Em tempo de pandemia, eis um teste de filosofia sem as escorregadias questões de escolha múltipla, muitas vezes desordenadas.
Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA C
2 de Março de 2021, Professor: Francisco Queiroz
I
«O imperativo categórico de Kant é formal e autónomo. A moral de Stuart Mill é teleológica e hedonista. O fatalismo é diferente do determinismo biofísico sem livre-arbítrio (determinismo radical) e do determinismo biofísico com livre-arbítrio (determinismo moderado). A falácia ad ignorantiam é diferente da falácia depois de por causa de e da falácia ad hominem. A retórico tem ethos, pathos e logos. Os valores e os juízos podem dividir-se em objectivos, intersubectivos e subjetivos.
1)Explique estes pensamentos.
2)Segundo Max Scheler há 4 esferas de valores. Identifique quais se ligam aos seguintes actos ou estados e justifique:
A)«Para mim roubar é mau» (esfera dos valores……)
B «Estou a saborear morangos e adoro (esfera dos valores…)
C)«Estou a correr à frente de todos e sinto-me vitorioso» (esfera dos valores…)
D)«Rezo a Deus porque São Pio dizia que quem não reza não se salva.do inferno (esfera dos valores…)
Relacione justificando:
A)Multiculturalismo versus etnocentrismo democrático e etnocentrismo absolutista.
B)Estados totalitários e Estados de democracia pluralista ou parlamentar.
C) Dogmatismo científico, dogmatismo religioso,
D) Os três princípios da lógica formal e os três poderes no Estado de direito democrático.
CORREÇÃO DO TESTE COM COTAÇÃO MÁXIMA DE 20 VALORES
O imperativo categórico de Kant é formal porque se resume a enunciar de forma abstrata a verdadeira lei moral que diz “não trates as pessoas como meios dos teus interesses mas sim como fins em si mesmas, respeitando-as da mesma maneira que te respeitas a ti mesmo, aplicando a mesma lei para todos” e é autónomo porque varia de pessoa para pessoa. (VALE DOIS VALORES). A moral de Stuart Mill é teleológica porque é centrada na finalidade, nos frutos de uma ação, sendo esta a felicidade da maioria das pessoas, e é hedonista porque procura o prazer mesmo que não seja só o prazer próprio mas sim o prazer da maioria das pessoas (VALE DOIS VALORES). O fatalismo, que é a corrente ontológica que sustenta que não existe livre arbítrio nem o acaso e que tudo está predestinado pelos astros, por deuses incompreensíveis ou por um destino sem deuses, é diferente do determinismo biofísico sem livre-arbítrio (determinismo radical), que é a corrente ontológica que sustenta que na natureza física o determinismo impera mas existe alguma margem de acaso que impede o fatalismo e que sustenta que na natureza humana não existe livre-arbítrio pois são os nossos instintos ou os astros que nos comandam, e do determinismo biofísico com livre-arbítrio (determinismo moderado), que é a corrente ontológica que sustenta que há leis obrigatórias na natureza e no corpo humano mas que temos a liberdade de escolher racionalmente entre umas e outras ou entre o bem e o mal (VALE DOIS VALORES). A falácia ad ignorantiam, que é a falácia em que devido à ignorância de uma certa informação ou tese dá como certa a sua tese oposta ou antítese, é diferente da falácia depois de por causa de, que é a falácia que atribui uma relação causa-efeito a dois fenómenos vizinhos por acaso, e da falácia ad hominem, que é a falácia que em vez de argumentar racionalmente, faz um ataque à pessoa. (VALE DOIS VALORES)-
A retórica, que é a arte de argumentar, isto é, expor juízos e raciocínios em público de modo a convencer as pessoas que estão a ouvir, ou seja, um auditório, tem ethos, que é a exibição das virtudes do caráter do orador, pathos, que é o tom emocional que o orador utiliza no seu discurso de modo a impressionar o auditório, e logos, que é a racionalidade do discurso do orador. (VALE DOIS VALORES). Os valores, que são qualidades de várias naturezas (materiais, religiosas, éticas, estéticas, etc) que se organizam segundo uma hierarquia, e os juízos, que são afirmações ou negações que ligam dois ou mais conceitos através de um verbo, podem dividir-se em objetivos, que sustentam que os valores de belo, de feio, de belo, etc, são universais e comuns do mesmo modo a todas as pessoas, em intersubjetivos, que sustentam que os valores de belo, de feio, de bem, etc são comuns a determinados grupos de pessoas mas não à humanidade toda, e em subjetivos, que sustentam que os valores de belo, de feio, de bem, de mal, etc, variam de pessoa a pessoa e que estão dentro de cada subjetividade. (VALE DOIS VALORES).
