Será a ontofonética uma hermenêutica capaz de decifrar o futuro imediato e o presente? Não, segundo o racionalismo estreito. Sim segundo o racionalismo aberto, holístico, que perfilho. A imaginação ligada a factos concretos, empíricos, desempenha neste um papel importante.
HIPÓTESES SOBRE O JOGO BENFICA-CHELSEA
Hoje, 15 de Maio de 2013, o papa Francisco soltou duas pombas brancas de uma gaiola que lhe ofereceram, na praça de São Pedro, . Por analogia (discutível) entre pomba e águia, ambas aves, o Benfica, clube da Águia, deverá marcar dois golos ao Chelsea no jogo de hoje.
Por outro lado, ao descer em direcção à rua de Lisboa, a pé, na cidade de Beja, passei, neste 15 de Maio, junto a uma vivenda que tem no muro uma águia em cerâmica com a asa esquerda cortada. Isso poderá, imaginariamente, significar um golo do Chelsea. Assim, segundo a imaginação que correlaciona, o resultado poderá ser Benfica 2, Chelsea 1
«CÉSAR DEVE MORRER» EM BEJA: CHELSEA DEVE «MORRER» EM AMSTERDAM?
Em 14 de Maio de 2013, o teatro Pax Júlia em Beja exibiu, em sessão única o filme italiano «CÉSAR deve morrer», título que sugere «CHELSEA deve morrer». Sendo Beja um barómetro do mundo, quererá isto dizer, que hoje, 15 de Maio, o CHELSEA será derrotado pelo Benfica na final da Liga Europa? Dentro de quatro horas saberemos a resposta.
PS- Se é professor ou estudante de filosofia, história, astrologia ou demais ciências, porque não começa a compreender os movimentos planetários e a astrologia histórico-social e libertar-se da crucial ignorância a que o votaram nessa matéria? Adquira na nossa loja online www.astrologyandaccidents.com as nossas obras «Álvaro Cunhal e Antifascismo na Astrologia Histórica», recentemente lançada, «Os acidentes em Lisboa na Astronomia-Astrologia» e outras que lhe fornecem conhecimentos que em nenhum outro lado pode encontrar. É tempo de ser culto e profundo! Pense por si, sem receio dos clichés dominantes.
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© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Eis dois testes de filosofia para o 10º ano de escolaridade, a meio do segundo período lectivo, possíveis de ser dado só dentro de uma cultura de exigência e ensino filosófico autêntico. Os alunos dos professores populistas e facilitistas que ensinam pouco, e dão altas classificações sobreavaliadas a muitos desses alunos, não conseguem, presumivelmente, responder com êxito a este teste.
Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA A
Fevereiro de 2012 Professor: Francisco Queiroz
I
“O imperativo categórico em Kant tem analogia com a democracia liberal e é formal e autónomo. O livre-arbítrio, incompatível com o fatalismo mas compatível com o determinismo, parece corresponder às causas eficiente e final de certos actos. A concepção de Estado marxista-leninista é diferente da concepção de Estado fascista.”
1) Explique, concretamente, cada uma destas frase
II
2) Construa um diálogo entre um anarquista, um liberal e um social-democrata sobre a natureza do Estado de democracia liberal e o valor das eleições, a propriedade privada das empresas e a economia, os impostos, os direitos à greve, ao aborto voluntário, o ensino, o sistema de saúde, o rendimento mínimo garantido.
III
«Aquele que se dedica ao estudo cresce de dia para dia, aquele que se dedica ao Tao diminui de dia para dia. Vai diminuindo sempre até chegar ao não agir. Pelo não agir, nada há que se não faça.» (Lao Tse)
IV
4) Relacione, justificando:
A) Arquétipo, em Platão, e Tó Tí e Tó On.
B) Hermenêutica, ideologia e juízo de valor.
C) Empirismo/ Racionalismo e doutrinas éticas de Kant e Stuart Mill.
D) Realismo Ontológico/ Idealismo Ontológico e Sujetividade/Objetividade.
5)Disserte sobre os temas seguintes:
«A essência, a lei da tríade e o princípio do terceiro excluído na minha escola e na minha cidade.»
CORREÇÃO DO TESTE (COTADO EM 20 VALORES)
Respostas:
1) O imperativo categórico, em Kant, é a verdadeira lei moral que preconiza «Age como se quisesses que a tua máxima fosse lei universal da natureza», isto é, um princípio igualmente aplicável a todos os homens, incluindo a ti mesmo, princípio de equidade e não de prazer egoísta. Isto tem semelhança com a democracia liberal (regime político-social de eleições livres, liberdade de associação empresarial, sindical e política, liberdade de greve e manifestação de rua, de religião ou ateísmo, liberdade de criação artística, etc) já que essa democracia deriva do seguinte imperativo categórico existente em milhões de pessoas;. «Age politicamente e vive como se quisesses que a tua ação expandisse a toda a humanidade os princípios da liberdade individual concretizados nas regras de de «a cada um homem, um voto», em eleições livres e periódicas aos parlamentos nacionais, regionais e locais, em liberdade de imprensa, de manifestação de rua, de organização e acção livre de sindicatos, empresas privadas e partidos políticos, etc». O caráter formal do imperativo categórico é o facto de ser abstrato, sem conteúdo, e o caráter autónomo é o facto de variar de pessoa a pessoa, ser criação desta. ( A RESPOSTA A ESTA PRIMEIRA FRASE DO TEXTO VALE DOIS VALORES).
