Aristóteles sustentou, na "Metafísica", que o universal não é essência, isto é forma, nem substância primeira, isto é, objecto individualizado, mas sim qualidade.
«Se não é possível que nenhuma substância seja constituída por universais, já que estes significam algo "de tal qualidade", mas não uma realidade determinada, e se nenhuma substância pode ser tampouco um composto de substâncias efectivamente actualizadas, toda a substância carecerá de composição e, portanto, não haverá definição de substância nenhuma.» (Aristóteles, Metafísica, Livro VII, 1039 a).
Mas o que é o universal ? Há um universal indeterminado - o ser, o uno - e um universal semi indeterminado - o género, como por exemplo, género animal, género vegetal e género mineral. Cada género alberga diversas formas-espécies, mas qual é a forma do género? Não tem forma, na concepção aristotélica. Qual é a forma de animal? Animal tem formas muito distintas entre si.
«Assim, chama-se substância àquilo que não se diz de um sujeito, enquanto que o universal se diz sempre de um sujeito. Acaso será que não pode ser substância como o é a essência, mas, sem embargo, está contido nela, como por exemplo, "animal" está contido em homem e em cavalo? É claro, certamente, que dele haverá definição.» (Aristóteles, Metafísica, Livro VII, 1038 b; o destaque a negrito é posto por mim).
Neste texto acima, Aristóteles exemplifica o género com o conceito de animal e a espécie ou essência com a forma de cavalo.
Assim o universal, genérico ou transgenérico, é um predicado, uma qualidade, mas não uma substância pois esta implica uma forma determinada.
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