Paul Kleinman, norte-americano formado na universidade de Wisconsin em 2009 com especialização em comunicação e artes nas áreas de rádio, televisão e cinema, não entendeu com precisão o idealismo transcendental de Kant. Autor muito vendido, escreveu as seguintes definições:
«Fenómenos: Segundo Kant, os fenómenos são as realidades ou aparências que são interpretadas pelas nossas mentes.»
«Númenos: Segundo Kant, são as coisas que existem independentemente das interpretações das nossas mentes»
(Paul Kleinman, Filosofia, tudo o que precisa de saber, Jacarandá, pág. 83).
Os fenómenos não são realidades. Árvore, pedra, cão, céu são fenómenos físicos, feitos de matéria (que é pura ilusão) construídos dentro da nossa sensibilidade exterior e interior ou seja nas formas a priori do espaço e do tempo, subjectivas. São, pois, realidades aparentes, coisas para nós. Se o nosso espírito morrer, o mundo material morre com ele, segundo o idealismo. O fenómeno não é apenas uma interpretação de uma realidade, é uma criação desta pela união da sensibilidade (figuras, momentos, etc) com o entendimento (categorias de unidade, pluralidade, totalidade, etc).
Os númenos são objectos ideais, não físicos, incognoscíveis (Deus, Alma Imortal, Liberdade). Kleinman não destaca o carácter físico do fenómeno e o carácter metafísico incognoscível do númeno. Além do mais, ao contrário do que supõe Kleinman, os númenos são susceptíveis de interpretações como se verifica na antinomia da razão «Deus existe, Deus não existe».
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