Sexta-feira, 28 de Maio de 2021
Equívocos no manual «Ponto de fuga 10», da Porto Editora (Crítica de Manuais Escolares- LXIII)

 

O manual de filosofia «Ponto de fuga 10» de Catarina Pires com a colaboração de Elisa Seixas e revisão pedagógica de Carlos Amorim, da Porto Editora, contém alguns erros conceptuais. 

 

O DETERMINISMO RADICAL IMPÕE UM ÚNICO RESULTADO POSSÍVEL?

 

O manual chama determinismo radical àquilo que nós definimos como determinismo biofísico sem livre-arbítrio. E explana-o assim: 

«Determinismo radical

«Se o determinismo é verdadeiro - e existem evidências científicas que tornam esta tese bastante plausível - se tudo no universo são efeitos causados por estados anteriores e leis da natureza, então os nossos atos são consequências de leis e acontecimentos situados no passado remoto. Facilmente concordamos que nem o que aconteceu antes de termos nascido nem as leis da natureza dependem de nós. Assim sendo, conclui o determinismo radical, as consequências desses eventos e leis, incluindo as nossas ações escapam ao nosso controlo. Há um único resultado possível

(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 118; o destaque a negro é posto por nós).

 

Há um único resultado possível? Não. Isso seria fatalismo, corrente segundo a qual tudo está predestinado, e que só os espíritos subtis diferenciam de determinismo radical. Este último postula que, não havendo livre-arbítrio, as mesmas causas, nas mesmas circunstâncias, geram sempre os mesmos efeitos mas há o factor acaso presente na confluência dos diversos determinismos produtores de um dado acontecimento. Diz-se, por exemplo, que o aparecimento da vida na Terra, sob determinismo radical, deu-se por acaso, podia não se ter dado. Isto prova que o determinismo radical se compagina com o acaso, perspetiva que Thomas Nagel não conseguiu alcançar. Uma criança, sem livre-arbítrio, escolhe entre comer um chocolate ou uma banana que lhe mostram: a escolha instintiva não está escrita em causas anteriores, mas é imprevisível e estende-se, segundo o verdadeiro determinismo radical, às escolhas livres por instinto de milhões de seres humanos. Logo, para o determinismo radical bem compreendido, os actos  futuros e os presentes não dependem essencialmente de causas passadas mas dos impulsos do momento presente.  

 

PARA O SUBJETIVISMO ÉTICO NÃO HÁ FACTOS MORAIS?

 

Sobre o subjetivismo moral ou ético, corrente que sustenta que a verdade é íntima a cada pessoa e varia de pessoa a pessoa, diz o manual:

«Para o subjetivismo, nenhuma preferência é objetivamente correta ou incorreta, já que não decorre de um conhecimento de facto. O subjetivismo não reconhece a existência de factos morais.» 

(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 156; o destaque a negro é posto por nós).

 

É uma errónea  definição de subjetivismo. Os subjetivistas baseiam-se em factos que interpretam à sua maneira. Então o subjectivismo do dinamarquês Soren Kierkegaard não reconhecia como um facto moral benéfico a atitude de Abraão que se dispunha a matar o seu filho Isaac para agradar a Deus? Claro que sim, reconhecia. E o padre Abel Varzim (Cristelo, Barcelos, 29 de Abril de 1902- Porto, 20 de Agosto de 1964),  subjetivista que entendia como um facto moral bom levar Jesus Cristo na hóstia a casas de prostitutas no Bairro Alto, de 1951 a 1957, não reconhecia como um mal deixar as pobres prostitutas tuberculosas entregues à sua sorte ? Claro que reconhecia. Para qualquer subjetivista existe o bem e o mal, existem factos morais, só que são definíveis por ele na solidão, imune à influência da moral social.

 

 

O OBJETIVISMO MORAL OPÕE-SE AO RELATIVISMO?

 

A noção de objectivismo é confusa neste manual que afirma:

«Ao subjetivismo, que afirma que os juízos morais são subjetivos, e ao relativismo, teoria segundo a qual todos os juízos morais são relativos, opõe-se uma outra teoria cognitivista, o objetivismo moral.»

«O objetivismo defende que a verdade dos juízos morais, pelo menos a de alguns, é independente da expressão das emoções (aprovação ou desaprovação particular) ou dos códigos morais de diferentes culturas (aprovação ou desaprovação das comunidades).»

«A perspetiva objetivista está na origem de documentos internacionais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos...»

(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 162; o destaque a negro é posto por nós).

 

O manual confunde objetivismo moral com realismo moral, não chegando a distinguir este último. Objetivismo e relativismo são conceitos colaterais e não contrários mas isto é dialética que os autores do manual não dominam: há um relativismo objetivista (exemplo: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que o manual diz não ser relativista mas é)  e um relativismo intersubjetivista (exemplo: os que acham a eutanásia um direito salvador e os que acham a eutanásia um crime ).

 

O texto da Declaração Universal dos Direitos foi adotado em 10 de Dezembro de 1948 pelos então 58 Estados membros da Assembléia Geral da ONU, com exceção da União Soviética, dos países do Leste europeu, da Arábia Saudita e da África do Sul, que se abstiveram. Há uma corrente soberanista - cada um é dono em sua casa - representada sobretudo por China, Venezuela, Cuba e Birmânia, e uma corrente islamita, que não subscreve a Declaração Universal dos Direitos do Homem na sua fórmula atual..Por isso esta é um exemplo de relativismo - nem todos os países  a adotam, é relativa ou restrita a uma grande parte dos países- objetivista - a larga maioria dos países adota como verdade objetiva o conteúdo. O que se opõe a relativismo moral não é objetivismo moral mas sim absolutismo moral (exemplo: a doutrina tradicional da igreja católica romana com a crença imutável no Paraíso, no Purgatório e no Inferno Eterno) e este é os valores serem imutáveis e os mesmos para todas as sociedades e épocas.

 

NENHUM TEMA VERDADEIRAMENTE FRACTURANTE COMO SERIA EXIGÍVEL EM FILOSOFIA

 

Estes manual e estas autoras são meros instrumentos de propaganda da redutora filosofia oficial: a filosofia analítica, com a sua errónea lógica proposicional (só mentes estúpidas dizem que «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» é diferente na estrutura lógica de «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa»). Fazem o discurso politicamente correcto, longe dos "extremismos", se exceptuarmos a dúvida hiperbólica cartesiana ou a teoria das conjecturas e refutações de Karl Popper. Não são filósofas mas funcionárias de uma medíocre filosofia com a qual moldam a mente de alunos inteligentes.

