Sexta-feira, 6 de Janeiro de 2017
Heidegger, Ser e Tempo

 

Heidegger intitulou o seu livro mais famoso de «Ser e tempo.» Implicitamente, estreitou o conceito de «Ser». Porque «Ser» significa duas coisas distintas o que Heidegger não explicita, em regra:

A)  Existir.

 

B) Essência geral, isto é, forma ou estrutura geral.

 

São duas coisas diferentes embora interligadas. O tempo não é uma essência geral mas é a contínua alteração (alloíosís, em grego) dessa essência: é o puro movimento interno das formas, a mudança destas.  É o movimento dentro da imobilidade. O tempo é pois uma modalidade do ser. Ou é o ser entendido como existir, não como forma ou essência geral. O movimento é a transição entre duas essências - uma forma e a forma que lhe sucede no mesmo lugar ou entre dois lugares diferentes.

 

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Quinta-feira, 9 de Junho de 2011
Platão contra a dialéctica: o equívoco dos cinco géneros supremos

 

Platão teve o mérito de definir a dialéctica como a divisão por géneros de uma forma geral que tudo abrange:

 

«O ESTRANGEIRO- Dividir por géneros e não confundir a mesma forma com outra, ou a outra com a mesma, não diremos que é próprio da ciência dialéctica?

«TEETEO- Sim dizemos.» (Platão, Sofista, in Diálogos, pag 78, Publicações Europa-América).

 

Os cinco géneros teorizados por Platão em «Sofista» são: o ser, o repouso, o movimento, o mesmo e o outro.

 

«O ESTRANGEIRO - Ora, os mais importantes destes géneros são três: o próprio ser, o repouso e o movimento.

«TEETETO - Sim, extremamente importantes.» 

«O ESTRANGEIRO - Dizemos ainda que estes dois últimos não se podem misturar um com o outro.

«TEETETO- Certamente.

«O ESTRANGEIRO - Mas o ser pode misturar-se com os dois porque, penso, os dois são

«TEETETO - Incontestavelmente.

«O ESTRANGEIRO - Portanto, temos três.»

«TEETETO- Seguramente.

«O ESTRANGEIRO - Portanto, cada um deles é outro relativamente aos outros, mas o mesmo relativamente a si mesmo.

«TEETETO- Sim.

«O ESTRANGEIRO- Mas o que queremos dizer com as palavras que acabamos de pronunciar, o mesmo e o outro? São dois géneros diferentes dos três primeiros, embora sempre misturados necessariamente com eles? E devemos concluir o nosso inquérito como se fossem cinco e não três, ou o mesmo e o outro são nomes que damos inconsciente a algum dos nossos três géneros?»

(Platão, Sofista, in Diálogos, pag 79-80, PEA; o negrito é posto por mim ).

 

 

Há erros antidialécticos nesta classificação de cinco géneros construída por Platão: o ser não está ao nível do movimento e do repouso mas Platão nivela-os. Estes dois últimos são espécies do género supremo ser. Platão reconhece que o ser pode misturar-se com o movimento e o repouso mas erra ao considerá-los como três géneros enquanto correlacionados: trata-se de um género e duas espécies. Do mesmo modo, o mesmo e o outro são espécies do ser, colocadas, embora. acima da dicotomia movimento-repouso: o mesmo é, o outro é, no sentido de ser como existência. O  «mesmo» é género lógico das espécies movimento e repouso - há o mesmo movimento e o mesmo repouso - e o «outro» é também género lógico das espécies movimento e repouso - há outro movimento e outro repouso.

 

A grande confusão terminológica e ideal de Platão, prosseguida em muitos outros filósofos incluindo Heidegger, é a duplicidade do termo «ser» atribuido indiferentemente a duas dimensões distintas: existência e essência (forma, to tí, quid). Heidegger, apesar de delinear uma ruptura com a tradição ontológica, continuou preso de uma ambígua interpretação do termo "ser". Platão usa o termo "ser" em dois sentidos distintos: forma ou formas eternas, existência. E assim, nos seus diálogos, elabora brilhantes argumentos sofísticos, como por exemplo:

 

«O ESTRANGEIRO- Contudo, nem o movimento nem o repouso são o outro nem o mesmo.

«TEETETO- Como é isso?

