O manual de filosofia «Ponto de fuga 10» de Catarina Pires com a colaboração de Elisa Seixas e revisão pedagógica de Carlos Amorim, da Porto Editora, contém alguns erros conceptuais.
O DETERMINISMO RADICAL IMPÕE UM ÚNICO RESULTADO POSSÍVEL?
O manual chama determinismo radical àquilo que nós definimos como determinismo biofísico sem livre-arbítrio. E explana-o assim:
«Determinismo radical
«Se o determinismo é verdadeiro - e existem evidências científicas que tornam esta tese bastante plausível - se tudo no universo são efeitos causados por estados anteriores e leis da natureza, então os nossos atos são consequências de leis e acontecimentos situados no passado remoto. Facilmente concordamos que nem o que aconteceu antes de termos nascido nem as leis da natureza dependem de nós. Assim sendo, conclui o determinismo radical, as consequências desses eventos e leis, incluindo as nossas ações escapam ao nosso controlo. Há um único resultado possível.»
(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 118; o destaque a negro é posto por nós).
Há um único resultado possível? Não. Isso seria fatalismo, corrente segundo a qual tudo está predestinado, e que só os espíritos subtis diferenciam de determinismo radical. Este último postula que, não havendo livre-arbítrio, as mesmas causas, nas mesmas circunstâncias, geram sempre os mesmos efeitos mas há o factor acaso presente na confluência dos diversos determinismos produtores de um dado acontecimento. Diz-se, por exemplo, que o aparecimento da vida na Terra, sob determinismo radical, deu-se por acaso, podia não se ter dado. Isto prova que o determinismo radical se compagina com o acaso, perspetiva que Thomas Nagel não conseguiu alcançar. Uma criança, sem livre-arbítrio, escolhe entre comer um chocolate ou uma banana que lhe mostram: a escolha instintiva não está escrita em causas anteriores, mas é imprevisível e estende-se, segundo o verdadeiro determinismo radical, às escolhas livres por instinto de milhões de seres humanos. Logo, para o determinismo radical bem compreendido, os actos futuros e os presentes não dependem essencialmente de causas passadas mas dos impulsos do momento presente.
PARA O SUBJETIVISMO ÉTICO NÃO HÁ FACTOS MORAIS?
Sobre o subjetivismo moral ou ético, corrente que sustenta que a verdade é íntima a cada pessoa e varia de pessoa a pessoa, diz o manual:
«Para o subjetivismo, nenhuma preferência é objetivamente correta ou incorreta, já que não decorre de um conhecimento de facto. O subjetivismo não reconhece a existência de factos morais.»
(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 156; o destaque a negro é posto por nós).
É uma errónea definição de subjetivismo. Os subjetivistas baseiam-se em factos que interpretam à sua maneira. Então o subjectivismo do dinamarquês Soren Kierkegaard não reconhecia como um facto moral benéfico a atitude de Abraão que se dispunha a matar o seu filho Isaac para agradar a Deus? Claro que sim, reconhecia. E o padre Abel Varzim (Cristelo, Barcelos, 29 de Abril de 1902- Porto, 20 de Agosto de 1964), subjetivista que entendia como um facto moral bom levar Jesus Cristo na hóstia a casas de prostitutas no Bairro Alto, de 1951 a 1957, não reconhecia como um mal deixar as pobres prostitutas tuberculosas entregues à sua sorte ? Claro que reconhecia. Para qualquer subjetivista existe o bem e o mal, existem factos morais, só que são definíveis por ele na solidão, imune à influência da moral social.
O OBJETIVISMO MORAL OPÕE-SE AO RELATIVISMO?
A noção de objectivismo é confusa neste manual que afirma:
«Ao subjetivismo, que afirma que os juízos morais são subjetivos, e ao relativismo, teoria segundo a qual todos os juízos morais são relativos, opõe-se uma outra teoria cognitivista, o objetivismo moral.»
«O objetivismo defende que a verdade dos juízos morais, pelo menos a de alguns, é independente da expressão das emoções (aprovação ou desaprovação particular) ou dos códigos morais de diferentes culturas (aprovação ou desaprovação das comunidades).»
«A perspetiva objetivista está na origem de documentos internacionais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos...»
(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 162; o destaque a negro é posto por nós).
