O intuicionismo ético é a doutrina segundo a qual os valores éticos (bem, mal, neutro, etc) nascem de intuições, isto é, de conhecimentos instantâneos, não racionais, de carácter empírico - intuicionismo sensista ou empirista - ou não empírico - intuicionismo noético ou iluminado.
O intuicionismo não é, em si mesmo, ética: é gnosiologia e ontologia, isto é metaética.
R.M.Hare insere, a nosso ver de forma imperfeita, equívoca, o intuicionismo como forma do descritivismo, opondo-o ao naturalismo:
«Las teorías descriptivistas pueden dividirse en términos generales en naturalismo e intuicionismo. ..La disputa entre ambas se refiere a si las condiciones de verdad o los juicios morales, que según el descriptivismo les dan su significado, están o no determinados por definiciones (o, en el sentido más amplio, por explicaciones de significado) sólo referidas a verdades o propiedades no morales. Los naturalistas consideran esto posible...» (Peter Singer, Compendio de Ética, Alianza Diccionarios, Madrid 2004, pag 607).
Ora na verdade intuicionismo não se opõe a naturalismo ético. Há um naturalismo ético intuicionista e um naturalismo ético não intuicionista.
São espécies de géneros diferentes: intuicionismo pertence ao género modo de apreensão dos valores e naturalismo pertence ao género região ontológica de valores e, como tal, espécies de géneros distintos não podem ser postas no mesmo pé. Intuicionismo opõe-se a não intuicionismo, ou seja, a racionalismo construtivista dos valores. Naturalismo opõe-se a sobrenaturalismo e a subnaturalismo. Esta divisão naturalismo/ intuicionismo não é verdadeiramente dialética.
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