O livre-arbítrio, isto é, capacidade de deliberar, livre e racionalmente, sobre atitudes a adotar ou valores a escolher harmoniza-se com o determinismo - princípio segundo o qual nas mesmas circunstâncias as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos - mas não pode coexistir com o fatalismo, uma vez que este é a teoria segundo a qual todos os acontecimentos estão predestinados ou escritos antes de se materializarem e, portanto, o livre-arbítrio é nele uma ilusão, os seres humanos são marionetas nas mãos do destino. O livre-arbítrio na medida em que exige «ver» intelectualmente a finalidade das nossas decisões e actos corresponde à causa final de algo (exemplo: decido jejuar 24 horas porque "vejo" o resultado final dessa acção, o meu corpo purificado de um excesso de colesterol e ácidos) e na medida em que desencadeia a acção do sujeito corresponde à causa eficiente, isto é, ao agente que faz ou fabrica algo (exemplo: a minha vontade de manter o jejum desvia-me da comida e da bebida). (A RESPOSTA À SEGUNDA FRASE DO TEXTO VALE DOIS VALORES)
A concepção de Estado marxista-leninista é a seguinte: o Estado deve ser um instrumento do poder da classe operária e do seu partido comunista, por isso deve centralizar a economia (nacionalizar todas ou quase todas as empresas e dar emprego a toda a gente), suprimir as eleições "livres" porque estas possibilitam aos partidos da burguesia (conservadores, liberais, centristas e socialistas) fazer propaganda contra o Estado socialista leninista, suprimir o pluripartidarismo, a liberdade de imprensa, de greve e manifestação, eliminar os opositores de esquerda (anarquistas, trotskistas, etc). A concepção de Estado fascista é diferente, embora igualmente ditatorial: o Estado deve ser um instrumento de poder da nação e do seu partido fascista, que regulará a economia deixando coexistir o capitalismo privado e o capitalismo de estado, não permitirá eleições livres e partidos políticos, nem imprensa e televisão livre, impedirá a luta de classes (as greves, as manifestações de rua, etc) e a entrada de emigrantes, fará prender através da polícia política os ativistas de esquerda, centro ou direita liberal que sejam antifascistas perigosos. (A RESPOSTA À TERCEIRA FRASE VALE DOIS VALORES).
II
2) ANARQUISTA: Não deve haver Estado. O Estado, seja uma ditadura fascista ou monárquica, ou uma democracia liberal ou uma ditadura marxista-leninista, é sempre uma máquina burocrática, uma ditadura sobre a classe operária e os trabalhadores. A propriedade privada das fábricas, terras, bancos e supermercados, empresas de pesca e transportes e comunicações, é imoral, assenta na exploração dos trabalhadores pela burguesia e deve ser abolida. Sou pela extinção do capitalismo através da autogestão: as fábricas aos operários, as terras aos jornaleiros agrícolas, as escolas aos alunos e professores! O poder aos operários nas fábricas, reunidos em assembleias de base! O poder à assembleia de moradores em cada bairro! O rendimento mínimo garantido é uma concessão dos capitalistas para calar os mais pobres, uma reforma, uma esmola, mas queremos mais, queremos a revolução social, o socialismo autogestionário, a economia colectivista e descentralizada. Apoiamos o direito ao aborto e à greve.
SOCIAL-DEMOCRATA: Tem de haver Estado, um estado de direito democrático, que permita organizar a vida de um povo. A anarquia ou ausência de Estado é uma utopia, um ideal impraticável. Sou contra os Estados totalitários, dominados por um só partido político ou por um presidente ditatorial: o Estado marxista-leninista, à esquerda, e o Estado fascista, à direita, que coincidem ao eliminar as liberdades individuais e as eleições livres, em nome da "classe" ou da "nação". A economia, embora capitalista, deve ter um sector estatizado (metropolitano, carris, águas, electricidade, um canal de televisão, sistema nacional de saúde e ensino, etc) onde o serviço ao público, com preços e taxas baixos se deve sobrepor à busca do lucro. Favoreço o direito à greve, ao aborto livre e impostos progressivos sobre os ricos.O rendimento mínimo garantido e o subsídio de desemprego de longa duração são criações da social-democracia que evitam as situações de pobreza extrema.
