Sobre eliminativismo, escreve o Dicionário Oxford de Filosofia de Simon Blackburn:
ELIMINATIVISMO
«O ponto de vista de que os termos nos quais pensamos acerca de um certo domínio estão tão minados de erro que é preferível abandoná-los a continuar a tentar formular teorias acerca do modo como são usados. O eliminativismo distingue-se do cepticismo, que defende que não podemos conhecer a verdade acerca de um certo domínio; o eliminativismo defende, antes, que não há qualquer verdade a ser conhecida nos termos com os quais habitualmente pensamos. Um eliminativista em teologia defende simplesmente o abandono dos termos ou de discursos teológicos, incluindo as preocupações acerca dos limites do conhecimento teológico.» (Simon Blackburn, Dicionário de Filosofia, Gradiva, pág. 126)
Blackburn não tem clareza nenhuma nesta definição. Não distingue, de facto, eliminativismo de cepticismo. Dizer que «o eliminativismo defende, antes, que não há qualquer verdade a ser conhecida nos termos com os quais habitualmente pensamos» é o mesmo que dizer que «o cepticismo defende, antes, que não há qualquer verdade a ser conhecida nos termos com os quais habitualmente pensamos».Se «Um eliminativista em teologia defende simplesmente o abandono dos termos ou de discursos teológicos, incluindo as preocupações acerca dos limites do conhecimento teológico» isso é o mesmo que ser céptico em matéria religiosa.
Há duas espécies de eliminativismo: céptico e dogmático. Blackburn não distingue isto. Exemplo de eliminativismo céptico é o do postivismo lógico enquanto defende que a metafísica, a teologia é sem sentido, porque está além do mundo empírico, não pode demonstrar-se que há ou não deuses. Exemplo de eliminativismo dogmático: o ateísmo na medida em que não duvida mas tem a certeza de que Deus e deuses não existem.
Afinal o que é o eliminativismo? É a supressão, pelo cepticismo ou pela negação dogmática, de um conjunto de teses supostamente verdadeiras. (existência de Deus, existência da matéria como ser independente da mente humana, etc).
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
.A vitória de Portugal sobre a Polónia no campeonato Europeu de Futebol, em 30 de Junho de 2016, não me surpreendeu. Está predestinado, de acordo com a teoria da astrologia histórica que utilizo e desenvolvo, que, em 10 de Julho de 2016, o selecionador de Portugal Fernando Santos experimentará uma grande alegria. Nesse dia, Vénus passará em 27º do signo de Caranguejo sobre o Júpiter de nascimento de Fernando Santos, em 27º de Caranguejo, em 10 de Outubro de 1954. Ora Vénus sobre Júpiter é ouro sobre azul...é fonte de expansão, alegria.
Não se pode garantir infalivelmente que tal signifique o triunfo de Portugal na final do Europeu...
O combate, feito de silenciamento censório e críticas mordazes e pueris, movido por toda a comunidade «científica» contra a astrologia científica, combate desigual levado a cabo pelas televisões, as editoras de ciência como a Gradiva e a Fundação Francisco Manuel dos Santos os respetivos filósofos de pacotilha (Carlos Fiolhais, David Marçal, Desidério Murcho, Aires Almeida, etc.) é uma manobra obscurantista que visa impedir o conhecimento pelo público da teoria da predestinação de matriz planetária que nós, e muito poucos no mundo, desenvolvemos.
Eles, tal como Popper, dizem representar a ciência contra a «pseudo ciência da astrologia» mas Daniel Benett, filósofo norte-americano, nascido em 27 de Março de 1942, apologista do construtivismo social (a ciência é uma construção, não uma verdade objetiva como a paisagem de árvores diante de nós) escreveu:
«Os cientistas às vezes tentam iludir-se, achando que as ideias filosóficas são apenas, na melhor das hipóteses, ornamentos ou comentários parasitas sobre os difíceis e objetivos triunfos da ciência, e que eles mesmos estão imunes às confusões às quais os filósofos dedicam as suas vidas, tentando resolvê-las. Mas não existe ciência livre de filosofia; existe apenas ciência cuja bagagem filosófica é embarcada sem passar pela vistoria». (A perigosa ideia de Darwin).
