Sexta-feira, 11 de Maio de 2018
Esther Vilar: a essência poligâmica do homem e a manipulação exercida pelas mulheres

 

 

Em um excelente ensaio sobre sexualidade, intitulado «O Sexo polígamo», publicado em 1974 em Munique, Esther Villar, escritora argentino-alemã, nascida em Buenos Aires em 16 de Setembro de 1935, uma feminista muito inteligente, desenvolveu a tese de que as mulheres são as principais responsáveis da sua própria infelicidade por manipularem os instintos dos homens: oferecem-lhes sexo, elogios, «amor» e «romance» para os controlarem emocional e socialmente, etc. 

 

Assim, sustentou, no seu livro «O homem domado» que, ao contrário do que dizem as feministas, as mulheres, nas sociedades industrializadas, não são oprimidas mas, na verdade, beneficiam de um sistema bem estruturado de manipulação dos homens que domestica estes como "maridos fiéis" e "bons chefes de família", "bons empresários", "bons cristãos", etc. Esther Vilar recebeu ameaças de morte, como Salman Rushdie, e foi classificada de "sexista" e de "fascista" por feministas radicais. Segundo Esther, cada homem possui duas tendências que o levam a conquistar amorosamente a mulher: o instinto nutriente ou protector, que o leva a ter uma esposa que respeita e ama como se fosse pai; o instinto sexual puro, que o leva a buscar uma amante ou sucessivas amantes ou mesmo prostitutas de rua. Assim todos os homens são polígamos, potencialmente.

 

Escreve Esther Vilar: 

«A poligamia simultânea é a verdadeira poligamia: o homem possui várias mulheres e deseja conservá-las todas só para si. A poligamia sucessiva está escalonada no tempo: o homem tem duas mulheres mas desembaraça-se de uma antes de se encarregar da outra. A poligamia esporádica é ocasional, como o seu nome indica; na poligamia simbólica, o homem satisfaz o seu instinto sexual sem companheira. Um homem rico decidir-se-á pela poligamia simultânea ou sucessiva e geralmente não concederá qualquer valor à poligamia esporádica ou à simbólica.»

 

«É no polígamo simultâneo - o homem que tem ao mesmo tempo esposa e amante - que mais claramente se manifesta o abismo que separa o objecto protegido do objecto sexual. O protector não abandona o objecto que protege, garante mesmo as suas necessidades melhor que antes, mas desde o início do seu período polígamo, toda a relação sexual com o objecto protegido torna-se uma farsa. É de supor que o homem que encontrou uma verdadeira parceira sexual preferirá não ter mais qualquer relação deste género com o objecto da sua proteção. Para lhe evitar toda a mágoa - o que faz parte do seu papel de protector - dedica-lhe apesar de tudo, algum tempo, mas tão directamente, tão simplesmente quanto possível. Dali em diante reserva para a outra todos os matizes do seu erotismo.Não obstante esta hipocrisia, não obstante a angústia de ser descoberto e do aumento dos seus encargos financeiros, o polígamo simultâneo - aquele que pode satisfazer ao mesmo tempo o seu instinto sexual e o seu instinto nutriente sobre dois objectos diferentes - parece mais descontraído do que na época em que era monógamo. Considera este sentimento de plenitude como a prova da existência, em todos os homens, de uma predisposição para a poligamia.» 

 

«Mas dá-se então algo de curioso: em vez de confessar o seu novo amor, continua a empregar esta palavra para definir o sentimento que experimenta pela sua esposa, pelo objecto da sua proteção. E pelo contrário, pretende estar apenas dominado por uma espécie de «embriaguês», de uma "possessão provisória" por parte da sua "amante" como aliás se explica pela palavra francesa (maitresse). Fala das suas relações com ela - dos sentimentos para com a mulher que é afinal a sua verdadeira mulher - como algo de inferior, por vezes mesmo de detestável. Tem a impressão de ter "caído" na devassidão; esta mulher, pensa ele, apela "para os seus mais baixos instintos". Se a sua esposa um dia lhe dirige censuras, declara-lhe que não a compreende: porque com a outra não há mais do que um "assunto sexual" que nada tem a ver com o amor

 

(Esther Vilar, Sexo Polígamo, Editorial Futura, Carlos & Reis Lda, Lisboa, 1978, pp. 65-66; o destaque a negrito é posto por nós).

