Domingo, 9 de Julho de 2017
Breves reflexões de Julho de 2017

 

Eis algumas reflexões relativamente banais, porque circunstanciais, que afloram neste Julho de 2017.

 

A MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL. A meditação transcendental suspende a mente e entreabre o vazio mental. Desliga-nos, por momentos, das preocupações da mente raciocinante («Tenho de ganhar dinheiro, tenho que apresentar um projecto, tenho que estimular o meu filho a tirar melhores notas, tenho de queixar-me do roubo de que fui vítima») e conduz alguns ao nirvana, ao repouso espiritual absoluto, mas não resolve o facto de estarmos vivos, de termos de nos alimentar e sobreviver. Porque cada um de nós é corpo, ao menos enquanto estivermos vivos. A meditação não cria casas nem alimentos nem acaba com a exploração capitalista (EUA, Europa, Portugal, etc.) e comunista (China, Coreia do Norte, etc.) do proletariado. É um comprimido para baixar a «tensão alta» da vida.

 

Também ter uma namorada ou uma esposa bela é um «comprimido» que, através do erotismo, nos leva ao orgasmo, mas não resolve o problema de sermos corpo individual, sujeito a morrer ou a ser abandonado.

 

DUAS PROVAS DE QUE AS ACTUAIS MISSAS CATÓLICAS ESTÃO CORROMPIDAS. Uma: a comunhão é dada na mão e muitas vezes por leigos, o que dessacraliza a hóstia como sede do Corpo Místico de Cristo (lembro-me que em 14 de Abril de 2009 comunguei das mãos de uma freira e, no dia seguinte, um familiar meu muito próximo faleceu de repente). Outra: o vestuário sexy que mulheres e homens podem usar na missa (decotes e saias curtas nelas, maquilhagem, t-shirts e calças de ganga neles e nelas). A missa perdeu o carácter sacro, centrado na morte do Senhor, é um convívio mais ou menos alegre, é só «Amor sem Temor». É, pois, de influência luciferina: o amor do corpo, a sensualidade, é a base desta ideologia e rito modernistas e ecuménicos (o objectivo é a religião única mundial, de recorte maçónico).

 

OS HOMENS, COM O PASSAR DA IDADE, GOSTAM SEMPRE DE «MIÚDAS» NOVAS (23-31 ANOS DE IDADE). É o normal: gostar do corpo perfeito da mulher, da sua pele lisa e macia, dos seus olhos sonhadores e vivos. Se os homens envelhecem com esposas da mesma idade é porque amam estas sem paixão, com uma grande componente de companheirismo. Há uns bons 17 anos, um editor meu amigo, que teria 56 ou 58 anos confidenciou-me: «A filha da minha actual esposa (era casado em segundas núpcias) tem 15 anos, é um encanto, é a mulher da minha vida». Era um amor platónico, ele respeitava a adolescente, claro.

 

COPULAMOS, COPULAMOS, COPULAMOS ATÉ DESCOBRIR O GRANDE VAZIO DA EXISTÊNCIA, QUE É O VAZIO DA VAGINA DA MULHER. E depois percebemos que o amor não existe, que estamos infinitamente sós neste universo e temos que chamar em nosso auxílio os deuses ou inventá-los. Só a conversa ou a palavra escrita nos aligeira a solidão. De repente, o mundo tornou-se instável e opaco. Vamos amar quem? Para quê?

 

AFINAL, VIVES PARA QUÊ? PARA TRABALHAR, JUNTAR DINHEIRO, IRES A BARES, LEVAR PARA A CAMA MULHERES (OU HOMENS)? Vê o vazio da tua vida: vazio porque não crês no poder da oração e da redenção por Cristo. Que é um corpo belo de mulher comparado com a beleza do teu Anjo da Guarda ou de Jesus? Nada. A vida é muito mais do que o trabalho, a diversão sem fim, o culto do dinheiro e das vaidades da roupa. Renuncia a muitos dos prazeres do mundo, reza constantemente a Deus (não com pedidos mesquinhos do tipo «dá-me aquela mulher, dá-me um automóvel novo, torna-me famoso indo à televisão», etc). Reza por amor do próximo, para que tais pessoas deixem de fumar, de se drogar, de sofrer cancros e outras doenças, desemprego, fome, humilhações, etc. Une-te a Jesus na luta contra Satanás que está a criar um mundo perverso onde a boa educação e os bons princípios de honestidade, respeito pela vida, etc., estão a desaparecer, e o ódio, a inveja, a intoxicação alimentar e moral da população aumentam sem cessar.

 

CONSELHOS DO PADRE PIO DE PIETRELCINA, GRANDE MÍSTICO ITALIANO (1887-1968) QUE TINHA OS DONS DA BILOCAÇÃO E DA CURA .