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Em «Introdução à Teoria do Conhecimento» o filósofo analítico Dan O´Brien, da Oxford Brookes University, explana uma visão algo equívoca sobre a teoria do conhecimento, que divide em cinco correntes essenciais: realismo directo, realismo indirecto, idealismo, fenomenismo, intencionalismo.
O REALISMO CRÍTICO (QUALIDADES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS) É REALISMO DIRECTO?
O´Brien considera o realismo directo divisível em realismo natural e realismo crítico.
«1. Realismo directo.
«O realismo perceptual é a visão do senso comum de que mesas, molas para papel existem independentemente dos sujeitos que as percepcionam. Os realistas directos também afirmam que são esses objectos que percepcionamos directamente, podemos ver, cheirar, tocar, provar e ouvir estas coisas que nos são familiares. Há, no entanto, duas versões do realismo directo: o realismo directo ingénuo e o realismo directo científico. Estas concepções diferem quanto às propriedades que se admite que os objectos da percepção possuem quando não estão a ser percepcionados. Os realistas ingénuos afirmam que esses objectos podem continuar a ter todas as propriedades que normalmente percepcionamos, tais como a vermelhidão, a macieza e a tepidez. Os realistas científicos defendem que algumas das propriedades que um objecto possui quando percepcionado dependem do sujeito perceptual, e que os objectos não percepcionados não devem ser concebidos como se conservassem essas propriedades (...) O realismo científico é muitas vezes considerado nos termos da distinção lockeana entre qualidades secundárias e primárias (...) A chávena em si mesma não é vermelha mas a concepção física da sua superfície e a forma particular como esta superfície reflecte os raios de luz nos nossos olhos provoca em nós a experiência de ver vermelho (Dan O´Brien, Introdução à Teoria do Conhecimento, Gradiva, pág. 80-81; o destaque a negrito é colocado por mim).
E sobre o realismo indirecto escreve:
«Os realistas indirectos aceitam que a minha chávena de café existe independentemente de mim. Consideram, no entanto, que eu não tenho uma percepção directa desta chávena. O realismo indirecto afirma que a percepção envolve imagens mediadoras. Quando olhamos para um objecto não é esse objecto que vemos directamente mas um intermediário perceptual. Estes intermediários têm recebido várias designações: "dados dos sentidos", "sensa", "ideia", "sensibilia", "perceptos", "aparências" (Dan O´Brien, Introdução à Teoria do Conhecimento, Gradiva, pág. 82).
É evidente que há uma duplicação falaciosa nestas definições: como se pode chamar "realismo directo" à teoria das qualidades primárias e secundárias de Descartes e Locke se, em parte, não vemos directamente os objectos como são e lhes atribuímos cores, sons, cheiros, graus de dureza que não possuem mas que apenas são modos subjectivos de os percepcionarmos? Neste caso a cor vermelha que atribuo à chávena não existe nesta mas apenas nos meus olhos, na minha imaginação, e constitui um «sensa», «sensibilia», um «percepto» - e estamos dentro da definição de realismo indirecto, facto de que O´Brien não se dá conta.
O erro de Dan O´Brien consiste em classificar o realismo científico ou crítico como um realismo directo quando se trata, sobretudo, ou na totalidade de um realismo indirecto que salienta nitidamente a ruptura, a não correspondência exacta entre o objecto material exterior e a representação (percepção, ideia) que dele fazemos. Assim o conceito de realismo directo deveria limitar-se ao realismo natural ou ingénuo que afirma que o céu é azul, a erva é verde, o mármore é frio, a lã em quente, isto é, à corrente que, de um modo geral, não duvida da veracidade das percepções empíricas. Se há um realismo que declara que o mármore não é frio e a lã não é quente e que o quente e o frio não existem fora de nós mas são apenas sensações subjectivas, "sensibilia" então isso é realismo indirecto.
O INTENCIONALISMO É AUTÓNOMO FACE AO REALISMO E AO IDEALISMO?OU É UMA CARACTERÍSTICA GERAL DESTES?
Dan O´Brien escreve ainda sobre o intencionalismo, uma posição que, confusamente, situa no mesmo plano que o idealismo, o realismo e o fenomenismo:
«4. A teoria intencionalista da percepção.
«A última posição que iremos examinar nega que os dados dos sentidos estejam envolvidos na percepção e afirma, ao invés, que estamos em contacto perceptual directo com o mundo. Voltamos assim ao realismo directo com que este capítulo começou.» (Dan O´Brien, Introdução à Teoria do Conhecimento, Gradiva, pág. 92).