2-A)«Para mim roubar é mau» Esfera dos valores espirituais, porque engloba os valores éticos (bem, mal, etc), os valores jurídicos (legal, ilegal, etc), os valores estéticos (belo, feio, etc), os valores filosóficos (verdade, erro, realidade, etc), os valores científicos (verdade, erro, experiência, etc) e os valores políticos (democracia, ditadura, povo, etc). (VALE 0,5 VALORES).
2.B) «Estou a saborear morangos e adoro» Esfera dos valores sensíveis, porque engloba os valores do agradável, do desagradável, do prazer, da dor, do útil e do inútil. (VALE 0,5 VALORES)
2-C)«Estou a correr à frente de todos e sinto me vitorioso» Esfera dos valores vitais e sentimentais, porque engloba os valores do nobre, do vulgar, do amor, do ódio, do sentimento da juventude, da vitória, do sentimento da velhice, da derrota ou decadência, da bravura, da covardia, da liberdade, do ciúme, do orgulho, da humildade, da saúde, da doença, etc. (VALE 0,5 VALORES)
2.D)«Rezo a Deus porque São Pio dizia que quem não reza não se salva.do inferno» Esfera dos valores do santo e do profano, porque engloba os valores da santidade, da oração a Deus, da indiferença dos profanos, dos ateus e do desespero de alguns destes.(VALE 0,5 VALORES).
A) Multiculturalismo é a ideologia que defende que num país devem estar em plano de igualdade e ser aceites as diferentes etnias, religiões, nacionalidades, sexualidades, culturas, etc, - por exemplo, um mexicano poder ser eleito presidente dos EUA - enquanto que o etnocentrismo democrático é aquele que dá um pouco mais de importância aos naturais do seu país do que aos imigrantes estrangeiros que neste vivem, porém, deixa-os exercer as suas religiões e culturas e dá-lhes assistencia médica e social tal como os naturais desse país, já o etnocentrismo absolutista é aquele que sustenta que a etnia, religião e cultura de um grupo de pessoas natural de um país é superior às minorias gays e lésbicas, ciganas, de imigrantes estrangeiros e estas minorias devem ser banidas ou silenciadas, rejeitando a entrada de estrangeiros e dos seus valores na estrutura antiga desse país, assim, este etnocentrismo utiliza métodos fascistas ou absolutistas.
B) Os Estados totalitários, que podem ser de esquerda (marxismo-leninismo) e de direita (fascismo, absolutismo monárquico, fundamentalismo islâmico ou outro) são aqueles que têm um regime político em que existe apenas um partido único e apenas um chefe, assim, é atribuido ao estado um poder absoluto que controla e manipula os cidadãos, fazendo com que não exista liberdade de imprensa, de greve, de eleição de um parlamento, entre outros, e com que sejam presos, mortos ou torturados os opositores deste regime, enquanto que os Estados de democracia pluralista ou parlamentar, que fundamentam a sociedade aberta, são aqueles em que existem as liberdades de imprensa, de greve, de manifestação de rua, de ensino, de formação de partidos políticos, de votar de modo a que os governos sejam compostos da maioria dos deputados, de ter a sua sexualidade livre, de montar empresas e permitir o capitalismo de concorrência de forma na combater os monopólios, de ter a sua cultura, entre muitas outras liberdades. (VALE UM VALOR)
C) O dogmatismo científico é aquele que afirma leis da natureza apoiado na experiência dos mundos empírico e racional, o dogmatismo religioso é a crença em deuses, demónios, almas vivas no Além, enquanto que o ceticismo é a corrente filosófica que duvida do que estamos a ver e a sentir, da ciência, da história, da religião, etc. (VALE UM VALOR)
D) Os três princípios da lógica formal são o princípio da identidade, que diz que uma coisa é idêntica a si mesma, o princípio da não contradição, que diz que uma coisa não pode ser, ao mesmo tempo, duas qualidades opostas entre si, e o princípio do terceiro excluído, que diz que uma coisa ou qualidade pertence ao grupo A ou não A não havendo terceira hipótese, já os três poderes no Estado de direito democrático são o poder legislativo, que é o parlamento que é eleito por votação, o poder executivo, que é o governo que é aprovado pela maioria do parlamento, e o poder judicial, ou seja, os tribunais que podem anular decisões do governo e do parlamento. Relacionar estas duas tríades é arbitrário. Por exemplo, o parlamento corresponde ao princípio da não contradição (um partido não pode votar ao mesmo tempo a favor e contra uma lei do governo), o poder judicial corresponde ao princípio da identidade (as leis mantêm-se idênticas a si mesmo), o poder executivo corresponde ao princípio do terceiro excluído (o governo opta ou não opta por construir uma linha do TGV entre Lisboa e Vilar Formoso). (VALE DOIS VALORES)
NOTA- Compra o nosso livro «Astrologia Histórica» já esgotado nas livrarias. Preço: 24 euros. Os professores de filosofia são incompletos, ignorantes numa matéria fundamental, a do determinismo versus livre-arbítrio, se não dominarem a astrologia histórico-social.
