Domingo, 21 de Fevereiro de 2021
Equívocos no manual «Preparar o exame nacional de filosofia 11º» (Crítica de Manuais Escolares LX)

 

O manual da Areal «Preparar para o exame nacional Filosofia 11º» de Lina Moreira e Idalina Dias alberga, a par de muitas definições correctas e úteis, vários erros relevantes

 

UMA ERRÓNEA DISTINÇÃO ENTRE DETERMINISMO MODERADO E LIBERTISMO

 

As autoras perfilham a confusão teórica da filosofia analítica em voga separando libertismo de determinismo moderado, sem perceberem que o libertismo é género onde cabem duas espécies: o determinismo moderado pelo livre-arbítrio e o indeterminismo moderado pelo livre-arbítrio. Em ambas estas o livre-arbítrio impera sobre as leis ou acasos da natureza. 

 

Escrevem as autoras: 

«O libertismo é uma das teorias filosóficas que afirma a existência e o primado do do livre-arbítrio na ação humana. Neste sentido, considera que, face às mesmas circunstâncias, o ser humano escolhe livremente entre as várias possibilidades que tem diante de si, o que significa, recuperando o exemplo, que poderíamos ter saído pela janela ou escolhido agir de outra forma. Tal significa o reconhecimento de que, perante a mesma circunstância, havia mais do que uma ação possível, que o agente escolheu uma de várias possibilidades». 

LINA MOREIRA e IDALINA DIAS, «Preparar para o exame nacional Filosofia 11º» , Areal Editores,página 69.

 

Esta definição é exatamente a mesma de determinismo moderado, doutrina segundo a qual o universo é regido por leis biofísicas invariáveis (nascimento, crescimento, estado adulto jovem, envelhecimento e morte dos seres vivos; translação da Terra em torno do Sol em 365 dias, etc.) mas o ser humano dispõe de livre arbítrio, capacidade de escolha racional entre as alternativas de ação a cada momento.

 

O erro das autoras e de todos os manuais de filosofia do ensino secundário e de John Searle e Simon Blackburn está em supor que o determinismo moderado, pelo facto de admitir que há leis biofísicas necessárias, infalíveis, reduz o grau de livre arbítrio nos seres humanos quando é exatamente o contrário que sucede: Sartre escreveu que «nunca fomos tão livres como sob a ocupação alemã», de 1940 a 1944, porque cada francês podia escolher a resistência ou a colaboração com o nazismo.  A pressão das leis físicas infalíveis (determinismo) não reduz, aumenta o livre-arbítrio, que é uma deliberação racional (libertismo). Há maior liberdade no determinismo biofísico com livre arbítrio (determinismo moderado) - porque se escolhe conhecendo as leis da natureza física - do que no indeterminismo biofísico (inexistência de leis necessárias, imprevisibilidade) com livre arbítrio que as autoras, Simon Blackburn e as universidades confusamente batizam de libertismo.

 

O libertismo, segundo o conceito em voga dos manuais, é a tendência de livre escolha sem levar em conta as cadeias do determinismo biofísico em que estamos imersos (estado do corpo: fome, frio, saciedade; situação económica: salário ou outro rendimento, carreira profissional, bens imóveis e móveis; situação política: sociedade aberta ou totalitarismo, etc.) Mas essa tendência libertista não é livre-arbítrio porque lhe falta a racionalidade que só existe quando se observa e leva em conta a situação concreta, o mundo físico e as suas condicionantes. Como diria Hegel «a liberdade é a consciência da necessidade», não é o impulso do louco que se julga livre e age irracionalmente. Já Aristóteles notara a diferença entre livre escolha ditada pelo instinto animal e livre-arbítrio.

 

A CONFUSA NOÇÃO DE INCOMPATIBILISMO E A CONFUSÃO DE DETERMINISMO RADICAL COM FATALISMO

 

Escrevem as autoras:

«A resposta à questão "Será o ser humano efetivamente livre na sua ação?" não é consensual entre os filósofos. Uns consideram que o livre-arbítrio não é compatível com o determinismo - incompatibilismo - outros afirmam o contrário -compatibilismo

«Tanto o libertismo como o determinismo radical são teorias incompatibilistas.»

LINA MOREIRA e IDALINA DIAS, «Preparar para o exame nacional Filosofia 11º» , Areal Editores,páginas 68 e 69.

 

É evidente que o determinismo moderado compatibiliza o livre-arbítrio com o determinismo. Ambos existem no mesmo ser humano adulto. ´Por que razão o libertismo seria um incompatibilismo se há compatibilidade entre o livre-arbítrio e o indeterminismo biofísico (exemplo: surge um dia de queda de neve em pleno verão de Julho no Alentejo e este libertismo da natureza é compatível com o meu livre-arbítrio pois posso escolher entre ficar na praia a receber a neve ou refugiar-me dentro de uma habitação)? É uma tolice dizer que, no seu todo, o libertismo é uma teoria incompatibilista quando ele engloba o determinismo moderado que é, em si mesmo, compatibilismo e o indeterminismo biofísico com livre-arbítrio que é também, em si mesmo, compatibilismo.

 

O libertismo, como género de duas correntes e não na errónea noção deste manual,  é incompatível com o fatalismo - doutrina segundo a qual tudo está predestinado e não há livre-arbítrio real e que não é o mesmo que determinismo radical, coisa de que este e os outros manuais não se apercebem -  com o determinismo radical (exclusão do livre arbítrio, leis biofísicas necessárias compatíveis com um certo grau de acaso) e com o indeterminismo radical (exclusão do livre arbítrio, inexistência de  biofísicas necessárias, pura arbitariedade no mundo natural) .

 

Se há determinismo radical deveria também postular-se que há indeterminismo radical ou indeterminismo biofísico sem livre-arbítrio mas a inteligência dos filósofos analíticos não chega a tanto. No seu «Dicionário Oxford de Filosofia» Simon Blackburn divide confusamente esta temática em 4 correntes - determinismo radical, determinismo moderado, libertismo, indeterminismo - sem perceber que fatalismo se distingue de determinismo radical , que determinismo moderado se inclui no libertismo tal como o indeterminismo moderado com livre-arbítrio. Blackburn nem sequer conceptualiza que há dois tipos de indeterminismo: moderado (com livre-arbítrio) e radical (sem livre-arbítrio).Só tipos confusos, pensadores de segunda classe como este, com doutoramentos (!) em filosofia universitária,  são editados e promovidos pelos media como sendo os filósofos actuais...

 

NO SUBJECTIVISMO AXIOLÓGICO UMA OPINIÃO VALE O MESMO QUE A SUA CONTRÁRIA?

 

Escrevem as autoras:

«Para o subjectivismo, não existe um conceito universal de bem e de mal, mas tantos quantos os indivíduos. Se assim é, uma opinião vale o mesmo que a sua contrária.»

Lina Moreira e Idalina Dias, «Preparar para o exame nacional Filosofia 11º» , Areal Editores,página 84.

 

Isto não é correto. Para cada subjetivista, a sua opinião vale mais que as contrárias, ainda que possa admitir ou não algum grau de verdade nestas. É aquilo que Nietzsche designa de perspectivismo: vemos o mundo, a paisagem de uma dada maneira, a partir de um ponto de observação, e a visão seria outra se mudassemos o lugar de onde observamos. Tome-se como exemplo a opinião sobre a eutanásia. Um cristão adverso a esta prática dirá: «É subjectivo saber quem tem razão, há argumentos a favor e contra, a minha intuição diz-me que eutanásia é um assassinato legal, ofende a Deus, que deseja cuidados paliativos nos hospitais e não extinção provocada da vida humana».

 

As definições erróneas contidas neste manual e nos outros estão presentes sempre, ano a ano, no exame nacional de filosofia do 11º ano do ensino secundário em Portugal. O lóbi da filosofia analítica (Manuel Maria Carrilho, João Branquinho, Guido Imaguirre, Ricardo Santos, Desidério Murcho, João Sáagua, Pedro Galvão, Rolando Alneida, António Pedro Mesquita, Domingos Faria, Célia Teixeira, Aires Almeida, etc.) devia ser afastado da autoria dos exames nacionais porque pensa, avalia e ensina mal, promove como «ciência» uma ridícula lógica proposicional que defende que o juízo «Sou português ou sou espanhol» merece uma tabela de verdade diferente do juízo «Ou sou português ou sou espanhol» quando dizem exactamente o mesmo, são o mesmo no conteúdo. Estamos, na área da filosofia, sob uma ditadura da filosofia analítica norte-americana e britânica mantida por pensadores de segunda e terceira classe.

 

 

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Terça-feira, 19 de Janeiro de 2021
O absurdo dos inspectores de circunstâncias e os medíocres filósofos que nos governam

 

Um dos inspectores de circunstâncias («regras lógicas») que possibilitam extensas «tabelas de verdade» da lógica proposicional é o da equivalência material ou bicondicional : «P é verdade se e só se Q é verdade» . P(↔) Q

 

A regra da equivalência bicondicional enuncia-se assim: 

 

«Uma proposição bicondicional é verdadeira se as proposições que a constituem forem ambas verdadeiras ou ambas falsas».

 

Vejamos uma aplicação desta regra, considerando que a proposição P é «Marte tem um brilho avermelhado» e a proposição Q é «Marcelo Rebelo de Sousa é presidente da república portuguesa».

 

« Marte tem um brilho avermelhado se e só se Marcelo Rebelo de Sousa é presidente da república portuguesa».

 

Qualquer pessoa de bom senso dirá: é uma asserção ridícula, não é verdadeira, a dita tabela de verdade que estipula

Verdadeiro        verdadeiro       verdadeiro

P                          Q                          P(↔) Q   

é absurda.

 

Vejamos outra regra errónea da lógica proposicional. A tabela de verdade da implicação material (se...então: P→Q) enuncia-se assim : 

 

«A implicação só é falsa se o antecedente for verdadeiro e o consequente falso. Nos outros casos, é sempre verdadeira.»

 

Consideremos o seguinte caso de P e Q serem verdadeiras

P= A revolução comunista russa ocorreu em Novembro de 2017

Q=Portugal detém a presidência da União Europeia de 1 de Janeiro a 1 de Julho de 2021» 

 

Aplicando P→Q  temos: 

Se a revolução comunista russa ocorreu em Novembro de 2017 então Portugal detém a presidência da União Europeia de 1 de Janeiro a 1 de Julho de 2021».

 

Esta implicação é uma falácia, uma coisa não implica a outra apesar de ambas serem factos verdadeiros, a menos que se acredite numa absoluta conexão predestinada. 

 

Quem subscreve esta lógica ?

 

Antes de tudo, Gottlob Frege (Wismar, 8 de Novembro de 1848 — Bad Kleinen, 26 de Julho de 1925) matemático, lógico e filósofo alemão que ligou elementos matemáticos e linguísticos para o entendimento de enunciados (estes são reduzidos a uma simples letra, como por exemplo P, sendo P a proposição «O Alentejo está cheio  de olivais»).

 

Outros filósofos, como Ludwig Wittgenstein (Viena, 26 de Abril de 1889 — Cambridge, 29 de Abril de 1951)  filósofo austríaco, naturalizado britânico.e Rudolf Carnap (Ronsdorf, Wuppertal, 18 de maio de 1891 — Santa Mônica, 14 de setembro de 1970)  filósofo alemão e o matemático britânico Bertrand Russell, (Ravenscroft, País de Gales, 18 de maio de 1872 — Penrhyndeudraeth, País de Gales, 2 de Fevereiro de 1970) estudaram as relações entre a lógica e a linguagem, criando ou completando a chamada filosofia analítica da linguagem, que inclui a lógica proposicional. 

 

Podemos classificar de filósofos medíocres, no plano da lógica, Frege, Wittgenstein, Carnap e Russell? Sim, podemos e devemos. E que pensar dos subscritores e defensores em Portugal desta lógica proposicional como Manuel Maria Carrilho, João Branquinho, Guido Imaguirre , João Saágua, Ricardo Santos, Desidério Murcho, Domingos Faria, Rolando Almeida, Pedro Galvão, Célia Teixeira, António Pedro Mesquita, Aires Almeida, Alexandre Franco de Sá? São medíocres intelectuais e, se algum deles se apercebeu genuinamente das falácias dessa lógica, padece de cobardia intelectual por não as denunciar. É aliás este grupo o grande responsável, desde que Carrilho foi ministro da Cultura em 1995-1999 e ministro da Educação em 1999-2002, da alteração para pior dos programas de filosofia do 10º e 11º anos de escolaridade em que os professores sáo obrigados a lecionar esta estúpida lógica proposicional.

 

A universidade em filosofia funciona como um partido leninista: os dirigentes, os catedráticos, cooptam os doutorandos e mestres que lhes são fiéis e não põem em causa o seu estatuto de «sábios». Já Schopenhauer denunciou no século XIX a corrupção da filosofia institucional.