O manual confunde objetivismo moral com realismo moral, não chegando a distinguir este último. Objetivismo e relativismo são conceitos colaterais e não contrários mas isto é dialética que os autores do manual não dominam: há um relativismo objetivista (exemplo: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que o manual diz não ser relativista mas é) e um relativismo intersubjetivista (exemplo: os que acham a eutanásia um direito salvador e os que acham a eutanásia um crime ).
O texto da Declaração Universal dos Direitos foi adotado em 10 de Dezembro de 1948 pelos então 58 Estados membros da Assembléia Geral da ONU, com exceção da União Soviética, dos países do Leste europeu, da Arábia Saudita e da África do Sul, que se abstiveram. Há uma corrente soberanista - cada um é dono em sua casa - representada sobretudo por China, Venezuela, Cuba e Birmânia, e uma corrente islamita, que não subscreve a Declaração Universal dos Direitos do Homem na sua fórmula atual..Por isso esta é um exemplo de relativismo - nem todos os países a adotam, é relativa ou restrita a uma grande parte dos países- objetivista - a larga maioria dos países adota como verdade objetiva o conteúdo. O que se opõe a relativismo moral não é objetivismo moral mas sim absolutismo moral (exemplo: a doutrina tradicional da igreja católica romana com a crença imutável no Paraíso, no Purgatório e no Inferno Eterno) e este é os valores serem imutáveis e os mesmos para todas as sociedades e épocas.
NENHUM TEMA VERDADEIRAMENTE FRACTURANTE COMO SERIA EXIGÍVEL EM FILOSOFIA
Estes manual e estas autoras são meros instrumentos de propaganda da redutora filosofia oficial: a filosofia analítica, com a sua errónea lógica proposicional (só mentes estúpidas dizem que «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» é diferente na estrutura lógica de «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa»). Fazem o discurso politicamente correcto, longe dos "extremismos", se exceptuarmos a dúvida hiperbólica cartesiana ou a teoria das conjecturas e refutações de Karl Popper. Não são filósofas mas funcionárias de uma medíocre filosofia com a qual moldam a mente de alunos inteligentes.
Nenhum texto sobre astrologia histórica e não falta assunto filosófico: se o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 25 de Abril de 1983, com Júpiter em 9º do signo de Sagitário, e venceu as eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995, com Júpiter em 10º do signo de Sagitário, e venceu as eleições de 6 de Outubro de 2019, com Júpiter em 18º-19º do signo de Sagitário, poderá dizer-se que Júpiter no signo de Sagitário (arco de 240º a 270º do Zodíaco) gera necessariamente vitórias do PS?
Nenhum texto questionando a vacinação e é tão oportuno fazê-lo.David Icke escreveu. «O processo de fabricação de vacinas inclui o uso de macacos, embriões de frangos e fetos humanos, além de estabilizadores como a estreptomicina, o cloreto de sódio, o hidróxido de sódio, o alumínio, o cloridrato, o sorbitol, a gelatina hidrolisada, o formaldeído,e um derivado do mercúrio chamado timerosal ...» (David Icke, «La conspiración mundial y como acabar con ella», Ediciones Obelisco, Barcelona, pag 819).
As autoras deste manual, como boas servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.
Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. As autoras deste manual de filosofia são estrangeiradas, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:
«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»
«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)
«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»
(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136)
NOTA: COMPRA O NOSSO «DICIONÁRIO DE FILOSOFIA E ONTOLOGIA, DIALÉTICA E EQUÍVOCOS DOS FILÓSOFOS», inovador em relação a todos os outros dicionários, repleto de transcrições literais de textos dos filósofos. Queres desmistificar Heidegger, Russel, Kant, Peter Singer, Richard M. Hare, Simon Blackburn? Valoriza quem te ensina a pensar dialeticamente, com a razão e a intuição. Aproveita, a edição já esgotou nas livrarias. Contém 520 páginas, custa só 20 euros (portes de correio para Portugal incluídos), Basta depositares na conta PT50 abaixo indicada e informar-nos. CONTACTA-NOS.
This blog requires thousands of hours of research and reflection and produces knowledge that you won't find anywhere else on the internet. In order for us to continue producing it please make a donation to our bank account with the IBAN PT50 0269 0178 0020 4264 5789 0
© (Copyright to Francisco Limpo de Faria Queiroz)
O manual de filosofia «Ponto de fuga 10» de Catarina Pires com a colaboração de Elisa Seixas e revisão pedagógica de Carlos Amorim, da Porto Editora, contém alguns erros conceptuais.
O DETERMINISMO RADICAL IMPÕE UM ÚNICO RESULTADO POSSÍVEL?