1.«A mentira é filha do diabo. A humildade é verdade; verdade é humildade.»
2.«Rezai, mesmo contra vontade. Quem reza muito salva-se, quem reza pouco está em perigo, quem não reza condena-se. A vontade conta e é recompensada, mas o sentimento não.»
3. «Que a Virgem Maria seja o vosso refúgio e o vosso conforto nas horas tristes da vida.»
4. «Amo o sofrimento. Não pelo sofrimento em si. Peço a Deus para poder sofrer e desejo-o pelos frutos que daí advêm e pela glória que dá a Deus. Pelo sofrimento, os meus irmãos são salvos e os sofrimentos das almas do purgatório encurtados. Que mais posso desejar?»

 

PADRE PIO VERSUS OSHO, MARX E GUY DEBORD. O padre Pio estigmatizado dizia: «Eu amo-te e peço a Jesus que te faça conhecer o amor porque pelo amor chegamos ao sofrimento. Nós nascemos para sofrer.» Esta visão, de que este mundo é lugar de sofrimento que devemos aceitar, é combatida por Osho que disse que Deus era o universo, não há paraíso nem inferno nem é necessário sofrer. E Marx, pai do comunismo do século XIX, e Guy Debord, teórico do internacional situacionismo, defenderam também que esta vida é para desfrutar dos prazeres materiais e não para sofrer e aceitar o sofrimento.
 

PADRE PIO DE PIETRELCINA, O ESTIGMATIZADO, E AS CRÍTICAS AO ABORTO, À HOMOSSEXUALIDADE E ÁS MODAS.

Sobre o místico franciscano Pio de Pietrelcina, santo católico (1887-1968), escreveu o seu biógrafo P. Nello Castelo:

 

«Contraceptivos, pilulas, abortos: são argumentos infernais, sobre os quais não admitia discussão.
Logicamente, era inimigo acérrimo do divórcio. São palavras suas: «É a estrada mestra que leva ao inferno. É a criação...pelo homem destruída». (...)
«Recordo os episódios de pecados de masturação, homossexualidade, a que inexoravelmente negava a absolvição, aos quais dizia: «Não vos emporcalheis», «Precisamente porque não reza, cai neste pecado». (...)

A imprensa várias vezes falou dele (Padre Pio, franciscano de Itália, 1887-1968) como o único sacerdote, na cristandade, firme na luta contra a moda, em defesa do pudor. Se a sua não tivesse sido «voz no deserto» não teríamos chegado ao cataclismo hodierno, que foi iniciado pela mini-saia.» (...)
«Queria a saia até à barriga da perna. Despedia sem absolvição e nem sequer permitia que se avizinhassem do confessionário Era inexorável, tinha palavras de fogo:
«Vai vestir-te! Incivil! Porcalhona! Despudorada!». Um dia a uma filha: «Serrar-te-ei os braços...porque sofrerias menos do que sofrerás no Purgatório». A uma outra: «As carnes nuas serão queimadas».
Às suas filhas (espirituais) explicava: «Deves vestir-te segundo a própria condição social. Tu deves vestir-te de modo a agradar aos anjos e aos homens. O Senhor condena a moda indecente e escandalosa que tantas almas leva à ruína».

(P. Nello Castelo, «Jesus crucificado no padre Pio», Editorial Cavaleiro da Imaculada, pp. 129-130; o bold é posto por nós).

 

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Sábado, 28 de Maio de 2016
Teste de Filosofia do 10º ano, turma A (Maio de 2016)

 

Eis um teste de filosofia centrado no tema religião, opção escolhida pelos alunos da turma.

 

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja

Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja

TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA A

24 de Maio de 2016. Professor: Francisco Queiroz.

 I

  «O rito é a reactualização do mito que se refere à transcendência. O realismo crítico não se liga necessariamente ao espiritualismo ou ao materialismo”.

 

1) Explique estes pensamentos.

 

2)Faça corresponder a cada um dos cinco elementos da filosofia chinesa do Feng Shui e do taoísmo, o respectivo ponto cardeal, animal, campo de vida (profissão, casamento, etc), cor, sentido humano (audição, visão, etc.), estação do ano, hora do dia, percentagem de yang (jovem, velho) e de yin, e aplique a lei da contradição principal a esse conjunto

 

.3)Relacione, justificando:

A) Dharmas, eu e impermanência, no budismo.
B) Ser fora de si, alienação e panteísmo, na doutrina de Hegel sobre a ideia absoluta.

 

CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES

 