 

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publicado por Francisco Limpo Queiroz às 15:53
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Sábado, 20 de Julho de 2019
Aprendizagens essenciais de filosofia 10º ano: o charlatanismo da lógica proposicional

Aires Almeida, co-autor de manuais de filosofia para o ensino secundário, e o lóbi da filosofia analítica - que inclui Manuel Maria Carrilho, João Branquinho, Ricardo Santos, Desidério Murcho, Célia Teixeira, Pedro Galvão, Rolando Almeida, Domingos Faria, Sara Bizarro, etc.- alteraram o programa de filosofia do 10º e 11º ano do ensino secundário em Portugal, amputando-o da lógica aristotélica e impondo como obrigatória e única a pseudo-ciência da lógica proposicional, expoente máximo do charlatanismo em filosofia.

Porque o fizeram? É possível aduzir várias razões:

 

O negócio e a conquista da hegemonia. Com a abolição programática de quase toda a  lógica aristotélica - as 8 regras do silogismo regular, etc. - os promotores da lógica proposicional oferecem ações de formação aos professores de filosofia, pagas. Domingos Faria, entre outros, aí está a oferecer os «seus» cursos mercenários. Este grupo pretende assim obter a hegemonia ideológica no ensino da filosofia e torcer o programa à medida dos novos manuais de filosofia que preparam já..

 

A substituição da filosofia tradicional, incluindo a história da filosofia, por um formalismo de pseudo pensamento, cumprindo as indicações do Clube de Bilderberg. De este grupo de ideólogos , grandes financeiros e donos de grandes grupos de comunicação  social, primeiros-ministros, líderes partidários  e deputados influentes, que  visa construir a Nova Ordem Mundial, um Estado subtilmente fascista com parlamentos e orgãos de imprensa controlados pela Mão Invisível, é membro o socialista Manuel Maria Carrilho. Não há, nas aprendizagens essenciais da filosofia 10º ano, qualquer referência à obrigação de conhecer a filosofia grega antiga (os pré-socráticos, Platão, Aristóteles, os sofistas) e a filosofia oriental antiga (o taoísmo de Lao Tse, o budismo filosófico, etc.). Fala-se apenas nos «grandes temas da filosofia», passando como gato sobre brasas.

 

O CHARLATANISMO DA DISTINÇÃO ENTRE DISJUNÇÃO INCLUSIVA E DISJUNÇÃO EXCLUSIVA

 

Um dos equívocos da lógica proposicional, que a qualificam como charlatanismo,  é a falaciosa distinção entre disjunção inclusiva e disjunção exclusiva. No Manual Essencial  Filosofia 11º em voga em muitas escolas do ensino secundário em Portugal lê-se: 

 

«A disjunção inclusiva é representada por V.

«A disjunção exclusiva é representada por W.

Por exemplo: 

«Os livros estão escritos em prosa ou em poesia».

 

                                      PVQ

«Os livros estão escritos ou em prosa ou em poesia».

 

                                      PWQ

 

Neste último sentido, é claro que uma alternativa exclui por si só a outra».

(Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 71).

 

Esta distinção é uma falácia. Dizer, por exemplo, «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» (disjunção inclusiva segundo esta lógica) é o mesmo que dizer «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa» (disjunção exclusiva segundo esta lógica proposicional). A disjunção é exclusiva em ambos os casos: ir ao Porto exclui, no mesmo instante, ir a Lisboa. O «ou..ou» é apenas uma forma mais enfática de dizer «ou». Na substância, não há diferença alguma entre estas «duas» disjunções.

 

Andam os professores a ensinar erradamente os seus alunos. Gravíssimo. Uma pseudociência do pensamento, uma formalização parcialmente arbitrária deste, elevada a tema central da filosofia!

 

A FALSA REGRA DA «DISJUNÇÃO EXCLUSIVA»

 

Há leis erróneas na lógica proposicional. Como a seguinte:

 

«Regra da disjunção exclusiva: A disjunção exclusiva é verdadeira quando as proposições simples apresentam valores lógicos diferentes. É falsa quando as proposições são ambas verdadeiras ou ambas falsas

(Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 72).

 

Eis um exemplo que atesta o erro desta regra: a disjunção exclusiva PWQ «Ou o inverno é necessário à natureza (P) ou o verão é necessário à natureza (Q).» Ambas as proposições P e Q são verdadeiras e a disjunção é verdadeira mas segundo a regra acima deveria ser falsa.  

 

A FALSA REGRA DA «DISJUNÇÃO INCLUSIVA»

 

A lei da «disjunção inclusiva» é também errónea. É enunciada assim:

 

«Regra da disjunção inclusiva: a disjunção inclusiva de duas proposições é verdadeira em todos os casos, excepto quando as duas proposições simples são ambas falsas.»

(Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 72).

 

Eis um exemplo que atesta o erro desta regra: a disjunção inclusiva PVQ «Somos portugueses (P) ou somos europeus (Q).» Ambas as proposições P e Q são verdadeiras, contudo a disjunção é falsa porque não podemos extrinsecar portugueses de europeus, mas segundo a regra acima é uma disjunção...«verdadeira». É charlatanismo, para não falar em fascismo epistémico, impor que alunos e professores de filosofia memorizem e apliquem em pseudo tabelas de verdade estas "regras" falsas».

 

A ERRÓNEA TABELA DE VERDADE DA IMPLICAÇÃO

 

A função de verdade dita condicional ou implicação na lógica proposicional simboliza-se S →P. Por exemplo, «Se chover»(proposição S) «então levarei guarda-chuva» (proposição P).

 

Escreve um manual do 11º ano de filosofia da Santilhana:

 

«A implicação material é uma operação intelectual que relaciona condicionalmente os valores lógicos de duas proposições simples.

«Por exemplo: P→Q       «Se tirar a carta, então vou comprar carro»

 

«Qual é a regra da implicação?

«Regra da implicação: A implicação só é falsa se o antecedente for verdadeiro e o consequente falso. Nos outros casos é sempre verdadeira».

 

«Qual é a tabela de verdade da implicação?

 

«A tabela de verdade da implicação é a seguinte:

 

P       Q            P→Q

V        V              V

V         F             F

F         V            V

F          F            V

(Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 73).

 

É fácil verificar a falsidade desta tabela de verdade aplicando-a a exemplos concretos (lógica material).

 

Consideremos a proposição complexa «Se há pegadas de dinossauro na Serra de Aire e Candeeiros (P),  então a Lua completa em 27,3 dias a sua órbita em torno da Terra (Q)».

Ambas as proposições simples são verdadeiras e, segundo a tabela de «verdade», a implicação será verdadeira. Mas não é, porque a relação entre pegadas de dinossauro na serra X e mês sideral da Lua é meramente acidental,  não existe sequer: quer haja ou não pegadas de dinossauro a Lua leva sempre 27,3 dias na sua órbita em torno da Terra.

 

Consideremos as proposições simples "Os átomos existem" (P) e "As moléculas existem" (Q). Construamos  a proposição complexa «Se os átomos não existem ( ¬ P) então (→ )as moléculas existem (Q)». Segundo a tabela de verdade acima, sendo    ¬ P falsa (porque os átomos existem) e Q verdadeira (as moléculas existem) a implicação será verdadeira. Ora não é isso que sucede: não havendo átomos implica não haver moléculas porque estas são agregados de átomos, logo a proposição «Se os átomos não existem (¬ P) então as moléculas existem (Q)» é uma implicação falsa.

 

Não basta considerar o valor de verdade de cada uma das proposições simples é necessário centrar-se no tipo de implicação: se é necessária, fundada na causalidade ou no sincronismo, ou contingente, fundada na ficção, no imaginário... Mas sobre isto a lógica proposicional nada diz. Não está bem construída, não foi bem pensada.

 

O que fazem os arautos da lógica proposicional em Portugal na universidade e no ensino secundário- João Branquinho, Ricardo Santos, Guido Imaguirre, João Sàágua, Domingos Faria, Aires Almeida, Rolando Almeida, Luís Veríssimo, Pedro Galvão e outros - senão ensinar estas erróneas teses e asim contribuir para estupidificar os alunos de filosofia?

 

Tenham a coragem de fazer autocrítica e condenar a lógica proposicional! Os vossos mestrados e doutoramentos não impedem que lavreis no erro. Não servem para nada, senão para transmitir conhecimentos fragmentados, mistos de verdade e erro. «Menos lógica, mais pensar! dizia Heidegger». Extingam-se as cátedras de filosofia na universidade, ocupadas por incompetentes que se cooptam entre si, acabe-se com o autoritarismo sectário  e pseudo-científico da filosofia analítica e outras: as cátedras são tão prejudiciais ao saber quanto o Tribunal da Santa Inquisição o foi para a descoberta de Deus e o livre pensamento.

 

AS LEIS DE MORGAN ESTÃO ERRADAS

 

As leis do matemático  Morgan (1806-1871), uma das bases da lógica proposicional, estarão certas? Não.

 

Atentemos no manual de filosofia do 11º ano do ensino secundário da Santilhana Editora que as expõe:

 

«Quais são as principais leis de Morgan?

 

1ª Negação de uma conjunção:

A negação de uma conjunção é equivalente à disjunção das negações das suas proposições ou argumentos.

 

Formalizemos:

                                                                   ¬ (P∧ Q) ↔  (¬ P ∨ ¬ Q)
 
 (Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 99).
 
 
Vejamos um exemplo que prova o erro desta fórmula:
 
P= Vou a Paris
 
Q= Vou a Londres
 
 
Não vou a Paris e não vou a Londres é equivalente a Não vou a Paris ou Não vou a Londres - diz a primeira lei de Morgan exemplificada. 
 
As duas construções - negação da conjunção e disjunção das negações - não se equivalem porque no segundo caso, da disjunção, posso completá-la assim: Não vou a Paris mas vou a Londres ou Não vou a Londres mas vou a Paris.
 
A disjunção quebra o bloco unitário Não vou a Paris e não vou a Londres e abre a possibilidade de não ir a Paris mas ir a Londres.
 
Voltemos ao manual citado que expõe a segunda lei de Morgan:
 
«2º -Negação de uma disjunção:
 
A negação de uma disjunção é equivalente à conjunção das negações das suas proposições ou argumentos.
 
Formalizemos:
 
¬ (P∨ Q) ↔  (¬ P  ¬ Q)
 

  (Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 99).

 

Um exemplo prova a equivalência falsa estabelecida nesta lei:

 

Não vou a Paris ou não vou a Londres é equivalente a Não vou a Paris e Não Vou a Londres. - de acordo com  a segunda lei de Morgan.

 

O facto de não ir a Paris não o impede de ir a Londres, na primeira frase, porque aí figura o ou, e o facto de ir a Londres não o impede de nessa circunstância ir a Paris. Portanto, não há equivalência entre a negação da disjunção e a conjunção das negações.

 

Tantos milhares de professores catedráticos universitários, tantas centenas de milhar de professores do ensino secundário estudaram/ decoraram e aceitaram acriticamente estas falaciosas «leis de Morgan» que o Ministério da Educação impõe como obrigatórias no ensino secundário em Portugal.

 

As cátedras universitárias nada valem, porque produzem e alimentam o erro. São títulos honoríficos - o catedrático é como o papa que «representa» Deus na terra e goza de infalibilidade - que embaraçam o livre filosofar profundo. Onde estão os filósofos nas cátedras universitárias? Não estão, salvo raríssimas excepções. Extingam-se estas e regresse-se à democracia filosófica de base. Acabe-se com os privilégios dos autores de manuais associados aos gabinetes que gizam os exames e programas nacionais. Eles não pensam, facturam. Corrompem a filosofia.

 
 

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© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz

 



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 12:48
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Terça-feira, 17 de Junho de 2014
O grau 10 do signo de Aquário e os golpes de Estado fracassados

 

A passagem de um planeta, do planetóide Quiron, do Sol ou de um Nodo da Lua em 10º signo de Aquário é condição necessária mas insuficiente para gerar um golpe de Estado fracassado, de direita ou de esquerda.

 

Quantos dias em cada ano um planeta e o Sol atravessam o grau 10 do signo de Aquário (grau 310 de longitude eclíptica)? Depende. Em 2014, apenas seis dias (não levamos em conta a Lua): em 17 e 18 de Janeiro (Mercúrio), 29 e 30 de Janeiro (Sol), 17 e 18 de Março (Vénus). Portanto, são significativos os factos que, a seguir, apontamos, porque é relativamente raro ao longo de um ano haver um planeta ou o Sol em 10º de Aquário.

