Sábado, 2 de Outubro de 2021
Incoerência de Popper : verdade versus aproximação à verdade

 

Popper era um céptico que dava uma no cravo e outra na ferradura, isto é, uma no cepticismo e outra no dogmatismo. Pregava um cepticismo pirrónico - não podemos estar certos de nada, além das aparências dos sentidos - e um dogmatismo simultâneo - exemplos: aceitamos provisoriamente que a tabela periódica dos elementos é verdadeira, que o evolucionismo de Darwin é verdadeiro, que a escatologia marxista de que o comunismo é o fim da história é falsa, etc. Escreveu:

 

«Estamos, pois, constantemente, em busca de uma teoria verdadeira (uma teoria verdadeira e relevante) ainda que não possamos nunca dar razões (razões positivas) para mostrar que encontrámos realmente a teoria verdadeira que buscávamos. Ao mesmo tempo, podemos ter boas razões - isto é, boas razões críticas - para pensar que aprendemos algo de importante: que progredimos em direcção à verdade.»  (Karl Popper, O realismo e o objectivo da ciência, Lisboa, Publicações Dom Quixote, pp 57)

 

Em termos simples, Popper dizia que a melhor teoria não é a verdadeira, porque a verdade é inatingível, mas a que mais se aproxima da verdade. Se não podemos nunca demonstrar que encontramos a verdade, como podemos falar de «progresso em direcção à verdade»? Não podemos. Seria preciso acreditar que tal tese, tal modelo é a verdade. Mas esta está encoberta por um nevoeiro invencível, de acordo com Popper.

 

Há em Popper a mesma incoerência que em Kant: este pensava o númeno ou coisa em si incognoscível - equivalente à verdade em Popper -  mas dizia ser impossível demonstrar que há númeno - tese equivalente ao cepticismo pirrónico de Popper.  É como um corredor de bicicleta que vê a meta e se aproxima dela mas diz que nunca lá consegue chegar porque não a vê nem conhece exactamente onde se situa.

 in «Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e equívocos dos filósofos», de Francisco Queiroz, pags 510-511

Encontram-se à venda na livraria «Modo de Ler», Praça Guilherme Gomes Fernandes, centro da cidade do Porto, as nossas 0bras:

Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e Equívocos dos Filósofos, de Francisco Limpo Queiroz,

Astrologia Histórica, a nova teoria dos graus e minutos homólogos,de Francisco Limpo Queiroz,

Astrología y guerra civil de España de 1936-1939, de Francisco Limpo Queiroz



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 21:00
link do post | comentar | favorito

Terça-feira, 3 de Dezembro de 2019
Dicionário de Filosofia e Ontologia (campanha promocional)

DICIONARIO DE FILOSOFIA.jfif

O dicionário que melhor explica o pensamento dialético e suas leis que suplantam a lógica simbólica e proposicional. Agora em campanha promocional até 7 de Dezembro de 2019: só 16 euros (para Portugal), 520 páginas com muitos itens inovadores.

Pedidos a f.limpo.queiroz@sapo.pt 



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 20:40
link do post | comentar | favorito

Sábado, 26 de Outubro de 2019
Ortega explica Herbart: synecologia e eidolologia

 

José Ortega e Gasset, (9 de Maio de 1883, Madrid; 18 de Outubro de 1955) o grande filósofo espanhol do século XX, émulo de Heidegger e, a nosso ver, superior a este, expôs em síntese as ideias do filósofo alemão Johann Friedrich Herbart (Oldenburgo, 4 de Maio de 1776 - Goettingen, 11 de Agosto de 1841) o fundador da pedagogia como disciplina acadêmica. A metafísica, segundo Herbart, implicaria ou apresentaria quatro aspectos: metodologia, ontologia, synecologia e eidolologia.

 

Escreve Ortega, resumindo Herbart:

 

c) SYNECOLOGÍA

 

«A metafísica é "um movimento em forma de arco", que partindo da aparência, que é um problema, vai procurar a realidade absoluta, que é um princípio, e achado este torna a explicar aquela. A ontologia conduz aos problemas do mundo aparente: o espaço, o tempo, a matéria, o movimento que Herbart estuda como formas particulares de um problema geral: a continuidade. De aqui o nome de Synecologia.» (...).

«Todo esse mundo que resulta da metafísica é - dizíamos - uma "aparência objectiva", uma imagem firme, científica, mas, ao fim e ao cabo, uma imagem. Do que seja imagem, já o vimos; mas como "toda a aparência alude a um ser", é forçoso achar quem é o Ser em que a aparência surge, quem é o sujeito que imagina. Conclui, pois, a metafísica com a teoria da aparência ou imagem como tal (Eidolologia) que serve de fundamento e trânsito para a psicologia.»