LIBERAL: O Estado é imprescindível e deve ser uma democracia pluripartidária com eleições livres mas precisamos de menos Estado, isto é, muitas empresas estatais (águas, eletricidade, caminhos de ferro, hospitais e centros de saúde, o sistema prisional ou parte dele, etc) podem e devem ser privatizadas de modo a que desçam os impostos sobre os cidadãos e se atraiam os capitais dos muito ricos, nacionais ou estrangeiros. O capitalismo privado é o grande motor da economia e o modelo justo de sociedade. Sou contra os anarquistas, defensores de um comunismo libertário, de base, e sou contra o socialismo democrático com a sua tendência estatizadora de empresas e o seu rendimento mínimo garantido que desencoraja pessoas válidas a procurar emprego. Sou pela privatização das universidades e dos hospitais, ou de muitos deles, e de parte ou todo o ensino secundário que custam muitos milhões em impostos aos contribuintes. Admito o direito ao aborto livre e à greve. (VALE TRÊS VALORES, NO CONJUNTO DO DIÁLOGO).
3) O Tao é o ritmo do universo, a mãe do Universo, o fundo oculto de onde brotam o ser e o não ser. É uma onda que se desdobra em Yang (calor, convexidade, expansão) e Yin (frio, concavidade, contração). Ver nascer o sol no campo integra-se no Tao mas estar a essa hora numa discoteca a dançar freneticamente ao som de batidas rápidas não é conforme ao Tao. Estudar horas e horas diárias opõe-se ao Tao porque exige um esforço artificial e o estudo não produz os alimentos simples da vida, como o pão, os frutos, as hortaliças. O camponês que cuida do gado e das árvores, esse, sim, dedica-se ao Tao (o ritmo das estações do ano, o crescer e amadurecer das plantas, etc) e vai diminuindo em prestígio até chegar ao não agir, isto é, a não intervir social e politicamente, a apagar-se em importância. E quando não se age, isto é, quando se deixa correr o ritmo natural das coisas, tudo se consegue obter, como no caso daquele que, sentido-se indisposto, jejua dois dias seguidos e com o jejum (não agir) dá repouso ao fígado e permite à força vital corporal eliminar ácido úrico, gorduras de modo a reencontrar a saúde. (VALE DOIS VALORES).
4) A) Arquétipo é uma forma eterna, imutável, do mundo inteligível, incorruptível e perfeita que possui um tó tí, uma determinação ou forma (exemplo: Belo é um to tí diferente de Justo e de Número Dois e todos estes são arquétipos) e possui também um tó ón, uma existência sem forma comum a todos os arquétipos. (VALE DOIS VALORES)
4) B) Hermenêutica é a arte de (bem) interpretar os textos e os símbolos em geral, a interpretação supõe juízos de valor isto é afirmações ou negações mais ou menos subjectivos - exemplo: « os líderes políticos e artísticos que saudam fazendo cornos com o dedo indicador e o dedo mínimo estão a transmitir uma mensagem subliminar iluminatti» - e supõe uma ou várias ideologias, isto é, sistemas de valores e ideias correspondentes a grupos sociais, classes sociais, nações, civilizações. (VALE DOIS VALORES).
4) C) Empirismo é a doutrina que afirma que a fonte quase exclusiva das nossas ideias é o campo das percepções empíricas e que as ideias são cópias descoloridas dessas percepções. Racionalismo é a doutrina que afirma que a fonte quase exclusiva das nossas ideias é o campo das intuições inteligíveis e dos raciocínios que negam, com frequência, as percepções empíricas. Aparentemente pelo menos, a doutrina de Kant é a mais racionalista, pois formula o imperativo categórico, que despreza o eu empírico e brota do eu racional, que concebe o dever. E a doutrina de Mill é mais empirista, pois maximizar o prazer (sensual ou empírico, antes de mais) implica conhecer bem o terreno, o número de pessoas envolvidos, os resultados práticos - tudo condições empíricas. (VALE DOIS VALORES).
4) D) Realismo ontológico é a doutrina segundo a qual o mundo material é real em si mesmo, fora dos espíritos humanos.Liga-se à objetividade pois considera-se a matéria objetiva, isto é, exterior a nós, visível e palpável a todos. Idealismo ontológico é a doutrina segundo a qual o mundo de matéria não é real fora de nós mas dentro do nosso espírito, em forma de ideias e sensações. Isto parece ligar-se a subjetividade ou seja interioridade psíquica variável de pessoa a pessoa. (VALE DOIS VALORES).
5) A essência é a forma fundamental de algo. Na minha escola, a essência é dupla: o edifício, com salas de aula, ginásio, biblioteca, etc, (essência física); o processo de aprendizagem intelectual e manual que aí se realiza todos os dias, envolvendo professores e alunos. Na minha cidade, a essência é a forma geral arquitectónica e a população que nela vive.