«Os intencionalistas acentuam certos paralelos entre a experiência perceptual e as crenças. As crenças são representações do mundo. A intencionalidade é uma característica essencial da mente e descreve a propriedade que têm certos estados mentais de representarem - ou de serem acerca de - certos aspectos do mundo(...) O intencionalista defende que a percepção também envolve estados representacionais (o intencionalismo é por vezes designado "representacionismo"). (Dan O´Brien, Introdução à Teoria do Conhecimento, Gradiva, pág. 93-94; o destaque a negrito é colocado por mim).
Mais uma vez a nuvem da confusão intelectual impede O´Brien de situar correctamente, espacio-mentalmente, os conceitos. O´Brien separa o intencionalismo. como se fosse autónomo, do realismo, do fenomenismo e do realismo, pondo todos ao mesmo nível, ignorando que todo o realismo é um intencionalismo ou representacionismo: a intentio ou representação, imagem ou conceito, espelha, de certo modo, um mundo de objectos exteriores. O´Brien confunde género e espécies distintos: intencionalismo é género que engloba os realismos, o idealismo e o fenomenismo. Em todas estas correntes se postula haver imagens ou ideias que representam algo. Intencionalismo pertence ao género gnosiológico (modo de conhecer) mas realismo, idealismo e fenomenismo pertencem ao género ontológico ou ontognosiológico (modos de ser).
UMA CONFUSÃO INTITULADA ADVERBIALISMO
Escreve O´Brien, introduzindo o conceito de adverbialismo:
«4.1 Adverbialismo
«Uma maneira de rejeitar o pressuposto de que temos de estar cientes de algum objecto é fazer a chamada "manobra adverbial". Esta estratégia pode ser ilustrada virando-nos para outros exemplos onde não se apliquem tais pressupostos ontológicos. "David Beckham tem um magnífico pontapé de livre" não implica que ele possua um certo tipo de objecto - um pontapé - como coisa que ele pudesse dar ou vender como o seu magnífico carro. Em vez disso, compreendemos que esta frase significa que ele executa os pontapés magnificamente. "Magnífico" não deve ser tomado como um adjectivo que descreve a propriedade de um objecto; deve ser visto como um adjectivo que desempenha a função de um advérbio, descrevendo como uma dada acção é executada (...) O argumento dos adverbialistas no que concerne à percepção é que quando percepcionamos o vermelho estamos a percepcionar de modo vermelho ou vermelhamente (...) Ao levar a chávena de café à boca, vejo de modo castanho (castanhamente); não tenho a percepção dos dados dos sentidos castanhos e amargos, que são os análogos internos das propriedades do café debaixo do meu nariz.»
(Dan O´Brien, Introdução à Teoria do Conhecimento, Gradiva, pág. 92-93; o destaque a negrito é colocado por mim).
Adverbialismo (ponto 4.1) misturado com intencionalismo (ponto 4)? Como se relacionam? O´Brien é confuso, não hierarquiza estas noções entre si de maneira clara. Não está o adverbialismo - subjectivismo ou intersubjectivismo, assim o deveria caracterizar O´Brien - contido no realismo crítico ou científico das qualidades secundárias e primárias (exemplo: o perfume não existe fora do nosso nariz e da nossa mente, perfumadamente é um modo adverbial de captação subjectiva da realidade exterior que nos dá a ilusão do perfume da rosa ou do odor do café)? É óbvio que está mas Dan O´Brien não percebe essa inclusão e considera «adverbialismo» um modo de percepção aparte do realismo...
Como é típico dos medíocres filósofos analíticos eruditos (Nigel Warburton, John Searle, Simon Blackburn, etc.) O´Brien multiplica os «ismos» (adverbialismo, intencionalismo, realismo, etc) sem distinguir o que é ontológico do que é meramente gnoseológico e sociológico. Estas definições são grosseiramente justapostas - lembremos o quadrado em que, no seu livro "A Guide for the Perplexed", Penguin Books, página 113, Simon Blackburn mistura, nivelando-as, quatro teorias de géneros diferentes: realismo, eliminativismo, construtivismo, quietismo) e assim se ergue um desconexo edifício de definições filosóficas que mantém numa relativa escuridão os estudantes e os amantes da filosofia.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Em «Janelas para a filosofia», Aires Almeida e Desidério Murcho, autores de manuais escolares do 10º e 11º ano de escolaridade em Portugal, membros influentes do «lobby» da filosofia analítica que inclui Ricardo Santos, João Branquinho, Pedro Galvão, Sara Bizarro e outros académicos, ensaiam uma exposição sobre os problemas centrais da filosofia. Acontece que as janelas que aqueles dois autores abriram dão para o pátio da sofística e, acidentalmente, para a planície vasta da filosofia, olhada de viés, neste livro.
