Osho (11 de Dezembro de 1931- 19 de Janeiro de 1991) o filósofo indiano anarco-budista distinguiu entre mente e não mente, entre pensamento e eu isento de mente. Escreveu:
«O que é que é real? O arco-íris existe? Você pode tornar-se uma borboleta no sonho. E tornou-se uma mente neste sonho maior a que chama vida. Quando desperta não alcança um estado mental desperto, alcança um não estado de mente, alcança a não mente.»
«O que significa a não-mente? É difícil de explicar. Mas às vezes, não sabendo, você alcança-a. Pode não a ter reconhecido. Às vezes, estando apenas vulgarmente sentado, sem fazer nada, não há pensamentos na mente - porque a mente é só o processo de pensar. Não é uma substância, é só um processamento. (..)»
«A mente é tal como uma multidão; os pensamentos são os indivíduos. E como os pensamentos existem continuamente, você pensa que o processo é substancial. Largue cada pensamento individual e no final não há nada.»
«A mente não existe como tal, só o pensamento.»
«Os pensamentos movem-se tão depressa que entre dois pensamentos você não consegue ver o intervalo. Mas o intervalo está lá sempre. Esse intervalo é a sua pessoa. (...)».
«Se pensar que está num estado mental iluminado, este é mais uma vez um pensamento e, quando o pensamento está lá, você não está. Se sente que é um buda isto é um pensamento. A mente entrou; agora o processo de pensar está presente, mais uma vez o céu está nublado, o azul perdeu-se. Já não consegue ver o azul infinito.»
«Entre dois pensamentos, tente estar alerta - olhe para o intervalo, para o espaço no meio deles. Você não vai ver mente nenhuma; essa é a sua natureza. Porque os pensamentos vão e vêm - são acidentais - mas esse espaço interior permanece sempre. As nuvens juntam-se e partem - são acidentais - mas o céu fica. Você é o céu.»
(Osho, Inteligência, a resposta criativa ao agora, Bertrand Editora, 2012, pp 128-129; o destaque a bold é posto por nós).
A não mente é não pensar, não se preocupar com nada, colocar-se num estado de relaxamento, de desprendimento, de inocência. A não mente é o fundo vazio e permanente da existência, o verdadeiro Eu, o Tao, a mente é a sucessão das formas mentais mais ou menos ilusórias, centradas na aquisição de saúde, dinheiro, prestígio, favores sexuais, poder profissional e político, que compõem a cura ou cuidado (Sorge) na filosofia de Heidegger.
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