A lei da tríade afirma que um processo dialético se compõe de três partes: a tese ou afirmação, a antítese ou negação e a síntese, ou negação da negação, representando esta última um regresso à tese. Na escola, a aula é a síntese, o resultado do confronto intelectual entre os professor (tese, aquele que põe uma matéria) e os alunos (antítese, aqueles que negam ou ignoram, de início, essa matéria). Na cidade, o centro histórico é a tese, os bairros modernos da segunda metade do século XX e XXI é a antítese, as ruas ou praças em que confluem é a síntese.
O princípio do terceiro excluído afirma que uma coisa ou qualidade ou é tal ou não é tal, ou seja, ou pertence ao grupo A ou ao grupo não A, não havendo a terceira hipótese. Na escola, as salas ou são de aulas ou não são de aulas, não havendo a terceira hipótese. Na cidade, cada casa está classificada como património de interesse municipal ou não está classificada como património de interesse municipal. (VALE DOIS VALORES).
Nota para a correção: nas perguntas de relacionação entre dois ou mais conceitos, a cotação para cada resposta dada deve obedecer a um princípio de premiar o aluno que estuda e sabe as definições separadamente: assim deverá receber 50% a 60% da cotação da pergunta desde que defina correctamente os conceitos, embora não consiga interligá-los.
Analisemos agora outro teste.
Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA D
Fevereiro de 2012 Professor: Francisco Queiroz
I
“O princípio da máxima felicidade em Stuart Mill tem analogia com a democracia liberal e o imperativo categórico em Kant é formal e autónomo. Nas quatro causas de um ente teorizadas por Aristóteles, duas parecem ter íntima ligação com o livre-arbítrio, e duas parecem ter maior ligação com o determinismo. A concepção de Estado social-democrata é diferente da concepção de Estado fascista.”
1) Explique, concretamente, cada uma destas frases.
II
2) Construa um diálogo entre um anarquista, um comunista leninista e um conservador sobre a natureza do Estado de democracia liberal e o valor das eleições, a propriedade privada das empresas e a economia, os impostos, os direitos à greve, ao aborto voluntário, o ensino, o sistema de saúde, o rendimento mínimo garantido.
III
«.A virtude suprema é sem virtude, é por isso que ela é a virtude. A virtude inferior não se afasta das virtudes, é por isso que não é a virtude. O Tao que se procura alcançar não é o próprio Tao. Pelo não-ser, atinjamos o seu segredo; pelo ser, abordemos o seu acesso. »(Lao Tse)
3) Explique este poema de Lao Tse.
IV
4) Relacione, justificando:
A) Os três mundos em Platão , em Platão, percepção empírica e conceito.
B) Hedonismo cirenaísta, ideologia e mais-valia.
C) Empirismo/ Racionalismo e Metafísica/Pragmatismo.
D) Realismo Ontológico/ Idealismo Ontológico e Dogmatismo/Ceticismo.
5)Disserte sobre os temas seguintes:
«A essência e o acidente (interno e externo), e a lei da luta de contrários na minha escola e na minha cidade.»
CORREÇÃO DO TESTE (COTADO EM 20 VALORES)
1) O princípio da máxima felicidade, segundo Stuart Mill, é o que prescreve proporcionar a felicidade à maioria das pessoas envolvidas numa dada situação mesmo que isso implique sacrificar o prazer de quem realiza a ação ou da minoria de pessoas envolvida nessa situação. Sendo a democracia liberal o regime baseado em eleições livres e periódicas por sufrágio universal, com liberdade de imprensa e ação dos partidos políticos, sindicatos, igrejas, etc, regime que forma o seu governo a partir de maiorias de votos da população e dos deputados eleitos por esta, obedece ao princípio da felicidade para o maior número. (VALE UM VALOR) O imperativo categórico de Kant é formal, visto que é vazio de indicações concretas, e autónomo, visto que se baseia no juízo livre de cada pessoa e varia de pessoa a pessoa (VALE UM VALOR).
Das quatro causas de um ente, em Aristóteles, as duas que parecem estar mais ligadas ao livre-arbítrio, isto é,à liberdade consciente de escolha são a causa eficiente ( o agente que fabrica o ente; exemplo, os operários que fazem uma casa) e a causa final (a finalidade do ente; exemplo, a casa servir para habitação), ao passo que as causas mais ligadas aparentemente ao determinismo, princípio segundo o qual nas mesmas circunstâncias as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos, são a causa formal (a forma do ente; exemplo, a forma da casa, com 2 pisos, 5 quartos, etc) e a causa material (a matéria segunda de que o ente é feito; exemplo, os tijolos, o cimento, o ferro, a tinta da casa) (VALE DOIS VALORES; NOTA: HÁ OUTRAS RESPOSTAS VÁLIDAS).