Encontram-se à venda na livraria «Modo de Ler», Praça Guilherme Gomes Fernandes, centro da cidade do Porto, as nossas 0bras:
Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e Equívocos dos Filósofos, de Francisco Limpo Queiroz,
Astrologia Histórica, a nova teoria dos graus e minutos homólogos,de Francisco Limpo Queiroz,
Astrología y guerra civil de España de 1936-1939, de Francisco Limpo Queiroz
This blog requires thousands of hours of research and reflection and produces knowledge that you won't find anywhere else on the internet. In order for us to continue producing it please make a donation to our bank account with the IBAN PT50 0269 0178 0020 4264 5789 0
Nota- O autor deste blog está disponível para ir a escolas e universidades dar conferências filosóficas ou participar em debates.
© (Copyright to Francisco Limpo de Faria Queiroz)
© (Copyright to Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Um teste de filosofia não necessita de conter questões de escolha múltipla que, em muitos casos, simplificam erradamente o pensamento.
Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA C
4 de Dezembro de 2020.
Professor: Francisco Queiroz
I
“.O não agir é ética da filosofia taoista. O Princípio da correspondência Macrocosmo-Microcosmo manifesta-se na arquitetura e na geometria sagrada dos templários, na astrologia e no do-in, entre outras áreas, usando o raciocínio de analogia. A retórica engloba as falácias, ad hominem, depois de por causa de,, ad ignorantiam”. O princípio do terceiro excluído baseia-se na dualidade.”
1)Explique, concretamente este texto.
2)Construa um silogismo condicional modo ponens e um silogismo condicional modo tollens tendo como primeira premissa a frase:
«Se estiver sozinho no meio da planície retiro a máscara»
3) Relacione, justificando;
A) Os oito pontos cardeais e colaterais, as oito áreas de vida em uma casa, os quatro animais da tradição chinesa do Feng Shui e o Yang e o Yin.
B) Mundo dos Arquétipos em Platão e Mundo Celeste em Aristóteles.
C) Nous e uma determinada classe social na pólis, segundo Platão.
D) Indução amplificante e dedução.
CORREÇÃO DO TESTE COTADO MAXIMAMENTE PARA 20 VALORES
O não agir é o conceito fundamental da ética (doutrina do bem e do mal no comportamento humano) e como dizia Lao Tse: «Aquele que se dedica ao Tao vai diminuindo sempre até chegar ao não agir e pelo não agir nada há que se não faça». Não agir é: não lançar guerras nem novas indústrias e urbanizações, não viver uma vida frenética de bares e discotecas, não cursar estudos universitários, não fazer carrera política, levar a vida simples de um camponês que cava a sua horta ou de um filósofo contemplativo que passeia em planícies ou montanhas silenciosas e ecológicas.(VALE DOIS VALORES). O princípio da correspondência microcosmo-macrocosmo das antigas filosofias estipula que «o que está em baixo é como o que está em cima, o microcosmo ou pequeno universo é o espelho do macrocosmo ou grande universo».Isto manifesta-se na astrologia, por exemplo: Júpiter em 9º do signo de Sagitário em 25 de Abril de 1983 (Sagitário é parte do céu, macrocosmo) causou a vitória eleitoral do PS de Mário Soares (microcosmo, Portugal). Também se manifesta na construção dos castelos templários em que a planta das muralhas (microcosmos) reproduz o desenho de constelações no céu (macrocosmos). Manifesta.se ainda no Do-In ou acupunctura digital em que, por exemplo, apertando e desapertando a cabeça do dedo mínimo da mão na zona da unha d (microcosmo) estimula um meridiano que liga ao coração (macrocosmo) e salva este de infartos do miocárdio. Isto tudo se baseia no raciocínio de analogia, uma inferência que estabelece semelhanças de forma entre duas entidades ou fenómenos muito diferentes entre si como, por exemplo, «o homem é como uma árvote, os ramos equivalem aos braços, o tronco de madeira ao peito e pernas, logo deve manter-se erecto como a árvore»(VALE TRÊS VALORES). A retórica ou arte de argumentar para convencer um auditório ou um só interlocutor inclui as falácias que são erros ou vícios de raciocínio: a falácia ad hominem, ou seja, um argumento em que se faz um ataque pessoal (exemplo: «João teve a melhor nota de todas na prova de exame de candidatura a presidente do banco, mas João é judeu, logo não pode ser presidente do banco»); a falácia depois de por causa de, que atribui uma relação de causa-efeito a dois fenómenos acidentalmente vizinhos entre si (exemplo: há uma semana usei gravata verde e horas depois perdi a carteira, ontem voltei a usar gravata verde e caí da moto, logo usar gravata verde dá-me azar); a falácia ad ignorantiam que consiste em invocando a ignorância de um dado facto inferir a "verdade" do facto contrário (exemplo: não se provou que Deus existe, logo Deus não existe). (VALE TRÊS VALORES). O princípio do terceiro excluído baeia-se na dualidade . dois princípios, dois campos opostos - pois só afirma dois caminhos possíveis no plano lógica. um ente ou qualidade ou é do grupo A ou do grupo não A, excluindo a terceira hipótese (VALE UM VALOR).