 

Em 18 e 19 de Abril de 1925, com Nodo Sul da Lua em 10º 39´ / 10º 30´ de Aquário, eclode um golpe militar de direita contra a República parlamentar, com a sublevação de 3 unidades militares que acampam na Rotunda do Marquês de Pombal, em Lisboa, duelos de artilharia e a deslocação ao quartel do Carmo do general Sinel de Cordes, revoltoso, para exigir ao presidente da república Teixeira Gomes a destituição do governo de Vitorino Guimarães, de centro-esquerda, e a formação de um governo extrapartidário chefiado por Filomeno da Câmara, no dia 18, e rendição dos revoltosos de direita bombardeados por uma chuva de granadas no dia 19; em 1 de Janeiro de 1962, com Júpiter em 10º 28´/ 10º 41´ de Aquário,  de madrugada, descoordenados entre si, um grupo de civis chefiado por Manuel Serra e um grupo de militares chefiado pelo capitão Varela Gomes assaltam e ocupam o Regimento de Infantaria 3, quartel de Beja, num intento de derrubar Salazar, mas o segundo comandante major Calapez fere gravemente a tiro Varela Gomes e dispara no escuro, durante horas, havendo 3 mortes, entre elas a do subsecretário do exército Jaime da Fonseca, que se deslocara a Beja, de manhã, e o golpe revolucionário fracassa, não chegando a entrar em acção, como chefe do golpe antisalazarista, o general Humberto Delgado, escondido numa casa da Rua Ancha da capital do Baixo Alentejo; em 29 de Junho de 1973, com Júpiter em 10º 50´/ 10º 44´  de Aquário, forças leais ao governo de Unidade Popular repelem um ataque armado ao palácio dopresidente socialista Salvador Allende, fracassando assim um golpe de direita no Chile.

 

em 16 de Março de 1974, com Vénus em 10º 18´/ 11º 6´ de Aquário, o capitão Virgílio Luz Varela e tenentes Rocha Neves, Gomes Mendes e Silva Carvalho, pouco depois da meia-noite, neutralizam o coronel Horácio Lopes Rodrigues e o tenente-coronel FarinhaTavares, comandante e o segundo-comandante do Regimento de Infantaria 5 (Caldasda Rainha), julgando que o CIOE (Lamego), a EPC (Santarém), a EPA, a EPI e o RCn.º 7 iriam secundar o levantamento, e uma coluna militar comandada pelo capitão Piedade Faria sai do RI5, visando derrubar a ditadura de Caetano eTomás, mas obstaculizada às portas de Lisboa, regressa às Caldas da Rainha cujo quartel é cercado por forças militares governamentais, rendendo-se os majores Casanova Ferreira e Manuel Monge e toda a unidade, sendo presos 35 aspirantes aoficial miliciano, e alguns sargentos e furriéis; em 23 de Fevereiro de 1981, com Nodo Sul da Lua em 10º 41´/ 10º 37´ de Aquário, eclode um golpe fascista em Espanha,com a invasão do parlamento por 175 guardas civis chefiados pelo tenente-coronel Tejero Molina, que disparam rajadas de metralhadora e sequestram os deputados mas ante a reacção popular nas ruas os chefes militares, exceptuamdo o general Milans del Bosch, comandante militar de Valencia, não aderem ao golpe que fracassa na madrugada seguinte.

 

Como é possível que catedráticos e doutorados de filosofia como Maria Luísa Ribeiro Ferreira, Sofia Miguens,  Luís de Araújo, Alexandre Franco de Sá, Viriato Soromenho Marques, José Gil, Manuel Maria Carrilho, Roberto Merrill, Susana Cadilha, João L.Cordovil, Olga Pombo, João Sáagua, Porfírio Silva, Ricardo Santos, não possuam a intuição de que os golpes militares e todos os acontecimentos na Terra são reflexo do movimento dos planetas através dos 360º do Zodíaco segundo leis exactas de correspondência? Como é possível que blindem as suas universidades contra a investigação e a exposição de teses da astrologia histórica?

 ,

Terão consciência do papel ideológico vergonhoso, ao serviço da classe burguesa e do clericalismo em geral, que as suas universidades "racionalistas"  desempenham ao silenciar a astrologia histórica que desenvolvemos e que constitui uma teoria tão importante quanto a teoria da relatividade de Einstein?

 

 

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Sexta-feira, 16 de Agosto de 2013
A morte de um bombeiro na Covilhã, em 15 de Agosto de 2013, foi causada pela conjuntura planetária

 

A análise objectiva dos dados astronómicos dá credibilidade sólida à hipótese de que a morte do bombeiro Pedro Rodrigues em Coutada, no concelho da Covilhã, a combater um incêndio florestal, em 15 de Agosto de 2013, estava predestinada. Alguns acidentes na Covilhã e arredores resultam da conjugação de planetas nas áreas 21º-23º  de Caranguejo e 26º-28º de Virgem no mesmo dia.

 

ACIDENTES NA COVILHàCOM MARTE EM 22º DE CARANGUEJO E OUTRO PLANETA EM 26º-28º DE VIRGEM

 

Eis exemplos desta lei:

 

Em 3 de Outubro de 2009, com Marte em 22º 49´/ 23º 32´ de Caranguejo, Saturno em 26º 53´ / 27º 0´ de Virgem, um avião despenha-se durante um festival aéreo na Covilhã e os dois tripulantes do avião, o piloto e uma jornalista, sofrem ferimentos ligeiros; em 15 de Agosto de 2013, com Marte em 21º 33´/ 22º 12´ de Caranguejo, Vénus em 28º 2´/ 29º 14´ de Virgem, Pedro Rodrigues, bombeiro da Covilhã, morre cercado pelas chamas no combate a um fogo florestal, em Coutada, no concelho da Covilhã.

 

Note-se que, em regra, Marte só passa no grau 22 de Caranguejo uma vez em cada dois anos. Contra factos, não há argumentos.

 

A PRESENÇA DE UM PLANETA OU NODO DA LUA NO PONTO 28º 0´/ 28º5´  DE QUALQUER SIGNO

 

Outra lei que concorre para as mortes de bombeiros portugueses em incêndios é a seguinte: a passagem de um planeta, do Sol ou nodo da Lua no ponto 28º 0´/ 28º 5´ de qualquer signo do Zodíaco contribui para a ocorrência de morte de bombeiro em combate a um fogo. Eis alguns exemplos.

 

Em 9 de Julho de 2006, com Nodo Norte da Lua em 28º 14´/ 28º 3´ de Peixes, após as 14.00 horas, uma rotação do vento envolve em labaredas e mata 6 bombeiros, entre os quais 5 sapadores chilenos e um português, que combatiam um fogo florestal em Famalicão da Serra, Guarda, na zona da serra da Estrela; em 30 de Janeiro de 2007, com Plutão em 28º 0´/ 28º 2´ de Sagitário, Nuno Marques, bombeiro, de 25 anos, morre ao combater o fogo numa barraca em Camarate, no bairro da Torre, por explosão de uma botija de gás; em 15 de Agosto de 2013, com Vénus em 28º 3´/ 29º 14´ de Virgem, o bombeiro da Covilhã Pedro Rodrigues morre, cercado pelas chamas, ao combater um incêndio florestal em Coutada, concelho da Covilhã.

 

De acordo, com esta lei são dias de alto risco para a vida dos bombeiros, nos tempos mais próximos, os seguintes dias: 22 de Agosto de 2013 (Mercúrio em 26º 7´/ 28º 7´ de Leão), 24 e 25 de Agosto de 2013 (Marte em 27º 22´/ 28º 1´/ 28º 40´ de Caranguejo); 8 de Setembro de 2013 ( Mercúrio em 27º 49´/ 29º 30´  de Virgem)  e 9 de Setembro de 2013 (Vénus em 27º 23´/ 28º 32´ de Balança), 20 de Setembro de 2013 (Sol em 27º11´/ 28º 10´ de Virgem)

 

Nem Descartes, nem Hegel, nem Heidegger, nem Bertrand Russel, nem John Rawls, nem José Gil, nem José Mattoso, nem Manuel Maria Carrilho nem Eduardo Lourenço, nem Vasco Pulido Valente, conheciam ou conhecem estas leis planetárias. Nem, ao menos, discerniam ou discernem o princípio da correlação sistemática e concreta dos factos biológicos e técnico-sociais com os graus do Zodíaco, doutrina científica que os deuses, misericordiosamente, me concederam desvendar -a mim, pobre criatura, que procuro salvar a minha alma deste mundo satânico da matéria, da avidez do dinheiro e da mentira generalizada.


Convenhamos que estes cálculos astronómicos de acidentes historicamente identificados são muito mais interessantes e ricos em saber do que as aborrecidas e vácuas dissertações dos filósofos analíticos e outros lógicos de vistas curtas. As universidades, em particular , são dominadas por catedráticos dotados de um cretinismo atrozmente anti astrologia histórica. Esses ignorantes, com títulos de doutorados, mandam na televisão, nas revistas, nas editoras e congressos de filosofia, no mundo político-cultural institucional. A corrupção intelectual é geral, os sages ou sábios autênticos são marginalizados e censurados.

 

PS- Se é professor ou estudante de filosofia, história, astrologia ou demais ciências, porque não começa a compreender os movimentos planetários e a astrologia histórico-social e libertar-se da crucial ignorância a que o votaram nessa matéria? Adquira na nossa loja online www.astrologyandaccidents.com as nossas obras «Álvaro Cunhal e Antifascismo na Astrologia Histórica», recentemente lançada, «Os acidentes em Lisboa na Astronomia-Astrologia» e outras que lhe fornecem conhecimentos que em nenhum outro lado pode encontrar. É tempo de ser culto e profundo! Pense por si, sem receio dos clichés dominantes.


 

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Domingo, 9 de Junho de 2013
Incompreensões de António Marques sobre o criticismo de Kant

Em um artigo de sete páginas do «Dicionário do Pensamento Contemporâneo» sobre o Criticismo, o catedrático de filosofia António Marques não demonstra entender, genuinamente, o conceito de criticismo em Kant.

 

Em nenhum parágrafo do artigo António Marques afirma um princípio basilar do criticismo de Kant: o idealismo ou irrealismo da matéria, do mundo dos fenómenos (casas, comboios, árvores, paisagens, etc). É esse princípio que constitui a base da revolução coperniciana do conhecimento que, antes de Kant, já Berkeley e David Hume haviam operado.

 

Marques insiste em falar no sistema da dualidade da filosofia crítica, querendo com isso referir a dualidade entre fenómeno e númeno, sujeito e objecto, razão e entendimento. E opõe a filosofia da identidade de Schelling e Hegel à filosofia crítica de Kant sem perceber que as primeiras são ideal-realismo e esta última é puro idealismo físico como o idealismo de Berkeley. Ademais, a filosofia do absoluto de Hegel do uno englobante de tudo, baseia-se também em dualidades - real e racional, conceito objectivo e conceito subjectivo, finito e infinito, etc - e trinalidades - tese, antítese e síntese, ser em si, ser fora de si e ser para si,etc- o que  retira clareza ao fio do raciocínio de António Marques pois a identidade não exclui a dualidade. Este escreve, referindo-se ao idealismo alemão:

 

«Ainda que, de formas diferentes, os seus autores fundamentais (Fichte, Schelling, Hegel) insistiram na artificialidade, na inconsistência lógica ou nas insuficiências ontológicas do dualismo próprio do criticismo. Pares conceptuais fundamentais como entendimento/ razão, sujeito/ objecto, activo/ passivo, fenómeno/ coisa em si foram objecto de uma crítica que via no dualismo desta filosofia o principal obstáculo à fundação da filosofia do absoluto.» (António Marques, Criticismo, Dicionário do Pensamento Contemporâneo, direcção de Manuel Maria Carrilho, página 62, Círculo de Leitores, 1991).

 

Sublinho que a expressão «idealismo alemão», empregue com excessiva leveza nas histórias e dicionários de filosofia, é profundamente ambígua: o idealismo material de Kant opõe-se ao idealismo formal de Hegel que é um realismo de matriz espiritualista. Como é que Kant caracterizou a filosofia crítica ou criticismo? Do seguinte modo:

 

«Só a crítica pode cortar pela raíz o materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a incredulidade dos espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que se podem tornar nocivos a todos e, por último, também o idealismo e cepticismo. (...)

«A crítica não se opõe ao procedimento dogmático da razão no seu conhecimento puro, enquanto ciência (pois esta é sempre dogmática, isto é, estritamente demonstrativa, baseando-se em princípios a priori, seguros) mas sim ao dogmatismo, quer dizer, à presunção de seguir por diante apenas com um conhecimento puro por conceitos (conhecimento filosófico), apoiado em princípios...» (Kant, Crítica da Razão Pura, Prefácio da Segunda Edição (1787), pagina 30, Fundação Calouste Gulbenkian).

 

Não é clara a diferença entre materialismo e ateísmo na frase de Kant acima - a menos que este queira significar por materialismo o que se chama realismo, doutrina da existência de um mundo físico independente das consciências humanas. É paradoxal que Kant use a «crítica» contra o idealismo quando ele mesmo admite ser idealista transcendental - a menos que esteja a visar como idealismo apenas a doutrina de Berkeley.

 

 Marques escreveu:

 

«Lembremo-nos que característica inamovível do programa crítico é uma síntese entre os interesses pela estrutura transcendental do conhecimento e a preservação da estrutura dualista, estrutura de toda a teoria da experiência que lhe é própria. Por outro lado o problema do sentido não é, como se viu, limitado à positividade da experiência, pelo que o criticismo se afasta decisivamente de teses neo-empiristas que na primeira metade do nosso século ocuparam um espaço importante e por onde aliás passaram alguns autores fundamentais.» ( António Marques, Criticismo, in Dicionário do Pensamento Contemporâneo, direcção de Manuel Maria Carrilho, página 62-63 , Círculo de Leitores, 1991).