A concepção ou seja a ideia fundamental do Estado social-democrata é: o Estado deve garantir direitos iguais a todos os cidadãos, logo deve ser uma democracia multipartidária e parlamentar, permitindo as liberdades de greve, manifestação de rua, imprensa, associação e ação política e sindical, aborto, e deve favorecer a economia capitalista, de livre concorrência e propriedade privada das empresas, mas deve regular essa economia de modo a evitar oligarquias e, portanto, manterá algumas empresas estratégicas em seu poder (exemplo: eletricidade, águas, um canal de televisão, etc) aplicará impostos progressivos aos ricos, de modo a que haja um sistema nacional de saúde e de ensino gratuitos, uma segurança social que estenda o subsídio a todos os desempregados, incluindo o rendimento mínimo. Este Estado democrático de tonalidade social-democrata difere muito do Estado fascista, que é anti parlamentar e tem um caráter policial repressivo de extrema direita, da oposição e das massas populares, impondo a censura à imprensa escrita e televisão, proibindo eleições livres, sindicatos e partidos políticos, favorecendo as igrejas conservadoras que atacam a liberdade de abortar, as uniões de gays e lésbicas, limitando ou impedindo de todo as entradas de imigrantes estrangeiros no país em nome da "unidade da raça, da pátria, da família, de Deus", intervindo na economia de modo a limitar a plena expansão do capitalismo, admitindo os patrões mas proibindo-lhes despedir operários e proibindo a estes a greve e o sindicalismo livre. (VALE DOIS VALORES).
2) Anarquista: O capitalismo é um mau regime. Não deve haver Estado. O Estado, seja uma ditadura fascista ou monárquica, ou uma democracia liberal ou uma ditadura marxista-leninista, é sempre uma máquina burocrática, uma ditadura sobre a classe operária e os trabalhadores. A propriedade privada das fábricas, terras, bancos e supermercados, empresas de pesca e transportes e comunicações, é imoral, assenta na exploração dos trabalhadores pela burguesia e deve ser abolida. Sou pela extinção do capitalismo através da autogestão: as fábricas aos operários, as terras aos jornaleiros agrícolas, as escolas aos alunos e professores! O poder aos operários nas fábricas, reunidos em assembleias de base! O poder à assembleia de moradores em cada bairro! O rendimento mínimo garantido é uma concessão dos capitalistas para calar os mais pobres, uma reforma, uma esmola, mas queremos mais, queremos a revolução social, o socialismo autogestionário, a economia colectivista e descentralizada. Apoiamos o direito ao aborto e à greve.
Comunista leninista: O capitalismo é sem dúvida um mau regime. Assenta na extração de mais valia pelos patrões aos operários assalariados: se, por exemplo, o operário gera um valor de 80 euros diários, o patrão só lhe paga 30 euros, sendo a mais valia equivalente a 50 euros. O anarquismo, de extrema esquerda, é utópico porque faz desaparecer o Estado e permite que a restauração da ordem pública seja levada a cabo pelas forças de direita. A autogestão generalizada não resulta. É necessário um Estado centralizado, forte, a ditadura do proletariado sobre a burguesia, que nacionalize quase todas as empresas, substuindo o patrão por um gestor público comunista. O partido leninista e os sindicatos e sovietes serão a ossatura do novo Estado socialista operário que acabará com as chamadas "eleições livres" da democracia liberal, onde os vencedores são sempre os partidos que a burguesia financia: conservadores, liberais, centristas, socialistas. No Estado leninista, ensino e cuidados de saúde são gratuitos, não há desemprego, são proibidas as greves, há um partido único, o comunista e são proibidos os partidos políticos burgueses e os grupos anarquistas e trotskistas, da extrema-esquerda sectária e irrealista. No entanto, dentro das democracias liberais, nós comunistas concorremos às eleições, promovemos greves, manifestações de rua, acções sindicais e políticas variadas.
Conservador: O capitalismo é o melhor regime possível. O Estado é imprescindível e deve ser uma democracia pluripartidária com eleições livres mas precisamos de menos Estado na economia, isto é, muitas empresas estatais (águas, eletricidade, caminhos de ferro, hospitais e centros de saúde, o sistema prisional ou parte dele, etc) podem e devem ser privatizadas de modo a que desçam os impostos sobre os cidadãos e se atraiam os capitais dos muito ricos, nacionais ou estrangeiros. O capitalismo privado é o grande motor da economia e o modelo justo de sociedade. Sou contra os anarquistas, defensores de um comunismo libertário, de base, e sou contra o comunismo leninista, estatizador e totalitário, e contra socialismo democrático com a sua tendência estatizadora de empresas e o seu rendimento mínimo garantido que desencoraja pessoas válidas a procurar emprego. Sou pela privatização das universidades e dos hospitais, ou de muitos deles, e de parte ou todo o ensino secundário que custam muitos milhões em impostos aos contribuintes. Não admito o direito ao aborto livre e ao casamento de gays e lésbicas. Favoreço a moral religiosa tradicional, apoiando igrejas como a católica ou as protestantes, de modo a que não reine a ausência de valores éticos. (VALE TRÊS VALORES NO SEU CONJUNTO).