2) Silogismo condicional Modus Ponens:
«Se estiver sozinho na planície retiro a máscara.
«Estou sozinho na planície.
«Logo, retiro máscara».
Silogismo condicional Modus Tollens:
«Se estiver sozinho na planície retiro a máscara.
«Não retiro a máscara.
«Logo, não estou sozinho na planície». (VALE UM VALOR).
3-A) O Feng Shui divide a casa em oito áreas geográficas e a cada uma delas corresponde uma área de vida, uma cor e um ponto cardeal ou colateral. É uma aplicação do taoísmo, filosofia mística e prática que sustenta que em tudo há uma oscilação ente duas energias, o Yang e o Yin. Yang é masculino, som, alto, luz, verão, expansão, fogo, vermelho, Yin é feminino, silêncio, baixo, escuridão, inverno, contração, terra, água, azul escuro ou negro,
PONTO CARDEAL NORTE:. é o Velho Yin, corresponde ao Norte, à Meia Noite, à Água, ao Inverno, à tartaruga negra, animal que favorece o emprego e os amigos que o possibiltam, às cores negra e azul escura. Atrás da parte norte da xasa não deve haver um rio ou um lago porque a água instabiliza mas sim uma colina, ou prédio alto ou montanha.
PONTO CARDEAL SUL:. é o Velho Yang , corresponde ao Sul, ao Meio Dia, ào Fogo, ao Verão, à Fénix ou Ave que levanta voo, animal que favorece a fama às cores vermelha. Se a porta da casa é virada a sul deve ter diante de si uma praça ou uma planície sem edifícios altos ou postes que enviam energias opressivas. Neste caso, podem usar-se espelhos sobre a porta ou no telhado para devolver as más vibrações.
PONTO CARDEAL ESTE. é o Jovem Yang , corresponde ao Este às Seis da Manhã, à Madeira, ao Verão, ao Dragão Verde, animal que tutela o crescimento, a saúde, a família, à cor verde. Do lado Este da casa pode haver árvores ou colinas que dão apoio ao ambiente.
PONTO CARDEAL OESTE:. é o Jovem Yin , corresponde ao Oeste, às Seis da Tarde, ao Metal, ào Fogo, ao Verão, ao Tigre Branco, animal imprevisível que favorece a criatividade, a liberdade individual, os filhos, às cores branca e prateada. Do lado Oeste da casa não deve haver montanhas ou edifícios altos. Se houver, usam-se espelhos refletores.
PONTO COLATERAL NOROESTE: representa os antepassados, as proteções espirituais. A cor é o cinza. É o lugar para colocar um pequeno altar.
PONTO COLATERAL NORDESTE representa o estudo, a investigação científica teórica. A cor é o azul. Lugar para colocar a mesa de estudo.
PONTO COLATERAL SUDESTE representa dinheiro e saúde. A cor é púrpura.
PONTO COLATERAL SUDOESTE representa amor, casamento. A cor é o rosa. (VALE 3 VALORES).
3-B) O Mundo dos Arquétipos em Platão é invisível, transcendente ao céu visível e compõe-se de modelos eternos e perfeitos como os Arquétipos de Bem, Belo, Esfera, Cone, Homem, Mulher, Número, Justo, etc. O Mundo Celeste em Aristóteles é visível e composto de 54 esferas de cristal, 7 das quais possuem incrustado um planeta, e as outras 47 possuem incrustadas constelações de estrelas. As 54 esferas giram em torno de um centro fixo, a Terra, porque estrelas e planetas desejam alcançar Deus, o pensamento puro e imóvel exterior ao cosmos (VALE DOIS VALORES).