 

O COMPORTAMENTO INTERESSEIRO E ANTI-AMOR DAS MULHERES

 

A sociedade matriarcal que aí está oferece às mulheres um modelo dominante de esposa, e elas seguem-no preferencialmente. Optam por suscitar o altruísmo dos esposos, a segurança, não por estimular a paixão destes e recusam ser os objectos altamente eróticos destes, isto é, menorizam o amor erótico. Escreve Esther Vilar:

 

«A mulher tem a escolha: pode fazer do homem o seu pai adoptivo ou o seu amante, pode jogar na compaixão ou no desejo sexual do seu companheiro. Enquanto desempenhar o papel de filha que é preciso proteger, provará incontestavelmente que prefere ser objecto de compaixão. Enquanto quiser ser, sob todos os pontos de vista, a mais fraca, a mais nova e a mais tola, enquanto desejar que o homem lhe seja superior, dirigir-se-á abertamente ao altruísmo do seu companheiro, não ao seu amor.»

«Conscientemente, a mulher extravia os sentimentos do homem: tem o aspecto de um ser adulto e um comportamento infantil, exige paixão, porém conserva a cabeça fria, e quando fala de ternura, para ela esta palavra significa proteção. Priva os dois sexos de amor, ela própria a ele renuncia voluntariamente, devendo o homem contentar-se com aquilo que ela permite subsistir: "Aquele que ama verdadeiramente, diz ela, pensa em primeiro lugar na felicidade do seu par." Assim é a definição que a mulher dá de amor e o homem esforça-se por proceder de acordo com isto.»

(Esther Vilar, Sexo Polígamo, Editorial Futura, Carlos & Reis Lda, Lisboa, 1978, pp. 127-128; o destaque a negrito é posto por nós).

 

AS CONDIÇÕES PARA UM VERDADEIRO AMOR HOMEM-MULHER

 

Segundo Esther Vilar, a poligamia não é inevitável no que se refere aos homens e às mulheres. O amor eterno, monógamo, baseado na paixão erótica e na comunhão espiritual, no ciúme e na fidelidade, é possível, embora muito raro: é preciso ter muito boa sorte para encontrar a alma gémea e acasalar com ela. Escreve Esther:

 

«1. O AMOR É MONÓGAMO

«Certamente que posso deixar-me amar por dois parceiros, mas não posso amar mais que um.» (...)

2. O AMOR É CIUMENTO

«Se o meu amado definiu uma outra, que não eu, pelo seu amor eu perco a minha individualidade. Torno-me como a outra que ama aquele que eu amo (uma vez que o amor é monógamo ele não ama ninguém, mas disso não tenho eu consciência) eu torno-me uma espécie de duplo. Para que volte a ser única, tenho de matar o meu duplo ou procurar outro amante».

«O ciúme não é um sinal absoluto de amor, mas não pode haver amor sem ciúme. A tolerância não é uma prova de amor mas precisamente o seu contrário. » (...)

 

«3. O AMOR É FIEL.

«Se empreendo qualquer coisa de que o meu parceiro actual nada sabe, as definições que de mim dê já não são precisas. A infidelidade sexual só é possível se eu não conceder, para assim o dizer, qualquer valor às suas definições; se eu já não o amar.»

«Pode o amor durar

«O amor entre um homem e uma mulher pode durar toda a vida. Não existe qualquer razão constrangedora para que um casal que pelos dezassete anos sente um amor recíproco não o continue a sentir com setenta anos. Se tal sentimento é raro na prática isso é devido a causas que já mencionámos: por um lado, avalia-se o amor entre um homem e uma mulher pelo amor pelo próximo; por outro, a oferta de parceiros adequados é insuficiente.»

«O que é em amor um parceiro adequado? Recordemos as duas condições prévias para que possa haver amor entre um homem e uma mulher:

a) A maior oposição possível do ponto de vista físico.

b) A maior semelhança possível do ponto de vista intelectual.» (...)

«Escolhemos instintivamente o parceiro que manifestamente difere de nós do ponto de vista físico.»