O manual chama determinismo radical àquilo que nós definimos como determinismo biofísico sem livre-arbítrio. E explana-o assim:
«Determinismo radical
«Se o determinismo é verdadeiro - e existem evidências científicas que tornam esta tese bastante plausível - se tudo no universo são efeitos causados por estados anteriores e leis da natureza, então os nossos atos são consequências de leis e acontecimentos situados no passado remoto. Facilmente concordamos que nem o que aconteceu antes de termos nascido nem as leis da natureza dependem de nós. Assim sendo, conclui o determinismo radical, as consequências desses eventos e leis, incluindo as nossas ações escapam ao nosso controlo. Há um único resultado possível.»
(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 118; o destaque a negro é posto por nós).
Há um único resultado possível? Não. Isso seria fatalismo, corrente segundo a qual tudo está predestinado, e que só os espíritos subtis diferenciam de determinismo radical. Este último postula que, não havendo livre-arbítrio, as mesmas causas, nas mesmas circunstâncias, geram sempre os mesmos efeitos mas há o factor acaso presente na confluência dos diversos determinismos produtores de um dado acontecimento. Diz-se, por exemplo, que o aparecimento da vida na Terra, sob determinismo radical, deu-se por acaso, podia não se ter dado. Isto prova que o determinismo radical se compagina com o acaso, perspetiva que Thomas Nagel não conseguiu alcançar. Uma criança, sem livre-arbítrio, escolhe entre comer um chocolate ou uma banana que lhe mostram: a escolha instintiva não está escrita em causas anteriores, mas é imprevisível e estende-se, segundo o verdadeiro determinismo radical, às escolhas livres por instinto de milhões de seres humanos. Logo, para o determinismo radical bem compreendido, os actos futuros e os presentes não dependem essencialmente de causas passadas mas dos impulsos do momento presente.
PARA O SUBJETIVISMO ÉTICO NÃO HÁ FACTOS MORAIS?
Sobre o subjetivismo moral ou ético, corrente que sustenta que a verdade é íntima a cada pessoa e varia de pessoa a pessoa, diz o manual:
«Para o subjetivismo, nenhuma preferência é objetivamente correta ou incorreta, já que não decorre de um conhecimento de facto. O subjetivismo não reconhece a existência de factos morais.»
(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 156; o destaque a negro é posto por nós).
É uma errónea definição de subjetivismo. Os subjetivistas baseiam-se em factos que interpretam à sua maneira. Então o subjectivismo do dinamarquês Soren Kierkegaard não reconhecia como um facto moral benéfico a atitude de Abraão que se dispunha a matar o seu filho Isaac para agradar a Deus? Claro que sim, reconhecia. E o padre Abel Varzim (Cristelo, Barcelos, 29 de Abril de 1902- Porto, 20 de Agosto de 1964), subjetivista que entendia como um facto moral bom levar Jesus Cristo na hóstia a casas de prostitutas no Bairro Alto, de 1951 a 1957, não reconhecia como um mal deixar as pobres prostitutas tuberculosas entregues à sua sorte ? Claro que reconhecia. Para qualquer subjetivista existe o bem e o mal, existem factos morais, só que são definíveis por ele na solidão, imune à influência da moral social.
O OBJETIVISMO MORAL OPÕE-SE AO RELATIVISMO?
A noção de objectivismo é confusa neste manual que afirma:
«Ao subjetivismo, que afirma que os juízos morais são subjetivos, e ao relativismo, teoria segundo a qual todos os juízos morais são relativos, opõe-se uma outra teoria cognitivista, o objetivismo moral.»
«O objetivismo defende que a verdade dos juízos morais, pelo menos a de alguns, é independente da expressão das emoções (aprovação ou desaprovação particular) ou dos códigos morais de diferentes culturas (aprovação ou desaprovação das comunidades).»
«A perspetiva objetivista está na origem de documentos internacionais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos...»
(Catarina Pires «Ponto de fuga 10», Porto Editora, pág. 162; o destaque a negro é posto por nós).
O manual confunde objetivismo moral com realismo moral, não chegando a distinguir este último. Objetivismo e relativismo são conceitos colaterais e não contrários mas isto é dialética que os autores do manual não dominam: há um relativismo objetivista (exemplo: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que o manual diz não ser relativista mas é) e um relativismo intersubjetivista (exemplo: os que acham a eutanásia um direito salvador e os que acham a eutanásia um crime ).
