David Wong, professor of Philosophy at Duke University, opposes as contraries moral relativism and moral universalism:
«The debate between moral relativism and universalism accounts for a significant proportion of philosophical reflection in ethics. In ancient Greece at least some of the "Sophists" defended a version of moral relativism, which Plato attempted to refute. » (David Wong, Relativism, in A Companion to Ethics, edited by Peter Singer, page 443, Blackwell Publishers, 1995).
It is a mistake of Wong and all analitical thinkers: universalism is not the contrary of relativism, is the contrary of localism and of regionalism. There is a relativistic universalism and an absolutist universalism. David Wong has not a dialectical thought, simultaneously analytic and synthetic. He lacks intellectual clarity.
Example of relativistic universalism: in Middle Age, the good value in politics is to obey to the autorithy of the king, or of the pope or of of the Arabic caliph, or of Oriental imperor as they were representatives of God in their functions; in XXI Century, the Good value in politics is to promote parliamentary democracy, individual freedom and gender equality and multiculturalism.
Example of absolutist relativism: a mother's love towards their children is a good value eternal, immutable, visible in all societies and at all times.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Está hoje em voga vincular o conceito de relativismo (a verdade varia de povo a povo, classe a classe social, etnia a etnis, religião a religião, época a época, etc) ao conceito de cepticismo ( não se conhece o grau de verdade de cada perspectiva moral, sócio-cultural, etc, valem todas o mesmo).
À essência do relativismo, que se exprime, em regra, no plano ético, por um dogmatismo crítico, flexibilista, - um descritivismo, termo nebuloso que nem a Wikipédia se atreve, de momento, a definir - não pertence o cepticismo igualitário ou igualizador de todas as posições.
Assim, sustento que há um relativismo sincrónico ou diacrónico, diferencialista. Exemplo: a posição de Hegel ao sustentar que em todas as religiões, até no homem que venera o crocodilo como deus, há um certo grau de apreensão da verdade de Deus («a verdade é o Todo das diferentes perspectivas» segundo Hegel) ainda que o protestantismo seja a melhor e mais verdadeira perspectiva de apreender Deus, posição que está longe do relativismo céptico do «não se conhece o grau de verdade de cada uma, valem todas o mesmo». O relativista diferencial entende possuir o essencial ou pelo menos a parte mais importante da verdade mas concede que existe verdade moral nas posições opostas à sua (Exemplo: «Sou a favor da heterossexualidade que considero ser a forma perfeita do amor mas admito que haja amor entre homossexuais e que estes possam ser felizes»).
E há um relativismo sincrónico ou diacrónico niilista, céptico. Exemplo: nenhuma religião é superior em grau de verdade às outras, dado que nalgumas religiões do mundo se crê na reencarnação e noutras não, numas veneram-se estátuas, noutras ícones e noutras rejeita-se as imagens, numas sacraliza-se o casamento monogâmico e moutras o poligâmico, logo valem todas o mesmo.
No fundo, o relativismo não é niilista: em si o relativismo é metaético, situa-se no terreno da gnosiologia ou da ontognosiologia (o ser indissociável do conhecer), o cepticismo ou niilismo normativo que se lhe justapõe é que é propriamente ético. O perspectivismo de Nietzschze é um relativismo - reconhece que não há uma verdade absoluta mas infinitas perspectivas de verdade. Essa é a base gnosiológica geral do relativismo. Mas concluir daí que não é possível optar porque «há muitas perspectivas, logo nenhuma é criticável» é adicionar cepticismo ao relativismo, não constitui a essência deste.
No artigo «O relativismo» de David Wong no Compêndio de Ética de Peter Singer não se encontra esta noção de relativismo diferencialista, meio termo (SÌNTESE) entre o absolutismo anti-relativista (TESE)- que entende que a verdade toda se circunscreve a um único canon, a uma única posição, e que as outras constituem erros, desvios (Exemplo: «A heterossexualidade é o padrão normal do comportamento humano, o único moralmente aceitável, sendo a homossexualidade e a bissexualidade meras aberrações, formas degeneradas de sexo onde o amor está ausente») - e o relativismo indiferentista ou seja o relativismo adicionado de cepticismo normativo (ANTÌTESE)
Wong classifica de relativismo metaético o que se designa por relativismo (ponto em que estamos de acordo):
«Esta doctrina es el relativismo metaético, porque versa sobre la relatividad de la verdad moral y de la justificabilidad. Otra especie de relativismo moral, también una respuesta común a conflictos morales profundos, es una doctrina sobre cómo debemos actuar hacia quienes aceptan valores muy diferentes de los propios. Este relativismo moral normativo afirma que es erróneo juzgar a otras personas que tienen valores sustancialmente diferentes, o intentar que se adecuen a los nuestros, en razón de que sus valores son tan válidos como los nuestros.»
(David Wong in Compendio de Etica, de Peter Singer, pags 593-594)
Além do relativismo, existe o absolutismo de valores, que possui toda a gama de informação sobre o mosaico de valores a nível mundial (exemplo: a Igreja Católica antes do Vaticano II estava informada sobre o conteudo de todas as religiões do mundo mas sustentava que «a salvação da alma só é possível dentro da Igreja Católica ) mas exclui toda e qualquer forma de ecletismo, de variabilidade dos conceitos de «bem», «mal», etc.
Assim há pelo menos três posições e não duas: relativismo indiferencista («Os valores mudam, valem todos o mesmo, somos forçados ao cepticismo») relativismo diferencialista («Os valores mudam, mas não valem todos o mesmo, não somos cépticos mas dogmáticos flexíveis, críticos») e anti relativismo ou absolutismo («Os valores são imutáveis, universais e absolutos, somos dogmáticos inflexiveis»). Em termos de tríade hegeliana, poderá dizer-se: absolutismo de valores é a TESE, relativismo indiferentista é a ANTÌTESE e relativismo diferencialista é a SÌNTESE.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
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