1)  O rito é um conjunto de gestos e cerimónias (exemplo: a missa dos católicos, o passar as contas de um rosário entre as mãos dos budistas) que visam reacender os mitos sagrados do princípio do mundo, isto é, as cenas lendárias dos deuses, anjos, demónios ou antepassados de uma tribo ou povo. O partir do pão (rito) na missa católica evoca ou põe na ordem do dia a morte de Cristo na cruz (mito). Transcendência é estar fora de ou além de e neste contexto mito da transcendência significa o mito que fala de seres sobrenaturais, em regra deuses que criam o mundo ou nele intervêm.  (VALE TRÊS VALORES). O realismo crítico é a teoria que afirma que há um mundo material anterior às mentes humanas e independente destas que o captam de maneira distorcida. O realismo crítico em Descartes consiste em postular o seguinte: há um mundo de matéria exterior às mentes humanas, feito só de qualidades primárias, objetivas, isto é, forma, tamanho, número, movimento. As cores, os cheiros, os sons, sabores, o quente e o frio só existem no interior da minha mente, do organismo do sujeito, pois resultam de movimentos vibratórios de partículas exteriores já que o mundo exterior é apenas composto de formas, movimentos e tamanhos. Ora esta teoria é compatível com o materialismo, doutrina que afirma que a matéria é o princípio eterno do mundo, que Deus e deuses não existem nem almas no «Além», e que o espírito é uma forma subtil de matéria. É também compatível com a maioria das formas de espiritualismo, doutrina que afirma que o espírito (Deus, deuses, espíritos humanos) é eterno ou criador do universo de matéria e que esta deriva do espírito. (VALE QUATRO VALORES)

 

2) Os cinco elementos da filosofia chinesa do taoísmo são: madeira, fogo, terra, metal e água. As correspondências de cada um são:

 

MADEIRA. Este. Dragão verde. Crescimento, família. Cor verde. Visão. Nascer do sol. Jovem Yang.

FOGO. Sul. Fénix. Fama. Fala. Verão. meio dia, velho Yang (máximo Yang ou máxima luz e calor).

TERRA. Sudoeste (ou Centro, segundo algumas interpretações). Serpente. Cor: amarelo. Fim do verão. Casamento, amores.  Sabor. Meio da tarde. Igual proporção de Yang e Yin.

METAL. Oeste. Tigre branco. A criatividade, os filhos. O olfato. Outono. Cor branca. Pôr do sol. Jovem yin (algum frio e humidade).

ÁGUA. Norte. Tartaruga negra. A profissão, os negócios. Audição. Inverno. Meia noite, velho Yi ( máximo Yin ou máxima escuridão e frio).

A lei da contradição principal diz que um sistema de múltiplas contradições pode ser reduzido a uma só, organizando-as em dois blocos, podendo haver uma ou outra contradição na zona neutra. Assim podemos, por exemplo, colocar de um lado o bloco Yang (Madeira/primavera ; Fogo/Verão) e do outro lado o bloco Yin (Metal/ Outono, Água/Inverno), ficando na zona neutra a Terra/Fim do Verão na qual Yang e Yin se equilibram. Há outras maneiras de estruturar a contradição principal. (VALE SEIS VALORES)

 

3) A)  Dharma em sentido geral significa Lei da Natureza. Dharmas em sentido particular são as qualidades físicas, psíquicas e intelectuais que, por assim dizer, flutuam no cosmos como átomos, sem sujeito, e se juntam para formar o eu mutável, a personalidade de uma pessoa. Assim a cor dos olhos, a forma do rosto e do corpo, as sensações de prazer e dor, os impulsos sentimentais, a consciência são dharmas que formam o eu em mudança ou impermanência de cada um: quem fica cego perdeu o dharma da visão, quem fica em coma perdeu o dharma da consciência. O eu é impermanente, na verdade nem existe, porque os dharmas que o formam mudam a cada instante, embora haja um eu superior, o Atmã, destituído de dharmas e imortal. (VALE QUATRO VALORES)

 

3-B) O ser fora de si é a segunda fase da ideia absoluta: Deus, que era ser em si, pensamento puro,  alienou-se em matéria física, isto é, separou-se de si mesmo enquanto espírito pensante, transformou-se em espaço, tempo, em astros, montanhas, rios, plantas e animais. Isto é panteísmo, doutrina que afirma que a natureza biofísica é divina: o sol e a lua são olhos de Deus, os mares são a linfa de Deus, erc. (VALE TRÊS VALORES).

 

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Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2015
O Vaticano corrupto dessacraliza as missas celebradas nas paróquias?

 

Sendo o Vaticano dos cardeais um «ninho de víboras», infiltrado por vaidosos e corruptos prelados e por maçons, é espiritualmente eficaz a missa católica rezada nas paróquias, isto é, na base da igreja católica romana? Este é um dos problemas filosóficos que me desafia. Lê-se num livro anti-corrupção escrito em 1998 por um núcleo de resistentes  dentro da cúpula vaticanista:


«Depois da morte de Paulo VI, a 6 de Agosto de 1978, os mass media davam o arcebispo de Génova, cardeal Guiseppe Siri - um verdadeiro gigante do sacro colégio pela sua dimensão pastoral, pela sua formação intelectual, pela sua coerência entre fé e vida, pela sua fidelidade à tradição da Igreja - como Papa já eleito, antes de entrar no conclave. Tivera encontros nos dias anteriores com cardeais, embaixadores, políticos e prelados de todas as origens e correntes. O arcebispo Siri, de discurso calmo, determinado e incisivo como uma espada, sabia que era mal visto no Vaticano por uma certa classe maçónica de salão. Não adivinhava o golpe baixo que ela lhe estava a preparar pelas costas, no sentido de o apear daquele plebiscito de prognósticos e de consensos. Naturalmente, os gigantes são observados à distância para assim se apreci8ar melhor a sua estatura ciclópica e para não se correr o risco de os considerar parecidos com os monstros. »