O texto da Declaração Universal dos Direitos foi adotado em 10 de Dezembro de 1948 pelos então 58 Estados membros da Assembléia Geral da ONU, com exceção da União Soviética, dos países do Leste europeu, da Arábia Saudita e da África do Sul, que se abstiveram. Há uma corrente soberanista - cada um é dono em sua casa - representada sobretudo por China, Venezuela, Cuba e Birmânia, e uma corrente islamita, que não subscreve a Declaração Universal dos Direitos do Homem na sua fórmula atual..Por isso esta é um exemplo de relativismo - nem todos os países a adotam, é relativa ou restrita a uma grande parte dos países- objetivista - a larga maioria dos países adota como verdade objetiva o conteúdo. O que se opõe a relativismo moral não é objetivismo moral mas sim absolutismo moral (exemplo: a doutrina tradicional da igreja católica romana com a crença imutável no Paraíso, no Purgatório e no Inferno Eterno) e este é os valores serem imutáveis e os mesmos para todas as sociedades e épocas.
NENHUM TEMA VERDADEIRAMENTE FRACTURANTE COMO SERIA EXIGÍVEL EM FILOSOFIA
Estes manual e estas autoras são meros instrumentos de propaganda da redutora filosofia oficial: a filosofia analítica, com a sua errónea lógica proposicional (só mentes estúpidas dizem que «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» é diferente na estrutura lógica de «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa»). Fazem o discurso politicamente correcto, longe dos "extremismos", se exceptuarmos a dúvida hiperbólica cartesiana ou a teoria das conjecturas e refutações de Karl Popper. Não são filósofas mas funcionárias de uma medíocre filosofia com a qual moldam a mente de alunos inteligentes.
Nenhum texto sobre astrologia histórica e não falta assunto filosófico: se o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 25 de Abril de 1983, com Júpiter em 9º do signo de Sagitário, e venceu as eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995, com Júpiter em 10º do signo de Sagitário, e venceu as eleições de 6 de Outubro de 2019, com Júpiter em 18º-19º do signo de Sagitário, poderá dizer-se que Júpiter no signo de Sagitário (arco de 240º a 270º do Zodíaco) gera necessariamente vitórias do PS?
Nenhum texto questionando a vacinação e é tão oportuno fazê-lo.David Icke escreveu. «O processo de fabricação de vacinas inclui o uso de macacos, embriões de frangos e fetos humanos, além de estabilizadores como a estreptomicina, o cloreto de sódio, o hidróxido de sódio, o alumínio, o cloridrato, o sorbitol, a gelatina hidrolisada, o formaldeído,e um derivado do mercúrio chamado timerosal ...» (David Icke, «La conspiración mundial y como acabar con ella», Ediciones Obelisco, Barcelona, pag 819).
As autoras deste manual, como boas servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.
Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. As autoras deste manual de filosofia são estrangeiradas, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:
«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»
«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)
«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»
(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136)
NOTA: COMPRA O NOSSO «DICIONÁRIO DE FILOSOFIA E ONTOLOGIA», inovador em relação a todos os outros dicionários, repleto de transcrições literais de textos dos filósofos. Queres desmistificar Heidegger, Russel, Kant, Peter Singer, Richard M. Hare, Simon Blackburn? Valoriza quem te ensina a pensar dialeticamente, com a razão e a intuição. Aproveita, a edição já esgotou nas livrarias. Contém 520 páginas, custa só 20 euros (portes de correio para Portugal incluídos), Basta depositares na conta PT50 abaixo indicada e informar-nos. CONTACTA-NOS.
This blog requires thousands of hours of research and reflection and produces knowledge that you won't find anywhere else on the internet. In order for us to continue producing it please make a donation to our bank account with the IBAN PT50 0269 0178 0020 4264 5789 0
© (Copyright to Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Diversos equívocos caracterizam o manual do professor da Areal Editores «Clube das ideias, filosofia 11º ano» de Carlos Amorim e Catarina Pires, com revisão científica de J.A. Pinto, sem embargo de possuir alguns textos de boa qualidade.
AMBIGUIDADE E ERRO EM PERGUNTAS DE ESCOLHA MÚLTIPLA
Diversos erros pautam exercícios com questões de escolha múltipla neste manual. Vejamos exemplos:
«Na resposta a cada um dos itens 1 a 10, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correcta.»
4. O conhecimento a priori é constituído pelas crenças que:
A) Só podemos justificar sem recorrer à experiência.
