Se o ser é mais extenso e transcendental, isto é, mais universal, que qualquer género, então é uma matéria, a matéria indeterminada que se divide em sensível e inteligível. Logo o ser puro - ou existência pura, destituída de forma - é uma matéria especial, a proto matéria, ontologicamente anterior à matéria prima sensível de Aristóteles (hylé).
Toda a determinação ou talidade é a impressão, cunhagem ou instalação de uma forma na massa infinita e absolutamente indeterminada que é o ser. Este não é somente um predicado universal de todas as coisas - exemplo: "A Torre de Pisa é (ser)", " Os oceanos são (ser; existem)" - é também o sujeito (hypokeimenon) mais universal de todos. A existência é, portanto, uma matéria - mesmo a existência do pensamento ou de um Nous (espírito universal) independente de toda a matéria física.
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