3) «A virtude suprema é sem virtude» significa: a virtude superior, como por exemplo, a sabedoria, é interior, discreta, não se apresenta com sinais exteriores de virtude (o sábio pode ir dar uma conferência em mangas de camisa, sem gravata e outros adereços exteriores ligados à imagem de "cientista ou professor universitário"). «A virtude inferior não se afasta das virtudes, é por isso que não é a virtude» significa: a virtude inferior, como por exemplo, saber pôr o dinheiro a render em depósitos de juros altos, coisa que toda a gente faz se puder, não é virtude, é esperteza prática. «O Tao que se procura alcançar não é o próprio Tao» pode significar: o Tao ou ritmo ondulatório do universo e fonte de todos os seres é inatingível e não pode ser alterado, é composto de oscilações «Yang» (luz, dilatação, vermelho) e Yin (escuridão, contração, azul) e não é o Tao pessoal que rege a nossa vida (exemplo:o meu Tao é levantar-me às oito da manhã, trabalhar até ao meio dia, almoçar, fazer uma sesta das duas às três, voltar ao trabalho...)«Pelo não ser atinjamos o seu segredo» significa: através do vazio, do não agir, do não desejar nada (não desejar construir um hotel ou um restaurante num lindíssimo campo de oliveiras do Alentejo, por exemplo) entendemos o segredo do Tao, o ritmo do universo. «Pelo ser, abordemos o seu acesso» significa: como o ser é visível e palpável, ao contrário do não ser, é através do ser natural, físico, que acedemos ao Tao (exemplo: o agricultor observa que em tal dia é lua cheia - ser visível- e sabe que dias depois iniciará uma dada sementeira, conforme ao ciclo natural ou Tao). (VALE DOIS VALORES).
4) A) Os três mundos em Platão são: o mundo do Mesmo ou Inteligível, povoado de essências eternas, imóveis e imateriais, como o Bem, o Belo, o Justo, o Igual, o Sábio, o Jústo, o Número Um, o Número Dez, mundo que a mente humana só pode alcançar através do conceito, nunca através da perceção empírica ou visão, audição, tato, gosto, gerada nos orgãos sensoriais; o mundo do Semelhante ou do Céu Visível, onde os astros incorruptíveis giram e geram o tempo, «imagem móvel da eternidade», e na medida em que são vistos estão ao alcance da perceção empírica, mundo que é também o das operações matemáticas e nessa medida é alcançado pelo conceito ou ideia que geramos; o mundo do Outro ou Sensível, onde vivemos fisicamente e onde os "seres" nascem, crescem, declinam e morrem e que está ao alcançe da percepção sensível e do conceito. (VALE DOIS VALORES)
4) B) O hedonismo cirenaísta ou sensualista identifica o maior bem com os prazeres físicos (comer, beber, nadar ou correr por gosto, etc) e o maior mal com os sofrimentos físicos (dores corporais, fome, sede, etc) e constitui em si uma ideologia - sistema de ideias e valores próprios de um dado grupo social ou de uma civilização - e a mais valia, ou fruto do trabalho operário ilicitamente apropriado pelo capitalista, manifesta o hedonismo cirenaísta deste último («Vou pagar mal aos meus operários para extrair grande mais valia deles e ter jantares de caviar e faisão com as minhas amantes ou acompanhantes»). (VALE UM VALOR).
4)C) O empirismo, corrente que sustenta que quase todas as nossas ideias são cópias pálidas das perceções empíricas, liga-se, aparentemente, ao pragmatismo, corrente que centra o conhecimento nas coisas (pragnata) visíveis e sensíveis, e na utilidade delas, pondo entre parêntesis a metafísica, ou reino das entidades invisíveis, inaudíveis, impalpáveis cuja existência é dificil ou impossível de demonstrar. A metafísica liga-se ao racionalismo se este é definido como a corrente que sustenta que as nossas ideias fundamentais são provenientes não dos orgãos dos sentidos mas da razão ou de um mundo racional-ideal que transcende cada pessoa. (VALE DOIS VALORES)
4)D) O realismo ontológico diz que o mundo material é real em si mesmo, independente das consciências humanas. Na medida em que não duvida da exterioridade da matéria, é um dogmatismo. O idealismo ontológico diz que um mundo material é ilusório em si mesmo, é um filme montado no salão vastíssimo da nossa consciência. Na medida em que duvida da realidade exterior da matéria, é um cetismo. (VALE DOIS VALORES).