3-C) O Nous é a inteligência superior que capta as Essências ou Arquétipos e permite elaborar leis justas. Corresponde, na pólis, à classe dos filósofos reis ou arcontes principais que, sendo homens e mulheres de superior inteligência, fazem as leis e governam a cidade, não possuem prata nem ouro e vivem numa casa comum, fazendo troca de casais para não saber quem é o pai de cada filho em concreto (VALE DOIS VALORES).
3-D) A indução amplificante é uma inferência que a partir de alguns exemplos empíricos diretos generaliza de forma infalível. Exemplo: «Vimos que em cem vezes que um relâmpago se formou no céu segundos depois se ouviu um trovão, logo induzimos que os relâmpagos celestes são sempre seguidos de trovões. A dedução é de certo modo inversa, é uma inferência que parte de uma premissa geral e por uma extensão ou redução lógica chega a uma conclusão geral ou particular. Exemplo: Os alentejanos gostam de gaspacho, Mariana é alentejana, logo Mariana gosta de gaspacho. (VALE DOIS VALORES)
NOTA: COMPRA O NOSSO «DICIONÁRIO DE FILOSOFIA E ONTOLOGIA», inovador em relação a todos os outros dicionários, repleto de transcrições literais de textos dos filósofos. Aproveita, a edição já esgotou nas livrarias excepto na livraria Modo de Ler, Praça Guilherme Gomes Fernandes, na cidade do Porto. Contém 520 páginas, custa só 20 euros (portes de correio para Portugal incluídos). Este blog é de serviço público, colhes aqui um saber que não encontras em nenhum outro, um saber que as televisões e as universidades, conservadoras e ignorantes, procuram abafar. Deves ajudar a manter este blog.
Encontram-se à venda na livraria «Modo de Ler», Praça Guilherme Gomes Fernandes, centro da cidade do Porto, as nossas 0bras:
Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e Equívocos dos Filósofos, de Francisco Limpo Queiroz,
Astrologia Histórica, a nova teoria dos graus e minutos homólogos,de Francisco Limpo Queiroz,
Astrología y guerra civil de España de 1936-1939, de Francisco Limpo Queiroz
This blog requires thousands of hours of research and reflection and produces knowledge that you won't find anywhere else on the internet. In order for us to continue producing it please make a donation to our bank account with the IBAN PT50 0269 0178 0020 4264 5789 0
This blog requires thousands of hours of research and reflection and produces knowledge that you won't find anywhere else on the internet. In order for us to continue producing it please make a donation to our bank account with the IBAN PT50 0269 0178 0020 4264 5789 0
Nota- O autor deste blog está disponível para ir a escolas e universidades dar conferências filosóficas ou participar em debates.
© (Copyright to Francisco Limpo de Faria Queiroz)
© (Copyright to Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Em Portugal, nem todos os professores de filosofia cedem ao reducionismo de fazer perguntas de escolha múltipla (indicar uma única resposta como certa de um total de quatro hipóteses) para testar os conhecimentos do aluno no campo da filosofia. Um x colocado na hipótese correcta citada na folha de teste escrito pode demonstrar que o aluno sabe...ou que acertou à sorte ... ou que copiou pelo colega do lado.
Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA B
2 de Novembro de 2016. Professor: Francisco Queiroz
I
“Alguns sindicalistas não são anarquistas.
Alguns operários são sindicalistas.
Logo, os operários são anarquistas.”
1-A) Indique, concretamente, três regras do silogismo formalmente válido que foram infringidas na construção deste silogismo.
1-B) Indique o modo e a figura deste silogismo.
2)Construa o quadrado lógico das oposições à seguinte proposição:
«Os alentejanos são portugueses».
3)Distinga realismo crítico de Descartes do idealismo não solipsista objetivo e da fenomenologia.
4)Tendo como primeira premissa a proposição «Se passar de ano, vou a Londres», construa:
A) Um silogismo condicional modus ponens.
B)Um silogismo condicional modus tollens.
5) Distinga a indução amplificante/científica, da dedução e do raciocínio de analogia.
6) Defina e construa um exemplo de cada uma das seguintes falácias: depois de por causa de, ad misericordiam, de composição, ad hominem, ad ignorantiam.
CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES
A) Três regras infringidas da validade do silogismo acima foram: de duas premissas particulares (alguns...alguns) nada se pode concluir; nenhum termo pode ter maior extensão na conclusão do que nas premissas (alguns operários / os (todos) operários); o termo médio ( sindicalistas) tem de ser tomado pelo menos uma vez universalmente e está tomado apenas no sentido de «alguns» e não de «todos». (VALE TRÊS VALORES).