«Mas quase sempre, a semelhança intelectual fraqueja. Contudo é indispensável pelas seguintes razões:

«1. Quando um parceiro sexual é muito mais estúpido que o outro, este quer instintivamente manobrá-lo. Quem quer que satisfaça o seu desejo sexual com um inferior tem a impressão de abusar dele. Este tipo de sexualidade origina sempre um comportamento sexual errado (incesto, poligamia) e um sentimento de culpa (castidade).»

«2. Quando a semelhança intelectual falha, os parceiros não podem definir-se reciprocamente. O intelectualmente mais fraco não pode precisar ao outro o que ele é, nem compreendê-lo.»

(Esther Vilar, Sexo Polígamo, Editorial Futura, Carlos & Reis Lda, Lisboa, 1978, pp. 90-92; o destaque a negrito é posto por nós).

 

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Sexta-feira, 29 de Julho de 2016
O ateísmo espiritualista de Osho

Osho ou Bhagwan Shree Rajneesh (Kuchwada, Índia 11 de Dezembro de 1931- Puna, Índia, 19 de Janeiro de 1990) filósofo e místico indiano, defende que Deus nunca existiu, que a reencarnação é lei geral da existência, que a sexualidade é a energia libertadora mais poderosa  e que o homem que se apercebe disso e medita racionalmente atinge o estado de um Buda ou iluminado:


 «É absolutamente necessário que Deus esteja morto. Mas eu quero que compreenda o meu ponto de vista. Foi bom Friederich Nietzsche ter declarado que Deus estava morto. Eu declaro que ele nunca nasceu. É uma ficção criada, uma invenção, não uma descoberta (..)
«Eu quero destruir todos os sistemas de crenças, todas as teologias, todas as religiões. (…) A verdadeira medicina não é um sistema de crenças; a verdadeira medicina é a meditação (Osho, A conspiração de Deus, Editora Pergaminho, pp. 50-51).

E acrescenta:

«O padre sabe perfeitamente que Deus não existe. Ele é a única pessoa que o sabe perfeitamente. Mas é a sua profissão; ele vive de explorar as pessoas. Por isso, persiste em afirmar que Deus existe. Deus é o seu negócio. E quando é uma questão de negócio, é uma questão de subsistência. »

«E há milhões de padres, pertencentes a diferentes religiões. Há diferentes tipos de padres em cada país, mas todos eles exploram as pessoas a oferecer-lhes consolo. "Este casamento vai ser ótimo." E todos os casamentos são uma tragédia. Eu nunca vi um casamento que fosse uma comédia. »

«As pessoas só podem ser felizes se não forem casadas- Assim têm uma certa liberdade. É a partir desta liberdade que decidem permanecer juntas, não a partir de um contrato ou negócio qualquer, ou por serem forçadas pela sociedade. Não por causa de nenhuma lei - mas por causa de amor. - estão juntas apenas por amor e quando o amor falha...»

«E tudo falha, lembre-se. É ficção dos poetas que o amor é eterno. Não, o amor que você conhece não é eterno, e o amor que os poetas conhecem não é eterno; desvanece-se. Mantém-se se os amantes não se encontrarem.»

 

(Osho, A conspiração de Deus, Editora Pergaminho, pp. 276-277; o negrito é posto por nós).

 

O CASAMENTO ABERTO OU O FIM DA MONOGAMIA

Osho ataca todas as religiões na medida em que pregam a repressão sexual («Não cometas adultério», «Não penses em outras mulheres ou homens mas apenas no teu cônjugue», «Não vestirá o homem de mulher nem a mulher de homem») fechando as pessoas no casamento monogâmico que traz o sentimento de posse, o ciúme, a raiva no seio do casal.

 

«Se a sociedade fosse governada por gente inteligente - e não por gente que apenas deseja explorar - que procurasse satisfazera sua natureza até ao limite possível, o ciúme não existiria. A esposa compreenderia que, de vez em quando, o seu marido precisasse de outra mulher, "exatamente como eu também preciso de outro homem", E isso é perfeitamente natural. Somos todos seres humanos.»
 «Onde está o mal de mudarmos de parceiro de ténis todos os dias? Há motivos para ciúmes? Claro que não.» (...)

