Em 13 de Janeiro de 2018, com Marte em 21º-22º do signo de Escorpião, Vénus em 23º-24º do signo de Capricórnio, nas eleições diretas no PSD, Rui Rio defronta o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes e sai vitorioso com 54,37% dos votos dos militantes.
Em 4 de Dezembro de 2021, com Marte em 23º-24º do signo de Escorpião, Vénus em 22º do signo de Capricórnio, Rui Rio defronta Paulo Rangel nas eleições para a liderança do PSD.
Creio, baseado na indução, conhecimento fundado na experiência, que Rio derrotará Paulo Rangel em 4 de Dezembro. Ademais, Rui Rio anunciou a sua candidatura a líder nas eleições diretas no PSD em 23 de Outubro de 2021, com Vénus em 16º-17º do signo de Sagitário e em 4 de Dezembro de 2021, dia da eleição, Mercúrio estará em 14º-16º de Sagitário ao passo que Paulo Rangel anunciou candidatar-se a líder em 15 de Outubro de 2021, com Vénus em 8º-9º do signo de Sagitário, o que me parece favorável a Rio.
Karl Popper negaria validade a esta previsão pois negava o método indutivo (pelo facto de vermos apenas 100 ou 100 000 cisnes brancos não impede que haja cisnes verdes) , dizendo que é um método falível, há sempre excepções às leis estabelecidas com base em exemplos extraídos da experiência. Obviamente, induzir uma lei, um resultado, a partir de um único exemplo histórico é arriscado e não posso ter certeza absoluta.
© (Direitos de autor para Francisco Queiroz)
A posição de Vénus em dia de eleições legislativas em Portugal no signo de Capricórnio associa-se a triunfos eleitorais nacionais do PSD e da direita em geral. Ora Vénus reentra no grau 29 de Capricórnio em 1 de Janeiro de 2022 e manter-se-á neste signo até 6 de Março de 2022:
Em 2 de Dezembro de 1979, com Vénus em 4º-5º do signo de Capricórnio, a Aliança Democrática, coligação das direitas PSD, CDS e PPM, vence as eleições legislativas e Portugal.
Em 23 de Janeiro de 2006, com Vénus em 19º-18º do signo de Capricórnio, Cavaco Silva é eleito presidente da república portuguesa, derrotando as esquerdas.
Em 24 de Janeiro de 2016, com Vénus em 0º-1º do signo de Capricórnio, Marcelo Rebelo de Sousa, candidato do centro-direita, é eleito presidente da república portuguesa.
Em 24 de Janeiro de 2021, com Vénus em 19º-20º do signo de Capricórnio, Marcelo Rebelo de Sousa, candidato do centro-direita, é reeleito presidente da república portuguesa.
MARTE AGIRÁ EM SENTIDO INVERSO A VÉNUS
Mas em 24 de Janeiro de 2022, Marte entra no grau 0 do signo de Capricórnio e estará até final de Fevereiro nesse signo (de 270º a 300º de longitude eclíptica ) que, genericamente, parece representar a direita, e a presença de Marte em Capricórnio associa-se a importantes derrotas do PSD e a direita portuguesa:
Em 4 de Dezembro de 1980, com Marte em 9º do signo de Capricórnio, Sá Carneiro, líder do PSD e primeiro-ministro de Portugal, morre, com Adelino Amaro da Costa e mais 5 pessoas, na explosão de uma bomba e queda em Camarate do avião CESSNA em que viajavam.
Em 20 de Fevereiro de 2005, com Marte em 9º-10º do signo de Capricórnio, o PSD liderado por Santana Lopes é clamorosamente derrotado pelo PS de José Sócrates que obtém maioria absoluta de deputados em eleições legislativas.
A oposição entre os efeitos de Marte e de Vénus vê-se no seguinte exemplo:
A) Em 6 de Outubro de 2019, com Vénus em 26º-27º do signo de Balança, o PS de António Costa vence as eleições legislativas com 108 deputados num total de 230.
B) Em 27 de Outubro de 2021, com Marte em 27º-28º do signo de Balança, a proposta de Orçamento Geral do Estado para 2022 é rejeitada por 117 deputados no parlamento, o que implica a queda do governo de António Costa pois não há segunda proposta de OGE e o presidente Marcelo Rebelo de Sousa dispõe-se a dissolver o parlamento e convocar eleições antecipadas. Como disse Marques Mendes na SIC, o responsável da crise foi o PCP que mudou a sua estratégia inaugurada em Outubro de 2015 de apoio a um governo social-democrata (PS) e fez cair este.
É, pois, de certa complexidade, de incerteza, a previsão do resultado das legislativas de 2022 sem conhecer a data exacta da eleição.
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Por definição, o género (genus) engloba várias espécies (eidos). Assim, o género animal engloba, entre outras, as espécies homem, elefante, tigre, golfinho, águia, zebra. Há numerosos géneros na classificação das espécies que são as diferentes correntes de filosofia:
Sendo géneros colaterais, justapostos, que não se excluem mutuamente, é possível que uma dada teoria de um filósofo seja várias destas corremtes: Hegel, por exemplo, é realista ( na medida em que a matéria é independente e anterior à mente humana), espiritualista (ao postular que a Ideia Absoluta ou Deus é a fonte de tudo), racionalista (ao teorizar que o real é racional, obedece à razão divina). Os filósofos cometem frequentemente erros nas suas classificações de teorias. É um erro, por exemplo, colocar apriorismo como intermédio entre racionalismo e empirismo, como faz Hessen. Isto porque há um apriorismo racionalista e um apriorismo empirista (a mente tem estruturas a priori mas está vazia): logo apriorismo não está a meio caminho, mas «acima» destas duas espécies, intersecta parcialmente cada uma delas.