 

Nenhum texto sobre astrologia histórica e não falta assunto filosófico: se o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 25 de Abril de 1983, com Júpiter em 9º do signo de Sagitário, e venceu as eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995, com Júpiter em 10º do signo de Sagitário, e venceu as eleições de 6 de Outubro de 2019, com Júpiter em 18º-19º do signo de Sagitário, poderá dizer-se que Júpiter no signo de Sagitário (arco de 240º a 270º do Zodíaco) gera necessariamente vitórias do PS?

 

Nenhum texto questionando a vacinação e é tão oportuno fazê-lo.David Icke escreveu. «O processo de fabricação de vacinas inclui o uso de macacos, embriões de frangos e fetos humanos, além de estabilizadores como a estreptomicina, o cloreto de sódio, o hidróxido de sódio, o alumínio, o cloridrato, o sorbitol, a gelatina hidrolisada, o formaldeído,e um derivado do mercúrio chamado timerosal ...» (David Icke, «La conspiración mundial y como acabar con ella», Ediciones Obelisco, Barcelona, pag 819).

 

As autoras deste manual, como boas servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.

 

Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. As autoras deste manual de filosofia são estrangeiradas, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:

«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»

«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)

«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»

 

(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136)

 

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Sexta-feira, 21 de Maio de 2021
Equívocos do manual «O Espanto,10º ano de filosofia» da Didáctica Editora (Crítica de Manuais Escolares - LXVII)

 

O manual «O Espanto, 10º ano de Filosofia», da Didáctica editora, da autoria de Aires Almeida e Desidério Murcho,  contém alguns sérios erros conceptuais.

 

CONFUSÕES SOBRE DETERMINISMO RADICAL, LIBERTISMO E  DETERMINISMO MODERADO

 

Lê-se no manual: 

«Determinismo radical: a hipótese de que não há livre-arbítrio porque todos os acontecimentos (o que inclui as ações humanas) são efeitos de causas anteriores.»

«Libertismo: a hipótese de que há livre-arbítrio e por isso nem todos os acontecimentosnte  são efeitos de causas anteriores (nomeadamente as ações humanas).»

«Determinismo moderado: a hipótese de que há livre-arbítrio, apesar de todos os acontecimentos ( o que inclui as ações humanas) serem efeitos de causas anteriores.»

(Aires Almeida, Desidério Murcho «O Espanto, 10º ano de Filosofia»,  Didáctica editora, Pág. 122).

 

Estes autores, veículos de uma medíocre filosofia analítica anglo/ norte-americana, mergulham, como já nos habituaram desde há pelo menos duas décadas, no magma da confusão.

Em primeiro lugar, o determinismo radical não pode sustentar que todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores.  Só falíveis  pensadores como John Searle, Ricardo Santos, João Branquinho, Desidério Murcho e Aires Almeida postulam isto. Então e a escolha irracional, instintiva, que ocorre a cada momento nos seres humanos sem uso de livre-arbítrio? A escolha da criança entre comer um gelado ou uma banana neste momento não é determinada por causas anteriores - isso seria fatalismo - mas sim por forças motrizes actuais, mais ou menos imprevisíveis. O determinismo sem livre-arbítrio não conduz o mundo em uma só direção predestinada, o acaso e a escolha irracional dos humanos a cada momento inflectem o «destino».

 

Em segundo lugar, é absurdo definir o determinismo moderado como «postulando que todos os acontecimentos ( o que inclui as ações humanas) são efeitos de causas anteriores e que isso é compatível com o livre-arbítrio», que supostamente existiria. É uma irracionalidade. Se todos os acontecimentos derivam de causas anteriores onde fica o livre-arbítrio? Isto sim, é um incompatibilismo.

 

Em terceiro lugar, o libertismo não passa de determinismo moderado pois admite que há acontecimentos livremente criados ou desencadeados pelo livre-arbítrio, não resultantes de causas anteriores mas fruto de deliberações racionais do momento presente. Há portanto nestes autores uma duplicação do mesmo conceito, do mesmo modo que esta «dupla visão» mental faz supor que existem disjunção inclusiva e disjunção exclusiva - a disjunção é uma só, exclusiva.

 

Libertismo, ou existência e exercício de livre-arbítrio, não constitui uma corrente autónoma mas sim uma propriedade comum a duas correntes: o determinismo biofísico com livre arbítrio, vulgo determinismo moderado( exemplo: delibero tomar sumo de laranja diariamente porque sei do efeito sempre benéfico  -determinismo- deste alimento sobre o organismo humano); o indeterminismo biofísico com livre arbítrio, vulgo indeterminismo moderado (exemplo: delibero, racionalmente, não tomar a vacina porque sei que esta produz, frequentemente, trombos nas veias, avc ´s, não gera sempre o mesmo efeito -indeterminismo - no corpo humano).

 

O RELATIVISMO ESTÁ IMPEDIDO DE CRITICAR OS COSTUMES E VALORES DE OUTRAS SOCIEDADES?

 

Sobre o relativismo, doutrina que o manual define incompletamente, ao ocultar que há relativismo, isto é, variação de valores de grupo a grupo social no seio de uma mesma sociedade (exemplo: os adeptos do crescimento industrial, os ecologistas anti indústrias, os anti homossexuais e os homossexuais e trangéneros, etc.), lemos:

«Há quem pense que é preciso ser relativista para promover a tolerância e combater a discriminação de pessoas que têm costumes diferentes dos nossos. Mas a ideia de que as pessoas de culturas diferentes da nossa não devem ser discriminadas é um juízo moral. Ora, quem é relativista e vive numa sociedade que defende a intolerância e a discriminação das mulheres, dos negros e dos judeus está obrigado a concordar que nada há de moralmente errado nessas práticas - porque são essas, precisamente, as práticas da sua sociedade. Por isso, essa pessoa não tem como combater a intolerância e a discriminação.»

 

(Aires Almeida, Desidério Murcho «O Espanto, 10º ano de Filosofia»,  Didáctica editora, Pág. 155).