 

Não é integralmente verdade o que António Marques escreve acima. O criticismo de Kant, ao negar validade, no plano positivo, da verificação, à metafísica, abriu caminho ao neoempirismo lógico, em particular do círculo de Viena. O problema do sentido, entendido como campo verificacionista da verdade, é similar no kantismo e no neoempirismo lógico: só os objectos da experiência empírica e os objectos matemáticos formam o campo do cognoscível, o campo das ciências.

 

As teses capitais da «Crítica da Razão pura» como «os corpos não são objectos em si, que nos estejam presentes, mas uma simples manifestação fenoménica, sabe-se lá de que objecto desconhecido» (CRP, pág. 363, nota de rodapé, Fundação Calouste Gulbenkian; o negrito é colocado por mim) passam desapercebidas a António Marques, tal como não foram entendidas por Bertrand Russell, Wittgenstein, José Gil e a generalidade dos catedráticos de filosofia.

 

Na medida em que é idealista material - a matéria não passa de representação, ilusão tridimensional no espaço - Kant é ainda mais monista do que as filosofias da identidade de Schelling e Hegel porque estas separam a matéria do indivíduo humano, fazem desta uma exterioridade real frente ao homem (realismo material ou físico).´O criticismo de Kant não se reduz às teses da idealidade/ irrealidade dos objectos materiais e da impossibilidade de demonstrar os objectos metafísicos como Deus e a alma imortal. Engloba ainda a teoria das qualidades primárias e secundárias, originada na Antiguidade clásica com Demócrito, retomada por Galileu, Descartes e John Locke, e o sistema das formas a priori da sensibilidade (espaço e tempo) e do entendimento (categorias e juízos puros) e a apercepção transcendental. Kant escreveu:

  

«O sabor agradável de um vinho não pertence às propriedades objectivas desse vinho, portanto de um objecto, mesmo considerado como fenómeno, mas à natureza especial do sentido do sujeito que o saboreia. As cores não são propriedades dos corpos...» (Kant, Crítica da Razão Pura, pag. 69, nota de rodapé, Fundação Calouste Gulbenkian).

 

 

O discurso retórico, grandiloquente, de António Marques sobre o criticismo de Kant passa por cima destas «minúcias» que são a pedra de toque que distingue os que entenderam Kant com profundidade - tão poucos são! - e os que não o entenderam mais do que a 50% .


 

 

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Quarta-feira, 9 de Janeiro de 2013
Previsões de Astrologia Histórico-Social para 2013 (parte 1)

O uso sistemático da pesquisa estatística sobre as coordenadas astronómicas de cada facto histórico-social é o método da Astrologia Histórico-Social, isto é, de história social e política cruzada com a astronomia, balizada por coordenadas astronómicas. Estritamente positiva, sem fantasias metafísicas, esta Astrologia é a única fiável. As previsões que a seguir apresento possuem, em princípio, uma margem de acerto entre 40% a 60 %.  Porque de 40% a 60% e não 100%?  Porque utilizo apenas alguns ciclos planetário-zodiacais e não todos. Neste último caso, a previsão exige cálculos mais complexos e demorados. O destino de todos os entes e fenómenos está rigorosamente marcado e (felizmente) só conhecemos uma pequena parte das leis astro-zodiacais da predestinação.

 

 

AERPORTO DA PORTELA

Datas previsíveis de incidentes em 2013, no aeroporto da Portela, em Lisboa, ligadas ao ponto 12º 29`/ 12º 34´ de qualquer signo, são: 10 e 11 de Janeiro(Marte), 17 e 18 de Fevereiro (Marte), 4 de Agosto (Nodo da Lua), 23 e 24 de Agosto (Júpiter), 23 de Outubro (Saturno).

 

Fundamento Histórico: em 14 de Maio de 1976, com Nodo Norte da Lua em 12º 33´ / 12º 32´ de Escorpião, uma bomba colocada pela rede bombista de extrema-direita rebenta na torre de um dos radares do aeroporto da Portela; em 11 de Agosto de 1989, com Plutão em 12º 28´ / 12º 29´ de Escorpião, um avião da TWA aterra, de emergência, noaeroporto da Portela necessitando de percorrer toda a pista para compensar uma avaria; em 14 de Março de 2001, com Nôdo Norte da Lua em 12º 34´ / 12º 29´ de Caranguejo, Pedro Dominguez, trabalhador da empresa Portway que presta assistência aos aviões, morre ao ser atingido pela pá da hélice do motor de um avião depois de ter colocado os calços na roda da frente do aparelho da Federal Express,no aeroporto de Lisboa.

 

AERONAVE EM PORTUGAL

Quedas de aeronave em Portugal poderão ocorrer, entre outras datas de 2013, nas seguintes datas, em que os graus 3º-4º do signo de  Leão são transitados: em 30 de Junho e 1 de Julho (Vénus), em 25-27 de Julho (Sol), 10-11 de Agosto (Mercúrio), 2-5 de Setembro (Marte).

 

Fundamento Histórico: em 2 de Fevereiro de 1947, com Saturno em 4º 53´/ 48´do signo de Leão, um avião “ Dakota”, da carreira Paris-Lisboa, embate na serra de Sintra, provocando a morte de 17 pessoas; em 5 de Agosto de 1947, com Vénus em 3º 38´/ 4º 52´ de Leão,  um desastre aéreo nos Açores provoca 6 mortos.

 

AVIÃO DE COMBATE A INCÊNDIO OU AVIÃO MILITAR

 

Quedas de aeronave em Portugal poderão ocorrer, entre outras datas de 2013, nas seguintes, em que os graus 26º-27º de Caranguejo são transitados: 24 a 26 de Junho (Vénus), 18 a 20 de Julho (Sol), 6 e 7 de Agosto (Mercúrio), 21 a 24 de Agosto (Marte).

 

Fundamento Histórico:  em 1 de Julho de 1955, com Úrano em 26º 44´/ 26º 48´ de Caranguejo, às 9 horas e 55 minutos, oito dos 12 aviões F-84G que sobrevoavam Coimbra envolvem-se num grupo de nuvens baixas e caem no Carvalho, localidade do concelho de Poiares, morrendo 8 pilotos; em 19 de Julho de 2012, com Sol em 26º 44´/ 27º 41´ de Caranguejo, um avião da Proteção Civil do tipo Dromader despenha-se, na Barragem do Roxo, entre os concelhos de Aljustrel e Beja quando estava a fazer o enchimento, naquilo a que chamamos scooping», o piloto é salvo; em 3 de Setembro de 2012, com Vénus em 26º 7´/ 27º 11´ de Caranguejo, um helicóptero da Empresa de Meios Aéreo (EMA), heli bombardeiro pesado Kamov de matrícula CSHMO, baseado em Ferreira do Zêzere, cai na lagoa junto a Espite, concelho de Ourém, por uma falha mecânica após um reabastecimento da aeronave, provocando dois feridos ligeiros;

 

 

AVIÃO NOS AÇORES

Eis algumas datas de 2013 de risco alto de acidente ou avaria de avião nos Açores ligados ao ponto 11º 10´/ 11º 19´ de qualquer signo: de 29 de Janeiro a 3 de Fevereiro (Saturno); de 5 a 11 de Março (Saturno); em 5 de Maio (Marte); de 19 a 23 de Maio (Úrano), de 10 a 17 de Agosto (Nodo da Lua, Júpiter); de 13 a 17 de Setembro (Úrano); 11 e 12 de Outubro (Saturno)

 

Fundamento Histórico: em 4 de Setembro de 1976, com Saturno em 11º 7´/ 11º 14´do signo de Leão, um avião esmaga-se no aeroporto das Lages, na ilha Terceira, Açores, morrendo 68 pessoas; em 8 de Fevereiro de 1989, com Neptuno em 11º 17´/ 19´ do signo de Capricórnio um avião norte-americano da “ Independent Air Corporation” despenha-se na ilha de Santa Maria, quando se fazia à pista, causando a morte dos 138 passageiros e sete tripulantes que seguiam a bordo; em 11 de Dezembro de 1999, com Saturno em 11º 13´/ 11º 10´do signo de Touro, um avião ATP da SATA esmaga-se contra o Pico da Esperança, na ilha de São Jorge, morrendo 31 passageiros e os 4 tripulantes, no decurso de um vôo de S. Miguel para as Flores;

 

AVIÃO NO MUNDO

Datas de previsíveis quedas de avião algures no mundo, em 2013, ligadas aos graus 12 e 13 do signo de Gémeos são: 20 a 22 de Maio (Mercúrio e Vénus), 2 a 4 de Junho (Sol), 17 a 20 de Junho (Marte).

 

Fundamento Histórico: em 2 de Junho de 1999, com Sol em 11º 2´/ 12º 0´  de Gémeos, a queda de um avião em Little Rock, EUA, provoca 9 mortos; em 20 de Abril de 2012, com Vénus em 13º 34´/ 14º 16´ de Gémeos, um Boeing 737, da companhia privada paquistanesa Bhoja Airline, que tinha partido de Carachi despenha-se durante a aterragem, nos arredores do aeroporto de Rawalpindi, devido ao mau tempo, morrendo 130 pessoas; em 3 de Junho de 2012, com Sol em 12º 49´/ 13º 47´ de Gémeos, um avião, da companhia local DANA Airlines, que iniciara operações em Novembro de 2008 e se preparava para aterrar no aeroporto de Lagos, na Nigéria, cai sobre a populosa zona de Iju, nos arredores de Lagos, e destrói vários edifícios, morrendo vários residentes destes além dos 152 ocupantes do avião; em 18 de Agosto de 2012, com Júpiter em 12º 54´/ 13º 2´ de Gémeos, a colisão no ar, em Santa Bárbara d´Oeste, São Paulo, às margens do quilómetro 125 da Rodovia dos Bandeirantes. de dois pequenos aviões que partiram do Aeroporto Campo dos Amarais, em Campinas (SP), e tinham como destino o condomínio aeronáutico Fazenda Bonanza, em Salto de Pirapora, na região de Sorocaba (SP), mata os quatro ocupantes dos aparelhos;

 

 

AVIÃO E MORTE DE PRIMEIRO-MINISTRO OU PRESIDENTE EM VOO

 

Datas de previsíveis quedas de avião com mortes de presidente ou primeiro-ministro em 2013, ligadas a área 14º-18º do signo de Touro, são: 26 a 30 de Abril (Vénus), 4 a 9 de Maio (Sol), 8 a 10 de Maio (Mercúrio), 9 a 16 de Maio (Marte).

 

Fundamento Histórico: em 4 de Dezembro de 1980, com Quiron em 14º 35´/ 14º 32´ de Touro, o primeiro-ministro Sá Carneiro e o ministro da Defesa Amaro da Costa morrem na queda do CESSNA em que voavam, junto ao aeroporto da Portela; em 1 de Junho de 1987, com Vénus em 17º 35´ / 18º 48´ de Touro, o primeiro-ministro libanês Rashid Karami é morto pela explosão de uma bomba no helicóptero em que viajava; em 26 de Fevereiro de 2004, com Nodo Norte da Lua em 13º 33´ de Touro, Marte em 14º 25´/ 15º 3´ de Touro, o presidente da Macedónia, Boris Trajkovski, e outras 8 pessoas morrem no embate contra uma montanha a uns 40 quilómetros de Mostar do avião Beechcraft modelo Super King Air 200 em que viajavam; em 10 de Abril de 2010, com Mercúrio em 11º 42´/ 12º 7´ de Touro, Vénus em 16º 18´/ 17º 32´ de Touro, a queda de um avião Tupolev-TU-154M polaco perto de Smolensk (oeste da Rússia) mata o presidente da Polônia, Lech Kaczynski, e mais 95 pessoas entre elas sua mulher, Maria, e os principais comandantes das Forças Armadas, morrendo 88 membros do governo polaco.

 

BRASIL E REPRESSÃO POLICIAL

Em 2013, o Brasil deverá sofrer uma vaga de repressão policial nas seguintes datas ligadas à área 1º-3º de Escorpião: 12 a 14 de Setembro (Vénus), de 23 a 27 de Outubro (Sol) de 6 a 15 de Novembro (Mercúrio).

 

Fundamento Histórico: em 10 de Dezembro de 1943, com Vénus em 1º 53´/ 3º 1´ de Escorpião, a polícia dispara sobre uma passeata de estudantes em São Paulo exigindo a libertação de Hélio Mota, presidente do Directório Académico XI de Agosto, resultando 2 mortos e 25 feridos; em 4 de Novembro de 1969, com Mercúrio em 3º 48´/ 5º 27´do signo de Escorpião, morre numa emboscada numa rua de São Paulo, Carlos Marighella, líder da Aliança Libertadora Nacional, morrendo no tiroteio uma investigadora e sendo presas 17 pessoas, entre elas alguns frades beneditinos; em 16 de Dezembro de 1976, com Nôdo Norte da Lua em 2º 14´/ 15´ do signo de Escorpião, agentes do II Exército penetram numa casa em São Paulo e aí matam 3 dirigentes do Partido Comunista do Brasil.