«Na manhã do conclave, o cardeal Siri mal teve tempo de tomar conhecimento pelos jornais de uma entrevista, que não dera, a respeito da eficácia da ação do futuro Papa e daquilo que deveria fazer, em que lhe atribuíam afirmações delicadas e perigosas, exactamente para lançar sombras sobre o cardeal candidato. O arcebispo de Génova nem sequer teve tempo para desmentir a entrevista: a porta do conclave fechou-se atrás de si. Os objectivos daquela camarilha ecoaram no conclave, reunido de imediato que, por prudência - assim se disse - pôs de parte a grande figura que todos previam» (I Millenari, O Vaticano contra Cristo, pág.159-160, Editorial Notícias; o destaque a negrito é posto por nós).

 

Muitas outras manobras baixas como o assassínio do papa João Paulo I, em 28 de Setembro de 1978, a pedofilia consentida em milhares de colégios católicos e sacristias, e um clima de permanente opressão dos bispos sobre sacerdotes e leigos que executam, sem poder contestar sindicalmente, as ordens vindas de cima ( não de Deus, mas da arrogância satânica de purpurados) caracterizam a cúpula da igreja católica romana, o Vaticano. Será o papa Francisco um maçon infiltrado? Aponta-se-lhe ter colaborado com a ditadura militar argentina em 1976, no desaparecimento de dois sacerdotes antifascistas e, por isso, não deveria ser maçon nessa época. Creio que as missas ditas na base por sacerdotes bem intencionados poderão ter um certo valor santificante. Mas reservo-me: sou gnóstico e não creio na santidade dos corruptos bispos, arcebispos e cardeais, salvo na de alguns poucos. A igreja católica é, como os regimes comunistas leninistas, organizada segundo um modelo totalitário em que o chefe supremo ( o papa; o camarada Estaline, o presidente Mao Ze Dong, etc) é endeusado: operários honestos na base a trabalhar por ideais, uma classe burocrática de dirigentes do partido marxista-leninista e do Estado, a gozar com quintas luxuosas e armazéns de produtos de luxo privados e outras formas de corrupção. O papa é talvez um representante de Satanás na Terra. Há outros.

 

E afinal a igreja de hoje é a mesma que fez milhões de vítimas com a Inquisição e as cruzadas, a igreja de Satã, que nada tem a ver com o despojamento de Cristo.

 

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Domingo, 7 de Junho de 2015
Breves reflexões de Junho de 2015

 

 

Eis algumas reflexões de circunstância em Junho de 2015, inscritas no meu quotidiano.

 

A MISSA CATÓLICA, ORTODOXA OU PROTESTANTE É A MAQUILHAGEM DE DEUS- O rosto de Deus, se existir, é desconhecido. Só vemos a maquilhagem ~os altares e a talha dourada, os ícones, os crucifixos, as vestes cerimoniais dos padres, pastores ou bispos - mas não se conhece o rosto do Supremo. A maquilhagem, normalmente, melhora o poder de atração sexual e transforma alguém feio ou vulgar em alguém belo e incomum.

 

HÁ SEIS OU SETE PECADOS CAPITAIS?- A luxúria, ou sensualidade erótica exacerbada e livre, é apontada como um dos 7 pecados capitais segundo o catolicismo. Diversas correntes gnósticas veem o problema de outra maneira: a luxúria é um estado de união com a deusa ou o deus através da união sexual física com uma ou várias pessoas. Por que razão a luxúria é um pecado mortal e não é pecado mortal o capitalismo selvagem que despede arbitrariamente os trabalhadores e favorece, em certos casos, o suicídio ou a degradação física acelerada destes? Os sete pecados capitais refletem, em parte, a ideologia da teocracia, da aristocracia ou da burguesia dominante. «Não cobiçarás as coisas alheias» é um mandamento que impede a reforma agrária e a expropriação dos capitalistas.

 

AS MAIORES DESCOBERTAS NA FILOSOFIA E NA CIÊNCIA E A CRENÇA NOS DEUSES - A astrologia histórica, com as duas teorias que descobri - a do significado político, religioso, económico, biofísico, etc, das pequenas áreas do Zodíaco, de 2 a 10 graus de arco, e a dos graus-minutos numericamente homólogos entre si - é a ciência holística suprema e a filosofia suprema. É superior às filosofias de Kant, Hume, Hegel, Husserl, Heidegger, Sartre, Singer, Rorty, etc, e mesmo à teoria da relatividade de Einstein. A astrologia histórica  teoriza que tudo está predestinado nas movimentações planetárias e desvenda as leis que são métodos de calcular com grande exactidão  o futuro de cada indivíduo, de cada família, empresa, partido político, nação, erc. Curioso é ser eu, um insignificante intelectual que diariamente invoca as divindades, o autor dessas duas teorias. Sinal de que ser crente no divino expande a inteligência e ser ateu fracciona e reduz a inteligência?