 

«Quando não há ciúme não há raiva (...) Não acha que isso permitirá que a amizade cresça entre duas pessoas?» Um homem que conceda liberdade à sua esposa, uma esposa que conceda liberdade ao seu marido, isso implica a existência de uma grande amizade, de uma grande intimidade.»
 «A mulher pode dizer ao marido como era o outro homem. O marido pode descrever à mulher como eram as coisas com a outra mulher. Não precisam de esconder. A amizade torna possível este tipo de proximidade e intimidade. Porém as sociedades do passado nunca quiseram que isso acontecesse. Queriam que as pessoas vivessem na rotina: unir uma mulher e um homem para sempre é iniciar uma peregrinação em direção ao tédio consumado. Estas pessoas entediadas, sofredoras não podem revoltar-se. Não podem atingir o clímax da inteligência: o tédio não pára de destruir qualquer espécie de possibilidade.» (OSHO, O livro do sexo, Pergaminho, pp. 208-209).

 

Osho critica não só o casamento por interesse material, difundido na Índia, como o sexo animal puro fácil que impera no Ocidente do «amor ivre»:

«O amor confia sempre ou então chega à conclusão de que a confiança não é possível e parte de uma maneira agradável; sem lutas nem conflitos. O sexo cria o ciúme; encontre, descubra o amor. Não faça do sexo a questão principal - porque não o é.»
«A Índia perdeu esssa possibilidade com os casamentos de conveniência; o Ocidente está a perdê-la devido ao "amor livre". »

«A Índia perdeu a capacidade de amar, porque os pais eram muito calculistas e menipuladores. Não permitiam que os seus filhos conhecessem o amor: isso é perigoso, ninguém sabe no que vai resultar. Foram muito espertos e, devido a essa esperteza, a Índia desperdiçou a sua possibilidade de amar.»«No Ocidente, as pessoas estão todas muito revoltadas, são demasiado jovens; não são espertas - são demasiado jovens e acriançadas. Tornaram o sexo uma coisa livre, disponível em todos os cantos e esquinas; não há necessidade de ir muito longe para descobrir o amor, basta gozá-lo e terminar num instante seguinte.»

 

«Através do sexo, o Ocidente está a perder-se; através do casamento, perdeu-se o Oriente. Mas, se estiver alerta, não precisa de ser oriental nem ocidental.» (OSHO, O livro do sexo, pp 236-237; o negrito é colocado por nós)

 

 

A NATUREZA BISSEXUAL DE TODOS OS SERES HUMANOS

 

Osho proclamou a bissexualidade psíquica como natureza de todos os seres humanos. Portanto, há que aceitar a diversidade dos comportamentos sexuais, com toda a liberdade, e rejeitar todas as religiões e os respectivos deuses na medida em que estas reprimem ou condicionam a sexualidade livre e espontânea e castram psiquicamente homens e mulheres.

 

«O Tantra diz que todos os homens e mulheres são bissexuais. Um homem não é simplesmente um homem. Á sua maneira, é também uma mulher. O mesmo se aplica à mulher. No seu íntimo, esconde-se um homem. Donde, todo o indivíduo, homem ou mulher, é bissexual. O oposto está escondido na camada mais profunda.»
 «Na meditação profunda, dá-se um orgasmo sexual - não com alguém exterior a si, mas com o seu pólo interior oposto. É ali que se encontram: o seu lado feminino e o seu lado masculino. Esse encontro é espiritual e não físico. O yin e o yang interpenetram-se» (Osho, O livro do sexo, pág. 213).

 

 

A CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL É IMORTAL, DEUS NÃO EXISTE

 

Mas o ateísmo de Osho pressupõe a imortalidade da consciência humana

 

«A morte não destrói nada. Os cinco elementos do corpo são reabsorvidos de volta para a sua origem, e quanto à consciência há duas hipóteses: se não conheceu meditação, irá passar para outro ventre; se conheceu a meditação, se conheceu a sua eternidade, passará para o cosmos e desaparecerá na vastidão da existência. E esse desaparecimento é o momento alto da vida, em que se unifica com a sua origem, em que regressa e desaparece nela. »
«A religião autêntica não precisa de nenhum Deus, não precisa de nenhum padre. Não se esqueça: basta que explore o seu mundo interior.
«Essa exploração é o que eu chamo Zen. Em sânscrito chama-se dhyran; em chinês chama-se ch´an; em japonês chama-se zen. Mas é a mesma palavra. Dirigir-se ao seu interior, alcançar o ponto a partir do qual pode olhar, uma porta que se abre para o cosmos divino. Nesse ponto, você é um buda» (Osho, A conspiração de Deus, Pergaminho, pp. 279-280, o negrito é adicionado por nós).