 

d) EIDOLOLOGIA

 

«Toda a imagem apresenta-se como uma dupla referência: de um lado apresenta o imaginado; do outro, declara-se a si mesma como pertencendo a um eu. O mundo da aparência objectiva é um mundo de representações de um eu. Com isto damos com um daqueles temas contradictórios que a experiência iniludivelmente nos coloca. Não posso representar algo sem atribuir ao meu eu, como uma propriedade e parte dele, essa representação. Não obstante o meu eu aparece-me como uma unidade frente às muitas representações que o constituem. (...)»

«O eu é um Real que está em comércio e concorrência com outros Reais: às perturbações com que estes o ameaçam responde com actos de conseração de si mesmo, e estes são a génese das representações, propriamente as sensações, reações elementares da alma. A sua multidão, variedade, as suas idas e vindas, dependem das séries de Reais com quem entre ou deixe de entrar em concorrência».

 

(José Ortega y Gasset, Obras completas, Tomo I, 1902/1915, Penguin Random House e Fundación Ortega y Gasset, Sabadell, Barcelona, 2017, pp. 693-694; o destaque a negrito é posto por nós).

 

Na Grécia Antiga, eidolon (plural: eidola or eidolons) é uma imagem espiritual de uma pessoa viva ou morta, uma sombra ou fantasma com forma humana. Os prisioneiros da caverna descrita na alegoria da caverna de Platão viam na parede de fundo da caverna eidola, sombras da realidade que se desenrolava nas suas costas. No meu «Dicionário de Filosofia e Ontologia» plasmei o conceito de eidologia ( eidos, na teoria de Aristóteles, signifca essência ou forma comum a muitas entidades) como designando a ciência das essências incluída na ontologia:

 

«B) Por sua vez, a metafísica subdivide-se em duas áreas: teologia ou metafísica teológica e eidologia protológica ou teoria das essências principiais, excluindo divindades,»

(Francisco Limpo Queiroz, «Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e Equívocos dos Filósofos», Edições Colibri, Lisboa, 2017, pag.127).

 

É óbvio que eidolologia como ciência das imagens e eidologia como ciência das essências se opõem do mesmo modo que a sensação se opõe ao conceito e a doxa (opinião baseada na aparência) se opõe à episteme (ciência demonstrativa, operando sobre essências). A menos que se considere, como no fluxismo sensista, a essência como imagem efémera ab-rogada ou alterada a cada instante.

 

Note-se uma diferença entre a visão de David Hume e a de Johann Friedrich Herbart sobre o eu: para Hume, o eu não existe, há apenas um fluxo de sensações mutáveis a cada momento; para Herbart, como para Ortega, o eu existe em mutação devido à multiplicidade das representações. 

 

NOTA: COMPRA O NOSSO «DICIONÁRIO DE FILOSOFIA E ONTOLOGIA, DIALÉTICA E EQUÍVOCOS DOS FILÓSOFOS», inovador em relação a todos os outros dicionários, repleto de transcrições literais de textos dos filósofos. É de longe o melhor dicionário a nível mundial sobre a dialética como ciência da unidade e da luta de contrários e as suas leis. Aproveita, a edição está a esgotar-se. Contém 520 páginas, custa só 20 euros (portes de correio para Portugal incluídos), CONTACTA-NOS. 

 

       www.filosofar.blogs.sapo.pt

          f.limpo.queiroz@sapo.pt

 

© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)

 



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 13:17
link do post | comentar | favorito

Domingo, 2 de Junho de 2019
Dicionário de Filosofia e Ontologia: 520 páginas, 15 euros (até 16 de Junho) para Portugal

Dicionário Filosofia.jpg

JÁ PODES ADQUIRIR O NOSSO DICIONÁRIO DE FILOSOFIA E ONTOLOGIA, COM TEXTOS PRECIOSOS, POR UM PREÇO EXCEPCIONALMENTE BAIXO, PORTES DE CORREIO INCLUÍDOS. Contacta-nos: f.limpo.queiroz@sapo.pt



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 02:59
link do post | comentar | favorito

Terça-feira, 14 de Maio de 2019
O mais inovador «Dicionário de Filosofia e Ontologia» existente no mercado

Dicionário Fil.jpg

520 PÁGINAS DE TEXTO, UMA OBRA ESSENCIAL DE FRANCISCO LIMPO QUEIROZ, AUTOR DESTE BLOG.  PARA QUEM DESEJA CONHECER E DOMINAR O MÉTODO DIALÉTICO E AS SUAS ONZE LEIS E DESCOBRIR OS PONTOS FRACOS DAS FILOSOFIAS ANALÍTICA, FENOMENOLÓGICA E OUTRAS. 