UMA EQUÍVOCA DEFINIÇÃO DE RELATIVISMO
Um dos erros teóricos de Almeida e Murcho patentes neste livro, seguindo aliás o célebre Peter Singer, é o seu conceito de relativismo. Escrevem:
«1. Relativismo
«O relativismo defende que os juízos de valor são relativos às sociedades. Quando uma sociedade condena ou aceita um dado juízo de valor não pode estar enganada. Isto contrasta com os juízos de facto...» (Aires Almeida, Desidério Murcho, Janelas para a Filosofia, Gradiva, Novembro de 2014, pág. 40; o destaque a negrito é colocado por mim).
Esta definição é parcialmente incorrecta: diz que os juízos de valor variam de sociedade para sociedade, o que é verdade, em princípio, mas oculta ou escamoteia o facto de relativismo ser a variação de valores no interior de uma mesma sociedade, segundo as classes sociais, os grupos políticos, religiosos e artísticos. É relativismo haver em Portugal uma lei que consagra o casamento de gays e lésbicas e uma maioria social que condena este tipo de casamento, é relativismo haver dentro da mesma sociedade portuguesa defensores dos valores de esquerda e defensores dos valores de direita, religiosos católicos, islâmicos, budistas, agnósticos e ateus,etc.
A frase «Quando uma sociedade condena ou aceita um dado juízo de valor não pode estar enganada», incluída na definição de relativismo, é um verdadeiro absurdo. É apresentar relativismo como um dogmatismo absolutista e prova a debilidade do pensamento de Aires Almeida e Desidério Murcho, pseudo-filósofos que fazem «copy paste» de Simon Blackburn, de Peter Singer e outros. Eles não pensam: dizem coisas sem nexo como, por exemplo, que "segundo o relativismo, uma sociedade não pode estar enganada ao condenar ou aceitar algo"...
A PSEUDO-REFUTAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE CONHECIMENTO COMO «CRENÇA VERDADEIRA JUSTIFICADA»
Edmund Gettier refutou, aparentemente, a definição clássica de conhecimento como «crença verdadeira justificada». Almeida e Murcho dão razão a Gettier e escrevem:
« Vejamos um exemplo diferente do de Gettier mas que estabelece o mesmo resultado filosófico. A Rita é apreciadora de carros antigos e tem reparado no Citroen boca-de-sapo estacionado num dos lugares reservado à administração, na garagem do edifício da empresa onde trabalha. Ela forma a crença de que um dos administradores da empresa tem um boca-de-sapo. Algum tempo depois, a Rita veio a descobrir, com grande surpresa, que o boca-de-sapo que viu era afinal de um morador daquela zona que se aproveitava para estacionar discretamente ali o seu estimado carro. O morador oportunista só tinha conseguido estacionar ali o seu cargo simplesmente porque o segurança julgava ser o boca-de-sapo de colecção que, por coincidência, a administradora Paula possuía. Até ter sido apanhado».
«O que mostra esta história? Em primeiro lugar, mostra-nos que a Rita formou uma crença verdadeira: que um dos administradores tem um boca-de-sapo. Em segundo lugar, que a Rita tem uma justificação razoável para esta crença: ela própria viu um boca-de-sapo vários dias estacionado num lugar onde apenas podem ser estacionados veículos dos administradores.(...) Parece, pois, que a Rita tem uma crença verdadeira justificada mas não tem conhecimento. Isto parece mostrar que não basta que uma crença verdadeira esteja justificada para haver conhecimento.»(Aires Almeida, Desidério Murcho, Janelas para a Filosofia, Gradiva, Novembro de 2014, pág. 180-181; o destaque a negrito é colocado por mim).
Qual é o erro de raciocínio de Gettier, de Almeida e Murcho relativo a este exemplo da Rita?
