As fichas de apoio ao Filosofia 11º da «Raíz Editora» revelam falta de clareza dialética dos autores. Vejamos um exemplo dessas fichas enviadas por e-mail a centenas ou milhares de professores de filosofia, no modo como comparam as ideias de Popper com as de Kuhn:
"Análise comparativa das duas perspectivas
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
POPPER
Suportada no critério da falsificabilidade
"As «teorias» devem ser refutadas(testadas criticamente) no sentido de detectar e eliminar erros que eventualmente contenham. Valorização do método hipotético-dedutivo."
KUHN
Suportada em paradigmas
"O paradigma fornece o modelo de investigação científica para toda a comunidade cuja acção incide numa espécie de resolução de enigmas segundo as regras fornecidas pelo paradigma." (fim de citação)
Crítica minha: esta divisão é confusa; temos uma essência (o paradigma, em Kuhn) contra uma transição de essências (da verosímil à falsa, em Popper). Que é a falsificabilidade de Popper senão a substituição em potência de um paradigma por outro?
As conjecturas científicas de Popper são paradigmas instáveis, transitórios, mas os autores do manual do 11º ano de Filosofia da «Raíz Editora» parecem entender que não...acham que Popper não se baseia em paradigmas (modelos teóricos e teórico-práticos). Reservam o conceito de paradigma só para Kuhn. Ora a investigação científica em Popper assenta em paradigmas e tem a falsificabilidade e a testabilidade como princípios guias, o que os autores em questão não compreendem.
É assim que "pensam" os analíticos: confusamente, sem hierarquizar géneros diferentes e espécies no seio do mesmo género ou em géneros diferentes...A lógica proposicional nada pode ensinar-lhes nesse capítulo porque não é uma lógica intuitiva, que atinja o cerne da verdade.
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