NOVAS DEFINIÇÕES, NOVAS CORRELAÇÕES QUE NÃO SE ENCONTRAM EM NENHUM OUTRO DICIONÁRIO DE FILOSOFIA. UMA OBRA QUE AS UNIVERSIDADES CONSERVADORAS TEMEM.

 

SE DESTE BLOG EXTRAIS DEFINIÇÕES CLARAS E CORRELAÇÕES FILOSÓFICAS INTERESSANTES COMPRA-NOS O DICIONÁRIO DE FILOSOFIA E ONTOLOGIA QUE TE SERÁ ENVIADO POR CORREIO.

 

Preço com portes de envio por correio para Portugal: 20 euros

Preço com envio por correio para o Brasil: 33 euros.

Preço com portes de envio por correio para Espanha: 28 euros.

Pagamento por Transferência para a conta bancária com o IBAN: PT50 0269 0178 00204264578 90.

 

Contacto: f.limpo.queiroz@sapo.pt

 



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 18:50
link do post | comentar | favorito

Quarta-feira, 5 de Setembro de 2018
«Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e equívocos dos filósofos» de Francisco Limpo Queiroz, edições Colibri

dicionário fil capa.jpg

 

À venda por correio este original Dicionário de 532 páginas. Preço de Venda ao Público: 20 euros. Portes de correio para Portugal: 3 euros. Pagamento por transferência bancária. Edição limitada. Encomende já.

 

Preço com portes de envio por correio para Portugal: 23 euros.

Preço com envio por correio para o Brasil: 32 euros.

Preço com portes de envio por correio para Espanha: 27 euros.

 

Pagamento por Transferência para a conta bancária com o IBAN: PT50 0269 0178 00204264578 90.

 

Contacto para indicar o processo de venda: francisco.limpo@gmail.com

 

 

 

O lançamento da obra a nível nacional será na sexta feira 28 de Setembro de 2018, às 21.30 horas, na Biblioteca Municipal de Beja.

 

Eis um excerto do item DIALÉTICA (LEIS DA):

11. (Lei dos géneros e das espécies; da lavra do autor deste dicionário)
«Correntes ou espécies que, no essencial, pertencem, respectivamente, a espécies e géneros diferentes não podem ser classificadas no mesmo nível, incluídas na mesma espécie ou género porque são colaterais, não directamente relacionadas entre si, não excludentes entre si. Os contrários e semi-contrários são espécies do mesmo género, as espécies que, essencialmente, são de géneros diferentes, designadas de colaterais, não colidem entre si e por isso não se situam no eixo de tese-antítese-síntese que funciona dentro de cada género. Cada espécie está contida integralmente em um ou mais géneros, isto é, nos seus géneros essenciais e intersecta parcialmente outras espécies ou géneros ditos por isso géneros acidentais, formando um sistema de múltiplas argolas». Assim, realismo (a matéria é real em si mesma fora das mentes humanas) e idealismo (a matéria é irreal, é meras ideias e sensações nas mentes humanas) são teorias contrárias que funcionam dentro do mesmo género essencial,o género ontologia, ou teoria do ser, sendo a fenomenologia (vemos o mundo material fora de nós mas não sabemos se é extramental, real, ou não misto, semicontrária ou intermédia. Mas pragmatismo (o que importa é agir e ter resultados práticos, deixando de lado as especulações) é um colateral aos três – a colateralidade pode ser definida como justaposição –. porque pertence ao género praxiologia ou ergologia, isto é, ação/contemplação, e pode haver realismo pragmático, idealismo pragmático e fenomenologia pragmática. Pragmatismo intersecta parcialmente as espécies realismo, idealismo e fenomenologia, não as contém por inteiro como um género, como por exemplo, a espécie homem estar por inteiro contida no género animal. Por isso, pragmatismo deveria ser designado de género transversal ou acidental, isto é, género que intersecta acidental e parcialmente, como colateral, espécies de um outro género contrárias entre si. Também R.M.Hare ignora esta lei dialética ao colocar em oposição naturalismo e intuicionismo: ora naturalismo pertence ao género região ontológica e intuicionismo pertence ao género modo de captar o ser (por intuição; por raciocínio,etc).»



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 12:42
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
pesquisar
 
Janeiro 2024
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29
30
31


posts recentes

Incoerência de Popper : v...

Dicionário de Filosofia e...

Ortega explica Herbart: s...

Dicionário de Filosofia e...

O mais inovador «Dicioná...

«Dicionário de Filosofia...

arquivos

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

tags

todas as tags

favoritos

Teste de filosofia do 11º...

Suicídios de pilotos de a...

David Icke: a sexualidade...

links
blogs SAPO
subscrever feeds