B) Só podemos justificar recorrendo à experiência.
C) Podemos justificar sem recorrer à experiência.
D) Podemos justificar recorrendo à experiência.»
(Carlos Amorim e Catarina Pires, revisão de J.A. Pinto, «Clube das ideias, filosofia 11º ano», Areal Editores, pp. 188-189).
Segundo os autores do manual, a única resposta correcta é a C.
Crítica minha: Há duas respostas correctas: A e C. São quase indistinguíveis uma da outra e é uma arbitrariedade dizer que a «C é superior ou mais correcta que a A». O conhecimento a priori é aquele que ou é anterior à experiência dos sentidos ou é paralelo a esta mas hermeticamente isolado dos dados empíricos. Pobres estudantes, submetidos a perguntas tão ambíguas e mal construídas que são a «jóia» da medíocre filosofia analítica reinante no ensino em Portugal!
Eis outro exemplo:
«6. Segundo Descartes, o cogito é uma verdade indubitável porque:
(A) Intuímo-lo com toda a clareza e distinção.
(B) Podemos provar que Deus existe.
(C) A existência do nosso corpo pode ser uma ilusão.
(D) Somos uma substância cuja natureza é o pensamento.»
( ibid, pag 189)
Segundo os autores do manual, só a resposta A está correcta.
Crítica minha: Há três respostas correctas: A, C e D. Ainda que a resposta A pareça ser a mais óbvia, a resposta C está certa: Descartes duvida do corpo mas não do cogito que é o próprio instrumento da dúvida. E a resposta D também está certa porque, intuitivamente, nos apercebemos que o nosso ser é exclusivamente pensamento (cogito), numa fase inicial do raciocínio.
E na ficha informativa da página 131 do manual lemos:
3. O argumento «Desde que se observa que agosto tem 31 dias. Portanto, no próximo verão, agosto terá 31 dias» é um:
(A) Argumento indutivo (generalização).
(B) Argumento indutivo (previsão).
(C) Argumento por analogia.
(D) Argumento de autoridade.
(Carlos Amorim e Catarina Pires, revisão de J.A. Pinto, «Clube das ideias, filosofia 11º ano», Areal Editores, pagina 131).
Segundo os autores a única resposta correcta é a B.
Crítica minha: a confusão paira à partida na divisão, algo nebulosa, entre argumento indutivo (generalização) e argumento indutivo (previsão). A previsão é uma generalização estendida para futuro. Mas o importante é perceber que nenhuma das respostas está correcta, em rigor, porque se trata de um argumento dedutivo, parte de uma premissa geral da qual extrai uma conclusão particular: «o mês de Agosto tem por natureza 31 dias, logo deduz-se que o mês de Agosto de 2014 vai ter 31 dias».
UMA INCOMPREENSÃO DO QUE É A FENOMENOLOGIA COMO ONTOLOGIA
Visando definir fenomenologia, o manual descreve assim a análise fenomenológica do acto de conhecer:
«Entre o sujeito e o objecto há uma oposição.»
«Entre eles, estabece-se uma correlação: o sujeito apreende o objecto e este é apreendido pelo sujeito.»
«O sujeito, nessa apreensão, isto é, nesse movimento de saída de si e regresso a si, constrói uma representação ou imagem do objecto.»
(Carlos Amorim e Catarina Pires, revisão de J.A. Pinto, «Clube das ideias, filosofia 11º ano», Areal Editores, pág. 141; o destaque a negrito é posto por mim).
Esta descrição do acto de conhecer é pertença da teoria realista, baseada num dualismo nítido entre sujeito e objecto, e não da fenomenologia como ontologia. Nesta última, a correlação não se estabelece, é uma estrutura originária que sempre esteve lá, ligando o sujeito ao objecto exterior no mundo e não se pode desfazer. Há, pois, confusão destes autores sobre o que é fenomenologia. Seguem acriticamente textos de Hessen e Hartmann. Aliás citam um texto de Hessen que apresenta uma incoerência:
« O objecto é o determinante, o sujeito é o determinado. O conhecimento pode definir-se, por último, como uma determinação do sujeito pelo objecto. Mas o determinado não é o sujeito pura e simplesmente, mas apenas a imagem do objecto nele. Esta imagem é objectiva, na medida em que leva em si os traços do objecto» ( Hessen, Teoria do Conhecimento, Arménio Amado, 1976, pp 27, citado in Carlos Amorim e Catarina Pires,«Clube das ideias, filosofia 11º ano», Areal Editores, pág. 140; o destaque a negrito é posto por mim).