1-B) O modo do silogismo é OIA e a figura é SP (sujeito e predicado refere-se à posição do termo médio nas premissas) ou 1ª figura.(VALE UM VALOR).
2) O quadrado lógico é o seguinte:
Os alentejanos são portugueses. Nenhum alentejano é português.
(TIPO A- Universal Afirmativa) (TIPO E- Universal Negativa)
Alguns alentejanos são portugueses. Alguns alentejanos não são
portugueses
(TIPO I - Particular Afirmativa) (TIPO O - Particular negativa)
As proposições A e E são contrárias entre si. As proposições I e O são subcontrárias entre si. As proposições I e O são subalternas respectivamente a A e E. A proposição A é contraditória com O e a proposição E é contraditória com I. (VALE DOIS VALORES)
3) O realismo crítico de Descartes é a teoria qiue sustenta que há um mundo real de matéria exterior às mentes humanas composto de uma matéria indeterminada, sem peso nem dureza/moleza, apenas formado de figuras geométricas, movimento, números (qualidades primárias, objetivas), sendo subjectivas, isto é exclusivamente mentais, as cores, os cheiros, os sabores, as sensações do tacto, o calor e frio (qualidades secundárias, subjectivas). O idealismo não solpsista ou pluralista e objetivo é a teoria que sustenta que o mundo material é ilusório, existe apenas dentro de uma multiplicidade de mentes humanas e cada uma delas constrói esse mundo de modo igual às outras ( «A torre de Belém que eu invento/vejo é igual à torre de Belém que tu inventas/ vês»), A fenomenologia é a ontologia, nem realista nem idealista, mas cética no seu fundo, que sustenta não saber se o mundo material subsiste ou não fora das mentes humanas. (VALE QUATRO VALORES).
4) a) Se passar de ano, vou a Londres.
Passei de ano.
Logo, vou a Londres. (VALE UM VALOR)
4.b) Se passar de ano, vou a Londres.
Não fui a Londres.
Logo, não passei de ano.
(VALE UM VALOR)
5) O raciocínio de analogia é a inferência que estabelece uma senelhança de forma, função ou posição entre entes muito diferentes entre si. Exemplo: o homem é análogo a uma árvore, os pés equivalem às raízes, os braços aos ramos. Isto implica realmente uma dose de imaginação superior A indução amplificante é a generalizaçao de alguns exemplos empíricos segundo uma lei necessária, infalível. Exemplo. Verificamos 250 árvores implantadas no solo e todas tinham raízes, logo induzo que os milhões de árvores implantados no solo da Terra terão, necessariamente, raízes. A dedução é a inferência que parte de uma premissa geral para chegar, apenas pela necessidade lógica apoiada na memória, a uma conclusão geral ou particular. Exemplo: «Todas as árvores têm raízes, os pinheiros são árvores, logo os pinheiros têm raízes» (VALE TRÊS VALORES).
6) A falácia depois de por causa de é o erro de raciocínio que atribui uma relação necessária de causa efeito a dois fenómenos vizinhos por acaso (exemplo: «Há 10 dias vi um gato preto e caí da bicicleta, há 5 dias vi outro gato preto e perdi a carteira, ontem vi um gato preto e o meu telemóvel avariou, logo ver gatos pretos dá-me azar). (VALE UM VALOR).A falácia ad misericordiam é o vício de raciocínio que apela à misericórdia para anular ou postergar uma decisão ou medida de justiça racional. Exemplo: o aluno diz «Senhor professor, sei que nunca tive uma única nota positiva ao longo do ano e que a média dos meus testes escritos é 7 valores mas, por favor, dê-me um 10 como nota final porque senão o meu pai não me deixa passar férias no estrangeiro e fico deprimido. Tenha compaixão.» (VALE UM VALOR). A falácia da composição ou indutiva é aquela que generaliza, de forma abusiva, da parte para o todo. Exemplo: «André Silva é um jogador de excepcional qualidade. André Silva é futebolista do Futebol Clube do Porto. Portanto, os jogadores do Futebol Clube do Porto são de excepcional qualidade.» (VALE UM VALOR). A falácia ad hominem é aquela que desvia a argumentação racional para o campo do ataque pessoal ao adversário (exemplo: «Ele´ganhou o concurso para gestor de empresas, mas é gay, vamos impedi-lo de subir a gestor da empresa»).(VALE UM VALOR). A falácia do apelo à ignorância é a que raciocina sobre um fundo desconhecido e o usa de forma tendenciosa, sustentando que uma tese fica demonstrada se a não se conseguiu demonstrar a sua contrária (exemplo: Nunca ninguém demonstrou que Deus existe, logo Deus não existe).(VALE UM VALOR)
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
.Mais um teste de Filosofia do 10º ano da escolaridade, em final do primeiro período lectivo do ensino secundário em Portugal. Sem perguntas de escolha múltipla que, habitualmente, espelham a pobreza do pensamento (anti-dialéctico) de uma grande parte dos docentes e dos autores dos manuais escolares.