«O ESTRANGEIRO - Seja o que for que atribuamos ao movimento e ao repouso, isso não pode ser nem um nem o outro dos dois.»

(Platão, Sofista, in Diálogos, pag 80, PEA).

 

A falácia reside na dissociação entre a parte e o todo: o movimento é espécie dos géneros lógicos outro e mesmo e o repouso é espécie dos géneros lógicos outro e mesmo. Não é verdade dizer que «o movimento não é outro nem o mesmo» - o movimento é outro e mesmo, ainda que não abarque a totalidade das qualidades outro e mesmo - do mesmo modo que não é verdade dizer que a parte não é o todo reduzido ou amputado.

Note-se que movimento e repouso são nomes ou substantivos comuns e mesmo e outro são pronomes demonstrativos, isto é, substitutos dos nomes, mais abstratos que estes. Aparentemente, os pronomes pertencerão, em regra, a uma classe mais abstrata, um género mais elevado, do que substantivos como couve, alegriacalor. A determinação mesmo encontra-se em todas as couves ou em todas as alegrias possíveis mas a determinação couve e a determinação alegria não se encontram em todas as conceptualizações ou aplicações de mesmo.

 

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Segunda-feira, 20 de Setembro de 2010
Aristóteles e o tempo como número do movimento e do repouso

Aristóteles afirmou, na linha do seu mestre Platão, que as coisas eternas, imóveis e imutáveis, escapam ao tempo. Este segundo Platão, era a "imagem móvel da eternidade"  mas, segundo Aristóteles, é o "número do movimento". É o movimento que faz envelhecer as coisas e não o tempo, que é apenas o «cronómetro» desse movimento.

 

«Por outro lado, "ser no tempo" é ser afectado pelo tempo, e assim costuma-se dizer que o tempo deteriora as coisas, que tudo envelhece pelo tempo, e que o tempo faz esquecer, mas não se diz que se aprende pelo tempo, nem que pelo tempo se chega a ser jovem e belo; porque o tempo é, por si mesmo, mais precisamente, causa de destruição, já que é o número do movimento, e o movimento faz sair de si o que existe.» (Aristóteles, Física, Livro IV, 221 a, 30; 221 b, 5; o negrito é de minha autoria).

 

Note-se a expressão «o movimento faz sair de si o que existe». Como não ver nela uma inspiração para a filosofia de Hegel que abundantemente falou do «sair de si»  e do «ser fora de si»? Não é por acaso que Hegel nutria uma manifesta admiração por Aristóteles.

Assim, o tempo é, de certo modo, subjectivo ou intersubjectivo. É o medidor intelectual do movimento mas não é este. E ao referir-se, num tom platónico, às coisas que são sempre, isto é aos arquétipos, na concepção de Platão, ou às formas eternas e imóveis incorporadas no mundo material, segundo Aristóteles, este escreveu:

 

«É evidente que as coisas que são sempre, enquanto são sempre, não são no tempo, já que não estão contidas no tempo, nem o seu ser é medido pelo tempo. Um sinal disto é o facto de que o tempo não as afecta, já que não existem no tempo.»

«E posto que o tempo é a medida do movimento, será também a medida do repouso, já que todo o repouso está no tempo. Porque ainda que o que está em movimento tem que mover-se, nem tudo o que está no tempo se tem de mover, já que o tempo não é um movimento, mas o número do movimento, e o que está em repouso pode ser também no número do movimento; porque nem tudo o que está imóvel existe em repouso, mas somente o que está privado de movimento mas pode ser movido por natureza, como se disse antes.» (Aristóteles, Física, Livro IV,  221 b, 5-10; o negrito é posto por mim)

 

Aristóteles admite, habilmente, que o tempo mede o movimento e o repouso mas erra, aparentemente, ao dizer que todo o repouso está no tempo. As formas imóveis e eternas transcendem o tempo e estão em repouso (êremía, stásis), - a menos que este último termo só se aplique às coisas da .natureza dotadas de movimento e haja outro termo para designar a imobilidade absoluta, como será o caso na terminologia aristotélica.