 

CHIADO

Algumas datas em 2013 de previsíveis acidentes ou incidentes no Chiado, em Lisboa, ligados ao ponto 10º 7´ / 10º 9´ de qualquer signo, são: 7 de Janeiro (Marte), 31 de Março e 1 de Abril (Nodo da Lua), 7 a 9 de Julho (Plutão), 11 de Agosto (Júpiter), de 23 a 25 de Agosto (Nodo da Lua), 2 de Outubro (Saturno), 1 de Novembro (Marte).

 

Fundamento Histórico: em 25 de Agosto de 1988, com Plutão em 10º 7´ / 10º 9´ de Escorpião, a partir das 5.19 horas, um enorme incêndio iniciado nos armazéns do Grandela devora18 edifícios do Chiado em Lisboa, irradiando para a rua Garret e rua do Carmo,destruindo o edifício histórico dos «Grandes Armazéns do Chiado», o restaurante Ferrari, as casas de discos Valentim de Carvalho e Melodia, a Casa Batalha, os estabelecimentos Eduardo Martins e Jerónimo Martins e outros imóveis, provocando1 morto e 14 feridos, 10 dos quais bombeiros; em 5 de Abril de 2000, com Júpiter em 10º 5´ / 10º 19´ de Touro, um incêndio destrói um escritório que ocupa um terceiroandar no número 36 da Rua do Ferragial, perto do Chiado, em Lisboa.

 

COMBOIO NA GRANDE LISBOA

Algumas datas previsíveis para 2013 de acidentes de comboio na Grande Lisboa, ligados ao ponto 16º 11´/ 16º 19´ de qualquer signo, são: 15 de Janeiro (Marte), 22 de Fevereiro (Marte), 24 e 25 de Abril (Júpiter), 12 a 14 de Junho (Nodo da Lua), 14 e 15 de Setembro (Júpiter), 12 de Novembro (Marte), 22 a 24 de Novembro (Saturno).

 

Fundamento Histórico: em 11 de Julho de 1985, com Nodo Norte da Lua em 16º 12´ de Touro, uma camioneta de carga é abalroada por um comboio numa passagem de nível particular,entre Alhandra e Alverca, na linha do Norte, resultando um morto e 25 feridos, 4 dos quais graves; em 5 de Maio de 1986, com Júpiter em 16º 5´ / 16º 15´ de Peixes, a colisão de dois comboios na estação da Póvoa de Santa Iria causa 16mortos e 103 feridos, dos quais 20 em estado grave; em 23 de Setembro de 1986,com Júpiter em 16º 17´ / 16º 10´ de Peixes, pelas 8,20 horas, uma composição da CP procedente de Queluz descarrila na estação do Rossio, sem gerar vítimas;em 28 de Fevereiro de 1990, com Nodo Norte da Lua em 16º 21´ / 16º 18´ de Aquário, no terminal de contentores de Santa Apolónia junto à estação ocorre umaforte explosão, de um camião carregado de fósforos, garrafas de ácido sulfúrico epneus, provocando dois mortos carbonizados num veículo, o derrube de 15 metros de muro da estação ferroviária e danos em 18 carruagens paradas; em 24 de Novembro de 2000, com Nodo Norte da Lua em 16º 21´ / 16º 13´ de Caranguejo, Mercúrio em 15º 8´ / 16º 36´ de Escorpião, um pesado de mercadorias é colhido por um comboio, na passagem de nível de Massamá, entre as estações do Cacém e de Barcarena, na Linha de Sintra.

 

DEMISSÃO NO GOVERNO OU NO PSD

Datas de previsíveis demissões no governo ou no interior do PSD em 2013 são, ligadas à área 11º-13º  de Aquário: 10-12 de Janeiro (Marte), 25-26 de Janeiro (Mercúrio), 10-12 de Fevereiro (Vénus), 30-31 de Janeiro e 1 de Fevereiro (Sol).

 

Fundamento Histórico: em 4 de Dezembro de 1980, com Nodo Sul da Lua em 13º 4´/ 12º 53´ de Aquário, Francisco Sá Carneiro, primeiro-ministro, Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa, e 5 outras pessoas morrem na queda de uma avioneta Cessna sobre Camarate; em 30 de Novembro de 2004, com Neptuno em 12º 59´/ 13º 3´ de Aquário, Jorge Sampaio comunica ao primeiro-ministro Santana Lopes que o demite;

 

Se há leis ou regularidades astronómico-sociais que se verificaram no passado, de que aqui demos exemplos, porque não hão-de continuar a verificar-se no futuro?

 

DEMISSÃO NO PS OU COM SÓCRATES

 

Datas de previsíveis demissões no PS ou na vida de José Sócrates são, ligadas à área 27º de Gémeos: 31 de Maio e 1 de Junho (Vénus), de 12 a 16 de Junho (Júpiter), 9 e 10 de Julho (Marte).

 

Fundamento Histórico: em 17 de Dezembro de 2001, com Nodo Norte da Lua em 27º 9´ de Gémeos, António Guterres apresenta a sua demissão do cargo de primeiro-ministro do governo PS ao presidente Jorge Sampaio, um dia depois de o PS ( agora com 110 presidências de Câmaras municipais) perder frente ao PSD ( agora com 161 presidências de Câmara municipal, incluindo as de Lisboa, Porto e Coimbra) as eleições autárquicas; em 23 de Março de 2011, com Nodo Sul da Lua em 27º 29´/ 27º 25´ de Gémeos, José Sócrates anuncia a sua demissão de primeiro-ministro num governo PS. 

 

DESMORONAMENTO EM LISBOA

Datas, em 2013, em que é alta a probabilidade de haver desmoronamentos em edifícios de Lisboa, ligadas à área 14º-15º de Aquário, são: de 12 a 15 de Janeiro (Marte), 27 e 28 de Janeiro (Mercúrio), de 2 a 4 de Fevereiro (Sol), de 14 a 16 de Fevereiro (Vénus).

 

Fundamento Histórico: em 3 de Agosto de 2004, com Neptuno em 14º 5´/ 14º 3´ de Aquário, desmorona-se um prédio na Travessa Particular à Possidónio da Silva, em Campo de Ourique; em 21 de Fevereiro de 2010, com Mercúrio em 15º 53´/ 17º 28´ de Aquário, rui parcialmente o Palácio Dona Rosa, em Alfama, desalojando uma dezena de famílias que habitam no edifício contíguo.

 

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS EM PORTUGAL

Se houver eleições legislativas em Portugal em 2013, as datas mais previsíveis ligam-se à área 21º-24º de Sagitário e são: 27 de Outubro (Vénus), 15 de Dezembro (Sol).

 

Fundamento Histórico: em 17 de Março de 2002, com Nodo Sul da Lua em 21º 45´/ 21º 46´ de Sagitário, o PSD de Durão Barroso vence as eleições legislativas e o CDS de Portas alcança o lugar de parceiro da coligação; em 20 de Fevereiro de 2005, com Plutão em 24º 11´/ 24º 12´ de Sagitário, o PS de Sócrates vence com maioria absoluta de deputados as eleições legislativas; em 5 de Junho de 2011, com Nodo Norte da Lua em 23º 25´/ 23º 26´ de Sagitário, o PSD de Passos Coelho vence as eleições legislativas e ascende, potencialmente, ao governo em coligação com o CDS de Portas

 

FÁBRICA DE TINTAS

 

Datas previsíveis, em 2013, para a eclosão de incêndios em fábricas ou armazéns de tintas, ligadas à área 25º-26º de Peixes, são: de 5 a 8 de Março (Marte), 15 a 17 de Março (Sol), 10 a 12 de Abril (Mercúrio).

 

Fundamento Histórico: em 28 de Março de 2012, com Mercúrio em 26º 25´ / 25º 47´ de Peixes, um incêndio consome a fábrica de tintas TSL Portugal, situada na zona industrial do Monte Grande em Fiães, Santa Maria da Feira, fazendo explodir um armazém e enegrecendo o céu, causando dois feridos, um com queimaduras muito graves; em 10 de Abril de 2012, com Mercúrio em 25º 11´/ 25º 41´ de Peixes, um incêndio deflagra, por volta das 15:00, num armazém de tintas em Arrifana, Santa Maria da Feira, próximo de um jardim-de-infância; em 11 de Abril de 2012, com Mercúrio em 25º 41´/ 26º 15´ de Peixes, uma fábrica de tintas pega fogo na Rua São Jorge, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, no fim da tarde.

GRÉCIA (SISMO, INCIDENTE GRAVE):

 

 

Datas, em 2013, com alta probabilidade de albergarem sismos ou incidentes notáveis na Grécia, ligadas ao grau 17 de Peixes, são: 17 e 18 de Fevereiro (Mercúrio), 23 e 24 de Fevereiro (Marte), 28 de Fevereiro e 1 de Março (Mercúrio), 11 e 12 de Março (Vénus), em 4 e 5 de Abril (Mercúrio).

 

Fundamento Histórico: em 9 de Julho de 1956, com Marte em 17º 3´/ 17º 25´ de Peixes, um violento sismo no arquipélago das Cicliades, na Grécia, provoca 30 mortos em Santorin; em 23 e 24 de Julho de 1974, com Júpiter em 17º 29´/ 23´ de Peixes, desmorona-se a ditadura militar na Grécia e reaparece a democracia parlamentar, com a demissão do general Phaedon Ghizikis, presidente da República, no dia 23, e o regresso ao poder do antigo primeiro ministro civil Constantino Caramanlis, exilado em Paris, que decreta uma amnistia geral para os presos políticos, no dia 24; em 13 de Setembro de 1986, com Júpiter em 17º 35´/ 17º 27´ de Peixes, um violento sismo na cidade grega de Calamata causa, pelo menos, 17 mortos e 300 feridos.

INDONÉSIA (SISMO, ACIDENTE NOTÁVEL)

 

Datas, em 2013, em que há probabilidade alta  de um sismo ou acidente notável na Indonésia, ligado à área 23º-24º de  Escorpião: de 1 a 27 de Janeiro; de 1 a 3 de Outubro (Vénus), em 30 de Novembro e 1 de Dezembro (Mercúrio).

 

Fundamento Histórico: em 24 de Outubro de 1992, com Mercúrio em 23º 15´/ 24º 30´ de Escorpião, um sismo de magnitude 5,8 na escala de Richter abala a província de Nusa Tengara, na Indonésia, sacudindo também a ilha de Timor; em 4 de Junho de 1994, com Nodo Norte da Lua em 23º 44´/ 23º 46´ de Escorpião, um sismo arrasa cinco localidades da ilha de Java, na Indonésia, acompanhado por um maremoto, havendo mais de 200 mortos, 420 feridos e dezenas de desaparecidos.

 

LÍBIA

Datas, em 2013, de possíveis actos violentos notáveis na Líbia, ligados à área 26º-27º de Balança, são: 7 a 9 de Setembro (Vénus), 26 e 27 de Setembro (Mercúrio), de 19 a 21 de Outubro (Sol).

 

Fundamento Histórico: em 20 de Outubro de 2011, com Sol em 26º 14´/ 27º 14´ de Balança, Khadafi , o ditador líbio nacionalista é torturado, vexado por um grupo e assassinado a tiro por um agente secreto francês infiltrado nas forças rebeldes quando tentava a fuga do país, a partir da sua cidade natal, Sirte e após forças da NATO bombardearem uma coluna de veículos governamentais, mas desconhecendo que viajava no seu interior; em 20 de Outubro de 2012, com Sol em 27º 0´/ 27º 59´ de Balança, Khamis Kadafi, o filho mais novo do ex-ditador da Líbia, morre durante uma batalha em, que provoca pelo 26 mortos e 121 feridos, entre as tropas pró-Kadafi e as forças governamentais em Bani Walid, no sudoeste de Trípoli.

 

MATOSINHOS E LEÇA DA PALMEIRA

 

Datas em que há alta probabilidade de incêndios ou outros incidentes de relevo ocorrerem em 2013, em Matosinhos e Leça da Palmeira ligados ao ponto 7º 10´/ 7º 12´ de qualquer signo são: 11 de Fevereiro (Marte em 7º de Peixes); 5 e 6 de Março (Úrano em 7º de Carneiro); 11 e 12 de Maio (Saturno em 7º 16´/ 7º 7´ de Touro); 10 de Junho (Marte em 6º-7º de Gémeos); 28 de Julho (Júpiter em 7º de Caranguejo); 1 de Setembro (Saturno em 7º de Escorpião).

 

Fundamento histórico: em 2 de Junho de 2006, com Saturno em 7º 10´ / 7º 15´ de Leão, pelas 11.30 horas, uma explosão na fábrica de aromáticos da refinaria da Petrogal, em Leça da Palmeira, fere dois operários; em 18 de Outubro de 2012, com Plutão em 7º 11´/ 7º 12´ de Capricórnio, um casal de idosos é salvo das chamas por um carteiro e dois adolescentes e fica desalojado, de manhã, na sequência de um incêndio que destrói a sua habitação, no número 94 na rua França Júnior, em frente ao mercado de Matosinhos; em 8 de Janeiro de 2013, com Júpiter em 7º 11´ 6´ de Gémeos, irrompe um incêndio irrompe cerca das 20.50 horas numa hospedaria da Rua Brito Capelo em Matosinhos, desalojando 13 pessoas e danificando os edifícios contíguos.