 

A BANALIZAÇÃO DA EUCARISTIA. Embora sendo gnóstico (adepto da teoria de que dois deuses, o da Luz e o da Matéria, fizeram o mundo e o ser humano), participo, de vez em quando,  na missa católica. Ouvi, neste 7 de Junho de 2015, na igreja de Santa Maria, em Beja, a homilia do bispo auxiliar D. João Marcos, um discurso inteligente no qual o prelado criticou a «banalização da Eucaristia» interpretada por muitos como um rito sem espírito de Cristo que é o do sacrifício a favor dos outros e do auto-aperfeiçoamento.

Banalização é fazer sempre as mesmas coisas que, a princípio eram sagradas ou dotadas de um valor único, e se tornam vulgares, despidas de sacralidade, de vida espiritual, de criatividade... Mas a própria igreja é fonte de banalização dos sacramentos. A maioria das pessoas presentes numa missa vai comungar, tomar a hóstia na mão ou na boca. Estarão espiritualmente preparadas para «receber o corpo de Deus alojado nesse círculo de farinha branca»? Duvido.
O próprio casamento é banalizado pela igreja ao torna-lo indissolúvel, o que é contra a natureza humana, ávida de novidade. Até os gays e lésbicas banalizaram o amor-paixão ao consagrar na lei o casamento homossexual. A paixão que está, muitas vezes, na origem dos casamentos acaba ao fim de 2 meses, 6 meses, um ano, quatro anos, sete anos.. Fica só a amizade. E a casa comum de família. E os filhos. E o álbum de fotos do dia do casamento ou da viagem a Madrid, a Paris ou a Roma... Nós, gnósticos, valorizamos a paixão, hétero ou homo. A meio da missa, estava-me a apetecer «saltar em cima» de uma mulher provocante que estava perto de mim...Seria uma tentação do Diabo, como diz a igreja católica? Ou uma indicação do Deus do Amor que diz «Ama e faz o que quiseres» (mandamento de Aleister Crowley)?

 


A verdade é que saí da missa a meio, como convém a quem não é um seguidor do Vaticano e protesta contra a inquisição, a repressão bárbara da igreja católica romana às heresias, em particular aos cátaros e aos templários. Aqui, no Alentejo, está bastante calor. E esta madrugada estive na Nora de Serpa, a ouvir músicas do festival Encontro de Culturas e depois fui a Pias, a um espaço musical que me agrada, porque se pode entrar e sair à vontade sem porteiro, mas onde sou completamente desconhecido. Nem sequer a mulher mais bonita de Pias lá estava...São elas que nos escolhem e não nós a elas - é a regra que sigo. Ainda parei o carro na estrada Serpa-Beja e dormi 5 minutos, às 2 horas da manhã, de porta aberta, a sentir o erotismo das estrelas e da planície...O universo é todo ele sexual, feito de pares macho-fêmea. O céu é masculino (yang), a terra é feminina (yin). A chave é masculina e a fechadura onde entra é feminina. O lado direito do cérebro é masculino e o lado esquerdo do cérebro é feminino. O Sol é masculino, a Lua é feminina. O vermelho é cor masculina, o azul é cor feminina. A seta ascendente, símbolo do PSD, é masculina. A rosa, símbolo do PS, é feminina. A foice, do símbolo do PCP é feminina, e o martelo é masculino.  A torre do castelo de Beja é masculina, os lagos e planos horizontais são femininos. O telhado de uma casa é masculino, o chão da casa é feminino. O pénis é masculino e o rabo é feminino (é por isso que todos os homens possuem um lado mulher ainda que dizer isso seja heresia, aqui no Alentejo, onde nós, homens, «somos todos muito machos e marginalizamos os panilas»...ahahah, toma que já levaste).

 

 

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Quinta-feira, 24 de Julho de 2014
Pequenas reflexões de Julho de 2014

 

O DESAMOR DE UMA MULHER - O desamor de uma mulher em quem eu tenha concentrado a energia da paixão e a correspondente idealização pode deprimir-me por horas, dias. Dói-me imenso a alma porque a mulher é a "coisa" mais linda do mundo e, muitas vezes, a mais irracional, porque se apaixona por um parvalhão qualquer com um carro topo de gama, um mestrado manhoso não sei em quê e roupa de marca, em vez de se apaixonar por um homem inteligente e bom rapaz que lhe oferece rosas e poemas.

 

Nesse contexto de mágoa, passo então rapidamente à adoração mais intensa da Virgem Santa Maria - chama-se a isto sublimação - dispensadora das graças e dos milagres, sempre numa dupla perspectiva, descendente (de concretizar a paixão) ou ascendente (de ficar livre do jugo de qualquer mulher). Mas à carne regressamos sempre depois de as nossas orações baterem na cúpula de uma igreja ou no tecto de nuvens raro sobre a planície alentejana.

