A TVI exibiu em 17 de Julho de 2018, a reportagem «Senhor Traveca» que apresenta as figuras e depoimentos de três artistas de Drag Queen, Bruno Cunha (Camel Toe), do Porto, que usa barba nos shows travestis, Ricardo Magalhães (Luna), Drag Queen em Setúbal, e José Coelho (Rebbeca Bunny), de 21 anos, transformista em Lisboa. A reportagem é interessante, os três declaram ser gays, relatam os dramas das suas vidas. Merecem respeito pela coragem. Mas o defeito desta reportagem é o de, na linha dos sectários da LGBT, apresentar a falsa ideia de que todos os transformistas, isto é, todos os homens que se vestem ocasionalmente ou profissionalmente de mulheres são gays.
A LGBT censura a existência de um sector crossdresser heterossexual, isto é, de um número considerável de homens que gosta de vestir de mulher em solitário ou na companhia das esposas e namoradas e que rejeita liminarmente a homossexualidade e a bissexualidade físicas por achar repulsivo o corpo masculino. Os herejes, que são os crossdresser hetero, são excomungados pela igreja LGBT que quer integrar todo o travestismo dentro da homossexualidade e da transexualidade.
Também pelo campo sócio-sexual passa a luta de classes. A LGBT que funciona como uma espécie de representante dos oprimidos e excluídos sexuais, socialmente falando, marginaliza e censura os que assumindo aparências andróginas ou femininas estão irredutivelmente no campo da heterossexualidade. Os comentários explicando o que é ser crossdresser heterossexual são banidos das páginas do portal da LGBT na internet.
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© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz
Em 25 de Junho de 2016, encontrava.me em Lisboa por causa de uma manifestação nacional de professores e pude assistir ao comício que finalizou a manifestação da LGBT que, paralelamente, decorreu nesse dia internacional dos direitos dos gays, lésbicas, bissexuais e transexuais. Dei conta da bandeira do movimento das /dos assexuais e constatei, com surpresa, que aí pontificavam algumas jovens de comportamento lésbico. Há algo incoerente na classificação da assexualidade: lésbicas assumidas proclamando-se assexuais?
A Wikipedia fornece as seguintes definições:
«Assexualidade[ é a falta de atração sexual a qualquer pessoa, ou pequeno ou inexistente interesse nas actividades sexuais humanas. Pode ser considerada a falta de uma orientação sexual ou uma de suas variações, ao lado da heterossexualidade, da homossexualidade, da bissexualidade e da pansexualidade. Também é considerado uma palavra-autocarro para caracterizar um espectro mais amplo de diferentes sub-identidades assexuais. Um estudo de 2004 descobriu que a prevalência de assexuais na população britânica era de 1%.»
A assexualidade difere da abstinência sexual e do celibato que são comportamentais e geralmente motivados por fatores como crenças pessoais ou religiosas. Acredita-se que a orientação sexual, ao contrário do comportamento sexual, é "duradoura".[Algumas pessoas assexuais engajam em atividades sexuais, mesmo não tendo desejo por sexo ou atração sexual, por uma variedade de razões, como a vontade de obter ou dar prazer e a aspiração de ter filhos.»
«Alguns assexuais usam um sistema de classificação desenvolvido (e então aposentado) pelo fundador da Asexual Visibility and Education Network. Nesse sistema, assexuais são divididos em tipos de A a E:
Note que a assexualidade não é o mesmo que celibato que é a abstinência deliberada de atividade sexual; muitos assexuais fazem sexo, e a maioria dos celibatários não são assexuais. A AVEN não utiliza mais esse sistema por se tratar de algo muito exclusivo.» (in Wikipedia)
Quem quer que pratique sexo físico, como aparentemente sucede com dirigentes do movimento das assexuais portuguesas, não pode, em rigor, ser classificada como assexual. Assexual significa: pessoa com ausência de desejo sexual (assexualidade hormonal) e pessoa com ausência de quaisquer práticas de sexo físico (assexualidade comportamental, imposta muitas vezes por razões morais). Tudo o que transcende esta definição é falsa assexualidade. Mas as confusões teóricas imperam e dão jeito a algumas pessoas que procuram obter visibilidade social.
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