 

REGIÃO OESTE DE PORTUGAL E ARGÉLIA

 

Datas, em 2013, de previsíveis tornados ou outras intempéries na região Oeste de Portugal (Caldas da Rainha, Tomar, Leiria, Ferreira do Zêzere, etc) e de sismos na Argélia, ligadas à área 24º-26º de Aquário, são: 28 a 30 de Janeiro, 2 e 3 de Fevereiro (Mercúrio), 12 a 15 de Fevereiro (Sol), 21 a 23 de Fevereiro (Vénus).

 

Fundamento Histórico: em 23 de Dezembro de 2009, com Júpiter em 24º 36´/ 24º 47´ de Aquário,  rajadas na ordem dos 230 km/hora devastam a Região do Oeste e causam 50 milhões em prejuízos; em 7 de Dezembro de 2010, com Neptuno em 26º 10´ / 26º 11´ de Aquário, o tornado mais forte que alguma vez ocorreu em Portugal, classificado como F3 da escala de Fujita, assola a região Oeste do país, em particular Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã provocando 40 feridos e prejuízos em cerca de 16 milhões de euros.

 

Fundamento Histórico: em 12 de Fevereiro de 1946, com Mercúrio em 23º 22´/ 25º  10´ de Aquário, um sismo de magnitude 6 na escala de Richter engendra 246 mortos em Hodna, Argélia; em 11 de Janeiro de 2004, com Vénus em 25º 27´/ 26º 41´ de Aquário, um sismo abala o norte da Argélia, gerando 300 feridos.

 

SISMO NO CHILE

 

Datas previsíveis de sismo no Chile, ligadas a 22º-23º de Touro, são, em 2013: 3 e 4 de Maio (Vénus), 12 a 14 de Maio (Sol e Mercúrio), 20 e 23 de Maio (Marte).

 

Fundamento Histórico: em 6 de Novembro de 1947, com Nodo Norte da Lua em 23º 29´/ 23º 28´ de Touro, eclode nos Andes Chile, um terramoto que mata 233 pessoas; em 22 de Maio de 1960, com Vénus em 22º 19´/ 23º 33´ de Touro, um sismo de magnitude 9,5 Richter causa cerca de 2.000 mortos na região de Valdivia, Chile.

 

 

Denuncio a impostura dos que proclamam que «não existem leis astronómicas de predestinação dos factos biológicos e sociais na Terra, nenhuma astrologia é científica», impostura essa mantida pela comunidade científica e filosófica institucional, por dezenas de milhares de doutorados, analistas e jornalistas dos grandes media, entre os quais Zizeck, Alain Badiou, Anthony Kenny, Fernando Savater, Jean Luc Ferry, Thomas Nagel, Simon Blackburn, Stephen Hawking, João Maguejo, Carlos Fiolhais, José Gil, Eduardo Lourenço, Manuel Maria Carrilho, Olivier Feron. A arrogância anti-astrologia, baseada num dogmatismo ignorante, destes e de outros arautos da ciência fragmentária dominante a nível mundial desfaz-se ante as leis astronómico-sociais que, neste e em outros artigos deste blog, exponho.

 

Nota de 25 de Janeiro de 2013: hoje, 25 de Janeiro, dia em que Mercúrio se moveu de 9º a 11º do signo de Aquário, o secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, demitiu-se do governo PSD-CDS de Portugal, o que confirma a previsão feita acima no item «Demissão no governo ou no PSD» que associa a área 11º-13º de Aquário a demissões ou mortes de governantes do PSD.

 

Nota de 1 de Fevereiro de 2013: hoje, 1 de Fevereiro, dia em que o Sol está em 12º-13º do signo de Aquário, seis secretários de Estado do governo PSD-CDS abandonam os cargos sendo substituídos formalmente por outros, o que confirma a previsão feita acima no item «Demissão no governo ou no PSD» que associa a área 11º-13º de Aquário e, em particular o dia 1 de Fevereiro, a demissões ou mortes de governantes do PSD.

 

PS- Se é professor ou estudante de filosofia, história, astrologia ou demais ciências, porque não começa a compreender os movimentos planetários e a astrologia histórico-social e libertar-se da crucial ignorância a que o votaram nessa matéria? Adquira na nossa loja online www.astrologyandaccidents.com as nossas obras «Álvaro Cunhal e Antifascismo na Astrologia Histórica», recentemente lançada, «Os acidentes em Lisboa na Astronomia-Astrologia» e outras que lhe fornecem conhecimentos que em nenhum outro lado pode encontrar. É tempo de ser culto e profundo! Pense por si, sem receio dos clichés dominantes.

 

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© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)



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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010
Intersubjectividade e retórica ou o comunismo filosófico de Manuel Maria Carrilho

O catedrático de filosofia Manuel Maria Carrilho, partidário do pragmatismo e da ontologia linguística - o mundo é um dizer - exprimiu uma panóplia de equívocos no seu livro «O que é a filosofia» publicado há 16 anos. Sobre a natureza da linguagem, afirmou, ao analisar as tendências contemporâneas da filosofia :

 

«Na perspectiva que considera a crença um hábito de acção, o que a linguagem faz não é relacionar a palavra e o mundo mas, antes, articular o seu uso com um determinado hábito. Trata-se de uma relação interna, que dispensa as pretensões representativas da linguagem e sublinha o seu carácter holista: o uso da linguagem consiste na articulação de pedaços da linguagem com outros pedaços de linguagem, e não existe nada fora da linguagem que possa ser dito a não ser, ainda, pela linguagem; a linguagem não comporta um exterior dizível, ela é, em suma, ubíqua.» ((Manuel Maria Carrilho, O que é filosofia, Difusão Cultural, Pág.108; a letra negrita é posta por mim).

 

Ora há aqui um erro essencial de Carrilho: a linguagem não é o ser, não é linguagem isolada, é seta apontando ao alvo-mundo, seja este mundo virtual, fantasista, seja o mundo real da natureza biocósmica e não é totalmente ubíqua como quer Carrilho. Ser ubíqua não significa ser englobante de tudo ou constituição absoluta de tudo. Por exemplo, a palavra nuvem comporta um exterior dizível que lhe corresponde: o objecto esbranquiçado ou escuro, em forma de flocos, feito de vapor de água, que paira no céu visível. Nunca a linguagem perde a função representativa, ainda que haja um esqueleto lógico, não representativo do mundo, em cada proposição. Como diz Heidegger, «a linguagem é advento velador-iluminador do ser.» Há mais mundo além da linguagem. Não há linguagem sem referente, isto é, sem objecto, imaginário ou real: a linguagem articula sempre uma palavra e um mundo e, se articula palavras e frases entre si, é sempre tendo como pano de fundo a estruturação de um mundo ou a articulação de mundos.

 

Mesmo a frase poética: «Um galo amarelo riscou o vidro da madrugada e a ampulheta do céu girou» não é uma simples articulação de palavras mas uma reconstrução do mundo na imaginação. Ampulheta, céu, galo amarelo, vidro, madrugada são objectos reais, referentes, que foram retirados pela mente do seu contexto real e lançados na construção de um mundo onírico. Ao construir a frase poética, construímos um mundo onírico extra linguístico.

 

A linguagem não existe no vazio nem constitui o mundo, ainda que seja um mundo: é apenas um mundo fenoménico, vocal, gráfico e gestual, a recobrir um outro mundo, interior ou exterior. Detrás da linguagem há algo, -  realidade ou imaginação - que ela reproduz correctamente ou falsifica. A palavra «Deus» que Nietzschze referiu como tendo sido causa da criação de um ente ilusório, de um erro filosófico, refere-se de facto a um ente: a questão é saber se é um ente de imaginação -  ente de razão, na terminologia da escolástica - ou um ente real, objectivo, embora espiritual e invisível. Antes da palavra «Deus», estava a respectiva ideia, ainda inominada. A linguagem brota da intuição dos objectos exteriores ou interiores, é derivada do ser ou estrutura geral do universo e do homem. A linguagem é como o amor: em primeiro lugar, a sua matéria-prima vem de fora para dentro, entra na consciência em forma de imagem e aí recebe a sonoridade, o signo gráfico, tornando-se linguagem de facto, e depois vai de dentro para fora, nomeando os entes.

 

No princípio está o ser, o silêncio absoluto, não a palavra. Carrilho equivoca-se. A sua idolatria da palavra - como se esta pudesse nascer sem referência exterior-  em detrimento da realidade primordial, extra linguística, fá-lo deslizar ao nível da superficialidade de um Rorty, de um Putnam e outros, ou mesmo a um nível inferior a eles visto que é um simples epígono. A filosofia analítica nesta versão extrema da linguagem como o ser, como totalidade que nada deixa de fora, é uma metafísica comparável ao idealismo ontológico. É o linguismo ontológico ou ontologia linguística: o ser das coisas está dentro das palavras que as nomeiam e as coisas só existem enquanto capturadas na rede da linguagem. A realidade não é assim: embora nascida e vertida na intersubjectividade, a linguagem – ou seja a imagem autónoma das coisas, vocal-gráfico-pensante – possui um referente último nas próprias coisas, isto é, fora dela.

 

A tese de que «a  linguagem é ubíqua, não comporta um mundo exterior dizível» parece ter sido bebida por Carrilho em Dummet mas é rejeitada pelo próprio Rorty que permanece num cepticismo «pragmático»:

 

«Consideraremos errada a noção de Dummet de filosofia da linguagem   como "filosofia primeira", não porque alguma outra área seja "primeira", mas porque a noção de filosofia com fundamentos é tão errada como a de conhecimento com fundamentos.» (Richard Rorty, Philosophy in the Mirror of Nature, VI, I). 

 

Justamente porque considera as palavras como signos convencionais, Carrilho entende poder manipulá-las a seu bel prazer. Ora as palavras são e não são signos convencionais: num primeiro momento, são, no que respeita à carapaça, que pode ser de qualquer côr; posteriormente, não são, porque se integram como peça insubstituível na máquina das correlações entre o pensamento humano e o mundo objectual exterior ou interior.

Nietzshze dissociou, em certa medida, o pensamento da palavra, no pressuposto de que há um mundo metalinguístico:

«244- Pensamento e palavra. - Nem sequer os nossos pensamentos podemos traduzir inteiramente por meio de palavras. » (Nietzsche, A gaia ciência, Guimarães Editores, Pág. 173).

 

OS VALORES NÃO SÃO PERSPECTIVOS POR A LINGUAGEM «SER RETÓRICA», MAS AO INVÉS

 

Ao falar de uma retórica filosoficamente concebida, Carrilho escreve:

 

«Foi ela que, como Paul de Man apontou, viabilizou e orientou a sua crítica da metafísica tradicional, dado que, para ele, a retórica não é um uso, de intuitos manipulatórios ou ornamentais, da linguagem, é a "natureza" da própria linguagem, seja qual for o uso - corrente, estético, científico, etc - que se considere. O perspectivismo é solidário desta concepção da linguagem: todo o conhecimento, todos os valores, são perspectivos, porque toda a linguagem é retórica.» (Manuel Maria Carrilho, O que é filosofia, Difusão Cultural, Pág. 93).

 

Carrilho coloca o carácter retórico da linguagem como origem do perspectivismo dos valores e do conhecimento, mas o que sucede é o inverso: a linguagem deriva da estrutura ontológica dos mundos físico e espiritual dos valores, se ela é «perspectiva, retórica» é justamente porque os valores e a realidade são «perspectivos», como que cristais de múltiplas faces que nunca podem ser vistos na totalidade em simultâneo mas sim vistos desde uma perspectiva, um ângulo limitado.

 

A INTERSUBJECTIVIDADE SUPERA A FILOSOFIA DA «CONSCIÊNCIA ISOLADA», OU É COMUNISMO FILOSÓFICO?

 

 

Carrilho escreveu sobre o conceito de racionalidade argumentativa intersubjectiva em Habermas: 

 

«O que Habermas defende de modo que tem marcado fortemente a filosofia, sobretudo desde o começo da década de 80, é uma perspectiva que se desvie do trajecto percorrido pela filosofia da consciência nas suas obsessões pela figura do sujeito, e aposte numa compreensão da intersubjectividade que renove a compreensão do mundo e da razão. Uma tal compreensão passa pela atenção a uma dimensão que a modernidade – e esse teria sido o seu erro de raiz – sempre descurou, a da comunicação. (…) Um mundo vivido que aqui não tem os contornos existenciais que lhe deu Husserl, e que Heidegger no fundamental partilhou, porque não é pensado a partir de um eu mais ou menos solipsista mas, antes, como emergindo da intersubjectividade que a linguagem propicia e consolida no exercício dos vários regimes de acção (teleológico, dramatúrgico, axiológico e comunicacional) a que nos referimos.»Manuel Maria Carrilho, O que é Filosofia, Difusão Cultural, Pág.84- 85; a letra negrita é posta por mim).