 

OS GRANDES FESTIVAIS DE MÚSICA, AS MULTIDÕES, ASSUSTAM-ME. O mundo perde gradualmente o princípio da individuação. Festivais como o Super Bock Super Rock, de dezenas de milhar de pessoas concentradas num vasto recinto numa espécie de «orgasmo musical» colectivo desagradam-me: é a brutalidade do som, a perda da intimidade, etc. Por isso gostei de estar, nesta madrugada de 20 de Julho, a três metros do pequeno palco da Rua dos Espingardeiros em Moura, frente à pizaria Noor, ouvindo as canções andaluzas como que num círculo de amigos, sem o gigantismo das multidões anónimas. Também vivo no Alentejo porque aqui somos poucos, somos pessoas, reconhecíveis, dizemos bom dia e boa tarde na rua. Também escrevo livros contra a corrente, que se vendem muito pouco, porque fico a conhecer os escassos leitores um a um - princípio da individuação.

 

Aliás, os meus livros que grandes editores recusam editar mereceriam a mais ampla divulgação porque são superiores em conteúdo a «O ser e o tempo» de Heidegger ou a «Nome e necessidade» de Saul Kripke: a astrologia histórico-social que produzo, única no mundo, é uma ontologia concreta, diversificada, que abrange a totalidade dos temas. Mas este tempo é o das democracias sequestradas, com debates televisivos filtrados e censurados, com pequenos intelectuais de pacotilha como José Pacheco Pereira, João Miguel Fernandes e Vasco Pulido Valente a ocupar os tempos de antena televisivos ou as colunas de jornais. É um tempo dos medíocres doutorados que troçam do determinismo astro-físico-social, da ideia científica de que tudo está predestinado pelos movimentos dos astros...

Em todas as épocas autores e pensadores geniais foram marginalizados por "inabilidade social" própria ou porque o que anunciavam ia contra os interesses das classes e grupos dominantes.

 

FESTAS DE MOURA,  NOITE DE 19 PARA 20 DE JULHO DE 2014 - Não conheço quase ninguém em Moura cidade, ainda que a minha quinta avó, Francisca Maria Isabel, aí tenha nascido na segunda metade do século XVIII. Gosto sempre de ir às festas da cidade, este ano com um palco enorme no Largo de Santa Comba. Abalo de Beja para Moura às 22.45 horas. Paragem em Serpa. Ao chegar a Moura, com milhares de pessoas nas ruas, vejo o fogo de artifício que rasga o céu durante 25 minutos.

 

No cruzamento da Rua da República com a Rua dos Espingardeiros, em Moura, há um palco onde após as 0.30 horas de 20 de Julho toca um grupo em que o guitarrista é António Palma. Ali quase só se canta música andaluza. Coloco-me perto do palco, ali onde abundam as beldades de 20-24 anos de Moura, Pias, Serpa, Ficalho, Beja, etc Há mulheres muito belas no Alentejo, frutos do trigo, do queijo fresco e de algo mais. (Afinal os verdadeiros intelectuais cotas devem desfrutar de mulheres muito jovens e belas, de 20-25 anos de idade, como prémio da sua actividade). E a mais que tudo ali à beira! Ainda permaneço até ao findar daquele espectáculo musical às 3.00 da madrugada. Volto a Beja, paro o carro em Pias e dormito 10 minutos: são dez para as quatro da manhã.

 

SER RELIGIOSO E SER CIENTÍFICO - Para mim, a religião, sobretudo no sentido de ligação entre a periferia do círculo (a humanidade, cada homem) e o centro (Deus, os deuses) não constitui nenhum refúgio ou obstáculo à mentalidade da ciência (excepto das ciências fragmentárias, falso conhecimento: doutrina da vacinação, uso imoderado dos telemóveis, etc). Quanto mais me abeiro de Deus, através da oração ou do estudo dos movimentos planetários, mais científico, mais conhecedor me torno. Até os meus amores são penetrados pelo fluxo da adoração divina: é preciso ver na mulher amada o reflexo da luz da Virgem Maria ou da deusa Vénus e responsabilizar a Deusa pela sobrevivência desse amor.

 

LANÇAMENTO DA REVISTA EFÉMERA, CANTORIAS E FILOSOFIAS DA EXISTÊNCIA- 17 de Julho de 2014. A partir das 19.45 horas , vamo-nos juntando nove escritores e artistas- Josefina Pinto, Margarida Ramos, Célia Casaca, Luís Contente, António Toscano, António Gonçalves, António Marques, e eu - em um apartamento de Beja. É um jantar em que uns levam camarão, outros frango, outros cogumelos recheados, outros pão alentejano e queijo, outros vinhos, etc. Lembro que foi a 17 de Julho de 1936, que o general Franco voou das Canárias no Dragon Rapide para lançar o golpe fascista que abriria a guerra civil de Espanha. Humor do Toscano. «Então a Efénera lançada hoje está garantida: 50 anos de duração (como o regime de Franco)...»