Agrupamento de Escolas nº 1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia com 3º Ciclo, Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA B
5 de Dezembro de 2014. Professor: Francisco Queiroz
I
“Algum idealismo é realismo crítico”.
“A fenomenologia é realismo crítico”.
“ O idealismo não é fenomenologia”.
1-A) Indique, concretamente, três regras do silogismo formalmente válido que foram infringidas na construção deste silogismo.
1-B) Com base nas definições respectivas, mostre como ambas as premissas deste silogismo estão erradas no seu conteúdo, isto é, estão materialmente erradas.
2) Exponha os quatro passos gnoseológicos que celebrizaram Descartes a partir da dúvida hiperbólica, defina e aplique a lei da contradição principal a este conjunto.
3) Relacione, justificando:
A) As ideias de eu e substância, por um lado, e as sete relações filosóficas, na doutrina de David Hume.
B) Ethos, pathos e logos na retórica e lei da tríade.
C) Falácia ad ignorantiam e ontologia cartesiana.
4) Interprete o seguinte texto e mostre dois sentidos possíveis para o termo “ser”:
«Não tens de temer que alguma vez consigam demonstrar que o Ser não é e, por isso, afasta o teu espírito da via da opinião. Um só caminho nos fica – o Ser é! Existem miríades de sinais demonstrativos de que o Ser é, incriado, imperceptível, perfeito, imóvel e eterno, não sendo lícito afirmar que o Ser foi ou que será…. Ser e pensar é um e o mesmo.» (PARMÉNIDES)
CORRECÇÃO DO TESTE COTADO PARA VINTE VALORES
1-A) Eis três regras do silogismo formalmente válido que foram violadas: o termo médio (neste caso: realismo crítico) tem de ser tomado pelo menos uma vez, universalmente, e não o está em nenhuma das premissas deste silogismo; nenhum termo pode ter na conclusão maior extensão do que nas premissas, ora o termo idealismo é universal na conclusão e particular na primeira premissa (algum idealismo); de duas premissas afirmativas não se pode extrair uma conclusão negativa. (VALE DOIS VALORES ).
1-B) O idealismo ontológico é a doutrina segundo a qual o mundo de matéria é um conjunto de ideias ou sensações a flutuar na mente de um ou vários sujeitos e por isso não se inclui no realismo, doutrina que diz que o mundo de matéria é real em si mesmo e exterior às mentes humanas. O realismo crítico defende que a matéria exterior é real em si mesmo mas não a percepcionamos sem deformação (exemplo: vemos uma rosa vermelha, mas o vermelho só está na nossa mente não na rosa). (VALE UM VALOR E MEIO). O idealismo, corrente ontognoseológica da matéria como irrealidade, não é fenomenologia (como ontologia, em sentido heideggeriano) porque esta é céptica sobre a irrealidade e a realidade da matéria, estabelecendo apenas a correlação eu-mundo exterior como certeza (VALE UM VALOR E MEIO).
2) Os quatro passos do raciocínio de Descartes são pautados pelo racionalismo, doutrina que afirma que a verdade procede do raciocínio, das ideias da razão e não dos sentidos:
1º Dúvida hiperbólica ou Cepticismo Absoluto («Uma vez que quando sonho tudo me parece real, como se estivesse acordado, e afinal os sentidos me enganam, duvido da existência do mundo, das verdades da ciência, de Deus e até de mim mesmo »).
2º Idealismo solipsista («No meio deste oceano de dúvidas, atinjo uma certeza fundamental: «Penso, logo existo» como mente, ainda que o meu corpo e todo o resto do mundo sejam falsos»).
3º Idealismo não solipsista («Se penso tem de haver alguém mais perfeito que eu que me deu a perfeição do pensar, logo Deus existe»).
4º Realismo crítico («Se Deus existe, não consentirá que eu me engane em tudo o que vejo, sinto e ouço, logo o mundo de matéria, feito só de qualidades primárias, objetivas, isto é, de existe fora de mim»). Realismo crítico é a teoria gnosiológica segundo a qual há um mundo de matéria exterior ao espírito humano e este não capta esse mundo como é. Descartes, realista crítico, sustentava que as qualidades secundárias, isto é, as cores, os cheiros, os sons, sabores, o quente e o frio só existem no interior da mente, do organismo do sujeito, pois resultam de movimentos vibratórios exteriores e que o mundo exterior é apenas composto de formas, movimentos e tamanhos.
