João Branquinho, catedrático de filosofia analítica da universidade de Lisboa escreveu no blog "crítica na rede":
«Com efeito, a província da metafísica foi dividida por Aristóteles em três departamentos: a) o estudo dos primeiros princípios e das primeiras causas; b) o estudo do divino, ou teologia; e c) o estudo do ser enquanto ser, ou ontologia. Ora, à luz de uma maneira corrente de mapear o território da filosofia e as suas disciplinas e problemas, pode-se dizer, por um lado, que a investigação mencionada em b pertence actualmente à disciplina de filosofia da religião, e, por outro lado, com respeito à investigação mencionada em a, que uma parte dela cai no âmbito da lógica e a outra parte no âmbito da filosofia da ciência. » (João Branquinho, Objecto e método da metafísica, Metafísica logicamente disciplinada, em 19 de Agosto de 2004, transcrito por mim em 6 de Outubro de 2011; o negrito é por mim colocado).
Esta divisão em três departamentos da metafísica é ambígua - não vou discutir, de imediato, se o responsável da ambiguidade é o próprio Aristóteles, ou se é João Branquinho. A questão está em que não se pode separar os primeiros princípios, do ser enquanto ser. Para Tales de Mileto, a água é princípio - ainda que Hegel tenha posto em dúvida que Tales já possuisse um grau de abstracção do pensamento que lhe permitisse supor a água como princípio interno de todas as coisas - e é também o ser, ou pelo menos a parte material do ser, se admitirmos que deus ou deuses é a parte espiritual do ser.
O ser inclui os princípios gerais mas também a tessitura permanente ou estável das coisas.
Aristóteles escreveu:
«Posto que também o matemático utiliza os axiomas comuns, mas no seu âmbito particular, à filosofia primeira corresponderá estudar também os seus princípios. Pois "se se subtraem quantidades iguais de quantidades iguais, os restos são iguais" é um axioma comum a todo o tipo de quantidades, mas as matemáticas investigam aplicando-o a alguma parte da matéria que lhes é própria, por exemplo, linhas, ângulos, números, ou algum dos outros tipos de quantidade, mas não enquanto coisas que são, mas enquanto cada uma de estas coisas é contínua em uma, duas ou três dimensões. A filosofia, pelo contrário, não investiga acerca de realidades particulares, enquanto a cada uma delas acontece ter alguma propriedade, mas sim acerca do que é, enquanto cada uma delas é algo que é. E o mesmo que com as matemáticas acontece também com a ciência física. Com efeito, a física estuda os acidentes e os princípios das coisas que são, enquanto são movidas, e não enquanto coisas que são (enquanto que dissemos que a ciência primeira se ocupa de estas, na medida em que as coisas que estuda são coisas que são, e não enquanto são alguma outra coisa). Por isso ha-de afirmar-se que esta e a ciência matemática são partes da sabedoria». (Aristóteles, Metafísica, Livro X, 1061 b, 20-30; o negrito é posto por mim)
Há, pois, na doutrina de Aristóteles, uma anterioridade ontológica das coisas imóveis, objecto da filosofia, em relação às operações matemáticas, que são móveis na inteligência, e em relação aos movimentos dos corpos físicos. A filosofia estuda as coisas que são - esta forma do presente do indicativo do verbo «ser» significa eternidade, imobilidade e imutabilidade.
No fundo, a filosofia engloba os princípios gerais de todas as ciências - o ser enquanto ser - e é o resíduo, a ossatura comum a todas as ciências. Estuda o que é invariável, imutável - nisto, Aristóteles é um platónico, considera imóveis as essências principiais e eternas- aquilo que não que devém. A física estuda as coisas que são, em movimento- as essências de esfera, dardo, onda, por exemplo. Mas cada ciência assenta num suporte imóvel, as essências eternas, e, portanto, assenta no objecto da filosofia que, como coluna vertebral, aguenta as ciências. Há os princípios imóveis, raíz da «árvore» do ser, princípios que fazem parte do ser. Na filosofia de Aristóteles, Deus é um dos princípios imóveis.
Ao dizer que o estudo dos primeiros princípios e das primeiras causas caem, hoje, na esfera da lógica, João Branquinho exprime o seu pendor para a filosofia "analítica".
Mas por que razão a lógica há de abarcar as primeiras causas e não apenas as segundas? Por que motivo há-de a lógica conter os primeiros princípios? Por que razão não poderá a lógica nascer do terreno principial do ilógico e os primeiros princípios escaparem à lógica? E a filosofia da ciência abarca os primeiros princípios, como diz João Branquinho? Terá capacidade para tal?