 

Às 21.01 horas Luís lança na internet o número zero da Efémera, revista de prosa e poesia de que nós, e alguns ausentes, bejenses de origem ou de residência, somos os autores actuais. Luís e Toscano, ambos bons cantores, dedilham a viola e canta-se Rui Veloso, Pink Floyd, Zeca Afonso, etc. Acabei por ler dois sonetos meus inspirados por uma jovem mulher lindíssima a quem amo, sem revelar a identidade, óbvio. Outros lêem outros textos. Muita alegria, catarse, as pessoas soltam-se nos comentários. Somos um círculo literário não institucional em Beja. Um grupo de amigos/as que ama a escrita e ama através da escrita. «Qual é mais importante? O sexo físico em acção ou a cultura?» As opiniões dividem-se. Entramos no palácio de cristal das filosofias, a cada um a sua...

 

Já após as 0 horas e 30 deste 18 de Julho, alguns de nós regressam a casa e ficamos três homens, divorciados (o meu caso) ou separados conjugalmente, a filosofar sobre o amor, o casamento, o viver só e as relações humanas em geral. Um diz: «Conheço um amigo que é casado e tem filhos, boa situação profissional e perguntei-lhe se é feliz, ele disse que não e que se não for passar férias sozinho rebenta. Quase todos os casamentos estão nesta situação: monotonia, relações cristalizadas, mortas. E as pessoas não sabem como sair porque temem as rupturas, as consequências.»
Outro diz: «A nossa situação de homens sós apresenta a vantagem de nos movermos livremente, não termos uma esposa que nos impeça de sair a bares, etc». Eu digo: « Não temos a certeza de nada, em termos de correspondência amorosa da parte da outra pessoa. Eu aposto na divindade: oro à Virgem Maria, aos deuses, de modo a conseguir eternizar a ligação de paixão e fidelidade, ainda que saiba que o destino está escrito e a roda do destino muda as coisas.» Um diz: «A vantagem de fazeres o caminho de Santiago de Compostela é que vais só, descobres-te a ti mesmo na viagem, na solidão que nunca é absoluta porque conheces outras pessoas.»

 

REPETIÇÕES NÃO CASUAIS - Hoje, 16 de Julho, dia em que foram LIBERTADAS de SITUAÇÔES de ESCRAVATURA e ABUSO SEXUAL 458 crianças no México e mais de 400 no Reino Unido, chego às 22.30 ao Jardim do Bacalhau, uma menina de 3 anos corre na minha direção e cai no empedrado, e chora copiosamente. Pego nela ao colo e entrego-a à mãe (ideia de LIBERTAÇÂO DA CRIANÇA). O microscosmos (a minha pequena vida particular) espelha o macrocosmos.

 

OS HOMENS - Seres porcos, em geral. Só pensam em sexo. O amor deles às mulheres é o curto horizonte do baixar a cuequinha à namorada ou à esposa. E as mulheres estão a masculinizar-se... que perigo!

 

REZAR - É essencial rezar quotidianamente a Deus, aos deuses do Bem. Não rezar, não assentar num princípio transcendente e santo, é estar morto, reduzido à matéria. As grandes intuições filosóficas e astrológicas que em mim nasceram atribuo-as à oração, porta de ligação aos deuses, à Virgem Maria, a Cristo, aos eons do Pleroma segundo a gnose de Valentim.
Os iluminati - Bush, Obama, Clinton, Kissinger. Rockfeller , etc- adoram, segundo se diz, o deus Moloch, em particular na quinta de Bohemian Grove: adoram deuses sangrentos que lhes permitem apagar a distinção entre o bem e o mal e levar a cabo este.

 

GOSTAMOS DE NÓS MESMOS- Os outros são apenas extensões do nosso gostar, que é variável, humoral. Não acredites, querida: eu gosto mesmo de ti.

 

MISSA CATÓLICA E DANÇA CÁTARA - Participo, sempre que posso, na missa católica - ainda que rejeite o papado romano, envolto na corrupção, e não consiga pronunciar o «Creio em Deus Pai Todo o Poderoso criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis». A minha filosofia é cátara: o Deus do Bem, o Éon Ingénito, o Pai Eterno não pode ser o autor do mundo da matéria e da carne onde os corpos adoecem, envelhecem, se corrompem e causam dores. onde há assassínios diários, roubos, violações de crianças inocentes; o autor deste mundo inferior é o Deus da Matéria, chame-se Iavé, Demiurgo ou Satã. É possível (mas indemonstrável, claro) que tenha sido queimado vivo na fogueira de Montsegur, fortaleza cátara do sul da França, em 16 de Março de 1244 pelo exército de Lúcifer (os cruzados do papa) com a minha então companheira - que, passadas várias (supostas) reencarnações, seria hoje uma jovem muito bela que vive no Baixo Alentejo.

 

Seja como for, a oração funciona e pode ser feita através da missa católica. Qualquer modalidade da missa católica: a ortodoxa, de uma solenidade incomparável, com os ícones a ser incensados; a tridentina, com o padre de costas para o público e a comunhão de joelhos; a moderma, pós Vaticano II,  com o altar-mesa capturado dentro do círculo sacerdote- público, a carismática dançante, etc.