 

Interpretar relativismo como igualitarismo de valores e cepticismo é um erro destes autores. Hegel e a igreja católica romana pós concílio Vaticano II (1962-1965) eram ou são relativistas em matéria de religião: ambos defendiam que a verdade religiosa é a soma de todas as religiões particulares mas entre estas o cristianismo - luterano, na visão de Hegel; católico, na visão de Roma - possuía maior grau de verdade do que qualquer outra, seguido do judaísmo, do islamismo, etc. 

 

UM JUÍZO RELATIVO NÃO É VERDADEIRO NEM FALSO?  QUANDO UM JUÍZO É RELATIVO NENHUMA SOCIEDADE/CULTURA ESTÁ ENGANADA?

 

No caderno de atividades do professor, lêem-se, entre muitos outros,  os seguintes erros conceptuais:

«1)a) Um juízo é relativo quando não é verdadeiro em falso.

1) b) Quando um juízo é relativo, nenhuma sociedade/cultura está enganada.»

(Aires Almeida, Desidério Murcho «O Espanto, 10º ano de Filosofia»,  Caderno de Atividades, professor» Didáctica editora, Pág. 102)

 

Refutemos o ponto 1)a): eis um exemplo de um juízo relativo verdadeiro: «Na Europa, vigoram democracias liberais, com liberdade de imprensa, de comportamento sexual e de vestuário feminino ousado, na Arábia Saudita e no Irão não».  Não há juízos que sejam ao mesmo tempo nem verdadeiros nem falsos, como sustentou o positivismo lógico do Círculo de Viena: ou são verdadeiros ou falsos. Exemplo de outro juízo relativo verdadeiro: «A gravidade terrestre é relativa à distância de um objecto no ar em relação à superfície terrestre, essa força gravitacional cessa acima dos 500 quilómetros de altitude, no caso das naves espaciais, verifica-se esta cessação em órbitas terrestres circulares situadas a uma altitude de 500 km, em que este estado não gravitacional é permanente.»

Refutemos o ponto 1)b): o juízo «a democracia liberal com direito à objeção de consciência é o melhor regime do mundo» é condenado pelas sociedades totalitárias como a China comunista e a Arábia Saudita que sobre ele estão enganadas e enganam os respectivos povos.

 

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Nenhum texto sobre astrologia histórica e não falta assunto filosófico neste tema : se o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 25 de Abril de 1983, com Júpiter em 9º do signo de Sagitário, e venceu as eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995, com Júpiter em 10º do signo de Sagitário, e venceu as eleições de 6 de Outubro de 2019, com Júpiter em 18º-19º do signo de Sagitário, poderá dizer-se que Júpiter no signo de Sagitário (arco de 240º a 270º do Zodíaco) gera necessariamente vitórias do PS?

 

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Os autores deste manual, como bons servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.

 

Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. Os autores deste manual de filosofia são estrangeirados, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:

«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»

«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)

«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»

 

(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136).

 

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Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e Equívocos dos Filósofos, de Francisco Limpo Queiroz,

Astrologia Histórica, a nova teoria dos graus e minutos homólogos,de Francisco Limpo Queiroz,

Astrología y guerra civil de España de 1936-1939

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Nota- O autor deste blog está disponível para ir a escolas e universidades dar conferências filosóficas ou participar em debates. 

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Quarta-feira, 19 de Maio de 2021
Equívocos do manual «Como pensar tudo isto,10º ano de filosofia» da ASA (Crítica de Manuais Escolares - LXVI)

 

O manual «Como pensar tudo isto», do 10º ano de Filosofia, da ASA (grupo Leya), da autoria de Ana da Gama, Domingos Faria e Luís Veríssimo, contém alguns erros conceptuais.

 

UMA ERRÓNEA OU INCOMPLETA CONCEPÇÃO DE LIVRE ARBÍTRIO

O manual afirma:

«Temos livre-arbítrio se, e só se algumas das coisas que nos acontecem dependem de nós».

 

(Ana da Gama, Domingos Faria, Luís Veríssimo «Como pensar tudo isto,  10º ano de Filosofia»,  ASA, pág. 135) 

 

Esta definição está errada ou, no mínimo incompleta. Há coisas, decisões que dependem de nós e não implicam livre-arbítrio, são tomadas por instinto, irracionalmente. Exemplo: uma criança não instruída escolhe, irracionalmente, entre comer um croissant ou uma banana.

 

UMA ERRÓNEA DEFINIÇÃO DE DETERMINISMO CONFUNDIDO COM CAUSALISMO

 

Lê-se no manual:

«Esta crença de que tudo o que acontece tem uma causa ficou conhecida como "determinismo". Ou dito de outra forma:

O determinismo é a tese de que tudo o que acontece é a consequência de acontecimentos anteriores e das leis da natureza.»(...)

«Em suma, se o determinismo for  verdadeiro, o passado e as leis da natureza determinam a cada instante um único futuro possível. » 

(Ana da Gama, Domingos Faria, Luís Veríssimo «Como pensar tudo isto,  10º ano de Filosofia»,  ASA, pág. 136-137).

 

Não há aqui a definição exacta de determinismo. Esta é a seguinte: nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos. Isto é diferente de dizer que tudo o que acontece é a consequência de acontecimentos anteriores. Porque existem o acaso na natureza e o livre-arbítrio no ser humano no momento atual, que estão fora do determinismo e não têm a ver com acontecimentos anteriores. Se decido jantar alheira hoje ou viajar a Santiago de Compostela e visitar o túmulo de Prisciliano, bispo de Ávila decapitado em 385, isso não resulta exclusiva e principalmente de causas anteriores mas sim de causas do momento atual, mais ou menos imprevisíveis, entre elas o meu livre-arbítrio e o meu instinto de improvisação, que são causas livres. É portanto ridículo assegurar que o passado e as leis da natureza determinam a cada instante um único futuro possível. Esta visão é o fatalismo, não o determinismo.

 

A correcta definição de Determinismo não é a de que tudo o que acontece tem uma causa. Isto é causalismo. Ora há dois tipos de causas: as causas necessárias não livres (exemplo: a lei da gravidade terrestre que faz cair os corpos inertes largados no ar), e as causas livres como o livre-arbítrio e a escolha irracional,instintiva a que Aristóteles chamava escolha voluntária.  Mas nada isto é percebido e explicado pelos autores do manual. 

 

NO DETERMINISMO MODERADO TUDO ESTÁ DETERMINADO?