Então o sujeito não é determinado pelo objecto mas apenas a imagem nele formada é determinada? Isto está errado. É óbvio que o sujeito é determinado, impressionado pelo objecto e a imagem deste resulta da interacção prévia sujeito-objecto. Hessen, brilhante académico, lavra no magma das confusões. Como Heidegger, Quine ou Rorty. E muitos outros.
UMA TOTAL INCOMPRENSÃO SOBRE OS FENÓMENOS E A ESTÉTICA TRANSCENDENTAL EM KANT
Na tentativa de explicar a teoria do conhecimento em Kant, diz o manual da Areal:
« Imagine que hoje de manhã, como acontece a maior parte dos dias, apanhou um autocarro em direcção à escola. Vai entretido com os seus pensamentos quando, de repente, sente o autocarro a travar. À sua frente, uma pessoa desiquilibra-se e cai. A pessoa a cair dá lugar a uma intuição. As intuições correspondem à recepção dos dados da experiência através das sensações e incluem a localização no espaço e no tempo (formas puras a priori da sensibilidade): hoje pela manhã (tempo) alguém caiu no autocarro (espaço)».(Carlos Amorim e Catarina Pires,«Clube das ideias, filosofia 11º ano», Areal Editores, pág. 182; o destaque a negrito é posto por mim).
Catarina Pires e Carlos Amorim não compreendem quase rigorosamente nada da ontognosiologia de Kant. Interpretam-no como um realista, isto é, no exemplo, como alguém que supõe que há um autocarro real incognoscível («númeno») e que o autocarro que vemos é distorcido («fenómeno») - interpretação partilhada por 99% dos catedráticos de filosofia - e não como um idealista. Ora, em Kant dados da experiência e intuições são a mesma coisa, os dados empíricos são as sensações de matéria ( madeira, carne, pedra, ferro, etc), a cor, o som, a dureza, e tudo isto é construção subjectiva do espírito do observador: não há autocarro fora do meu espírito, sou eu que invento o autocarro com as minhas formas a priori de espaço e de tempo, e com as categorias de impenetrabilidade, unidade, realidade, sou eu que invento o corpo da pessoa a cair diante de mim .
Para Kant, o fenómeno é um conjunto de intuições objectivas/ sensações moldadas pelas intuições puras de espaço e tempo. Kant é, neste ponto, igual a David Hume. Não há autocarro fora de mim: a minha sensibilidade engloba o mundo inteiro e tudo o que existe materialmente é criação mental minha. Kant chama a isto realismo empírico, isto é, realismo aparente, diferente do realismo ontológico ou transcendental. Mas não culpemos excessivamente Catarina Pires, Carlos Amorim e J.A.Pinto: nem Bertrand Russel, nem Giles Deleuze, nem Zizeck ou Heidegger entenderam este aspecto decisivo da teoria de Kant o qual, aliás, apresentou, equivocamente, a sensibilidade como «mera receptividade» quando ela é activa e cria os corpos materiais e a matéria.
Kant escreveu:
«Devíamos contudo lembrar de que os corpos não são objectos em si, que nos estejam presentes, mas uma simples manifestação fenoménica, sabe-se lá de que objecto desconhecido...de que, portanto, não é o movimento da matéria que produz em nós representações, mas que ele próprio (e, portanto, também a matéria que se torna cognoscível) é mera representação...»(Kant, Crítica da Razão Pura, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, nota da pag 363-364;o negrito é posto por mim).
No exemplo do manual acima, Carlos Amorim e Catarina Pires interpretam o autocarro e a pessoa como objectos em si, reais, mas segundo se deduz de este texto de Kant o autocarro e a pessoa são meras representações inventadas pelo nosso espírito. Ora o que são representações? São imagens, sensações, ideias, juízos, e nada mais que isso. O autocarro é irreal, tal como a pessoa a cair é irreal. Não passam de fenómenos, aparências muito consistentes. Este manual, como aliás todos os outros manuais de filosofia do ensino secundário, deturpa, por incompreensão, a teoria dos objectos materiais ou estética transcendental de Kant. Esta deturpação do pensamento de Kant, por ignorância, é geral nas universidades portuguesas e brasileiras, britânicas, norte-americanas e outras.