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Segunda-feira, 11 de Abril de 2016
Notas, filosóficas ou não, de Abril de 2016

 

 

 

Eis alguns pensamentos soltos do meu diário mágico, filosófico e existencial, nesta fria primavera de Abril de 2016.

 

E SE O UNIVERSO FOSSE MÁGICO E TE OBEDECESSE? Não ficarias mais calma/o e não abdicarias de certos desejos e preocupações que agora te assaltam?

 

É UMA LIBERDADE INCRÍVEL quando me desligo de ti e não temo perder-te porque afinal há muitas mulheres belas no mundo e és trocável ( «se ao fim de 15 dias esta mulher que leva na mala da imaginação não servir pode voltar à nossa loja, aceitamos trocas e devoluções»).

 

AMO-TE PORQUE SOU RAZOAVELMENTE OU ESSENCIALMENTE EGOCÊNTRICO. Se eu fosse totalmente altruísta não tinha casa, nem emprego nem dinheiro porque dava tudo o que tenho, como uma árvore que explode em mil pedaços mas só um desses pedaços te beneficiaria a ti. Amaria a todos e não amaria ninguém em particular. Assim, o meu egocentrismo moderado - partilho contigo o meu salário, a minha casa, os meus livros, a minha mesa- faz de ti uma mulher beneficiada, amada por mim e emocionalmente feliz.

 

TODOS OS HOMENS HETEROSSEXUAIS AMAM DUAS MULHERES EM SILMULTÂNEO: A ESPOSA OU A NAMORADA E A AMANTE VIRTUAL. Mas nunca confessam esta duplicidade, inevitável no psiquismo masculino. Pois se amam o Sol (a esposa, a namorada oficial) amam inevitavelmente a Lua (a rapariga bela com quem se cruzam na rua, no emprego, ou no ginásio, ou no cinema, ou no café pastelaria). Os contrários suscitam-se um ao outro. Onde há fidelidade no comportamento social, há infidelidade no pensamento.


Aliás é saudável um homem amar duas mulheres ao mesmo tempo: revela um coração generoso, quente, onde cabem duas mulheres. A lei deveria permitir o casamento poligâmico, a bigamia, e se o não faz é por influência do catolicismo e do judaísmo, que erroneamente, limitam o casamento à forma monogâmica (um homem só pode desposar uma mulher de cada vez e vice-versa). Na base desta crença religiosa está a propriedade privada da riqueza, dos meios de produção de transporte e troca (fábricas, terras, lojas, barcos de pesca, aviões, etc). Porque haveria Deus de importar-se que um homem durma com duas mulheres desde que as faça felizes?

 

É O AMOR ESPIRITUAL QUE FAZ NASCER A ATRAÇÃO SEXUAL FÍSICA E QUÍMICA OU É ESTA ÚLTIMA QUE FAZ NASCER O AMOR ESPIRITUAL? Eis o grande mistério. Espiritualismo contra materialismo. Deixarei de estar apaixonado por ti quando fores velha e feia... (ahah, ainda és muito jovem).

 

NINGUÉM GOSTA DE TI SEM FALHAS - As pessoas só gostam continuamente de si mesmas e só gostam de ti acidentalmente, enquanto lhes és útil ou bela/belo de aspecto, ou conversador/a amigável, ou lhes emprestas dinheiro ou lhes pagas o salário ou as ensinas profissional e artisticamente. Mas não te incomodes: os deuses amam-te e estão lá em cima ou nos troncos dos sobreiros e nos olivais e ouvem os teus queixumes.

 

O ARCO-ÍRIS A SUDOESTE. 11 de Abril de 2016. De tarde, procurei um lugar propício à invocação dos deuses dos quatro pontos cardeais, no campo alentejano perto de Beja. Depois de invocar os Silfos e as Sílfides, Espíritos do Ar médio, e os deuses do Este, notei, a sudoeste, numa zona de núvens escuras um fragmento do arco-íris. Que lindo! Eram 18 horas e 45 minutos. As minhas invocações por excelência à divindade têm lugar no campo, a «catedral» aberta, onde a abóbada é o próprio céu.. O arco-íris pareceu-me um sinal de Deus para um pedido pessoal de suma importância, aguardemos o resto da semana...