É o facto de considerarem que a Rita tinha uma crença verdadeira justificada ao saber que uma administradora tinha um Citroen boca-de-sapo e que um destes automóveis estava estacionado no lugar reservado junto ao edifício da administração da empresa. Pobres Gettier, Almeida e Murcho! A Rita não tinha uma crença verdadeira justificada porque não conhecia a matrícula do boca-de-sapo da administradora Paula e, portanto, não podia garantir, com segurança que o boca-de-sapo, afinal pertença de um vizinho, pertencesse à administradora. Portanto, o argumento de Gettier/ Aires/ Desidério é uma pseudo-refutação da tese de que o conhecimento é crença verdadeira justificada: o conhecimento da Rita é insuficiente, não está justificado.
FALTA DE CLAREZA SOBRE O QUE SÃO OBJECTIVISMO E VALORES OBJECTIVOS
Escrevem Almeida e Murcho:
«Valores objectivos
«O objectivismo defende que alguns valores são objectivos (e não que todos o são). Isto significa que quando uma pessoa ou uma sociedade condena ou aceita um dado juízo de valor pode estar enganada, tal como acontece com os juízos de facto.» (Aires Almeida, Desidério Murcho, Janelas para a Filosofia, Gradiva, Novembro de 2014, pág. 44; o destaque a negrito é posto por mim).
O facto de ser falível a condenação por uma pessoa de um juízo de valor, isto é, o facto de uma pessoa se poder enganar nesse juízo, não acarreta que este juízo seja objectivo. A definição de objectivismo dada por estes autores é obscura. Afirmar que objectivismo é o facto de que« quando uma pessoa ou uma sociedade condena ou aceita um dado juízo de valor pode estar enganada» é um absurdo. Desidério Murcho e Aires Almeida são incapazes de fornecer uma definição clara de objectivismo dos valores: metem-se por vielas escuras e obscuras do pensamento, onde não há a luz da clareza racional. Não sabem distinguir objectivismo intra-anima ( por exemplo: o número 7 só existe nas mentes humanas mas é objectivo por ser comum a quase todas as mentes) de objectivismo extra-anima (por exemplo: o Mosteiro dos Jerónimos existe em Belém, como edifício de pedra, e é fisicamente objectivo).
Escrevem ainda no mesmo estilo retorcido de contornar as definições claras:
«Para compreender melhor o objectivista, temos de compreender melhor o próprio conceito de objectividade. Há várias concepções de objectividade, mas a mais relevante no que respeita à natureza dos valores considera que a imparcialidade é uma condição necessária da objectividade. O que isto significa é que os juízos de valor que são objectivos são imparciais. Por exemplo, imaginemos que a Daniela defende o juízo de valor de que quem tem olhos azuis deve ter mais direitos do que os outros. Quando lhe perguntamos porquê, responde, com toda a honestidade, que tem olhos azuis, e por isso essa medida iria beneficiá-la. É óbvio que a justificação do seu juízo de valor não é imparcial»
(Aires Almeida, Desidério Murcho, Janelas para a Filosofia, Gradiva, Novembro de 2014, pág. 44; o destaque a negrito é posto por mim).
Há aqui incoerências: Desidério e Aires falam em haver vários conceitos de objectividade, mas não explicitam mais que um, a imparcialidade, e isto é vaguismo; os juízos de valor objectivos não são imparciais, porque são juízos de valor, mas estes dois autores proclamam a sua imparcialidade; o exemplo da Daniela e do seu juízo parcial de favorecer quem tem olhos azuis está envolto numa nuvem de ambiguidade, não se percebe, com clareza, se ilustra o objectivismo ou o subjectivismo dos valores.
Almeida e Murcho não pensam dialecticamente, escarnecem da autêntica filosofia: escrevem de forma elíptica, rodeando o cerne dos assuntos, à maneira dos filósofos analíticos actuais. São o exemplo da anti-filosofia entronizada nas universidades portuguesas e brasileiras e nas grandes editoras que as secundam. Que leva a Gradiva de Guilherme Valente a editar estes frágeis pensadores? Ah, pois: o professor Aires Almeida é o responsável da secção de filosofia da editora Gradiva...Pode ser um pensador medíocre, mas tem poder editorial.