 

O manual define assim o determinismo moderado, isto é, o determinismo biofísico com livre-arbítrio:

«O determinismo moderado sustenta que:

i) o livre-arbítrio é compatível com o determinismo.

ii) tudo está determinado

e

iii) tenos livre-arbítrio».

 

(Ana da Gama, Domingos Faria, Luís Veríssimo «Como pensar tudo isto,  10º ano de Filosofia»,  ASA, pág. 138).

 

Esta definição é uma incoerência: se, no determinismo moderado  tudo está determinado então não há lugar para o livre-arbítrio que, por definição, é livre, está fora das algemas do determinismo biofísico. Livre opõe-se como contrário a determinismo, necessidade infalível. Enfim, um triste pântano de confusões...

 

NEBULOSAS DEFINIÇÕES DE COGNITIVISMO E NÃO COGNITIVISMO

 

O manual define confusamente as noções de cognitivismo (dogmatismo)  e não cognitivismo (cepticismo):

«O não cognitivismo caracteriza-se por defender que, contrariamente ao que acontece com os juízos de facto, os juízos morais não são crenças. Na sua opinião, estes nem sequer são juízos propriamente ditos, mas sim uma espécie de pseudojuízos.» (...)

«Os cognitivistas sustentam que os juízos morais são crenças, o que significa que são juízos propriamente ditos, e não pseudojuízos. (...)

«Iremos centrar as nossas atenções em três perspetivas cognitivistas: o subjetivismo, o relativismo e o objetivismo.»

(Ana da Gama, Domingos Faria, Luís Veríssimo «Como pensar tudo isto,  10º ano de Filosofia»,  ASA, páginas 167-168).

 

Há aqui erros capitais: cognitivismo e não cognitivismo habitam igualmente o subjetivismo, o relativismo e o absolutismo de valores e juízos morais. O subjetivismo é cognitivista? Só algum. Exemplo de subjetivismo não cognitivista: «A verdade é íntima a cada um e eu não sei o que é o bem e o que é o mal, se o aborto voluntário é ou não pecado». O relativismo é cognitivista? Só algum. Exemplo de relativismo não cognitivista: «Nós os milhões de agnósticos não sabemos se Deus existe ou não e caso exista não sabemos se interfere no mundo e nos exige alguma ética». O absolutismo (mal denominado objetivismo) é cognitivista? Só algum. Exemplo de absolutismo não cognitivista: «Em todos os países do mundo, em todas as religiões nada se conhece sobre vida após a morte».

 

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Os autores deste manual, como bons servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.

 

Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. Os autores deste manual de filosofia são estrangeirados, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:

«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»

«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)

«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»

 

(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136).

 

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Equívocos do manual «Dúvida metódica,10º ano de filosofia» da Texto Editora (Crítica de Manuais Escolares - LXV)

 

O manual «Dúvida metódica», do 10º ano de Filosofia, da Texto Editora, da autoria de Sara Raposo e José Pires, e André Barata como consultor científico, contém alguns erros conceptuais.

 

A NÃO DISTINÇÃO, COM CLAREZA, ENTRE DETERMINISMO MODERADO E LIBERTISMO

 

Lê-se no manual:

«Um libertista defende que existe livre-arbítrio e que, portanto, algumas ações humanas são livres.» 

«Que ações humanas são livres? As que não são causalmente determinadas, ou seja, que não são provocadas por causas anteriores às decisões ou escolhas do agente.»

 

(Sara Raposo e José Pires,«Dúvida metódica,  Filosofia 10º ano», Texto Editora, pág. 122).

 

Em que difere esta noção da de determinismo moderado, se ambos defendem, como diz o manual na página 111,  que «algumas ações humanas são livres»? Em nada.

 

A suposta diferença entre libertismo e determinismo seria, segundo os autores, o facto de o libertismo dizer que «nem todas as ações humanas são determinadas» e o determinismo moderado «defender que todas as ações humanas são determinadas» (pág 111). Ora isto é uma falsidade. Se o determinismo moderado, que inclui o livre-arbítrio, sustentasse que todas as ações humanas são determinadas então não englobaria livre-arbítrio, negar-se-ia a si mesmo. A ação de eu optar como comer uma maçã em vez de um doce carregado de açúcar branco, porque racionalizo previamente que a sacarose faz mal ao organismo, é uma escolha livre minha, não está determinada e inclui-se no determinismo moderado ( e já agora no imaginário libertismo que está associado a este  determinismo mas que não passa de uma propriedade deste e não é corrente autómoma).

 

Na verdade, o libertismo (exercício do livre-arbítrio) não existe como corrente separada: é apenas uma propriedade comum ao determinismo biofísico com livre-arbítrio (vulgo determinismo moderado) e ao indeterminismo biofísico com livre-arbítrio. O libertismo concebido autonomamente é uma falácia. Coisa que nem John Searle nem estes autores e a generalidade dos professores de filosofia  percebem.

 

UMA INTERPRETAÇÃO UNILATERAL DE RELATIVISMO

Lê-se no manual sobre o relativismo, doutrina que afirma que os valores morais variam de sociedade a sociedade ou de classe a classe social (algo que o manual não destaca) dentro de uma mesma sociedade:

 

«O relativismo alega que criticar os costumes de outros povos é sempre  arrogante etnocêntrico (...)»

«A posição do relativismo, ao condenar todas as críticas (sem diferenciar entre críticas etnocêntricas e críticas construtivas e justificadas) dificulta ou impede o diálogo intercultural. »

«Por isso o relativismo é uma teoria implausível.»

(Sara Raposo e José Pires,«Dúvida metódica,  Filosofia 10º ano», Texto Editora, pág. 172).

Como é que o relativismo é uma teoria implausível se a democracia liberal, com um arco de correntes políticas desde a extrema direita à extrema esquerda, é o modelo do relativismo? E nesta democracia os socialistas ou os liberais afirmam ser os melhores para governar e criticam os anarquistas, os comunistas e os fascistas mas aceitam a sua existência como expressão de sectores da população. 

Relativismo não é dar razão por igual a todos. É reconhecer a diversidade política, cultural, religiosa, artística, sexual e afirmar a superioridade moral de um ponto de vista sobre os outros.