Em minha opinião, os primeiros princípios - como por exemplo, matéria ou espírito como fonte do universo, de tudo - continuam a ser objecto prioritário da filosofia da qual a ciência materialista é apenas uma versão. Não concordo pois que sejam a lógica ou a filosofia da ciência a absorver hoje o estudo dos primeiros princípios, das primeiras causas, como sustenta João Branquinho: é uma visão excessivamente positivista... Estes princípios são ainda objecto da metafísica ou filosofia primeira, como o eram há 2400 anos.
ARISTÓTELES NO LIVRO XI: FÍSICA, MATEMÁTICA E TEOLOGIA COMO AS CIÊNCIAS TEORÉTICAS
Aristóteles distingue no livro XI da Metafísica, três ciências teoréticas: a física, a matemática e a teologia. E, aparentemente pelo menos, omite a filosofia primeira, a metafísica racional.
«Por outro lado, posto que há uma ciência do que é, enquanto é e enquanto é separado, há-de observar-se se esta acaso se identifica com a física ou se, mais precisamente, é distinta dela. Certamente, a física trata das coisas que têm em si mesmas um princípio de movimento, enquanto que a matemática, por sua vez, é ciência teorética acerca de coisas que têm permanência, mas não existência separada. Portanto, alguma de estas ciências distintas se ocupa do que é separado e imóvel, se é que há alguma tal substância, quer dizer, separada e imóvel, algo que tratamos de demonstrar. E, se entre as coisas que são, existe uma tal natureza, ali estará também seguramente o divino, e ela será princípio primeiro e supremo. É, pois, evidente, que há três géneros de ciências teoréticas: Física, Matemáticas, Teologia. » (Aristóteles, Metafísica, Livro XI, 1064 a, 30-35, 1064 b, 1-5; o negrito é colocado por mim).
Assim, a filosofia é a ciência do que é - essências e relações eternas anteriores aos objectos físicos - e a teologia é a ciência do que é e separado- Deus, a inteligência suprema, imóvel, alheio ao mundo. Dir-se-ia que a teologia está contida na filosofia mas não esgota esta. A filosofia é a razão vertebradora da física, da matemática, das ciências teoréticas: é lógica, ontologia, eidologia (ou noologia).
A filosofia apreende, por exemplo, a essência de cavalo e o género animal, conceitos que são anteriores ontologicamente aos cavalos reais e animais reais e formula o juízo «Os cavalos são animais» que integra a espécie cavalo no género animal . Este juízo é uma relação. A física estuda os cavalos e os animais em geral no seu movimento local (phorá) e, se não estou em erro - isto é, se considerarmos a biologia incluída na física ou ciência geral da natureza- no seu movimento interno que é a geração (génesis), alteração (alloíosis), corrupção (phtorá).
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A grande maioria dos filósofos, inteligências superiores ou inteligências médio-elevadas, foram néscios a respeito da astrologia. Platão, Aristóteles, Marco Aurélio, Tomás de Aquino, Galileu, Kepler, Tycho Brahe, Paul Feyerabend reconheceram a realidade das influências planetárias sobre a vida física e social, colectiva e individual, na Terra, e alguns deles fizeram estudos matemático-astrológicos, convictos de que há uma astrologia científica - a astrologia não é senão uma matemática celeste, uma geometria descritiva, uma astronomia correlacionada com os factos histórico-sociais. Voltaire, Rousseau, Nietzschze, Marx, Kant, Hegel, Popper, Husserl, Santayana, Heidegger, Thomas Nagel, Simon Blackburn e tantos outros atacaram ou ignoraram a astrologia como "superstição" , "fantasia anti científica", "religião primitiva irracional". É do senso comum que «nenhum catedrático da área das ciências empíricas, da filosofia ou da sociologia deve defender a veracidade e a racionalidade da astrologia». Se o fizer, verá anulada a sua tese de doutoramento, como já sucedeu em França com um académico.
A verdade é que a astrologia científica é absolutamente racional e constitui uma ciência empírico-formal como a Física ou a Astronomia: há nela leis astronómicas exactas que servem de base à descoberta de leis astronómico- políticas e biosociais que regem as sociedades humanas no quotidiano. Considerar a História como ciência e a Astrologia Histórico-Social como superstição é absurdo: a Astrologia engloba a História Social e Política, quantifica ou matematiza os factos histórico-sociais e, portanto, é ainda mais científica do que a História Política, Económica e Social.
Quase todos os que atacam a astrologia nada sabem da sua base astronómica. Não sabem sequer, em regra, o que é um signo: julgam que se trata de um período de tempo de 30 dias que vai aproximadamente dos dias 21 oa 23 de um dado mês aos dias 20 a 22 do mês seguinte quando não é nada disso; um signo é uma porção de espaço de 30º graus de arco do Zodíaco, concebido como a faixa menos interior de um círculo celeste, e os doze signos são os doze fatias desse "pneu" de 360º que estão no céu o ano inteiro, a cada dia, hora, minuto e segundo.