Se querem mergulhar na confusão e citar definições erróneas, no todo ou em parte, assimilem e citem acriticamente o conteúdo deste pobre livro «Janelas para a Filosofia».
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O assassinato de uma dentista brasileira pelo marido ciumento, em 28 de Maio de 2014, na rua Augusta, em Lisboa, estava assinalado, predestinado no Zodíaco, com a passagem do Nodo Sul da Lua em 27º do signo de Carneiro, além de outros factores zodiacais. Vejamos algumas das áreas e pontos numéricos do Zodíaco que estimulam o surgimento de crimes ou acidentes relevantes na rua Augusta de Lisboa.
ÁREA 14º-15º DE CARNEIRO:
ASSALTO A FARMÁCIA, ASSASSINATO NA RUA AUGUSTA
A passagem do Sol ou de um planeta ou Nodo da Lua na área 14º-15º do signo de Carneiro é condição necessária mas não suficiente para desencadear um incidente grave ou acidente na Rua Augusta em Lisboa, e também na Rua Augusta, em São Paulo, Brasil.
Em 3 de Abril de 2000, com Sol em 13º 32´/ 14º 31´ de Carneiro, uma sapataria da Rua Augusta é assaltada, por arrombamento de uma montra, sendo roubados artigos no valor de 1.130 contos; em 13 de Março de 2009, com Vénus em 14º 28´/ 14º 21´ de Carneiro, entre as 11h00 e as 12h15, o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL), com o aparato de bombeiros, polícias municipais, ambulâncias e viaturas da protecção civil, realiza um simulacro de incêndio com foco no n.º 177 da Rua Augusta onde alegadamente estavam a proceder a soldaduras ficando viaturas estrategicamente colocadas nas quatro artérias do quarteirão, (ruas da Assunção, Augusta, Sapateiros e Vitória) que é totalmente evacuado;em 30 de Março de 2011, com Júpiter em 14º 16´/ 14º 11´ de Carneiro, de noite, um incêndio atingiu uma lanchonete na Rua Augusta, próxima à esquina com a Rua Luís Coelho, em São Paulo,Brasil; em 28 de Maio de 2014, com Úrano em 15º 20´/ 15º 22´ de Carneiro, Luana Camargo, dentista de 28 anos, é esfaqueada mortalmente pelo marido de 39 anos, Marcos Camargo, às 10.00 horas, na clínica dentária Odonto Riso, localizada no número 220 da Rua Augusta, no centro de Lisboa.
Algumas das próximas datas em que um planeta, o Nodo da Lua, Quirón ou o Sol estarão na área 14º-15º de Carneiro, elevando a probabilidade de ocorrência de incêndios, assaltos, assassinatos e outros incidentes na Rua Augusta são: de 23 de Dezembro de 2014 a 8 de Janeiro de 2015 (Nodo Sul da Lua); em 4 e 5 de Março de 2015 (Vénus); em 10, 11 e 12 de Março de 2015 (Marte); em 4 e 5 e 6 de Abril de 2015 (Sol).
ÁREA 25º-28º DE CARNEIRO:
CRIMES E MORTES NA RUA AUGUSTA
A passagem do Sol ou de um planeta ou Nodo da Lua na área 25º-28º do signo de Carneiro é condição necessária mas não suficiente para desencadear um incidente grave ou acidente na Rua Augusta em Lisboa.
Em 8 de Dezembro de 1998, com Saturno em 27º 12´/ 27º 10´ de Carneiro, ladrões quebram, com um pedregulho, a montra de uma loja de artigos fotográficos na Rua Augusta mas fogem quando os empregados do café da frente acorrem a impedir o roubo; em 28 de Novembro de 1999, com Júpiter em 25º 53´/ 25º 49´ de Carneiro, uma mulher de 89 anos morre ao cair, desde a janela de um edifício, sobre o pavimento da Rua Augusta;em 28 de Maio de 2014, com Nodo Sul da Lua em 27º 58´/ 27º 53´ de Carneiro, Vénus em 28º 45´/ 29º 44´ de Carneiro, Luana Camargo, dentista de 28 anos, é esfaqueadamortalmente pelo marido de 39 anos, Marcos Camargo, às 10.00 horas, na clínica dentária Odonto Riso, localizada no número 220 da Rua Augusta, no centrode Lisboa.
