Usar um cartão de crédito ou obter um empréstimo para compra de habitação é um acto antecipador de ser. O empréstimo torna presente, confere a categoria de ser (presente) a um projecto ou ideia que se encontrava no não ser. Ao mesmo tempo que corporiza ser na forma de dinheiro emprestado, reenvia esse ser ao futuro - que, aparentemente, é ser em potência - ao pagamento de juros e amortizações que irá tendo lugar em cada um dos próximos meses ou anos.
Assim se detecta como o tempo desloca ser, através do dinheiro e do seu pagamento diferido. O tempo permite distribuir o ser, operacionalizá-lo. Mas é o tempo ser? É o tempo ser em potência ou apenas o invólucro que permite a manifestação do ser?
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