 

SE INVOCARMOS OS DEUSES receberemos sinais de que nos ouvem ainda que não nos possam sempre favorecer porque há a Moira, o destino, o relógio cósmico inexorável.

 

PEGUEI NA IMAGEM DO MENINO JESUS E PU-LA AO COLO, EMBALEI-A COMO UMA CRIANÇA. Creio que tinha frio. Fiz de pai - as minhas filhas já são adultas - e confidenciei-lhe alguns dos meus sonhos. Dei um beijinho neste bebé de barro. Não, isto não é ser maluco! As imagens são condensadores do espírito. Ser maluco é agredir fisicamente a mulher ou a namorada por ciúmes, mesquinhez. etc. Nesta linha de pensamento, um amigo diz-me : «Vi um dia o meu pai beijar com amor verdadeiro uma das suas laranjeiras. E achei bem.»

 

NÃO TENTES SER MAIS FELIZ. Tenta, sim, manter a felicidade que tens. Tens saúde? Ah, reumatismo? Bronquite? Faz dieta de maçãs, comendo 10 maçãs por dia e evita comer carnes e sal. Tens boas relações no teu emprego? Evita as pessoas nocivas, asfixiantes. São Francisco de Assis foi assaltado por ladrões, agredido e atirado para dentro de uma cova e levantou-se e prosseguiu o seu caminho cantando e louvando a Deus. Podes parar de te lamentar, por favor? Já não posso ouvir-te.

 

FIM DE TARDE, ORAR AO CÉU COM NUVENS. 19.30 horas de 18 de Abril de 2016. Caminho junto ao edifício dos correios em Beja. E olho o céu coberto de flocos de nuvens mas ainda azul. Apetece prolongar o passeio e entrar no campo alentejano, onde as searas estão verdes e há papoilas vermelhas aqui e acolá. O campo é a minha catedral. Hoje é um dia fantástico de desbloqueio: até recebi 4 credenciais para no dia 21 levar quatro turmas de alunos a visitar a Ovibeja, grande feira agro-pecuária do Baixo Alentejo. Apetece ir para o campo e orar, criar uma abertura vertical para o transcendente, no céu. Não em obediência à igreja católica romana com a sua hierarquia: em homenagem à Virgem e a Jesus. Aos espíritos da Terra, do Ar, do Fogo e da Água do paganismo. Somos cátaros, somos wiccans - pese embora a contradição.

 

E pus o retrato do padre Pio de Pietrelcina (Francesco Forgione, nascido a 25 de Maio de 1887, filho de Horácio Forgione), místico, sorridente, no meu altar cristão, budista e taoísta, de tão feliz que estou hoje. Tenho também um altar neopagão, à deusa do Prazer e da Sexualidade, pois não consigo a ascese nesse campo. Jogo pois em dois campos, sirvo a dois Deuses ao mesmo tempo. Templarismo, gnose, ecletismo.. tanto me faz. Não se pode é perder a ligação ao Alto, o axis mundis (eixo do mundo). Nós, alentejanos, de raíz ou adotados, somos naturalmente religiosos: a planície infinita é a Deusa, a Grande Mãe Natureza, o Céu, de imensa abóbada, é o Pai

 

A SAGRADA CÓPULA. Além do meu lado gnóstico, tenho um lado Wiccan ( hierofante mágico da natureza). Para mim, o acto sexual é sagrado e um homem não o deve fazer com qualquer mulher. Apenas com as que incarnam a beleza de Vénus, de Vénus/Babalon ou de Hecate a Triforme, deusa do mundo subterrâneo. Aliás as bruxas que veneram Hecate são, em regra, raparigas muito belas e não velhas feias. O corpo da mulher deve ser perfeito porque é o altar dessa «missa» selvagem, mais ou menos ritualizada, que é a união sexual homem-mulher. A Deusa deve estar presente nesse momento culminante. Todos os actos de amor e prazer pertencem à Deusa.

