Sobre eliminativismo, escreve o Dicionário Oxford de Filosofia de Simon Blackburn:
ELIMINATIVISMO
«O ponto de vista de que os termos nos quais pensamos acerca de um certo domínio estão tão minados de erro que é preferível abandoná-los a continuar a tentar formular teorias acerca do modo como são usados. O eliminativismo distingue-se do cepticismo, que defende que não podemos conhecer a verdade acerca de um certo domínio; o eliminativismo defende, antes, que não há qualquer verdade a ser conhecida nos termos com os quais habitualmente pensamos. Um eliminativista em teologia defende simplesmente o abandono dos termos ou de discursos teológicos, incluindo as preocupações acerca dos limites do conhecimento teológico.» (Simon Blackburn, Dicionário de Filosofia, Gradiva, pág. 126)
Blackburn não tem clareza nenhuma nesta definição. Não distingue, de facto, eliminativismo de cepticismo. Dizer que «o eliminativismo defende, antes, que não há qualquer verdade a ser conhecida nos termos com os quais habitualmente pensamos» é o mesmo que dizer que «o cepticismo defende, antes, que não há qualquer verdade a ser conhecida nos termos com os quais habitualmente pensamos».Se «Um eliminativista em teologia defende simplesmente o abandono dos termos ou de discursos teológicos, incluindo as preocupações acerca dos limites do conhecimento teológico» isso é o mesmo que ser céptico em matéria religiosa.
Há duas espécies de eliminativismo: céptico e dogmático. Blackburn não distingue isto. Exemplo de eliminativismo céptico é o do postivismo lógico enquanto defende que a metafísica, a teologia é sem sentido, porque está além do mundo empírico, não pode demonstrar-se que há ou não deuses. Exemplo de eliminativismo dogmático: o ateísmo na medida em que não duvida mas tem a certeza de que Deus e deuses não existem.
Afinal o que é o eliminativismo? É a supressão, pelo cepticismo ou pela negação dogmática, de um conjunto de teses supostamente verdadeiras. (existência de Deus, existência da matéria como ser independente da mente humana, etc).
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Eliminativism is the contrary of additivism (this term is created by us, supposedly).
What is eliminativism? It is the group of theories and the philosophical attitude that suppress any part of reality or any knowledge structure.
Simon Blackburn dissociates wrongly scepticism from eliminativism:
«This is in fact Hume´s characteristic position. There is no prospect of us doing any better than thinking, for example, in terms of a spatially external world of independent objects. Nature forces us to think, and it would be absurd to recommend otherwise. Yet we may have no reason whatsoever for supposing that the thoughts we then have are true: indeed we may have good reasons to suppose them false. Scepticism does not imply eliminativism, although as the example of Hume shows, the cost of holding one and not the other is a pessimistic view of the place of knowledge and reason in human life.» (Simon Blackburn, Truth, A Guide for the Perplexed, pag. 115).
On truth, eliminativism is a genus and scepticism is a specie of it: this means that scepticism, on the measure that eliminates the certainties, is a form of eliminativism.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Livraria online de Filosofia e Astrologia Histórica