No seu «Breve diccionario filosófico», escreveu Miguel Angel Quintanilla:
«Para evitar estos problemas, se puede formular el materialismo filosófico de manera que no dependa del concepto físico de materia. Lenin, por ejemplo, defendió en su obra Materialismo y empiriocriticismo que la única propiedad filosóficamente relevante de la materia era su existencia independiente de la conciencia. Sin embargo, de acuerdo con este criterio, el platonismo, que defiende la existencia objetiva de las ideas abstractas, seria compatible com el materialismo. Para evitarlo, hay que evitar la tesis del conceptualismo (las ideas abstractas no tienen una existencia objectiva independiente de la conciencia) y la del monismo o reduccionismo psicológico (la actividad de la conciencia se reduce a la actividad de las neuronas, componentes materiales del cérebro).» (Miguel Angel Quintanilla, Breve diccionario filosofico, Editorial Verbo divino, Pamplona, pag 182-183; a letra a negrito é posta por mim).
Alguma confusão se gera ao ler este pensamento de Miguel Angel Quintanilla. O platonismo defende um mundo de ideias ou formas puras (o Bem, O Belo, o Triângulo, a Esfera, etc) independente da matéria que, inicialmente, estava no caos. Não pode ser materialismo porque este coloca a matéria como fonte primordial do universo e o espírito como um derivado desta. Mas se por materialismo se entender realismo, isto é, doutrina que afirma que as coisas materiais são independentes das consciências humanas, faz sentido o que Quintanilla escreveu acima, ou seja o platonismo ´comportaria realismo/"materialismo" já que o terceiro mundo ou mundo do Outro ou da matéria subsiste independentemente da alma humana e coexiste com o primeiro mundo ou mundo dos arquétipos.
Quanto à definição de conceptualismo dada por Quintanilla, não parece coincidir com a definição dada por Pedro Abelardo que é rotulado de «conceptualista» nos dicionários de filosofia.
Ademais, existe conceptualismo realista - os conceitos existem fora da consciência humana, como é o caso da doutrina de Hegel, em que uma montanha e uma árvore são conceitos da Ideia Absoluta transcendente ao homem - e conceptualismo idealista, distinção de que Quintanilla e a generalidade dos catedráticos de filosofia parecem não se dar conta.
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