Designa-se por indução completa a inferência que consiste tão só na enumeração dos elementos de um conjunto que temos diante de nós, de tal modo que não se dá o característico "salto no vazio" da indução (amplificante necessária, probabilística, etc).
Exemplo: «Conto as pessoas presentes nesta sala: o Joaquim, a Carla, o Manuel, a Hermínia, a Fátima, a Dina, a Raquel e o Euclides. Portanto, há oito pessoas nesta sala.»
Estará esta forma de indução no limite entre a dedução e a indução?
Será uma dedução invertida? De facto, a indução completa ou 100% empiricamente verificável (enumeração exaustiva, que não deixa nada de fora) partilha com a dedução a característica de a conclusão estar contida nas premissas, ainda que de modo algo diferente: na dedução, em regra, uma premissa contém, implicitamente, a conclusão, ao passo que na indução completa a conclusão só está implícita no conjunto das premissas.
Poderia construir-se sobre esta situação o seguinte argumento:
«Há 8 pessoas nesta sala. Conto-as e concluo que são o Joaquim, a Carla, o Manuel, a Hermínia, a Fátima, a Dina, a Raquel e o Euclides.»
Que tipo de argumento é este? Dedutivo? Indutivo? Ou misto, dedutivo-indutivo?
Se sei , a priori, que se trata de oito pessoas, parece tratar-se de uma dedução, pois arranca de uma totalidade para as suas divisões particulares mas, ao identificar (reconhecer), uma a uma, as pessoas presentes, não estarei a induzir?
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz
Livraria online de Filosofia e Astrologia Histórica