A FALÁCIA DOS «13 SIGNOS», RESULTANTE DA CONFUSÃO ENTRE SIGNOS E CONSTELAÇÕES
Os néscios deixam-se enganar pela notícia televisiva falaciosa de que «a descoberta da constelação de Serpentário implica a criação de um 13º signo do Zodíaco e destrói a geometria dos signos em vigor.»´Isso é tão absurdo como dividir uma estrada de 12 quilómetros em 13 partes: cada divisão deixaria de ser um quilómetro exacto, do mesmo modo que cada um dos doze signos deixaria de ser um signo de 30º se tivesse de ceder 2º 30´ de arco a um 13º signo. Não há espaço na eclíptica para este. Essa falácia confunde as constelações - grupos de estrelas - com os signos - fatias de 30º cada um do céu, imutáveis, porque só dependem da distância ao ponto vernal (0º do signo de Carneiro), que o sol atravessa em 21 de Março de cada ano. A constelação do Serpentário está desde há milhares de anos alojada dentro do signo de Sagitário (de 6º a 25º deste signo), é um hóspede deste, tal como grande parte da constelação de Escorpião. Assim sendo, o Serpentário não cria signo nenhum: já é parte de um signo existente. Hoje o ponto vernal, grau 0º do signo de Carneiro, situa-se no grau 5º da constelação de Peixes e no ano 3000 esse ponto estará no grau 3º da constelação de Peixes mas não há confusão nenhuma nisso: os 12 signos são como uma auto-estrada imutável de 12 quilómetros e as constelações são comparáveis a casas que se derrubam ou constroem ao longo dessa auto-estrada.
AS LEIS ASTRONÓMICAS APLICADAS À VIDA DAS SOCIEDADES DESVENDAM LEIS ASTRONÓMICO-SOCIAIS
A descoberta das leis astrológicas, ou melhor, astronómico-histórico-sociais, faz-se não por dedução, mas por indução de dezenas ou centenas de milhar de factos históricos, sociais e biofísicos, comparando-os entre si e isolando as variáveis planetário-zodiacais comuns. Vou dar um exemplo. Descobri entre centenas de outras, a seguinte lei, que publiquei em livro, há anos:
ÁREA 14º A 20º DO SIGNO DE LEÃO:
EXPLOSÕES NOTÁVEIS DE BOMBAS
A passagem do Sol, de um planeta ou de um nodo lunar na área 14º-20º do signo de Leão (graus 134º a 140º da eclíptica ou trajectória aparente do sol) é condição necessária mas não suficiente para gerar explosões de bombas notáveis. Eis alguns exemplos:
Em 16 de Julho de 1945, com Mercúrio em 18º-20º do signo de Leão, rebenta em Alamo Gordo, Novo México, EUA, uma potente bomba atómica de fissão nuclear; em 6 de Agosto de 1945, com Plutão em 9º-10º e Sol em 13º-14º do signo de Leão, uma bomba atómica é lançada de um avião dos EUA sobre Hiroshima; em 22 de Setembro de 1949, com Plutão em 17º do signo de Leão, a URSS provoca a explosão da sua primeira bomba nuclear; em 3 de Outubro de 1952, com Nodo Sul da Lua em 20º de Leão, a Inglaterra faz explodir a sua primeira bomba nuclear; em 16 de Outubro de 1964, com Marte em 18º do signo de Leão, a China torna pública a explosão de uma sua bomba nuclear; em 19 de Abril de 1995, com Marte em 16º do signo de Leão, em Madrid, um carro armadilhado da ETA rebenta à passagem do veículo blindado do chefe do governo espanhol, José María Aznar, que escapa ileso; em 11 de Setembro de 2001, com Vénus em 17º-18º do signo de Leão, dois aviões de passageiros chocam contra as torres gémeas em Nova Iorque e um míssil é disparado contra a parede do Pentágono, em Washington, num "auto-atentado" que causa cerca de 2940 mortos, urdido pela elite política secreta mundialista dos EUA (Dick Cheney, Bush e outros).
Gostaria que algum desses cretinos - licenciados, mestres ou doutorados - que atacam a priori a astrologia, por pura lavagem ao cérebro «anti astrológica» a que foram submetidos, refutassem estes dados concretos e continuassem a jurar que não há bases nenhumas científicas para sustentar a correlação necessária entre posições planetárias e solares no Zodíaco e factos biofísicos, políticos, sociais e económicos na Terra...