E de facto, numa passagem mais adiante, Aristóteles mostra que circunscreve o termo repouso aos entes da natureza física:


«Portanto, tudo o que não existe nem em movimento nem em repouso não existe no tempo, porque « ser no tempo» é «ser medido pelo tempo», e o tempo é a medida do movimento e do repouso.» (Aristóteles, Física, Livro IV,  221 b, 20-23; o negrito é posto por mim)


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Sábado, 28 de Novembro de 2009
A concepção do «Instante» no diálogo «Parménides ou das Ideias», de Platão

No «Parménides ou das Ideias», diálogo platónico semeado de escolhos e reentrâncias sofísticas que fazem naufragar o barco da razão filosófica, Platão avança a teorização do instante como o lugar ou momento intemporal da mudança das coisas. O instantâneo ou instante (em grego: exaíphnés) é uma mudança que ocorre fora do tempo porque é um presente fugaz e o tempo compõe-se de passado, presente e futuro. Aristóteles escreveria na Física:

 

«"Instantaneamente" (em grego: exaíphnés) significa um sair fora de si em um tempo imperceptível e toda a mudança é por natureza um sair fora de si»

 

«Todas as coisas se geram e destroem no tempo. (…) Mas o tempo não é a causa disto, mas dá-se o caso de que a mudança se produz no tempo.» (Aristóteles, Física, Livro IV, 224 a).

 

 

 

Vejamos um excerto do diálogo construído por Platão, no qual não se afirma que «o instante não está no espaço» mas sim que não pertence nem ao tempo, nem ao repouso nem ao movimento:

 

 

 

«PARMÉNIDES

 

Não estamos numa coisa estranha quando mudamos ?

 

 

 

ARISTÓTELES

 

A que coisa te referes ?

 

 

 

PARMÉNIDES

 

Refiro-me ao instante, pois realmente o instante representa o ponto em que mudamos, passando de uma maneira de ser a outra. Com efeito: enquanto o repouso continua sendo repouso, não se produz mudança; enquanto o movimento continua sendo movimento, não se produz mutação. Mas essa estranha coisa a que chamamos instante está entre o repouso e o movimento, sem existir no tempo, e nele acaba e começa a mudança, quer do movimento ao repouso, quer do repouso ao movimento.

 

 

 

ARISTÓTELES

 

É possível que assim seja.

 

 

 

PARMÉNIDES

 

Se assim é, se o uno está em repouso e em movimento, passa de um estado a outro, pois essa é a única maneira de estar em ambos os casos. Se muda, muda no instante; e, quando muda, não é no tempo, nem no movimento, nem no repouso.

 

 

 

ARISTÓTELES

 

Com efeito.

 

 

 

PARMÉNIDES

 

Dar-se-á o mesmo com as outras mudanças? Quando o uno passa do ser para o não ser, ou do não ser para o ser, diremos que se encontra num estado intermédio entre certas formas de movimento e de repouso, que não é nem ser nem não-ser, que não nasce nem morre?

 

 

 

ARISTÓTELES

 

Provavelmente.

 

 

 

PARMÉNIDES

 

Pela mesma razão, quando passa da unidade à pluralidade e ao invés, o uno não é uno nem múltiplo; não se divide nem se reúne. Analogamente, quando passa do semelhante ao dissemelhante, e do dissemelhante ao semelhante, não é semelhante nem dissemelhante: não se assemelha nem desassemelha. E também quando passa do pequeno ao grande e ao igual, e inversamente, não é grande nem pequeno, nem igual, nem aumenta, nem diminui, nem se iguala.

 

 

 

ARISTÓTELES

 

Assim parece.»

 

 

 

(Platão, Parménides ou das Ideias, Editorial Inquérito, Págs. 111-112; a letra negrita é posta por nós).

 

 

 

A concepção de Platão sobre o instante, neste trecho, necessita de clarificação: “Parménides” qualifica o instante como um intermédio entre repouso e movimento, ser e não ser, intermédio que não estaria no tempo. Mas então o tempo não é feito de instantes? Neste diálogo, Platão reduz o instante ao salto qualitativo entre dois estados do ser – repouso e movimento - e retira-lhe a qualidade de vértebra da coluna vertebral do tempo. Há, pois, um instante atemporal, uma duração fora do tempo, que corresponde ao salto de qualidade. Será o instante a eternidade? Ou será o pólo exactamente oposto – o infinitamente pequeno em duração– à incomensurável eternidade – a duração infinita?

