Este blog completa hoje, 4 de Fevereiro de 2016, 10 anos de existência. Incómodo e útil para muitos filósofos e professores de filosofia, licenciados, mestres ou doutorados, é um blog de luta incansável pela verdade, pelo combate aos paralogismos que reinam em muitas doutrinas filosóficas, em particular na corrente da filosofia analítica e na fenomenologia heideggeriana, e nos manuais escolares.
Quebramos o bezerro de oiro da veneração a muitos filósofos consagrados. Platão, Aristóteles, Hume, Kant, Hegel, Husserl ou Heidegger eram bons mas não tão profundos que conseguissem ver o óbvio: a predestinação de todos os factos sociais e biofísicos pelos movimentos dos planetas e do sol no Zodíaco. Este blog desenvolveu artigos de astrologia histórica, disciplina científica que impulsionamos em moldes originais. Os deuses têm-nos sido favoráveis. Muitos artigos deste blog mereciam ser publicados nas melhores revistas de filosofia a nível mundial; porque são contributos inovadores para a filosofia. Não são divulgados por outrém porque não reverenciamos os foruns, as revistas e as cátedras filosóficas e a filosofia institucional é um mundo de vaidades, de barões ciosos dos seus títulos. Expusemos a correcta interpretação da ontognoseologia de Kant que a generalidade dos professores de filosofia formula confusamente. Expusemos a nossa teoria de sincronismos ontofonéticos, resultante da convergência entre a história social quotidiana e a temura da Kaballah.
O espectáculo de vaidades no campo filosófico e alguns actos de censura por parte da elite académica de que fomos alvo leva-nos a desprezar essas luzes da ribalta.
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© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
É o fenomenismo uma teoria ontológica ou meramente gnosiológica?
Nigel Warburton distingue o fenomenismo do idealismo de forma errónea: não se apercebe que fenomenismo é uma concepção anti-metafísica, gnosiológica, ao passo que idealismo e realismo ontológicos são concepções metafísicas, ontológicas.
«Tal como o idealismo, o fenomenismo é uma teoria da percepção baseada na ideia de que só temos acesso à experiência sensorial e não ao mundo exterior. Mas difere do idealismo na sua explicação dos objectos físicos. Ao passo que os idealistas defendem que a nossa noção de objecto físico é uma abreviatura de um grupo de experiências sensoriais, fenomenistas como John Stuart Mill pensam que os objectos físicos podem ser completamente descritos em termos de padrões de experiências sensoriais efectivas ou possíveis.» (...)
«Um fenomenista é como alguém encurralado no seu próprio cinema privado, a ver filmes. Mas, ao contrário do idealista, que acredita que as coisas representadas no ecrã deixam de existir quando não estão a ser projectadas, o fenomenista acredita que estes objectos continuam a existir enquanto experiências possíveis, mesmo que não estejam a ser projectados no ecrã nesse momento.» (Nigel Warburton, Elementos básicos de Filosofia, Gradiva, Lisboa, 2007, pags 171-172; o negrito é nosso).
É falso que os idealistas em geral reduzam a existência dos objectos ao tempo em que os percepcionamos. Kant era idealista e não escreveu, em parte alguma, que o rio Danúbio deixava de existir quando não estivéssemos a contemplá-lo. O que Warburton designa por fenomenismo é o realismo fenomenista, a forma extrema do realismo crítico: há um mundo material transcendente a nós, incognoscível, porque as formas, cores, cheiros, sons, movimentos que captamos não reproduzem o mundo material como ele é, distorcem-no.
Para contrariar a confusão gerada por Nigel Warburton, na qual naufraga uma grande parte dos professores de filosofia, diremos o seguinte, em abono da verdade: Kant era idealista e fenomenista, em simultâneo. Alguém nos consegue explicar como é possível? Warburton, seguramente, não é ou não foi capaz de o fazer...
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A generalidade dos autores de manuais escolares vinculados à filosofia analítica considera que os argumentos indutivos admitem graus de verosimilhança e que os argumentos dedutivos não possuem verosimilhança.
Ouçamos J.Neves Vicente (o negrito é nosso):
«Vimos já que os argumentos dedutivos ou são válidos ou são inválidos. Não há meio termo. Os argumentos indutivos, esses sim, é que admitem graus: podem ser mais ou menos fortes, mais ou menos verosímeis, mais ou menos prováveis.» (J.Neves Vicente, «Razão e Diálogo», manual de Filosofia do 11º ano, Porto Editora, Porto, pag 26).
É um erro. Há argumentos dedutivos que não são categoricamente verdadeiros ou falsos, isto é, que possuem versomilhança como, por exemplo, o seguinte:
«Talvez existam deuses geradores de mundos. Talvez o nosso mundo tenha sido gerado por um ou vários deuses».
Este é um argumento dedutivo, composto por juízos indefinidos, problemáticos, que possui grau de verosimilhança, é mais ou menos forte, mais ou menos fraco. A dedução pode ter lugar com juízos problemáticos, começados por «talvez», «é possível», «é provável», etc.
A generalidade dos pensadores da analítica não sabe distinguir, com precisão, a dedução da indução. Nunca pensaram, a fundo, na questão. E depois mergulham em paralogismos como o da citação de J.Neves Vicente, aliás repetida em muitos outros manuais.
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