 

NENHUM TEMA VERDADEIRAMENTE FRACTURANTE COMO SERIA EXIGÍVEL EM FILOSOFIA

 

Estes manual e estes autores são meros instrumentos de propaganda da redutora filosofia oficial: a filosofia analítica, com a sua errónea lógica proposicional (só mentes estúpidas dizem que «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» é diferente na estrutura lógica de «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa»). Fazem o discurso politicamente correcto, longe dos "extremismos", se exceptuarmos a dúvida hiperbólica cartesiana ou a teoria das conjecturas e refutações de Karl Popper. Não são filósofos mas funcionários de uma medíocre filosofia com a qual moldam a mente de alunos inteligentes.

 

Nenhum texto sobre astrologia histórica e não falta assunto filosófico: se o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 25 de Abril de 1983, com Júpiter em 9º do signo de Sagitário, e venceu as eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995, com Júpiter em 10º do signo de Sagitário, e venceu as eleições de 6 de Outubro de 2019, com Júpiter em 18º-19º do signo de Sagitário, poderá dizer-se que Júpiter no signo de Sagitário (arco de 240º a 270º do Zodíaco) gera necessariamente vitórias do PS?

 

Nenhum texto questionando a vacinação e é tão oportuno fazê-lo.David Icke escreveu. «O processo de fabricação de vacinas inclui o uso de macacos, embriões de frangos e fetos humanos, além de estabilizadores como a estreptomicina, o cloreto de sódio, o hidróxido de sódio, o alumínio, o cloridrato, o sorbitol, a gelatina hidrolisada, o formaldeído,e um derivado do mercúrio chamado timerosal ...» (David Icke, «La conspiración mundial y como acabar con ella», Ediciones Obelisco, Barcelona, pag 819).

Os autores deste manual, como bons servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.

 

Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. Os autores deste manual de filosofia são estrangeirados, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:

«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»

«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)

«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»

 

(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136)

 

NOTACOMPRA O NOSSO «DICIONÁRIO DE FILOSOFIA E ONTOLOGIA, DIALÉTICA E EQUÍVOCOS DOS FILÓSOFOS», inovador em relação a todos os outros dicionários, repleto de transcrições literais de textos dos filósofos. Queres desmistificar Heidegger, Russel, Kant, Peter Singer, Richard M. Hare, Simon Blackburn? Aproveita, a edição já esgotou nas livrarias. Contém 520 páginas, custa só 20 euros (portes de correio para Portugal incluídos),  Basta depositares na conta PT50 abaixo indicada e informar-nos. CONTACTA-NOS.

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Quarta-feira, 12 de Maio de 2021
Equívocos do manual «Em questão,10º ano de filosofia» da Porto Editora (Crítica de Manuais Escolares - LXIV)

 

O manual «Em questão», do 10º ano de Filosofia, de José Ferreira Borges, Marta Paiva e Orlanda Tavares, da Porto Editora,  contém alguns erros conceptuais.

 

ACEITAÇÃO DA FALÁCIA DAS DUAS MODALIDADES DE DISJUNÇÃO

 

Os espíritos confinados, anti dialéticos, da filosofia analítica, como John Searle, Peter Singer, Simon Blackburn, João Branquinho, Ricardo Santos, João Sàágua, Manuel Maria Carrilho sustentam que existem duas modalidades de disjunção, inclusiva e exclusiva. É uma falácia, é  erro que desde há poucos anos pomos a nú. Este manual afirma :

 

Disjunção inclusiva, forma lógica: P ou Q. Exemplo: «A vida é misteriosa ou o mundo é finito».

Disjunção exclusiva, forma lógica: Ou P ou Q. Exemplo: «Ou a vida é misteriosa ou o mundo é finito (mas não ambas as coisas).»

 

(José Ferreira Borges, Marta Paiva e Orlanda Tavares, «Em questão», 10º ano de Filosofia, da Porto Editora, pág 45).

 

A disjunção é a mesma, só difere no ênfase da frase (Ou..ou) , não no conteúdo. No primeiro exemplo, não se postula ambas as coisas, é uma disjunção exclusiva - toda a disjunção é exclusiva, não existe disjunção inclusiva. Espíritos confusos..

 

OS DETERMINISTAS AFIRMAM QUE TODOS OS EVENTOS FÍSICOS SÃO CAUSADOS POR EVENTOS FÍSICOS ANTERIORES?

 

Sem conseguir distinguir com clareza o determinismo moderado do libertismo, o manual afirma:

 

«Para fugir à visão do mundo dos deterministas, segundo o qual todos os eventos físicos são causados por eventos físicos anteriores, os libertistas defendem que o sujeito é um agente causador, com o poder de interferir no curso normal das coisas pela sua capacidade racional e deliberativa. Neste sentido, os agentes têm o poder de afetar a corrente de causas do universo e fazer com que as coisas aconteçam por sua intervenção. É como se existisse uma causalidade do agente...»

(José Ferreira Borges, Marta Paiva e Orlanda Tavares, «Em questão», 10º ano de Filosofia, da Porto Editora, pág 116).

 

É falso que os deterministas moderados sustentem que todos os eventos físicos são causados por eventos físicos anteriores. Isso anularia o livre-arbítrio, que é suposto existir no determinismo moderado. Este possui livre-arbítrio em tanto ou maior grau que o dito libertismo. Afinal o que os distingue se em ambos é possível um sujeito opor-se a um ou vários determinismos? Exemplo: o determinista moderado que sofre de úlcera de estômago escolhe entre comer três a cinco quilos de uvas diariamente para se curar ou continuar a comer carne e peixe como há anos o faz e tomar medicação. Isto não é ser agente causal? É. E em que se distingue do «libertismo»? Em nada. O libertismo é uma propriedade do livre-arbítrio e este último compagina-se com o determinismo biofísico ou com o indeterminismo biofísico.

 

NO DETERMINISMO RADICAL O SUJEITO NÃO ESCOLHE AGIR DESTA OU DAQUELA MANEIRA?

 

Sobre o chamado determinismo radical, um conceito medíocre da filosofia analítica de John Searle e Simon Blackburn, escreve o manual:

«Os filósofos deterministas radicais aceitam também que, se estamos determinados não tenos a liberdade necessária para sermos moralmente responsáveis. (...) Ora, como não tem qualquer controlo sobre as suas ações que são o resultado inevitável de causas anteriores (algumas das quais remontam, inclusive, a um tempo em que ele ainda não tinha nascido) o sujeito não escolhe agir desta ou daquela maneira , logo não tem livre-arbítrio e, por isso, não pode ser responsabilizado.»

 

(José Ferreira Borges, Marta Paiva e Orlanda Tavares, «Em questão», 10º ano de Filosofia, da Porto Editora, pág 113).