 

E a Santa Virgem Maria ou Achamot (Sabedoria) na gnose valentiniana é uma entidade invisível que afasta Satã e tudo o que conduz ao satanismo (alcoolismo, tabagismo, magia negra, ideias obsessivas de morte, etc). Daí que a Avé-Maria seja poderosa. Estúpidos são os ateus que já foram crentes: desprezam o oiro da oração. Nós, cátaros, dançávamos rodopiando e louvando o Cristo da Luz -um pouco à moda dos carismáticos.

 

AMO-A PORQUE PRECISO DELA - Da sua beleza, da sua feminilidade, do seu sorriso, do seu pensamento reflexivo, do seu diálogo, do seu corpo e dos prazeres que proporciona, da sua ajuda. O que há de tremendo no amor é o "precisar de"...Se tirarmos o precisar de, o amor desaparece?

 

AMAR O PAI OU A MÃE - Ama-se o pai ou a mãe enquanto se precisa deles e são jovens ou de meia idade e nos oferecem refeições, ajuda financeira, bons conselhos, etc. Mas se chegarem a uma avançada idade e ficarem acamados, e derem muito que fazer, já não se ama o pai ou a mãe: entregam-se a um lar e vai-se visitá-los raramente.

 

SÃO FRANCISCO DA CRUZ- 29 de Julho de 2014. Passam 155 anos sobre o nascimento em Alcochete de Francisco Rodrigues da Cruz, o santo padre Cruz, falecido em 1 de Outubro de 1948, alvo da veneração popular católica devido à sua grande bondade (dava tudo o que tinha nos bolsos a mendigos na época do salazarismo e visitava os presos) e espírito de oração à Virgem e a Deus.

 

Lembro-me de, há mais de 25 anos, uma parente minha que tinha ido ao dentista sentir o chumbo solto no buraco do dente. Eu, com espírito experimentalista no domínio metafísico, fui buscar uma pagela do padre Cruz com relíquia (um pedacinho de pano da veste do santo) que a minha mãe me dera, encostei à bochecha dela, esfreguei e disse meio incrédulo: «Pelo poder de São Francisco da Cruz, eu te curo. Que o chumbo se fixe.» E, acreditem ou não, a jovem mulher ficou com o chumbo fixo ao dente, sem oscilar. Fiquei surpreendido: a oração dá efeito? A mini relíquia de pano tem poderes curativos?
 

A minha falecida mãe que, na década de 40, ainda adolescente, passava férias no Caramulo em casa de uma prima que, periodicamente, acolhia o velhinho padre Cruz, contava que a empregada doméstica via uma luz sobrenatural à porta do quarto onde dormia o padre Cruz, durante a noite. Sem dúvida, os fenómenos místicos existem e devemos invocar as entidades celestes contra os poderes infernais (droga, dinheiro acima de tudo, nazismo, exploração capitalista, ateísmo comunista ou anarquista, etc) que dominam este mundo. Retenho o ensinamento do padre Cruz: rezar diariamente o terço em honra da Virgem Maria. Recomendo que todos o façam. Dá frutos invisíveis e visíveis.

 

Sou de esquerda mas rejeito a adopção de crianças por casais gays porque a relação física homossexual, subscrita pelas potências infernais, não atinge a perfeição da relação heterossexual regida pela lei da polaridade dos contrários na forma física. Ok, ok... travisto-me no carnaval... para mulheres, sou um pouco fetichista. Mas não atravesso toda e qualquer a fronteira da perversão, certo? Sou homem, muito homem e cátaro, em busca do Santo Graal que está, simbolicamente pelo menos, na margem esquerda do Guadiana e que é um corpo-espírito feminino vivo, de beleza sublime.

 

O AMOR CONTRA O TERROR CÓSMICO- O terror cósmico é o isolamento absoluto, a destruição do «eu» físico ou psíquico e está iminente por todo o lado: as sequelas no sistema nervoso causadas pela vacina do colo do útero na rapariga X ou Y, o pânico dos passageiros no momento em que o seu avião é abatido no ar ou cai livremente, o horror das bombas de Israel sobre a faixa de Gaza, o terror da mulher ao ser esfaqueada ou baleada por um companheiro homicida, o terror do paralítico vítima de acidente, o terror do enterrado vivo por precipitação da família e do médico legista, etc.

 

Contra este terror cósmico que cinde, isola e aniquila o indivíduo há o amor que estabelece uma rede de afectos, uma sustentação universal, e tende a superar o isolamento e a destruição do indivíduo: o amor (no sentido genérico de amizade) aos familiares, aos amigos, aos vizinhos, aos residentes na mesma cidade, aos membros da sua religião ou clube desportivo, etc. O amor - excepto talvez o amor divino - tranquiliza, dá esperança, valores, mas não garante a vitória sobre o terror cósmico. Este último até se manifesta no medo de ser abandonado pelos seres amados, sentimento que acompanha a generalidade dos seres humanos.

 

 

www.filosofar.blogs.sapo.pt

f.limpo.queiroz@sapo.pt

 

 

 

© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 15:23
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