O  amor existe onticamente, em linguagem heideggeriana - nos fenómenos de superfície - mas ontologicamente, na parte oculta e profunda, só existe o amor-proprio.

 

5- UMA VEZ QUE O AMOR É UMA GRANDE MENTIRA convido todos os casais a manterem-se unidos sob o lema do «Amo-te muito» porque «uma mentira mil vezes repetida transforma-se em verdade».

 

6- PARA SERMOS FELIZES TEMOS QUE ACEITAR UM CERTO GRAU DE INFELICIDADE. Somos confrontados a cada passo com imperfeições, psíquicas ou físicas ou sociais, das pessoas que amamos, das pessoas com quem convivemos no dia a dia, dos lugares, dos bairros ou casas onde moramos. E isso constitui um segmento de infelicidade com que temos de nos contentar, que «temos» de aceitar. Mas não devia ser assim. O mundo está mal feito - responsabilidade do deus da matéria ou demiurgo.

 

7- PORQUE SOMOS HOMENS HETEROSSEXUAIS VESTIMO-NOS DE MULHER. Porque somos maduros, para não dizer velhos, gostamos de mulheres muito mais novas. Lei da contradição. Polaridade que forma a vida.

 

8- O PROBLEMA ONTOLÓGICO DO AMOR- Como se chega a amar alguém? De modo grego, só pela simples visualização do arquétipo (a beleza do rosto e do corpo dela coincide com os arquétipos de Mulher e de Belo) ? De modo indiano, pelo contacto físico, táctil, do beijo, do toque nos seios, nos genitais, isto é, da prática do acto sexual (mesmo que ela seja feia é óptima na cama, leva-me ao paroxismo)? Ou de outro modo?

 

9- OS DEUSES ROUBARAM A BELEZA DAS MULHERES DA MINHA GERAÇÃO. Ou terá sido só Cronos, o deus do tempo, pai de Zeus-Júpiter e este e outros deuses estão isentos de culpa? Por isso procuro mulheres de gerações mais jovens a quem os deuses, ou o deus Cronos, ainda não roubaram a beleza.

 

10- MULHERES SUPERFICIAIS - Uma mulher, por mais bela que seja, é para mim uma criatura superficial se não for capaz de orar comigo à Deusa Vénus, em ritual mágico, ou à Virgem Maria, em ritual cristão. E tem que ser autêntica na oração: uma oração sem fé é como um orgasmo fingido. Se essa mulher não crê na divindade, será incapaz de sustentar a fidelidade e manter as chaves do conhecimento hermético.

 

11- SE UM HOMEM DISSESSE «AMO-TE» A CERTAS MULHERES QUE AMA, SENSUALMENTE OU NÃO, IRIA PRESO OU SERIA AGREDIDO OU DESPEDIDO DO EMPREGO. Por isso, é preciso calar, fingir que não se ama.

 

12- UM CASAMENTO É UMA TRÉGUA NA GUERRA DAS ATRAÇÕES SEXUAIS. Para ter paz e um domínio seguro, casamo-nos. Ás vezes, pode ser preciso cortar todos os «amigos/as» do facebook para tranquilizar o conjugue e concentrar a relação em si mesma, no ovo do lar. E que são os amigos/as? Quantos nos amam? Quem tem 1500 amigos no FB, só tem 3 ou 4 amigos reais...

 

13- OS OUTROS SÃO APENAS O BÁLSAMO, OS PENSOS HIGIÉNICOS NA FERIDA ABERTA QUE É A SOLIDÃO ONTOLÓGICA DE CADA UM. Precisamos dos outros porque eles nos salvam de nós mesmos. Mas não devia ser assim. Devíamos ser autossuficientes, possuir os dois sexos, não depender de outrem. Pois deus é «bissexual», possui os dois princípios, o masculino e o feminino.

 

14- O VERDADEIRO AMOR É AQUELE QUE PRESCINDE DO ACTO SEXUAL - Ela tem uma qualquer doença no útero e não pode ter relações sexuais genitais e ele diz. «Amo-te na mesma, não te preocupes». Isto sim, é o puro amor. A contemplação da beleza dela como arquétipo. Só a visão sem o contacto íntimo.