 

Este texto está equivocado. É falso que todas as ações sejam o resultado inevitável de causas anteriores. As pessoas controlam irracionalmente as suas ações: escolhem por instinto, sem usar a racionalidade do livre-arbítrio. Um alcoólico pára de beber num dado jantar por instinto, escolhe não beber mais. Ora na escolha voluntária, irracional, conceito que Aristóteles, mais profundo que John Searle e Peter Singer,  desenvolve em oposição a  livre-arbítrio, há imprevisibilidade, liberdade instintiva  e o sujeito escolhe, ao contrário do que sustentam este e os outros manuais do 10º ano em Portugal. Aristóteles escreveu:

 

«O livre-arbítrio, pois, é claro que consiste nas coisas voluntárias mas não é o mesmo, mas não é o mesmo que elas; antes o voluntário é algo mais geral. Porque as crianças e os demais animais participam de ações voluntárias, mas não do livre-arbítrio. E as coisas que fazemos repentinamente e sem deliberação, dizemos bem que são voluntárias, mas não dizemos que procedem do livre-arbítrio, mas não dizemos que procedem do livre-arbítrio.» 

(Aristóteles, Ética a Nicómaco I, Folio, Barcelona, 2002, pág. 99; o destaque a negro é nosso).

 

E são autores com mestrados e doutoramentos em filosofia deste género que confundem os nossos alunos porque não voam alto no mundo do intelecto.

 

NENHUM TEMA VERDADEIRAMENTE FRACTURANTE COMO SERIA EXIGÍVEL EM FILOSOFIA

 

Estes manual e estes autores são meros instrumentos de propaganda da redutora filosofia oficial: a filosofia analítica, com a sua errónea lógica proposicional (só mentes estúpidas dizem que «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» é diferente na estrutura lógica de «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa»). Fazem o discurso politicamente correcto, longe dos "extremismos", se exceptuarmos a dúvida hiperbólica cartesiana ou a teoria das conjecturas e refutações de Karl Popper. Não são filósofos mas funcionários de uma medíocre filosofia com a qual moldam a mente de alunos inteligentes.

 

Nenhum texto sobre astrologia histórica e não falta assunto filosófico: se o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 25 de Abril de 1983, com Júpiter em 9º do signo de Sagitário, e venceu as eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995, com Júpiter em 10º do signo de Sagitário, e venceu as eleições de 6 de Outubro de 2019, com Júpiter em 18º-19º do signo de Sagitário, poderá dizer-se que Júpiter no signo de Sagitário (arco de 240º a 270º do Zodíaco) gera necessariamente vitórias do PS?

 

Nenhum texto questionando a vacinação e é tão oportuno fazê-lo.David Icke escreveu. «O processo de fabricação de vacinas inclui o uso de macacos, embriões de frangos e fetos humanos, além de estabilizadores como a estreptomicina, o cloreto de sódio, o hidróxido de sódio, o alumínio, o cloridrato, o sorbitol, a gelatina hidrolisada, o formaldeído,e um derivado do mercúrio chamado timerosal ...» (David Icke, «La conspiración mundial y como acabar con ella», Ediciones Obelisco, Barcelona, pag 819).

 

Os autores deste manual, como bons servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.

 

Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. Os autores deste manual de filosofia são estrangeirados, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:

«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»

«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)

«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»

 

(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136)

 

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Segunda-feira, 26 de Abril de 2021
Equívocos no manual «Ponto de fuga 10», da Porto Editora (Crítica de Manuais Escolares- LXIII)

 

O manual de filosofia «Ponto de fuga 10» de Catarina Pires com a colaboração de Elisa Seixas e revisão pedagógica de Carlos Amorim, da Porto Editora, contém alguns erros conceptuais. 

 

O DETERMINISMO RADICAL IMPÕE UM ÚNICO RESULTADO POSSÍVEL?

 

O manual chama determinismo radical àquilo que nós definimos como determinismo biofísico sem livre-arbítrio. E explana-o assim: 

«Determinismo radical

«Se o determinismo é verdadeiro - e existem evidências científicas que tornam esta tese bastante plausível - se tudo no universo são efeitos causados por estados anteriores e leis da natureza, então os nossos atos são consequências de leis e acontecimentos situados no passado remoto. Facilmente concordamos que nem o que aconteceu antes de termos nascido nem as leis da natureza dependem de nós. Assim sendo, conclui o determinismo radical, as consequências desses eventos e leis, incluindo as nossas ações escapam ao nosso controlo. Há um único resultado possível

(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 118; o destaque a negro é posto por nós).

 

Há um único resultado possível? Não. Isso seria fatalismo, corrente segundo a qual tudo está predestinado, e que só os espíritos subtis diferenciam de determinismo radical. Este último postula que, não havendo livre-arbítrio, as mesmas causas, nas mesmas circunstâncias, geram sempre os mesmos efeitos mas há o factor acaso presente na confluência dos diversos determinismos produtores de um dado acontecimento. Diz-se, por exemplo, que o aparecimento da vida na Terra, sob determinismo radical, deu-se por acaso, podia não se ter dado. Isto prova que o determinismo radical se compagina com o acaso, perspetiva que Thomas Nagel não conseguiu alcançar. Uma criança, sem livre-arbítrio, escolhe entre comer um chocolate ou uma banana que lhe mostram: a escolha instintiva não está escrita em causas anteriores, mas é imprevisível e estende-se, segundo o verdadeiro determinismo radical, às escolhas livres por instinto de milhões de seres humanos. Logo, para o determinismo radical bem compreendido, os actos  futuros e os presentes não dependem essencialmente de causas passadas mas dos impulsos do momento presente.  

 

PARA O SUBJETIVISMO ÉTICO NÃO HÁ FACTOS MORAIS?

 

Sobre o subjetivismo moral ou ético, corrente que sustenta que a verdade é íntima a cada pessoa e varia de pessoa a pessoa, diz o manual:

«Para o subjetivismo, nenhuma preferência é objetivamente correta ou incorreta, já que não decorre de um conhecimento de facto. O subjetivismo não reconhece a existência de factos morais.» 

(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 156; o destaque a negro é posto por nós).