 

Neste campo da afirmação do valor da intersubjectividade, isto é, do acordo entre duas ou mais pessoas sobre a existência e a natureza de algo, Carrilho subscreve a posição de Habermas. É a posição dominante hoje na sociedade capitalista liberal no campo da política, da informação e das ciências sociais: o diálogo, o meio termo, a negociação entre posições desemboca numa «verdade» que não era nenhuma das «verdades» que originalmente os adversários perfilhavam. Ora se o meio termo funciona bem no campo da ética, da comunicação de massas e da política, assim não sucede no campo da ontologia e das ciências naturais.

Foram, com Habermas e outros,  «as obsessões pela figura do sujeito» substituídas pela intersubjectividade e pela comunicação, como pretende Carrilho? Não.  A comunicação entre dois ou muitos não apaga, a maioria das vezes,  a individualidade do sujeito hegemónico: projecta a sua subjectividade deste nos outros, manipula-os.

 

Nietzsche, que Carrilho cita abundantemente, desmascarou o mecanismo da intersubjectividade como validação da «verdade» do seguinte modo:

«260- Tábua de multiplicar- Um, nunca tem razão; a dois, começa a verdade. Um, não se pode provar; dois, já não podem continuar a refutar-se.» (Nietzsche, A Gaia Ciência).

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A teoria de Einstein já era científica, já era uma grande construção filosófica e científica, quando ainda só era conhecida por Einstein e não tinha o acordo intersubjectivo de Bohr e de outros cientistas. Suponhamos que a comunidade científica recusava a teoria de Einstein: deixava esta de ser ciência, pelo facto de lhe faltar o patamar de apoio da intersubjectividade? Não. Deixou a teoria heliocêntrica criada por Aristarcos de Samos na antiguidade, de ser ciência só porque o triunfo social coube durante séculos à teoria geocêntrica de Ptolomeu e Aristóteles? Não. É evidente que a ciência é um em si e, só depois, um para os outros. O pensador isolado vale mais do que o pensamento da multidão que é também comandado por um ou outro pensador isolado hábil em cativar os menos pensantes. A perspectiva de Carrilho de elevar a intersubjectividade e a retórica a pedra de toque do que é válido e verdadeiro na filosofia e nas ciências é puro «comunismo filosófico». Ora o comunismo é o apagamento das diferenças entre os pensadores entre si e entre estes e a multidão quase impensante. É a vulgaridade, a demagogia. O comunismo é a ideologia do estômago, das necessidades básicas vitais. É útil neste plano, é perjudicial no plano espiritual da descoberta da verdade filosófica porque esta descoberta se faz com voos individuais, com rasgos dos pensadores de elite.

 

Com os neosofistas da linha de Manuel Maria Carrilho, a filosofia deixa de ser ciência ontológica, fenomenológica, gnosiológica e epistemológica e transforma-se em argumentação, em retórica, em comunicação hábil e, frequentemente, paralógica. Em vez de saber pensar com rigor, vale o saber falar, ser eloquente! As definições «essencialistas» desaparecem-se ou esbatem-se ante a fluidez enganosa do discurso. 

 

FILOSOFIA GENEALÓGICA VERSUS FILOSOFIA EPISTEMOLÓGICA: CONFUSÃO DE CARRILHO

 

Algum mérito tem Carrilho em reduzir a dois campos as correntes fundamentais da história da filosofia:

 «É possível distinguir na problemática que assim se instaura dois desenvolvimentos bem distintos, que atravessam toda a filosofia contemporânea, um de inspiração genealógica, outro de intenções epistemológicas. Eles talham dois modos de articular o conhecimento e a verdade, caracterizando-se a abordagem epistemológica pelo facto de tornar o conhecimento científico como modelo de todos os tipos de conhecimento e por valorizar os seus procedimentos de justificação, enquanto a orientação genealógica não só contesta este modelo como questiona a pretensão à verdade, com que ela, em boa medida, se identifica. Kant optou pela primeira via e foi nela que se situaram não só os principais autores da tradição analítica (Frege, Carnap, Quine) mas, também, embora de um modo mais matizado, filósofos de outras inspirações, como Apel ou Habermas. Na segunda, integram-se, metamorfoseando de modos diversos, o lance inaugural de Nietzschze, pensadores como Heidegger ou Foucault, Derrida ou Rorty.» (Manuel Maria Carrilho, O que é filosofia, Difusão Cultural, Pág.49-50; o negrito é posto por mim). 

 

Epistemológico opõe-se a genealógico? De modo nenhum. A epistemologia ou filosofia das ciências inclui uma genealogia do conhecimento. Carrilho não é feliz, não tem clareza, nas dicotomias que estabelece. Epistemológico opõe-se por um lado, a noológico ou noético (próprio da intuição inteligível), e por outro lado, a estético ou sensorial (próprio da intuição sensível).

Quando diz que Kant optou pela via epistemológica, Carrilho levanta uma nuvem de poeira. Kant investigou a génese do conhecimento: as formas a priori no sujeito, a "radiação" ou influência desconhecida do númeno sobre o "eu".  Por que razão Kant não deveria figurar na via genealógica ao passo que Heidegger, credor da teoria de Kant sobre o tempo, já figura nesta via?

 

Aliás note-se que o próprio Nietzshze, que Carrilho, admira como um pensador profundo e ímpar, coloca Kant e Schopenhauer na génese da filosofia anti racionalismo socrático e epistemológico:

 

«Recordemo-nos então de como, graças a Kant e a Schopenhauer, foi possível à filosofia alemã, derivada dos mesmos princípios, aniquilar o contente gosto de existir do socratismo científico, determinando-lhe os limites; como esta demonstração teve por resultado uma concepção incomparavelmente mais profunda e mais séria dos problemas éticos e estéticos, concepção que com toda a segurança podemos definir por sabedoria dionisíaca expressa em ideias.» (Nietzschze, A origem da tragédia, Guimarães Editores, 5ª edição, Pág. 158; a letra negrita é posta por mim).

 

NIETZSHE NÃO TROCOU A EPISTEMOLOGIA PELA RETÓRICA

 

Sobre o perspectivismo ou subjectivismo inultrapassável em cada homem, e cujo dilema é aceitar-se como visão enviesada ou negar-se a si mesmo como tal, escreveu Carrilho:

 

«A esta apertada tenaz só se escapa mudando de terreno ou de paradigma, e foi isso que Nietzschze fez e propôs que se fizesse ao trocar a epistemologia pela retórica, ao abandonar a análise das condições de validade da linguagem pela avaliação dos seus poderes.» (Manuel Maria Carrilho, O que é filosofia, Pág 92). 

 

Não se percebe muito bem como é que se escapa à tenaz da dicotomia perspectivismo / antiperspectivismo «mudando de paradigma». Seja como for, não é exacto que Nietzschze tenha trocado a epistemologia pela retórica: ele conferiu ao racionalismo socrático, pai das ciências modernas e contemporâneas, um estatuto de «retórica» e «visão superficial do mundo» e procurou, ao invés, criar uma ontologia da vontade de poder, uma ciência intuitiva da vida que está muito longe de ser mera retórica. A epistemologia ou reflexão sobre as ciências só é alvo dos ataques de Nietzschze na medida em que se oponha à vida, à afirmação dos instintos vitais da luta pelo poder, da sexualidade, e outros. Aliás, podemos classificar a doutrina de Nietzsche como uma epistemologia visto que julga, no tribunal de Diónisos, as ciências existentes no século XIX e o grosso das proposições metafísicas dos séculos anteriores.

Nietzschze escreveu:

 

«Mais ainda: as velhas proposições tornaram-se mesmo, no íntimo do conhecimento, normas a patir das quais se avaliou o "verdadeiro" e o "não verdadeiro" , mesmo nos domínios mais recuados da lógica pura. Portanto: a força do conhecimento não reside no seu grau de verdade, mas no seu grau de antiguidade, na sua assimilação mais ou menos adiantada, no seu carácter de condição vital.» (Nietzsche, A gaia ciência, Guimarães Editores, Pág. 131-132; a letra negrita é posta por mim).

 

FEYERABEND NÃO SUBSTITUI A EPISTEMOLOGIA PELA RETÓRICA

 

Sobre o anarquismo epistemológico de Paul Feyerabend, escreveu Carrilho:

 

«O passo dado por Kuhn, mas que só realmente Feyerabend dá, é o que conduz à substituição da epistemologia pela retórica: isto é, da justificação das teorias de um ponto de vista que lhes é exterior e se pretende a-temporal e a-contextual passa-se à sua avaliação em função da argumentação desenvolvida e do auditório a que ela se dirige.» (Manuel Maria Carrilho, O que é filosofia, Pág. 48; a letra negrita é posta por mim).

 

Longe de substituir a epistemologia pela retórica, contra o que Carrilho afirma, o que Feyerabend fez foi alargar o campo da epistemologia permitindo a entrada nele das ciências antigas e das práticas não ortodoxas como a astrologia, a magia ritual, a naturopatia, o culto religioso oficial, etc. Feyerabend não combateu todo o método científico mas apenas o monopólio de um método ensinado nas universidades, em particular nas faculdades de medicina, que subalterniza todos os outros métodos. Questionou, por exemplo, os cientistas que ridicularizam a eficácia da "dança da chuva" praticada por tribos primitivas:

 

«Onde está a teoria incompatível com a ideia de que a dança da chuva traz a chuva? (...) Não há um conjunto de observações que contradiga esta ideia. E, cuidado, não basta observar que as danças da chuva fracassam hoje em dia. Uma dança da chuva deve executar-se com a preparação adequada e nas circunstâncias apropriadas, entre as que se encontram a antiga organização tribal e as atitudes mentais correspondentes.» (Paul K. Feyerabend, Dialogo sobre el metodo, Ediciones Cátedra, Madrid, Pág. 89).

 

Foi pela prática histórica - não pela retórica - que se verificou e se consagrou a dança da chuva como método eficaz para fazer chover em zonas semi desérticas ou de escassa pluviosidade. Feyerabend, um verdadeiro pragmático de mente aberta, advogou a pluralidade de métodos que possuam eficácia - mesmo que não possam ser explicados racionalmente - em lugar de um método único que faz enriquecer os homens eticamente maus que governam as universidades, os ministérios da saúde e das ciências e as indústrias que prosperam com esta ditadura "científica" em vigor em todos os países.

 

A FILOSOFIA FORNECE SOLUÇÕES, AO CONTRÁRIO DO QUE DIZ CARRILHO, QUE NÃO FAZEM DESAPARECER O PROBLEMA

 

Na linha de um Popper e de um Rorty, Carrilho constitui a filosofia , essencialmente, como o lado interrogativo-crítico, indagador do pensamento humano. Escreve:

 

«Expus já em Jogos de Racionalidade (Asa, 1994 em particular no capítulo 3) o modo como se pode pensar a filosofia dispensando a muleta do método e dissipando o nevoeiro das soluções. O que a filosofia, nesta perspectiva, faz é problematizar o mundo, porque é na tensão problemática que - na medida em que o problema traduz sempre uma dissonância entre o homem e o mundo - se traduzem os esforços de compreensão, de transformação ou de interrogação dos homens. Seja qual for a matriz pela qual elas se orientem (cientista ou pragmática, hermenêutica ou epistemológica, por exemplo) os problemas são tematizados através de dispositivos retórico-argumentativos que permitem sugerir, hipotética ou conclusivamente, as respostas que julguem as mais adequadas. Mas respostas não são soluções, porque o que caracteriza uma solução é que ela faz - e é justamente nisso que consiste o método científico - desaparecer o problema, o que não acontece em filosofia.» (Manuel Maria Carrilho, O que é a filosofia, Pág. 103; a letra negrita é posta por mim).

 

Não pode haver filosofia sem método. Como pode então Carrilho dispensar «a muleta do método»? O método é o modo como se filosofa. É evidente que não há um só método em filosofia mas diversos métodos específicos.

O problema é indissociável da solução, ainda que esta seja provisória e verosímil. Estabelecer a  dicotomia resposta-solução carece de exactidão: todas as soluções são respostas embora o inverso não seja verdadeiro. Carrilho esquece o outro lado da filosofia, a vertente sem a qual não seria filosofia: a construção meta-empírica de conceitos, de cenários, a teoria simultaneamente racional e intuitiva. A filosofia postula, afirma: é na dialéctica hegeliana, o terceiro momento, o da síntese, mas Carrilho fica pelo segundo momento, o da antítese, pois aí estaciona o problematizar. Se a filosofia se limitasse a problematizar ficaria muito incompleta, tal como o ficaria o método socrático se fosse apenas ironia - pôr à luz as incoerências de certas ideias e teses - e não comportasse a maieutica - dar à  luz a verdade, postular, edificar teses, conclusões. O dogmatismo não é exclusivo da ciência, pertence igualmente à filosofia que se prolonga para lá do horizonte visível, fora do campo visual panorâmico que constitui o tronco das ciências, naturais ou sociais.

 

FORMAL NÃO SE OPÕE A LOCAL 

 

Ao caracterizar a retórica de Toulman, Carrilho escreve:

 

«O que é importante é considerar não o carácter formal mas o carácter local dos argumentos, bem como a sua diversidade conforme aos campos em que a sua argumentação se exerce, configurando-se assim uma ideia de racionalidade que rompe com a estereotipada concepção que a identificava com o domínio da validade formal.» (Manuel Maria Carrilho, O que é filosofia, Difusão Cultural, Pág.78; a letra negrita é por mim colocada).

