Diversos autores supõem que a dedução é extra-experiencial , isto é, a priori, o que não é rigorosamente verdade. E isso leva-os ao seguinte dualismo simplista e falacioso: «os argumentos dedutivos estão fora da experiência, os não dedutivos estão imersos na experiência».

O manual de filosofia «Razão e Diálogo» de J.Neves Vicente, da Porto Editora, adopta a seguinte classificação de tipos de argumentos não indutivos (pag.98):

»1.Argumentos linguísticos

2. Argumentos quase lógicos.

3. Argumentos empíricos

4.Argumentos fundados em lugares comuns

5.Argumentos que apelam a motivos e sentimentos

6.Outros argumentos e manobras falaciosas.»

É uma classificação confusa. A dedução implica, na maioria dos casos, premissas e argumentos empíricos, como por exemplo, a seguinte dedução:

«Os diabéticos baixam a taxa de açúcar no sangue ao receberem insulina. Ontem, o João, diabético, com crise de hiperglicemia, recebeu insulina. Em conclusão, a taxa de açúcar no sangue de João deve ter normalizado».

Este é um raciocínio dedutivo com uma componente indutiva, empírica. Alguém pode negar que esta dedução possui uma vertente empírica? Não se constituiu inteiramente a priori: a sua matéria é a posteriori, ainda que a sua forma possa ser a priori.

f.limpo.queiroz@sapo.pt

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(Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)

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