É de «bom» tom para o vulgar filósofo - refiro-me por exemplo, a Bertrand Russell, Karl Popper ou Edgar Morin - e para o grosso dos professores de filosofia, inevitavelmente manipulável, sorrir com desdém, quando alguém defende o determinismo dos astros como gerador dos factos humanos, sociais e individuais, e dos factos não humanos. Evidentemente, estes adversários da astrologia não sabem, sequer, em regra, o que é um signo do Zodíaco - não é, como pensam, um mês do ano, de 21 a 20 do mês seguinte, mas sim um «arco» de 30º da «circunferência» do céu vertebrada pela eclíptica - nem tão pouco sabem a posição de Júpiter, de Marte e da Lua em 27 de Setembro de 2009, por exemplo.
Porém, ninguém demonstrou a inexistência de correlações entre posições planetárias e sismos, revoluções, quedas de governos, conquista ou perda de emprego do indivíduo A ou B, etc. São Tomás de Aquino que, como inteligência pairava muito acima de Popper ou Russell, apesar de enquadrado nos claustros das abadias e universidades medievais, escreveu:
«...Es evidente que los cuerpos superiores influyen en los inferiores. Por eso cuando las faculdades sensitivas ejercen su actividad por organos corporales, es natural que la fantasía se vea afectada de alguna manera por la acción de los cuerpos celestes. De ahí que, como los cuerpos celestes son causa de muchos sucesos futuros, se formen en la imaginación ciertos indicios de futuros acontecimientos.»
(Santo Tomás de Aquino, Suma de Teologia, I, Parte I, Biblioteca de Autores Cristianos, Madrid, pags 790).
«Nada impide que por influencia de los cuerpos celestes algunos estén más dispuestos a la ira, a la concupiscencia o a alguna otra pasión semejante, como pueden estarlo por complexión natural. Ahora bien, la mayoría de los hombres sigue sus pasiones. Por consiguiente, se verifica en la mayoría lo que se anuncia acerca de los actos de los hombres mediante el estudio de los cuerpos celestes.»
(Santo Tomás de Aquino, Suma de Teologia, II, Parte I-II, Biblioteca de Autores Cristianos, Madrid, pags 130; o negrito é nosso).
São Tomás admite aqui que a maioria dos homens obedece ao determinismo astral. Como, na sua grande maioria, as pessoas são pouco reflexivas, seguem o instinto, isto é, influxo energético que os planetas e o sol causam, supostamente, na sua linfa, sangue e sistema nervoso e endócrino - não diferimos assim tanto das ostras ou do girassol nos seus movimentos biológicos.
Logo a previsão de acontecimentos políticos, económicos, etc, a partir do movimento dos planetas - por exemplo: em 27 de Setembro de 2009, dia de eleições legislativas em Portugal, a Lua estará no espaço do céu conhecido por signo de Capricórnio, em posição similar à que ocupou em 1 de Outubro de 1995, dia de vitória do PS em legislativas...- é racional, legítima, assenta na realidade superior.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
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