Osho (1931-1991), o filósofo indiano guru do Zen, defendeu o vazio da existência, a inutilidade do ensino e a ausência de verdade. Escreveu:
«Alguém me perguntava:
-Como é que consegue continuar a falar todos os dias?
Eu disse:
- Porque não há nada para ser ensinado.
Um dia você vai senti-lo subitamente - que eu não estou a falar, que eu não estou a ensinar. Você compreende que não há nada para ser ensinado porque não há verdade.»
«Que disciplina é que eu lhe estou a dar? Nenhuma? Uma mente disciplinada é de novo uma mente ainda mais teimosa, mais rígida; uma mente disciplinada é mais estúpida. Repare nos monges disciplinados por todo o mundo - cristãos, hindus, jainistas. Onde quer que você veja um homem que esteja absolutamente disciplinado, vai encontrar uma mente estúpida por detrás. O fluir foi imobilizado. Ele está tão preocupado em encontrar alguma coisa, que está pronto a fazer o que quer que você diga. (...)
«Eu não lhe estou a dar nenhuma realização, nenhum desejo; não há nada para alcançar e para realizar.»
(Osho, Inteligência, a resposta criativa ao Agora, Bertrand Editora, 2012, pp. 134-135; o destaque a bold é posto por nós).
È óbvio que a tese de Osho de que não há verdade é falsa. A natureza está cheia de leis deterministas - a sucessão das estações do ano, as fases da lua, o crescimento, maturidade, envelhecimento e morte dos seres vivos, etc. - que constituem verdade.
A frase «não há verdade» pode apenas aplicar-se de forma restrita à metafísica, às teorias sobre Deus e deuses, paraíso /nirvana ou infernos, vida das almas no além. Sobre isso, nada sabemos. Temos fé - ou não temos.
É também uma falsidade a tese «não há nada para alcançar e para realizar.» Diariamente, há que alcançar sobreviver, alimentar-se, descansar, dormir algumas horas e manter uma habitação e uma cama para esse fim, ler livros ou jornais, praticar desporto, conversar, fazer ou manter amigos, fazer amor, viajar, etc.
Osho tinha 93 automóveis de luxo Rolls Royce e relógios caríssimos graças aos pagamentos que os seus fiéis ou as televisões lhe faziam. Como podia dizer que «não há nada para alcançar e para realizar.»?
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