 

15- O ENVELHECIMENTO. O envelhecimento é uma prova da maldade dos deuses ou do deus único, ou do deus da matéria, o demiurgo, que nos moldou numa fraca matéria-prima. Ao ler este meu comentário, a  aluna Jéssica acrescenta: «Num ponto de vista mais científico-filosófico é mesmo a terra e todas as suas forças que estão fartas do mal que lhes fazemos e resolvem expulsar nos daqui envelhecendo-nos do dia para a noite ahah». É uma tese plausível.

 

16- AS UNIVERSIDADES E A HISTÓRIA DA FILOSOFIA FORAM E SÃO GOVERNADAS POR FILÓSOFOS E CATEDRÁTICOS ESTÚPIDOS. Karl Popper, Saul Kripke,  Bertrand Russel, Peter Singer, Simon Blackburn e Martin Heidegger eram ou são tão estúpidos que nem sequer se deram conta de que as duas guerras mundiais do século XX  se fizeram acompanhar da presença de planetas lentos, trans-saturnianos, na área 1º-9º do signo de Leão (graus 121º a 129º da eclíptica): de 1 de Agosto de 1914 a 11 de Novembro de 1918, Neptuno moveu-se desde 28º-27º do signo de Caranguejo a 9º do signo de Leão, e decorreu a 1ª Guerra Mundial; de 1 de Setembro de 1939 a 2 de Setembro de 1945, Plutão moveu-se de 2º-1º a 10º do signo de Leão, e decorreu a 2ª Guerra Mundial. O fenomeno astronómico - um planeta lento ocupar a área 0º-9º de Leão por um período de 4 ou 5 anos - é muito raro. As guerras mundiais são raras. Sincronizaram-se guerra mundial e primeiro decanato do signo de Leão, o que indicia uma lei.

 

E o que disseram ou dizem sobre isto as «luminárias» da filosofia portuguesa, os José Marinho, Cunha Leão, Agostinho da Silva, José Gil, Eduardo Lourenço, Miguel Reale, Luís de Araújo, António Barreto, José Pacheco Pereira, Vasco Pulido Valente, Boaventura Sousa Santos, António Teixeira Fernandes, José Reis, Irene Borges-Duarte, Maria Luísa Ribeiro Ferreira, Maria Leonor Xavier, Maria do Carmo Themudo, João Branquinho, Ricardo Santos, Olivier Feron, Pedro Alves, Manuela Bastos, Alexandre Franco de Sá? Nada. Não disseram, não dizem, nada sabiam e não sabem nada disto. Não conceberam e não concebem sequer que os planetas, anteriores à existência da humanidade, determinem nos seus movimentos no Zodíaco, até aos mas ínfimos pormenores, a evolução da humanidade, os períodos de guerra e paz, a sucessão dos regimes político-sociais, o comportamento de cada indivíduo, o seu tempo de vida. Como puderam ou podem, com tão elevado grau de ininteligência anti-astrologia, ocupar cátedras universitárias?

 

Muito simples: a universidade não é a cúpula do saber autêntico, os mestrados e doutoramentos não significam verdadeira inteligência mas apenas fragmentos de inteligência, na universidade só triunfam os que se moldam ao deficiente pensamento colectivo de que «os astros não determinam a existência humana, não pode haver astrologia científica, o homem é livre de traçar o seu destino, o futuro está em aberto». Os grandes filósofos iluministas e racionalistas dos séculos XVII e XVIII - Descartes, Spinoza, Montesquieu, Voltaire, Rousseau, etc. - que pretendiam "libertar a humanidade" da "tirania da superstição e da astrologia" eram, afinal, obscurantistas, obscureceram ou esconderam a influência decisiva e permanente dos planetas sobre a vida humana.

 

E a universidade contemporânea, racionalista (fragmentária), ignorante da filosofia hermética e da dialética holística, nasceu desses cérebros retorcidos e retóricos, pretensamente superiores. A universidade é uma instituição de massas, está contra a grande maioria dos pensadores autênticos que são poucos, superiormente excêntricos e alvo de censura.

 

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