O que valem as universidades? Muito e muito pouco. Os doutoramentos encobrem erros teóricos graves a par de teses correctas. Luzes e sombras impregnam as cátedras - mais sombras do que luzes. O melhor do saber está fora das universidades, em livres pensadores excêntricos que a massa académica não compreende ou não aceita.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
O manual «Clube das Ideias, Filosofia 10º ano» de Carlos Amorim e Catarina Pires, com revisão científica de Fernanda Henriques, da Areal Editores, mergulha nas confusões teóricas comuns a todos os manuais escolares inspirados na filosofia analítica . Uma delas é não perceber a distinção entre fatalismo e determinismo. Outra é não compreender o que é o determinismo moderado, baptizado de compatibilismo.
CONFUSÕES SOBRE O DETERMINISMO E O COMPATIBILISMO
Escrevem Carlos Amorim e Catarina Pires:
«Ao admitirem que o determinismo é verdadeiro, os compatibilistas aceitam a tese segundo a qual todas as nossas acções são consequências das leis da natureza e de acontecimentos precedentes remotos que não controlamos. Tudo o que acontece é efectivamente determinado por certos tipos de causas psicológicas internas.»
(Carlos Amorim e Catarina Pires, «Clube das Ideias, Filosofia 10º ano» , pag. 65, Areal Editores; o destaque a negrito é posto por mim).
Não é verdade que os deterministas moderados «aceitam a tese segundo a qual todas as nossas acções são consequências das leis da natureza e de acontecimentos precedentes remotos que não controlamos» . Os deterministas moderados - prefiro chamá-los defensores do determinismo biofísico associado a livre-arbítrio- são dualistas: o determinismo, isto é, a lei infalível segundo a qual as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos, abrange a natureza biofísica - o nosso estômago, as nossas veias e artérias, o céu e a terra, a agricultura, etc - mas não abrange a razão humana onde vive o livre-arbítrio.
Há, portanto, decisões e acções que escapam ao determinismo. Quando os autores escrevem que «tudo o que acontece é efectivamente determinado por certos tipos de causas psicológicas internas» entram em contradição com a primeira frase (.«..todas as nossas acções são consequências das leis da natureza ..») e não se dão conta, sequer, de que o livre-arbítrio é uma causa psicológica e racional interna. A definição de compatibilismo é, pois, uma névoa de confusão, neste manual.
DETERMINISMO NÃO É COACÇÃO?
Lê-se ainda no manual uma artificial distinção entre determinismo e coacção:
«A liberdade não supõe um acto sem causa, mas apenas que tenho controlo sobre alguns dos meus comportamentos. Um compatibilista defende que o contrário de livre não é causado(determinado) mas coagido(forçado).»
(Carlos Amorim e Catarina Pires, «Clube das Ideias, Filosofia 10º ano» , pag. 62, Areal Editores)
Há equívoco nesta formulação. O contrário de livre é determinado. E é também coagido. O determinismo é, sob certo aspecto, a coacção da natureza sobre o eu humano. Se estou quarenta e oito horas sem comer e sinto fraqueza ou fome, sou biologicamente coagido por um estado de desnutrição temporária. A coacção é um género que inclui o determinismo e uma parte do indeterminismo.
Note-se que o manual não dá qualquer destaque ao conceito de fatalismo porque o amalgama no conceito de determinismo radical. Isto é um erro, até porque há fatalismo que nem sequer assenta em leis deterministas.
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© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
O manual «Pensar Azul» da Texto Editores oferece-nos a seguinte síntese sobre as teorias que equacionam o binómio liberdade/ determinismo na acção humana:
«Teorias àcerca do problema do livre-arbítrio:
a) determinismo radical ou incompatibilismo
b) indeterminismo
c) determinismo moderado (compatibilismo)
d) libertarismo.
«Para o incompatibilismo ou determinismo radical o livre-arbítrio é incompatível com a concepção de um mundo regido por leis causais, não tendo os seres humanos livre-arbítrio.»
«Segundo o indeterminismo, alguns acontecimentos, como é o caso dos estados mentais, não têm causa, ou seja, ocorrem aleatoriamente.»
«Para o compatibilismo ou determinismo moderado o mundo é regido por leis causais mas a acção humana é livre por ser determinada mas não constrangida.»
«O libertarismo defende que as escolhas humanas não são nem casualmente determinadas nem aleatórias. São produto da deliberação racional e responsável do agente.»
(in Filosofia 10º Ano, de Fátima Alves/José Arêdes/ José Carvalho, Revisão Científica de Carlos João Correia, Texto Editores, Lisboa 2007, pag. 62).