Algumas das próximas datas em que um planeta, o Nodo da Lua, Quirón ou o Sol estarão na área 25º-28º de Carneiro, elevando a probabilidade de ocorrência de incêndios, assaltos, assassinatos e outros incidentes na Rua Augusta são: de 31 de Maio a 1 de Julho de 2014 (Nodo Sul da Lua ); de 13 a 16 de Março de 2015 (Vénus); de 12 a 14 de Abril de 2015 (Mercúrio).
ÁREA 17º-18º DE CAPRICÓRNIO:
ASSALTO, PROTESTO MÓRBIDO NA RUA AUGUSTA
A passagem do Sol ou de um planeta ou Nodo da Lua na área 17º-18º do signo de Capricórnio (ou: nos graus 287º e 288º de longitude eclíptica) é condição necessária mas não suficiente para desencadear um incidente grave ou acidente na Rua Augusta em Lisboa.
Em 1 de Janeiro de 2010, com Mercúrio em 19º 0´/ 17º 54´ de Capricórnio, dois homens encapuzados e armados com um revólver assaltam às 18h30 a farmácia Barral, na Rua Augusta, Baixa de Lisboa. e disparam para o tecto, sem ferir ninguém, levam 700 euros da caixa e das carteiras dos funcionários e fogem a pé; em 25 de Novembro de 2013, com Vénus em 17º 13´/ 17º 58´ de Capricórnio, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima deposita 40 sacos de cadáveres, com manequins a fingir pessoas, ao longo de dois quarteirões, na rua Augusta, em Lisboa, para evocar as 40 vítimas mortais de violência doméstica em 2012, suscitando reacções de choque a quem passava.
Algumas das próximas datas em que um planeta, o Nodo da Lua, Quirón ou o Sol estarão na área 17º-18º do signo de Capricórnio, elevando a probabilidade de ocorrência de incêndios, assaltos, assassinatos e outros incidentes na Rua Augusta são: de 18 a 20 de Novembro de 2014 (Marte), em 24 e 25 de Dezembro de 2014 (Vénus), de 27 a 29 de Dezembro de 2014 (Mercúrio), de7 a 9 de Janeiro de 2015 (Sol).
PONTO 24º 37´/ 24º 59´ DE QUALQUER SIGNO:
INCIDENTES NA RUA AUGUSTA
A passagem do Sol ou de um planeta ou Nodo da Lua no ponto 24º 37´/ 24º 59´ de qualquer signo do Zodíaco é condição necessária mas não suficiente para materializar um incidente grave ou acidente na Rua Augusta em Lisboa
Em 21 de Dezembro de 1918, com Úrano em 24º 43´/ 24º 45´ de Aquário, ao passar o cortejo fúnebre do presidente Sidónio Pais na rua
Pais na rua Augusta, uma explosão provoca vários feridos, correrias etiroteios; em 8 de Dezembro de 1998, com Nodo Sul da Lua em 24º 41´ de Aquário, ladrões quebram, com um pedregulho, a montra de uma loja de artigos fotográficos na Rua Augusta mas fogem quando os empregados do café da frente acorrem a impedir o roubo; em 13 de Março de 2009, com Neptuno em 24º 59´/ 25º 2´ de Aquário, entre as 11h00 e as 12h15, o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL), com o aparato de bombeiros, polícias municipais, ambulâncias e viaturas da protecção civil, realiza um simulacro de incêndio com foco no n.º 177 da Rua Augusta onde alegadamente estavam a proceder a soldaduras ficando viaturas estrategicamente colocadas nas quatro artérias do quarteirão, que é totalmente evacuado; em 1 de Janeiro de 2010, com Neptuno em 24º 35´/ 24º 37´ de Aquário, dois homens encapuzados e armados com um revólver assaltam às 18h30 a farmácia Barral, na Rua Augusta, Baixa de Lisboa. e disparam para otecto, sem ferir ninguém, levam 700 euros da caixa e das carteiras dos funcionários e fogem a pé; em 20 de Agosto de 2013, com Marte em 24º 47´/ 25º 26´ de Caranguejo, as obras de saneamento básico no cruzamento entre a rua da Vitória e a rua Augusta, em Lisboa, deixam em risco os peões que circulavam naquela artéria da cidade ao início da tarde quando o empilhador retira de um pesado as pedras para o pavimento da rua, sem que tenha sido delimitado um corredor de segurança para os peões.