A astrologia científica para a qual tenho dado um contributo fundamental durante décadas, sistematicamente silenciado por uma imprensa ao serviço da universidade obscurantista - contributo materializado, por exemplo, na escrita e publicação de «Sincronismos, Cabala e Graus do Zodíaco» (Editorial Estampa, Lisboa 2001), o primeiro livro na história da astrologia mundial a identificar cada grau do Zodíaco do ponto de vista político, económico, cultural, geográfico-nacional, religioso, artístico, anatómico, etc, e ainda na escrita e publicação de «Os acidentes em Lisboa na Astrologia-Astronomia, Astrology and accidents in USA» (Beja, 2008) livro bilingue, que expõe a novíssima teoria da equivalência biofísica e político-social entre os graus-minutos homólogos dos vários signos - é absolutamente distinta da psico-astrologia convertida em pseudo-astrologia pelos astrólogos comerciais do momento, através de medíocres prestações televisivas, de livros de previsões anuais e dos "horóscopos" dos jornais e revistas da especialidade.
A LEI ASTRONÓMICA DOS DESAIRES DO PARTIDO SOCIALISTA QUANDO UM PLANETA TRANSITA 14º-17º DO SIGNO DE SAGITÁRIO FOI CONFIRMADA NAS PRESIDENCIAIS DE 23 DE JANEIRO DE 2011
As eleições presidenciais em Portugal de 23 de Janeiro de 2011, com Vénus a transitar 16º-17º de Sagitário ( dito de outro modo: nos graus 256º-257º da eclíptica, uma vez que o grau 0º de Sagitário é o grau 240 da eclíptica e o grau 30 de Sagitário ou 0º de Capricórnio é o grau 270 da eclíptica), confirmaram a seguinte lei astronómica:
A passagem do Sol, de um Nodo da Lua ou de um planeta na área 14º-17º de Sagitário, é condição necessária mas não suficiente para provocar a queda de um governo do Partido Socialista Português ou uma derrota eleitoral de este ou outro facto político infausto. Exemplos:
Em 8 de Dezembro de 1977, com Neptuno em 15º de Sagitário, o governo PS de Mário Soares é derrubado no parlamento ao ser rejeitada a moção de confiança; em 27 de Julho de 1978, com Neptuno em 15º de Sagitário, o presidente Ramalho Eanes destitui Mário Soares, líder do PS, do cargo de primeiro-ministro, dias depois de os ministros CDS abandonarem o governo; em 13 de Junho de 1985, com Úrano em 15º de Sagitário, os ministros e secretários de Estado do PSD abandonam o governo de coligação PS-PSD, chefiado pelo socialista Mário Soares, precipitando a queda do governo; em 6 de Outubro de 1985, com Úrano em 14º de Sagitário, o PS é clamorosamente derrotado, com 20% de votos, em eleições legislativas, pelo PSD de Cavaco Silva, com 29% de votos, o que origina a subida ao poder de um governo minoritário do PSD, ancorado no PRD de Hermínio Martinho; em 28 de Fevereiro de 1986, com Marte em 14º de Sagitário, o primeiro-ministro sueco, o socialista Olof Palme, amigo de Mário Soares e do PS português, é assassinado a tiro em Estocolmo, presumivelmente por Roberto Thierne, genro do ditador fascista chileno Augusto Pinochet; em 19 de Julho de 1987, com Saturno em 14º de Sagitário, o PSD de Cavaco Silva vence com maioria absoluta as eleições legislativas derrotando o PS de Vítor Constâncio; em 16 de Dezembro de 2001, com Vénus em 17º-18º de Sagitário, o PS é derrotado em eleições autárquicas e o primeiro-ministro socialista católico António Guterres demite-se, fazendo cair o governo; em 17 de Março de 2002, com Plutão em 17º de Sagitário, o PSD de Durão Barroso derrota o PS de Ferro Rodrigues em eleições legislativas e fica apto a formar governo de coligação com o CDS de Paulo Portas; em 23 de Janeiro de 2011, com Vénus em 16º-17º de Sagitário, Cavaco Silva, candidato liberal-conservador, é reeleito presidente da república portuguesa com 52,9 % dos votos válidos, derrotando o candidato formal do PS, Manuel Alegre, que colhe 19,8% de votos, e o candidato independente Fernando Nobre, apoiado pela ala direita do PS, o qual obtém 14,1% de votos.
É extremamente verosímil crer que há, por conseguinte, determinismo planetário, leis astrais exactas, na eclosão de todos os factos políticos, sociais, económicos, culturais que dia a dia constituem o fluir do rio da vida humana na Terra. Temos uma ciência astrológica capaz de fazer previsões sustentadas na indução dos factos históricos, numa perspectiva positivista.
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