5) Essência é a forma fundamental e estável de algo. Exemplo: O edifício da escola, a comunidade alunos em aprendizagem e professores em transmissão dos saberes e avaliação quotidiana. Acidente interno é um aspeto interior à essência que se manifesta só às vezes. Exemplo: A campainha da escola que toca em cada 45 minutos, aproximadamente. Acidente externo é o que não pertence à essência mas lhe sobrevém. Exemplo: a vinda da equipa médica hospitalar à escola num determinado dia. A lei da luta de contrários estipula que em cada coisa há uma luta de contrários que constitui a essência e o motor de desenvolvimento dessa coisa. Exemplo: na cidade, a luta política entre a burguesia (os ricos, os agricultores abastados, os grandes comerciantes) e o proletariado e semiproletariado (os operários agrícolas, os pequenos funcionários, os empregados de armazém, as cozinheiras, os varredores, etc) (VALE DOIS VALORES).
Nota para a correção: nas perguntas de relacionação entre dois ou mais conceitos, a cotação para cada resposta dada deve obedecer a um princípio de premiar o aluno que estuda e sabe as definições separadamente: assim deverá receber 50% a 60% da cotação da pergunta desde que defina correctamente os conceitos, embora não consiga interligá-los.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Habermas é um pensador hermenêutico - a hermenêutica é a interpretação contextualizada, historicizada, privilegiando o discurso dos sujeitos subjectivos - ao passo que Foucault era um pensador estruturalista o estruturalismo é uma arquitectura de estruturas de pensamento e modos de ser, eliminando o sujeito subjectivo.
É interessante ver como Habermas critica Foucault ,a quem no texto seguinte classifica de historiógrafo genealogista.
«1. Como vimos, Foucault quer eliminar a problemática hermenêutica e, assim, a auto-referencialidade que se manifesta com uma abordagem interpretativa do domínio do objecto. O historiógrafo genealogista não deve proceder como o hermeneuta, não deve tentar tornar compreensível aquilo que os actores fazem e pensam, a partir de um contexto tradicional entrelaçado na autocompreensão dos actores. Ele deve, antes, elucidar o horizonte dentro do qual tais manifestações podem aparecer dotadas de sentido de sentido partindo de práticas subjacentes. Deve, por exemplo, explicar a proibição dos combates dos gladiadores na Roma tardia, não como devida à influência humanizante do Cristianismo, mas à dissolução de uma formação de poder substituída pela seguinte. No horizonte do novo complexo de poder de Roma posterior a Constantino é, por exemplo, perfeitamente natural que o soberano já não trate o povo como um rebanho de carneiros que têm de ser acautelados, mas como um bando de crianças que precisam de ser educadas - e não se pode deixar que as crianças se entreguem descuidadamente a espectáculos sangrentos. Os discursos que fundamentaram a organização ou a abolição dos combates de gladiadores não passam de um disfarce de uma prática de dominação inconsciente que lhes está subjacente. Enquanto fontes de todo o sentido, tais práticas são em si mesmas destituídas de sentido; o historiador tem de as abordar do exterior, para lhes apreender a estrutura. Neste contexto, não há necessidade de nenhuma pré-compreensão hermenêutica, mas tão somente do conceito de história como mutação formal destituída de sentido e caleidoscópica de universos discursivos que nada têm de comum senão o serem protuberâncias do poder em geral. »
«Relativamente à pretensão obstinada à objectividade que acompanha a auto-compreensão, basta um relance de olhos a qualquer dos livros de Foucault para se ficar a saber que o historiador radical só pode explicar as tecnologias do poder e as práticas de dominação comparando-as umas com as outras - e de modo nenhum pode explicar cada uma delas como uma totalidade a partir de si própria.»
(Jürgen Habermas, O Discurso Filosófico da Modernidade, Publicações Dom Quixote, pag 260-261; o negrito é posto por nós).
O combate entre a hermenêutica, que dá voz às subjectividades situadas no seu tempo, espaço e circunstância psicológica particular, e o estruturalismo positivista de Foucault, que se centra na sobreposição das radiografias das diferentes culturas e formas sociais históricas eliminando o particular e o subjectivo de cada uma, é uma modalidade do combate entre o empirismo, que colhe as sensações, os sabores, os odores, e o empirismo, que despreza as sensações, as interpretações subjectivas, em favor de um esquematismo universal.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Estarão correctos aqueles que sustentam que a« filosofia é uma disciplina não empírica e não formal»?
Aires Almeida e Desidério Murcho definem do seguinte modo a filosofia (o negrito é de nossa autoria):
«A filosofia trata de problemas conceptuais e não formais.Como a matemática, a filosofia não é uma disciplina empírica, isto é, não trata de problemas que se possam resolver pela observação ou pela experimentação. Assim a filosofia não é uma disciplina como a física ou a história que são disciplinas empíricas. Contudo, ao contrário da matemática, a filosofia não se ocupa de problemas que possam resolver-se por meio de provas formais. Os problemas da filosofia só podem resolver-se por via da discussão racional, cuidadosa e sistemática.»