 

AS JOVENS AGED VINTE E PICO E CROSSDRESSING. Almoço com a Ana para discutirmos uma hipótese de filme centrado no mistério do crossdressing não homo. Digo: «Nenhuma das possíveis actrizes de 20 a 25 anos a quem propus o papel no filme aceitou até agora. E uma faria de deusa Babalon». Ela responde: «Não vês que as raparigas de 20-28 anos ainda vêem o amor e o sexo de forma bastante idílica, segundo o arquétipo do homem tradicional e da mulher tradicional? Chocam-se com uma configuração diferente no vestuário - o homem travestido, a mulher masculinizada - e na postura. Esses papéis são para mulheres mais velhas, acima dos 40, com outro corpo, que já viveram o prazer e deram prazer e têm uma mente aberta. E a deusa deve estar acima dos 40.» Digo: «Grande perspicácia». E Ana diz: «Já reparaste na semelhança entre ASCÉTICO e ASSEPTICO? A ascese é um estado de assepsia... Eu prefiro a criação, a construção de algo.»

 

OLHO-ME AO ESPELHO E VEJO QUE ESTOU MUITO VELHO DE ASPECTO. Agora percebo por que razão aquelas mulheres com metade da minha idade ou um pouco menos não me ligam, não se deixam conquistar. E percebo por que razão gosto de me travestir. É pecado? Os deuses não são duros connosco? Tenho de habituar-me à solidão - até porque não aturo mulheres da minha idade ou 10 ou 15 anos mais novas. São demasiado idosas para mim. Eu amaria ser eternamente jovem e belo. E copular as mulheres modelo Vénus da perfeição. Porque a cópula é melhor que beber copos.

 

SINAIS NAS NUVENS - Ontem, 26 de Abril de 2016, estava a jantar às 19.30 horas, olhei o céu azul da cidade de Beja e vejo a norte duas curiosas nuvens: a da esquerda em forma de C e a da direita em forma de X. Perguntei.me: indicará o X o resultado do Manchester City-Real Madrid, jogo que está quase a começar? Confirmei, horas depois, que o resultado foi 0-0, isto é, um X no sistema 1X2 de apostas. Mas e o significado do C? Parece ser o de Cristiano (C) Ronaldo não ter jogado por lesão. As nuvens dão sinais. A natureza é vidente, é um organismo vivo, o cosmos é uma mulher, um animal que nos estimula e alimenta, um organismo inteligente.

 

ZIZEK, A FRAUDE FILOSÓFICA- Slavoj Zizeck é o ícone de uma certa esquerda «light», pós comunista leninista. É um pensador limitado: não consegue sequer intuir que a liberdade não existe, que tudo está predestinado pelos movimentos planetários. E bebe muito em Jacques Lacan. A sua suposta genialidade é duvidosa. É um tribuno, um politólogo com uma retórica poderosa. Edgar Morin é ou era mais fecundo que Zizek mas deixou de estar na moda. À beira de um Sigmund Freud, de um Carl Jung, de um Jules Evola, de um Paul Feyerabend, Zizek é quase nada. Os filósofos são, quase todos, moderadamente estúpidos, falta-lhes um fecho de abóbada do pensamento: só quando se afastam, em certa medida, da «racionalidade» filosófica e se acercam do mito é que alguns se tornam verdadeiramente inteligentes.

 

SINCRONISMOS FONÉTICOS - Em 5 e 6 de Abril de 2016, as ideias de PROSTITUIÇÂO, MARROCOS, PEDRO ABRUNHOSA, MOURA estão em destaque: no dia 5, recebo um convite para ir a MOURA assistir ao lançamento do livro «Castelo de MOURA - escavações arqueológicas», o teatro Pax Julia em Beja exibe, em sessão única, o filme marroquino «Muito amadas», a história de quatro PROSTITUTAS muito dignas que, em Marrocos, sustentam as famílias e sofrem a violência machista; no dia 6, o parlamento francês aprova uma nova lei que regulamenta a prática da prostituição no país, lei que impõe que as PROSTITUTAS não correm mais risco de serem multadas, mas os clientes poderão ser sancionados, tornando a França o quinto país europeu a sancionar os clientes da prostituição, após a Suécia, Noruega, Islândia e Reino Unido, o canal de TV por cabo Kitchen mostra um cozinheiro europeu ou norte-americano a fazer culinária em MARROCOS, coloco na minha página de FB um vídeo musical de PEDRO ABRUNHOSA e horas depois PEDRO ABRUNHOSA canta com Ana MOURA no telejornal da TVI.

  

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