 

Seja esta dicotomia formal-local desenhada por Toulmin, ou por Carrilho, está errada. O formal não se opõe ao local: o que se opõe a este é o regional ou, mais ainda, o universal. Formal opõe-se a informal. No contexto local, há elementos formais e elementos informais. Carrilho não possui um pensamento verdadeiramente dialéctico, não determina com clareza os autênticos contrários. É apenas um exemplo da pequenez filosófica elevada às cátedras universitárias.

 

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Sábado, 20 de Fevereiro de 2010
O conceito dúbio de Manuel Maria Carrilho sobre perspectivismo segundo Nietzsche

Manuel Maria Carrilho não entendeu o que Nietzschze definiu como perspectivismo. Escreveu o catedrático português:

 

«O perspectivismo, ao postular a ubiquidade de interpretação, radicaliza de modo inédito e cheio de consequências o papel da linguagem. É que uma posição perspectivista não se traduz só na reivindicação da prioridade da interpretação face à ordem dos factos, mas sobretudo no carácter geral que essa prioridade apresenta e que, portanto, corta o passo ao privilégio de uma qualquer perspectiva particular.» (Manuel Maria Carrilho, O que é filosofia, Difusão Cultural, Pág. 92; a letra negrita é posta por mim).

 

 

 

Ora o perspectivismo, segundo Nietzschze, não postula a ubiquidade de interpretação nem tão pouco impede de privilegiar uma perspectiva particular em relação às outras . Quem postula a ubiquidade da interpretação é o holismo, que desemboca no fenomenalismo. A perspectiva é sempre mais ou menos fanática, convicta, porque é fragmento visual da realidade que se toma a si mesma como «visão total» ou «a visão mais credível». O perspectivismo é uma metaética individual: afirma que a pessoa («eu») está certa na sua perspectiva, e que esta é suprema, única. O perspectivismo funda o existencialismo – no sentido kierkgaardiano, como doutrina da liberdade do «eu» – enquanto doutrina de que a verdade é íntima a cada indivíduo e intransponível para outros. Em regra, o perspectivismo é incapaz de, por si mesmo, se colocar em dúvida. Ao fazê-lo, deixa de ser perspectivismo.

 

Que escreveu Nietzschze sobre o tema? ,

 

 

 

«Todos os nossos actos são bem, no fundo, supremamente pessoais, únicos, individuais, incomparáveis, certamente; mas desde que a consciência os traduz na sua língua, deixam de parecer assim...Eis o verdadeiro fenomenalismo, eis o verdadeiro perspectivismo, tal como eu o compreendo: a natureza animal faz com que o mundo de que nos podemos tornar conscientes não passe de um mundo de superfícies e signos, um mundo generalizado, vulgarizado» (Nietzsche, A gaia ciência, Guimarães Editores, Lisboa 1977, pag 251; a letra negrita é posta por mim).

 

  

Este texto é algo difícil de interpretar. Fenomenalismo é o mesmo que perspectivismo? Julgo que o fenomenalismo – a concepção de que não podemos atingir senão os fenómenos, o que nos aparece, sem chegarmos à essência oculta da realidade – é consequência do antiperspectivismo ou correlativo a este, ou seja, é consequência da superação do perspectivismo do indivíduo A resultante do facto de este constatar que há perspectivismos infinitos, B: C,D, E, F, etc. A meu ver, o perspectivismo, enquanto dogmatismo, está no início, é geneticamente anterior ao fenomenalismo, enquanto cepticismo parcial. Não são, pois, o mesmo: o segundo deriva dialecticamente do primeiro.

 

Nietzschze escreveu ainda:

 

 

«374- O nosso novo «infinito»- Até onde vai o carácter perspectivo da existência? Possui ela mesmo outro carácter? Uma existência sem explicação, sem «razão», não se torna precisamente uma «irrisão»? E, por outro lado, não é qualquer existência essencialmente «explicativa»? É isso que não podem decidir, como seria necessário, as análises mais zelosas do intelecto, as mais pacientes e minuciosas introspecções: porque o espírito do homem, no decurso destas análises, não se pode impedir de se ver conforme a sua própria perspectiva e só pode ver de acordo com ela. Só podemos ver com os nossos olhos; é uma curiosidade sem esperança de êxito procurar saber que outras espécies de intelectos e de perspectivas podem existir; se, por exemplo, há seres que sentem passar o tempo ao invés, ou ora em marcha para diante, ou ora em marcha para trás (o que modificará a direcção da vida e inverterá igualmente a concepção da causa e do efeito). Espero, contudo, que estejamos hoje longe da ridícula pretensão de decretar que o nosso cantinho é o único de onde se tem o direito de se possuir uma perspectiva. Muito pelo contrário, o mundo, para nós, voltou a tornar-se infinito, no sentido em que não lhe podemos recusar a possibilidade de se prestar a uma infinidade de interpretações.» (ibid, pag 287; a letra negrita é de minha autoria).

 

 

 

À tolerância ou visão holística relativista expressa na ubiquidade chama Carrilho «perspectivismo». Não é essa, parece-me, a ideia de Nietzshze. O perspectivismo não é a ubiquidade de visões, é a unilateralidade da visão de cada um. A infinidade de interpretações no seu conjunto é o antiperspectivismo, retira convicção e força aos fragmentos: cada interpretação isolada é perspectivismo. A ubiquidade é o antiperspectivismo, um ecletismo, ou melhor, um holismo que nasce em consequência da constatação do perspectivismo como hidra de muitas cabeças, uma em cada homem.  

 

 

 

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Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2010
A interpretação equívoca de Manuel Maria Carrilho sobre Kant e o pragmatismo

No seu livro «Que é Filosofia», editado em 1994, o catedrático português Manuel Maria Carrilho faz algumas equívocas apreciações sobre o kantismo e o pragmatismo: 

 

«O que o neopragmatismo sobretudo contesta é o passo que se dá desta intersubjectividade para a universalidade; ou, dito de outro modo, se há um erro de partida ele não se encontra em Hegel mas em Kant, no modelo epistemológico com que o criticismo pretendeu harmonizar a ciência e a ética. Este modelo tem na objectividade o seu ideal supremo, uma vez que, por um lado, a questão do conhecimento (do seu valor e limites) é decidida pela do objecto e do seu estatuto e, por outro, a moral exige a determinação a priori da legalidade da realidade em consideração. O pragmatismo rejeita completamente este modelo e o modo como ele aponta para um conhecimento a-histórico e acontextual, sugerindo como alternativa uma concepção em que os homens são pensados sempre em comunidade, em que o conhecimento e a acção se enraízam sempre num contexto e numa forma de vida.» (Manuel Maria Carrilho, O que é filosofia, Difusão Cultural, pág. 89; a letra negrita é posta por mim).

 

 Carrilho equivoca-se liminarmente ou é, no mínimo, de grande ambiguidade, ao dizer que na teoria de Kant « a questão do conhecimento (do seu valor e limites) é decidida pela do objecto e do seu estatuto». Mas é justamente o inverso! Afinal o que é a revolução coperniciana da gnoseologia de Kant?

 

É ó facto de o sujeito deixar de gravitar em torno do objecto físico exterior, centro do mundo do conhecimento, e a situação inverter-se, isto é, o objecto físico exterior passar a gravitar «em torno da» mente do sujeito, erigida agora em centro do processo de conhecimento. É a transferência da «objectividade» do objecto «exterior» para o sujeito interior, senciente e pensante.

 

Carrilho nem sequer precisa o que se entende por objectividade. O seu discurso retórico que, a cada passo nos remete para Kant, Hegel, Habermas, Apel, Austin, Heidegger, Derrida, Marx, Nietzschze, Foucault, Lacan, é escasso em definições claras e rigorosas. Voga no pássaro da anfibologia. Leu muito, mas não meditou o suficiente, não apreendeu a esmeralda multifacetada do sentido de certas palavras. Ora, na doutrina de Kant, a objectividade é a existência de leis e formas de conhecimento (espaço e tempo sensíveis, categorias e juízos puros do entendimento) interiores ao eu do sujeito, eu que engloba o espaço e o tempo: uma cadeira, por exemplo, não é objectiva em si mesma – porque nem sequer existe como ens a se, ser por si, real – mas a sua objectividade é uma intersubjectividade, isto é, a existência de um objecto ilusório, aparentemente real, que coincide nas mentes dos diversos sujeitos porque estas têm leis internas similares. Os números, por exemplo, são objectivos, para Kant, porque residem a priori no tempo, forma pura da sensibilidade, e são conceptualizados pela categoria de quantidade  do entendimento a priori, mas a côr ocre de um tronco de árvore e a própria substância madeira do tronco não são objectivas, são criações da sensibilidade e do entendimento, timbradas de subjectividade porque, ao nível do sensível, só a extensão e a figura possuem alguma objectividade na gnoseologia de Kant.

 

A matéria não é real para Kant, é um simples fenómeno, aparência de realidade:

 

«Devíamos, contudo, lembrar que os corpos não são objectos em si, que nos estejam presentes, mas uma simples manifestação fenoménica, sabe-se lá de que objecto desconhecido.» (Kant, Crítica da Razão Pura, Fundação Calouste Gulbenkian, nota de rodapé da Pág. 363).

 

 

Carrilho, tal como Popper, Russell e o próprio Heidegger, nem sequer percebeu esta fina tese de Kant de que o objecto físico, seja uma árvore, um rio ou um animal, é produzido na sensibilidade subjectiva do sujeito, exterior ao corpo físico, e não passa de representação, isto é imagem tridimensional, que desapareceria caso a mente do sujeito cessasse. A objectividade que a teoria de Kant proclama atingir não deriva do objecto físico, como supõem Carrilho e outros, mas sim das leis necessárias imanentes à consciência percipiente e, em alguma medida, do númeno, ou objecto real metafísico, incognoscível (Deus, mundo como totalidade incondicionada, liberdade). 

 

Não é também absolutamente exacto que teoria de Kant « aponta para um modelo de conhecimento a-histórico e acontextual»: isto só é verdade em parte, no que se refere ao modo de conhecer humano, às formas a priori do conhecimento; não é verdade no que se refere à moral, dado que o imperativo categórico é formal e autónomo, varia de pessoa a pessoa, carregando o lastro da historicidade individual. 

 

 

 

Aliás, existem pontos de convergência entre a noção de objectividade de Kant e a de William James fundador do pragmatismo, isto é, um modelo parcialmente comum. Um desses pontos é o de ambos acentuarem que a indução amplificante não é uma lei objectiva inteiramente independente da mente humana mas uma construção desta no sentido de facilitar a interpretação do mundo e a manipulação ou instrumentalização das coisas físicas.

 

 

 

James escreveu:

 

«A verdade descansa, na sua maior parte, num sistema de crédito. Os nossos pensamentos e crenças "passam"  enquanto ninguém os puser à prova, do mesmo modo que passa uma nota de banco enquanto ninguém a recusar. (...)  Outra grande razão - além da economia de tempo - para renunciar a uma verificação completa nos assuntos usuais da vida, é que todas as coisas existem como géneros, e não singularmente. O nosso mundo, de uma vez por todas, teve de mostrar essa peculariedade. Assim, uma vez verificadas directamente as nossas ideias sobre o exemplar de um género consideramo-nos livres de aplicá-los a outros exemplares sem verificação.» (William James, Pragmatismo, Ediciones Folio, Barcelona, Págs. 134-135, a letra negrita é posta por mim).

 

 

 

Ora este modelo de objectivismo em James que recusa segurança absoluta, universalidade, à indução, já havia sido teorizado por David Hume e por Kant quando este escreveu:

 

« Em segundo lugar, a experiência não concede nunca aos seus juízos uma universalidade verdadeira e rigorosa, apenas universalidade suposta e comparativa (por indução) de tal modo que, em verdade, antes se deveria dizer: tanto quanto até agora nos foi dado verificar, não se encontraram excepções a esta ou àquela regra.» (Kant, Crítica da Razão Pura, Introdução (B), Fundação Calouste Gulbenkian, Pág. 38).

 

 

 

Ademais, a transformação, operada por Kant, das ideias de Deus, alma imortal e liberdade em postulados da razão prática, isto é, meros princípios reguladores do comportamento humano, impossíveis de provar experiencialmente, não é, senão, pragmatismo. Kant duvidou, tal como William James, da metafísica especulativa que dá como certo haver um ente transcendente, Deus, criador e senhor do universo e dos homens. Nada disto é sublinhado por Carrilho que opõe, de forma simplista e equívoca, as noções de verdade e objectividade em Kant e no pragmatismo.

 

 

 

A escrita de Manuel Maria Carrilho prima por um certo «impressionismo» filosófico, um estilo retórico feito de muitas pinceladas superficiais, onde está ausente, não poucas vezes, a clareza do verdadeiro pensamento filosófico que, contudo, existe na imensa maioria dos textos de Kant e de William James.  

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