 

É uma errónea  definição de subjetivismo. Os subjetivistas baseiam-se em factos que interpretam à sua maneira. Então o subjectivismo do dinamarquês Soren Kierkegaard não reconhecia como um facto moral benéfico a atitude de Abraão que se dispunha a matar o seu filho Isaac para agradar a Deus? Claro que sim, reconhecia. E o padre Abel Varzim (Cristelo, Barcelos, 29 de Abril de 1902- Porto, 20 de Agosto de 1964),  subjetivista que entendia como um facto moral bom levar Jesus Cristo na hóstia a casas de prostitutas no Bairro Alto, de 1951 a 1957, não reconhecia como um mal deixar as pobres prostitutas tuberculosas entregues à sua sorte ? Claro que reconhecia. Para qualquer subjetivista existe o bem e o mal, existem factos morais, só que são definíveis por ele na solidão, imune à influência da moral social.

 

 

O OBJETIVISMO MORAL OPÕE-SE AO RELATIVISMO?

 

A noção de objectivismo é confusa neste manual que afirma:

«Ao subjetivismo, que afirma que os juízos morais são subjetivos, e ao relativismo, teoria segundo a qual todos os juízos morais são relativos, opõe-se uma outra teoria cognitivista, o objetivismo moral.»

«O objetivismo defende que a verdade dos juízos morais, pelo menos a de alguns, é independente da expressão das emoções (aprovação ou desaprovação particular) ou dos códigos morais de diferentes culturas (aprovação ou desaprovação das comunidades).»

«A perspetiva objetivista está na origem de documentos internacionais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos...»

(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 162; o destaque a negro é posto por nós).

 

O manual confunde objetivismo moral com realismo moral, não chegando a distinguir este último. Objetivismo e relativismo são conceitos colaterais e não contrários mas isto é dialética que os autores do manual não dominam: há um relativismo objetivista (exemplo: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que o manual diz não ser relativista mas é)  e um relativismo intersubjetivista (exemplo: os que acham a eutanásia um direito salvador e os que acham a eutanásia um crime ).

 

O texto da Declaração Universal dos Direitos foi adotado em 10 de Dezembro de 1948 pelos então 58 Estados membros da Assembléia Geral da ONU, com exceção da União Soviética, dos países do Leste europeu, da Arábia Saudita e da África do Sul, que se abstiveram. Há uma corrente soberanista - cada um é dono em sua casa - representada sobretudo por China, Venezuela, Cuba e Birmânia, e uma corrente islamita, que não subscreve a Declaração Universal dos Direitos do Homem na sua fórmula atual..Por isso esta é um exemplo de relativismo - nem todos os países  a adotam, é relativa ou restrita a uma grande parte dos países- objetivista - a larga maioria dos países adota como verdade objetiva o conteúdo. O que se opõe a relativismo moral não é objetivismo moral mas sim absolutismo moral (exemplo: a doutrina tradicional da igreja católica romana com a crença imutável no Paraíso, no Purgatório e no Inferno Eterno) e este é os valores serem imutáveis e os mesmos para todas as sociedades e épocas.

 

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(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136)

 

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Sexta-feira, 23 de Abril de 2021
Equívocos no manual «Do outro lado do espelho, 10º», da Raíz Editora (Crítica de Manuais Escolares- LXI)

 

O manual de filosofia " Do outro lado do espelho", da Raíz Editora, da autoria de Adília Maia Gaspar e António Manzarra, com revisão de João Sàágua, contém várias confusões conceptuais.

 

EQUÍVOCAS DEFINIÇÕES DE LIBERTISMO E DETERMINISMO MODERADO 

 

Lê-se no manual: 

 

«O libertismo traduzido por libertarianismo ou ainda libertarismo (libertarianism) é a perspectiva que defende a existência do livre-arbítrio, opondo-se deste modo à corrente determinista, e por isso rejeita a ideia de haver compatibilidade entre elas. Segundo o libertismo, as ações partem de uma escolha do sujeito não sendo determinadas por acontecimentos anteriores, dado que as escolhas humanas não estão sujeitas aos constrangimentos que regem outros fenómenos».

 

(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10",  Raíz Editora, pág.141; o destaque a negro é posto por nós)

 

O primeiro erro deste texto é opor como contraditórios, mutuamente excluentes, determinismo e livre-arbítrio. Não há incompatibilismo. Este existe apenas entre o fatalismo e o livre-arbítrio. Mas determinismo e livre-arbítrio são  apenas contrários, isto é, coexistem apesar de se oporem. Note-se que o manual não dá relevo à noção de fatalismo confundindo-a com determinismo radical, isto é determinismo biofísico sem livre-arbítrio.

 

O segundo erro deste manual nesta temática- erro perfilhado por John Searle,Daniel Dennett, Simon Blackburn e pelos filósofos analíticos em geral - é considerar que há livre-arbitrio dentro do libertismo, o que é impossível pois este, como não leva em conta o determinismo biofísico, não faz um exame racional das circunstâncias e só este exame integra o livre-arbítrio. O libertismo, se existe, é a escolha impensada, emotiva, irracional, isenta de livre-arbítrio.

 

E o manual define assim o determinismo moderado:

«O determinismo moderado é a perspetiva que defende a existência do determinismo, admitindo, todavia, que poderá existir simultaneamente livre-arbítrio, sendo por isso designado de compatibilista (...) No entanto apesar de determinada, uma ação poderá ser livre quando parte do próprio sujeito...»

 

(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10",  Raíz Editora, pág.147; o destaque a negro é posto por nós)

 

Este manual, considerando duas hipóteses, a de um indivíduo X que não pode ir a uma festa por estar doente e a do mesmo indivíduo X que não vai à festa porque não tem vontade, comete o erro de afirmar, confusamente, que no determinismo moderado a ação é simultaneamente livre e determinada, o que viola o princípio da não contradição:

 

«De facto, em ambas as hipóteses o resultado é o mesmo, isto é, ambas produziriam o mesmo efeito : X não foi à festa de aniversário. Todavia as causas foram diferentes. Na primeira, X não foi à festa por estar doente; na segunda, X não foi à festa por sua causa, por não ter vontade.»

«O determinismo moderado diria que, neste caso, em ambas as hipóteses, a ação foi determinada pois de uma forma ou de outra não deixaria de acontecer.» (Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10",  Raíz Editora, pp.147-148; o destaque a negro é posto por nós).