 

  

 

Ao sustentar que «essa estranha coisa a que chamamos instante está entre o repouso e o movimento, sem existir no tempo, e nele acaba e começa a mudança, quer do movimento ao repouso, quer do repouso ao movimento» Platão reduz a mudança a uma só modalidade: a mudança brusca, o salto de qualidade. E a mudança quantitativa, o fluxo contínuo como as águas de um rio onde só a quantidade mas não a qualidade muda a cada instante? O movimento é uma mudança contínua de posição ou seja, matematicamente, uma mudança  de quantidade de lugar - admitindo que cada lugar em que o corpo se encontra se pode designar por uma quantidade relativamente a um ponto de referência - se não mesmo de qualidade.

 

 

 

A par deste rasgo filosófico original sobre a natureza do instante, como hiato ontológico, a personagem “Parménides” continua a discorrer de forma sofística ao dizer: «Pela mesma razão, quando passa da unidade à pluralidade e ao invés, o uno não é uno nem múltiplo; não se divide nem se reúne. O uno não passa da unidade à multiplicidade».

 

Ora, ao invés do que Platão escreve na primeira parte desta frase acima, o uno é sempre o mesmo, como qualidade . O universo uno, a célula una ou o cubo uno, sim, podem passar da unidade à multiplicidade: o universo pode dividir-se em vários, a célula una pode dividir-se em duas, o cubo uno pode ser cortado em várias fatias. As coisas unas, podem ser invadida pela multiplicidade sem deixar de ser unas no contorno exterior ou podem fragmentar-se, originando várias. O que passa da unidade à multiplicidade não é o uno mas a coisa una onde se dá a qualidade “uno”. Exemplo: o universo exclusivamente feito de água (caos) na cosmogonia de Tales de Mileto é uno e dá lugar a um universo múltiplo composto de astros, plantas, minerais, animais (cosmos) e este universo hierarquizado voltará a ser caos. Os contrários são irredutíveis entre si, como muito bem salientara Platão no “Fédon”: uno e múltiplo nunca se convertem um no outro, as coisas em que ocorrem é que passam do uno ao múltiplo e viceversa.

 

  

 

Marcante é a tese de Platão de que no instante (da mudança qualitativa), a coisa deixa de possuir forma, deixa o campo do ser e do não ser, o campo do repouso e do movimento, violando, na aparência, o princípio do terceiro excluído. É talvez a concepção de que o instante - de ruptura, dizemos - é um momento de caos entre dois estados «cósmicos» da coisa.

 

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Domingo, 14 de Setembro de 2008
Alteração e Translação, os dois movimentos, segundo Platão

 O movimento (kínesis), segundo Platão, tem duas formas: alteração (mudança interna de cada coisa, alloíosis) e a translação (mudança externa, de posição, phorá). Platão pretende situar-se num ponto intermédio na disputa entre os partidários do fluxo (os heraclitianos) e os partidários da imobilidade universal (os parmenídeos).

 No Teeteto figura a seguinte passagem:

 

 «SÓCRATES

Temos, então, de as examinar uma vez que mostras um desejo tão vivo. Na minha opinião, a investigação relativa ao movimento deve começar pela seguinte questão: que pretenderão eles exactamente afirmar quando dizem que tudo se move? O que pergunto é isto: pensam eles que há uma só espécie de movimento ou, como me parece a mim, haverá duas espécies? Mas não devo ser só eu a defender esta opinião; partilha, também, do mesmo risco a fim de que, sejam quais forem as consequências, as suportemos em conjunto.

 

TEODORO

Sim.

 

SÓCRATES

Mas quando a coisa permanece no seu lugar e envelhece, ou de branca se torna preta, ou de dura se torna mole, ou sofre qualquer outra alteração, não será justo dizer que se trata de uma segunda espécie de movimento?

 

TEODORO

Assim me parece.

 

SÓCRATES

É de facto, indiscutível. Distingo, portanto, duas espécies de movimento: a alteração (alloíosis) e a translação (phorá). »

 (Platão, Teeteto, Inquérito, pags 106-107).

 

Que relação há entre estes dois movimentos e o tempo? Parece-me que a translação é o lado exterior, a manifestação mais imediatamente visível do tempo, ao passo que a alteração é, supostamente, o carácter interno, essencial, do tempo.

 

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