Algumas das próximas datas em que um planeta, o Nodo da Lua, Quirón ou o Sol estarão no ponto 24º 37´a 24º 59´ de qualquer signo, elevando a probabilidade de ocorrência de incêndios, assaltos, assassinatos e outros incidentes na Rua Augusta são: em 27 e 28 de Junho de 2014 (Mercúrio); de 1 a 10 de Julho de 2014 (Nodos da Lua); de 16 a 18 de Julho de 2014 (Marte).
Quem é capaz de refutar este método científico histórico-astronómico de análise e de cálculo? Incapazes de o fazer, os «pontífices» da universidade e os directores de informação dos grandes media, editoras incluídas (caso da Gradiva, que nutre especial animosidade pela astrologia histórica, ao contrário da Estampa até 2005, no tempo do falecido editor Manso Pinheiro), tudo fazem para silenciar e ignorar este tipo de estudos que realizo e publico. Não ficam atrás, em arrogância e espírito censório, dos catedráticos do fascismo ou dos padres da santa inquisição.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
No Manual Filosofia-10º ano, de Luís Rodrigues, lê-se:
«Durante a visita a um museu, um dos visitantes apercebe-se de que dois funcionários estão a ter dificuldades em mudar de lugar um quadro muito famoso e valioso. Imediatamente, apressa-se a ajudá-los, mas infelizmente tropeça num tapete e choca com um dos funcionários derrubando-o. O quadro cai com estrondo e fica muito danificado.»
«O visitante agiu com boa intenção mas as consequências da acção foram desastrosas. Será que podemos considerar a sua acção moralmente correcta, pois agiu com boa intenção, ou devemos considerá-la como moralmente incorrecta porque as consequências foram más? »
«A resposta de Mill seria que a acção foi moralmente incorrecta. Porquê? Porque segundo a sua perspectiva consequencialista um acto deve ser julgado pelas suas consequências. Se as consequências forem boas, a acção é boa; se forem más a acção é má». (Luís Rodrigues, Filosofia 10º ano, volume 1º, Plátano Editora, pag 194).
Será que Mill classificaria como «acção moralmente má» a intervenção desafortunada do visitante e o consequente dano material do quadro? Suponho que não. Luís Rodrigues atribui a Mill uma interpretação que não lemos nos textos deste filósofo inglês.
A acção involuntária de danificar o quadro não foi moralmente má: foi materialmente má. Eticamente, o comportamento do visitante desastrado é irrepreensível. E Mill dava importância ao motivo, que neste caso prepondera sobre o resultado da acção. Não há só um princípio - o resultado prático - na avaliação moral da acção. Há princípios secundários a levar em conta: os motivos, a intenção..
Stuart Mill escreveu:
«É uma estranha noção que o reconhecimento de um primeiro princípio é inconsistente com a admissão de princípios secundários. Informar um viajante sobre o seu destino final não implica proibir a utilização de marcos miliários e sinais pelo caminho. A proposição de que a felicidade é o fim e a meta da moralidade não significa que não tenha de ser estabelecida uma rota para esse objectivo, ou que as pessoas que o procuram não tenham de ser aconselhadas a tomar uma direcção em vez de outra.» (Stuart Mill, O utilitarismo, Gradiva, pag 73; o bold é nosso).
Se o utilitarismo visa maximizar o prazer dos agentes envolvidos na acção - e aparentemente estes são três: os dois empregados do museu e o visitante que os decidiu ajudar - então seria contra a moral utilitarista condenar o visitante, partindo do princípio que os empregados permanecem neutros quanto ao resultado da acção ( nem felizes, nem infelizes, conformados com a deterioração do quadro).
Reduzir o utilitarismo à tese de que «se as consequências forem boas, a acção é boa; se forem más a acção é má» é deturpar, em larga medida, o pensamento de Stuart Mill.
Nota: No Centro de Formação Margens do Guadiana, com sede na Escola Secundária com 3º Ciclo Diogo de Gouveia, R. Luís de Camões, 708-508 BEJA (telefone: 284 328 063), estão abertas as inscrições para a acção de formação para professores de filosofia (Grupo 410) «A teoria geral dos valores e a Ética, na perspectiva do método dialéctico», equivalente a dois créditos, 50 horas de duração (50HP), CCPFC/ACC 52326/08 CF. O formador é o autor deste blog.
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