A confusão desta classificação é patente a quem meditar nela com lucidez.
Antes de mais a posição nº 3, intitulada compatibilismo ou determinismo moderado, é exactamente a mesma que a nº 4, intitulada libertarismo. Dizer que são diferentes é o mesmo que dizer que a Avenida da Liberdade de Lisboa quando sobe é diferente da mesma Avenida da Liberdade de Lisboa quando desce (no mesmo troço). É apenas uma questão de perspectiva, de terminologia: determinismo associado a livre-arbítrio ou libertismo (livre-arbítrio) associado a determinismo.
Aliás, sobre o libertarismo escrevem Fátima Alves, José Arêdes e José Carvalho:
«Os libertaristas consideram que as nossas acções não são causalmente determinadas nem aleatórias.Partindo do pressuposto dualista de que o mundo material e a acção humana são de natureza diferente, concluem que também se regem por leis diferentes e, por essa razão, as leis (físicas) que regem os fenómenos corporais (mundo material) não se aplicam aos fenómenos mentais. Trata-se de uma posição dualista.» (Pensar Azul, Texto Editores, pag 55).
Classificam como dualista o libertarismo mas, de forma míope, não conseguem ver que o que designam por determinismo moderado ou compatibilismo é, igualmente, um dualismo, visto pressupor leis naturais inflexíveis e vontade livre autónoma...
Se, afinal, o determinismo moderado coexiste com o livre-arbítrio que propicia acções humanas livres e responsáveis e o libertarismo admite que o mundo físico é regido por leis deterministas mas o mundo mental do livre-arbítrio não, onde está a diferença?
Em segundo lugar, a definição fixada na posição nº 2, baptizada de indeterminismo, não possui clareza. O dito «indeterminismo» inclui livre-arbítrio? Ou não? Porque razão não há-de ser uma modalidade do libertismo/ determinismo moderado, já que é compatível o livre-arbítrio com a erupção de estados mentais irracionais, inesperados ou imprevisíveis?
É esta confusão na hierarquização de conceitos, baseada na hiper-análise (desdobramento de uma mesma definição em várias aparentemente diferentes, semeando o caos intelectual) que os professores e alunos de filosofia em Portugal absorvem de manuais cuja única virtude é a profusão de textos de diversos autores.
Que vale a universidade, na área da filosofia, se é dela que saem tantos pequenos «filósofos» com licenciaturas, mestrados e doutoramentos, que elaboram manuais escolares deficientes e exames nacionais de filosofia repletos de erros?
O DETERMINISMO NÃO CONSIDERA ILUSÓRIA A LIBERDADE
No Manual português «Percursos, Filosofia 10º Ano» lê-se:
«Para os defensores do livre-arbítrio e do compatibilismo, o ser humano é livre e tem controlo sobre si mesmo.»
«Para o determinismo, a liberdade é uma ilusão. Não temos controlo sobre os nossos actos».
(Carlos Amorim, Catarina Pires, «Percursos, Filosofia 10º ano», revisão científica José A. Ribeiro Graça, Areal Editores, Lisboa 2007, pag. 52)
Para o determinismo a liberdade é uma ilusão? Eis uma falácia. Em primeiro lugar, o determinismo não pensa: é um sistema objectivo, um princípio segundo o qual nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos. Se no entanto, entendermos por determinismo o conjunto dos pensadores deterministas, a frase continua a ser uma falácia: a generalidade dos pensadores deterministas admite o livre-arbítrio, compatibiliza as leis inflexíveis na natureza física e psicofísica com a liberdade de escolher. A liberdade não existe dentro da malha apertada do determinismo mas existe fora desta, justaposta a ela. Libertismo é apemas uma propriedade comum a um determinismo (moderado) e a um indeterminismo biofísico, não é uma corrente em si mesma.
Carlos Amorim, Catarina Pires e José A.Ribeiro Graça confundem determinismo com fatalismo. É óbvio que estas imprecisões de conceitos mergulham alunos e professores num mundo de paralogismos, de equívocos.
Nota: Para obter um quadro geral inovador, que traçamos segundo o método dialéctico, das teorias referentes ao livre-arbítrio, fatalismo, determinismo e indeterminismo, consultar o artigo de 6 de Maio de 2007 neste blog, intitulado «As diversas teorias sobre o livre-arbítrio e a necessidade (Crítica de Manuais Escolares-XVIII)».
(Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
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