A lei da contradição principal estabelece que um sistema de múltiplas contradições se pode reduzir a uma só grande contradição, constituída por dois grandes blocos ou pólos. Neste caso, a contradição principal pode ser concebida de várias maneiras: num pólo, a dúvida absoluta (1º passo) e no outro polo o conjunto idealismo solipsista/ idealismo não solipsista/ realismo crítico que possuem certo grau de certeza em comum; em um polo os dois idealismos (2º e 3º passos) e no outro polo o realismo crítico (4º passo) ficando o cepticismo absoluto na zona intermédia ou neutra; em um polo os passos não realistas (1º, 2º e 3º) e no outro polo o realismo crítico (VALE QUATRO VALORES).
3-A) O "eu" em David Hume não é uma realidade, mas uma ideia ilusória, uma vez que somos apenas uma corrente de percepções empíricas a que a memória e a imaginação atribuem um núcleo invariável chamado «eu». Do mesmo modo, a substância (exemplos: as substâncias cadeira ou nuvem) é uma ideia fabricada pela nossa imaginação servindo-se das sete relações filosóficas que são disposições sensório-intelectuais da mente humana: semelhança, identidade, relações de tempo e lugar, proporção de quantidade ou número, graus de qualidade, contrariedade e causação. A ideia de permanência, de continuidade entre as percepções empíricas forja as ideias de eu e de substância.
Portanto, em David Hume, o "eu" não é substância, não existe sequer (idealismo) ou é duvidoso (cepticismo) tal como não existem ou são duvidosas as noções de "alma", "substância", "essência". (VALE TRÊS VALORES).
3-B) O ethos é o carácter do orador, ligado ao seu currículo (exemplo: «Sou antifascista, passei quatro anos preso por resistir à ditadura»). O logos é a racionalidade do discurso (exemplo: «Aplique-se um imposto extraordinário às grandes empresas de modo a aumentar as prestações sociais aos pobres e aos desempregados»). O pathos é o sentimento, a paixão colocada no discurso (exemplo: «Vamos a eles, que nos roubam e exploram!»).
A lei da tríade diz que um processo dialético se divide em três fases: a tese ou afirmação (que pode ser o pathos, neste caso: irracional) , a antítese ou negação (que pode ser o logos - racionalidade!) e a síntese ou negação da negação, um intermédio, um resumo das duas anteriores (que pode ser o ethos, mistura de racional e irracional) (VALE DOIS VALORES).
3-C) A ontologia ou teoria do ser em geral de Descartes defende que há três substâncias: a res divina (Deus) que criou as outras duas; a res cogitans ou pensamento humano ; a res extensa ou mundo material na sua dimensão geométrica de figuras com comprimento, largura e altura. A falácia ad ignoratiam é o erro ou truque de raciocínio que consiste em extrair do «nevoeiro» da dúvida os contornos nítidos de um dogma, argumentando que este não foi refutado. Neste caso pode aplicar-se assim a falácia: uma vez que ninguém demonstrou que a res divina (Deus) não existe, esta existe. (VALE TRÊS VALORES)
4) Há um número infinitamente grande (miríades) de sinais que demonstram que o Ser - essência esférica do universo - não foi criado por ninguém, não foi nem será porque é eternamente o mesmo, sem alterações. Por isso devemos afastarmo-nos da via da opinião que é a interpretação realista ingénua ou realista natural do mundo segundo a qual as coisas são e deixam de ser, os homens nascem, crescem, envelhecem e morrem, as cores do céu se alteram conforme a hora do dia, etc. O Ser é perfeito e invisível, inaudível, por isso só pode ser apreendido pelo pensanento racional - daí que ser e pensar sejam um e o mesmo. O ser pode ser ideia ou pode ser algo material, o texto não é esclarecedor. O ser em Parménides é, não foi nem será. É impossível dizer que o Ser não é, ou seja, dizer que o ser não existe ou sofre transformações já que é uno, eterno homogéneo, imóvel, incriado, invisível e imperceptível aos sentidos, esférico. Ser e pensar é um e o mesmo. A alteração das cores, a mutação, o nascimento e a morte são ilusões, reais só na aparência. Dois sentidos do Ser são: existência infinita no tempo; essência ou forma geral do universo. (VALE TRÊS VALORES).
www.filosofar.blogs.sapo.pt
f.limpo.queiroz@sapo.pt
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Livraria online de Filosofia e Astrologia Histórica