 

Como não deixaria de acontecer a ação? Se houvesse livre arbítrio é óbvio que a ação de estar ausente à festa poderia ser revertida, X poderia comparecer. A confusão em que mergulham os autores é visível. E apoiam-se no confuso Daniel Dennett:

 

«Daniel Dennet, um compatibilista reconhecido, não nega que as ações humanas estejam determinadas, mas também defende que isso não implica necessariamente a inevitabilidade. Falar em inevitabilidade conduz-nos à ideia fatalista de que o ser humano nada pode fazer para alterar o rumo dos acontecimentos;  contudo, Dennett e os compatibilistas consideram que, apesar de estarmos determinados, somos seres racionais e, por isso, capazes de entender o meio e actuar sobre ele de forma a proteger-nos e evitar perigos. Fazendo alusão à célebre frase de Lutero "Estou aqui, não posso fazer diferente" quando revolucionou a Igreja com a reforma protestante no século XVI, elucida como ela poderá ter dois sentidos, descrevendo igualmente o presssuposto compatibilista.»

 

(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10",  Raíz Editora, pág.148; o destaque a negro é posto por nós ).

 

Que dois sentidos pode ter a frase fatalista "Estou aqui, não posso fazer diferente" se ela nega o livre-arbítrio? É isto o compatibilismo? Não nos façam rir, Daniel Dennett e seu séquito de compatibilistas, ó fracos filósofos analíticos!

 

UMA IMPERFEITA DEFINIÇÂO DE RELATIVISMO

O manual define assim relativismo:

 

«O relativismo é a teoria que considera que os juízos morais têm valor de verdade, isto é, podem ser verdadeiros. No entanto, tal como o subjetivismo, reconhece a impossibilidade de lhes conferir uma natureza universal e objetiva. O relativismo, demarcando-se da posição subjectivista, considera que a verdade destes juízos não depende da aprovação do indivíduo, mas sim da sociedade, sendo ela a determinar o que é  moralmente correto ou incorreto. »

(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10",  Raíz Editora, pág.179; o destaque a negro é posto por nós ).

 

Esta definição de relativismo está incompleta porque ignora a dialética, a diversidade de valores dentro de cada sociedade. Assim, por exemplo, é relativismo os comunistas e anarquistas portugueses sustentarem que «foi boa e justa a ocupação de terras levada a cabo pelos trabalhadores rurais e os sindicatos no Alentejo e Ribatejo em 1974-1977 designada por reforma agrária» e os liberais e conservadores portugueses argumentarem que «a reforma agrária de 1974-1976, com o patrocínio do MFA, do PCP, do MES, da UDP, do PRP, foi  um mal, um roubo aos legítimos proprietários das terras» .

 

O relativismo é a doutrina segundo a qual os valores variam de sociedade a sociedade ou de classe a classe social e de grupo a grupo e etnia a etnia dentro de cada sociedade. Esta última parte da definição é ignorada pelos filósofos analíticos, só vêem a árvore e não a floresta. 

 

HÁ SUBJETIVISMO E RELATIVISMO EMOTIVISTAS E SUBJETIVISMO E RELATIVISMO NÃO EMOTIVISTAS

 

.O manual apresenta a seguinte errónea dIvisão nas posições sobre a natureza dos juízos morais: 

Não cognitivista ---------------------->  Emotivismo

Cognitivista ----------------------------->Subjetivismo

 Cognitivista------------------------------->Relativismo

Cognitivista--------------------------------Objetivismo

(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10",  Raíz Editora, pág.174; o destaque a negro é posto por nós ).

 

Ora nem todo o subjetivismo é cognitivista, o subjetivismo tanto se insere no cognitivismo (conhecimento por conceitos, pelo intelecto)  - por exemplo: «A religião jainista é a melhor do mundo porque prescreve o vegetarianismo como alimentação, a oração diante de belas imagens e opõe-se à vivisseção dos animais» como no não cognitivismo (conhecimento pelo sentimento, pela sensação) -por exemplo: «Sinto Deus mas não O conheço».

 

De igual modo, nem todo o  relativismo é cognitivista, o relativismo tanto se insere no cognitivismo (conhecimento por conceitos, pelo intelecto)  - por exemplo: «A democracia parlamentar capitalista é o melhor regime do mundo porque pressupõe eleições livres em multipartidarismo a parlamentos nacionais ou regionais e liberdade de imprensa, de greve, e livre empresa» como no não cognitivismo (conhecimento pelo sentimento, pela sensação) -por exemplo: «A maioria acha preferível o amor heterossexual à atração homossexual, daí que seja errado postular a igualdade de género».

NENHUM TEMA VERDADEIRAMENTE FRACTURANTE COMO SERIA EXIGÍVEL EM FILOSOFIA

 

Estes manual e estes autores são meros instrumentos de propaganda da redutora filosofia oficial: a filosofia analítica, com a sua errónea lógica proposicional (só mentes estúpidas dizem que «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» é diferente na estrutura lógica de «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa»). Fazem o discurso politicamente correcto, longe dos "extremismos", se exceptuarmos a dúvida hiperbólica cartesiana ou a teoria das conjecturas e refutações de Karl Popper. Não são filósofos mas funcionários de uma medíocre filosofia com a qual moldam a mente de alunos inteligentes.

 

Nenhum texto sobre astrologia histórica e não falta assunto filosófico: se o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 25 de Abril de 1983, com Júpiter em 9º do signo de Sagitário, e venceu as eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995, com Júpiter em 10º do signo de Sagitário, e venceu as eleições de 6 de Outubro de 2019, com Júpiter em 18º-19º do signo de Sagitário, poderá dizer-se que Júpiter no signo de Sagitário (arco de 240º a 270º do Zodíaco) gera necessariamente vitórias do PS?

 

Nenhum texto questionando a vacinação e é tão oportuno fazê-lo.David Icke escreveu. «O processo de fabricação de vacinas inclui o uso de macacos, embriões de frangos e fetos humanos, além de estabilizadores como a estreptomicina, o cloreto de sódio, o hidróxido de sódio, o alumínio, o cloridrato, o sorbitol, a gelatina hidrolisada, o formaldeído,e um derivado do mercúrio chamado timerosal ...» (David Icke, «La conspiración mundial y como acabar con ella», Ediciones Obelisco, Barcelona, pag 819).

 

Os autores deste manual, como bons servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.

 

Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. Os autores deste manual de filosofia são estrangeirados, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:

«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»

«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)

«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»

 

(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136)

 

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publicado por Francisco Limpo Queiroz às 04:40
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