«É enganador pensar que os problemas da filosofia por serem de natureza conceptual não são verdadeiros problemas ou não são problemas reais. O problema de saber se o aborto é eticamente permissível não é menos real só porque é um problema conceptual.»
(in «Textos e Problemas de Filosofia», organização de Aires Almeida e Desidério Murcho, Plátano Editora, Lisboa, pags. 10-11)
Um dos erros latentes deste texto é opôr formal a conceptual. Formal não se opõe a conceptual: todo o conceito é uma forma espiritual. Opõe-se sim a substancial ou «material». Há conceitos formais - como o conceito de um, de dois, de três, de todo e de parte - e há conceitos substanciais - como o conceito ou ideia de cão, de árvore, de aborto, de mar, de espírito, de matéria...A filosofia trata obviamente de problemas formais na medida em que se converte em lógica clássica ou proposicional simbólica e em dialéctica.
Por exemplo, o problema da Unidade geradora da Multiplicidade é, em si mesmo, formal e conceptual.
Ao contrário do que sustentam Aires de Almeida e Desidério Murcho, a filosofia é uma disciplina simultaneamente empírica e meta-empírica, isto é, metafísica. Se não possuisse uma vertente empírica, a filosofia não poderia produzir nenhuma ciência empírica ou prática como aconteceu ao longo dos séculos - o átomo de Demócrito e Leucipo, da Antiguidade Clássica, é um conceito filosófico que evoluiu num sentido empírico a ponto de se lhe determinar substancialidade (hidrogénio, oxigénio, cobre..) e correspondente número de massa - nem tão pouco influiria na reformulação das ciências.
Na verdade, a filosofia trata de problemas que se podem resolver pela experimentação biotecnológica ou político-social. Por exemplo, a filosofia da autogestão das empresas como «a melhor forma de criar justiça social e riqueza» nasce de problemas empíricos, possui um carácter parcialmente empírico e pode ser testada empiricamente. Do mesmo modo, sucede com o aborto: a sensibilidade de cada pessoa , o seu lado empírico, influi na filosofia dessa pessoa àcerca do aborto voluntário. A filosofia é a ciência empírica ou hermenêutica que duvida de si mesma: será que a função faz o orgão, como dizia Lamarck? Serão os sonhos manifestações dos desejos, muitas vezes distorcidas, como dizia Freud? Serão as vacinas úteis à saúde ou causarão arterioesclerose, cancro e um debilitamento geral das defesas orgânicas?
Separar a filosofia da realidade empírica, negar-lhe vertente empírica, é próprio de uma visão antidialética do mundo, hiper-analítica, que fragmenta o que não pode ser dissociado.
Igualmente se equivocam Aires e Desidério ao sustentar que «a filosofia não se ocupa de problemas que possam resolver-se por meio de provas formais». Mas é óbvio que se ocupa disso! Os princípios da lógica clássica (identidade, não contradição, terceiro excluído, razão suficiente) não são senão mecanismos ou provas formais e a filosofia ocupa-se deles, inclui-os no seu arsenal de pensamentos. A filosofia ocupa-se de todos os problemas que constituem o cerne das ciências, lógicas, empírico-formais ou hermenêutico-sociais: o surgimento de qualquer dúvida ou profundidade especulativa numa ciência (por exemplo o pensamento de um matemático sobre se «dois adicionado a três é o mesmo que quatro adicionado a um») converte instantânea e automaticamente a certeza científica em filosofia.
O erro de Desidério e Aires reside em confundirem conceptual com metafísico ou racional-abstracto, como se depreende da seguinte passagem (o negrito no texto abaixo é nosso):
«Dizer que um problema é conceptual é só dizer que não é um problema susceptível de ser resolvido recorrendo à experiência ou ao simples cálculo - mas pode ser um problema real e importante. Acontece apenas que é um problema cuja solução depende fundamentalmente do pensamento incluindo a avaliação crítica de pontos de vista diferentes».
(in «Textos e Problemas de Filosofia», organização de Aires Almeida e Desidério Murcho, Plátano Editora, Lisboa, pags.11)
Um mecânico que se apercebe que é necessário mudar a rótula do sistema de rodas de um automóvel observou sensorialmente e concebeu - formou um conceito - intelectualmente a solução do problema. E vai resolver ou traduzir esse conceito empírico num acto experimental: a mudança da rótula.
Falta a Aires e Desidério a distinção entre conceito empírico e conceito meta-empírico ou metafísico. Se possuíssem essa noção, não se equivocariam, não usariam de forma espúria o termo «conceptual».
(Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
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