Richard M- Hare opõe intuicionismo a naturalismo ético. Ora na verdade, intuicionismo não se opõe a naturalismo ético. Há um naturalismo ético intuicionista e um naturalismo ético não intuicionista.
São espécies de géneros diferentes: intuicionismo pertence ao género modo de apreensão dos valores e naturalismo pertence ao género região ontológica de valores e, como tal, espécies de géneros distintos não podem ser postas no mesmo pé. Intuicionismo opõe-se a não intuicionismo, ou seja, a racionalismo construtivista dos valores. Naturalismo opõe-se a sobrenaturalismo e a subnaturalismo. Esta divisão naturalismo/ intuicionismo não é verdadeiramente dialética.
in Dicionário de Filosofia e Ontologia, de Francisco Queiroz, pag 218-219
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Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de Fevereiro de 1788- Frankfurt, 21 de Setembro de 1860) o grande filósofo alemão ateu difusor do pessimismo de índole budista e da ideia de que é preferível o nada, a inexistência, a este mundo de dores, escreveu sobre o sono:
«Que no verão uma pessoa tenha menos energia espiritual que no inverno explica-se parcialmente porque no verão se dorme menos: pois quanto mais profundamente se dorme tanto mais perfeito desperto, ou seja, desinflado se está depois. Mas isto não deve induzir-nos a prolongar o sono mais do que é conveniente porque então perde em intensão, isto é, em profundidade e consistência o que ganha em extensão...»
Schopenhauer, El mundo como voluntad y representación, 2º volume, Alianza Editorial, Madrid, pag 321)
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Schopenhauer (Danzig, 22 de Fevereiro de 1788- Frankfurt, 21 de Setembro de 1860) o grande filósofo alemão ateu difusor do pessimismo de índole budista e da ideia de que é preferível o nada, a inexistência, a este mundo de dores, exaltou a vontade de viver ou coisa em si, incognoscível na raíz, como a força geradora da vida e comportamento de cada homem ou animal. Para Kant a coisa em si eram os númenos Deus, alma imortal, liberdade, mundo como totalidade. Schopenhauer escreveu ao indicar a igualdade de afectos e inclinações entre um animal muito astuto e um homem muito limitado:
«Estas considerações explicam que a vontade é o primário e substancial em todos os seres animais, enquanto que, pelo contrário, o intelecto é o secundário e acessório, um mero instrumento ao serviço da primeira, instrumento que será mais ou menos perfeito e complicado segundo as exigências de tal serviço.»
(Schopenhauer, El mundo como voluntad y representación, 2º volume, Alianza Editorial, Madrid, pag 268)
Schopenhauer disse ter ido mais longe que Kant ao estabelecer que a vontade, coisa em si, incognoscível, é a criadora dos fenómenos (objectos e situações, reais só aparentemente). Mas parece não ter dado relevo ao facto de Kant sustentar que na génese dos fenómenos (árvore, montanha, gato, nuvem, corpo humano, etc.) está o estímulo dos númenos sobre a sensibilidade a priori, constituída de espaço e de tempo que vão dar forma à matéria nascida do impacto do númeno sobre a sensibilidade do sujeito. Portanto em ambos os filósofos é o númeno ou coisa incognoscível o causador inicial do mundo fenoménico, ainda que Schopenhauer designe esse númeno por Vontade.
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Com a pretensão de se apresentar como o criador da mais elaborada e filosófica doutrina do tempo, Martin Heidegger falsificou a teoria do tempo de Aristóteles. Também Kant falsificou a posição idealista de George Berkeley para atacar e superar este na opinião pública: Kant usou a frase de Berkeley de que «o espaço é impossível», descontextualizando-a, para ridicularizar o próprio Berkeley e classificá-lo de idealista dogmático, e para se apresentar com uma teoria original, quando ele mesmo, Kant, perfilhou a mesma tese idealista de Berkeley de que «o espaço é impossível em si mesmo», isto é, fora da mente humana. Os filósofos e os aspirantes a filósofos não escapam à vaidade de serem prestigiados, de "ficarem na história" e, com certa frequência, adulteram as ideias dos seus opositores ou apropriam-se delas dando-lhes uma nova roupagem.
Sobre o tempo, Aristóteles é mais claro e mais profundo no seu livro Física do que Heidegger em O Ser e o Tempo, livro este que pretende ser uma réplica e uma superação da Física.
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Referindo-se aos que interpretam o tempo a partir do movimento dos ponteiros do relógio, Heidegger escreveu:
«O tempo é o numerado que se mostra no seguir, apresentando e numerando, o ponteiro peregrinante, de tal maneira que o apresentar se temporaliza na sua unidade extática com o reter e o estar na expetativa patentes no horizonte do anteriormente e do posteriormente. Mas isto não é outra coisa que a interpretação ontológico-existenciária a definição que Aristóteles dá do tempo: «Isto, a saber, é o tempo, o numerado no movimento com que se depara no horizonte do anteriormente e do posteriormente.» (Aristóteles, Física, Livro IV, 219b, 2).(...) A origem do tempo assim patente não constitui para Aristóteles nenhum problema.» (...)
«Toda a dilucidação posterior do conceito de tempo atém-se fundamentalmentre à definição aristotélica, quer dizer, faz do tempo um tema naquela forma em que se mostra no "cuidar de" , "olhando em redor". (...) Ao apresentar o móvel no seu movimento, diz-se: "agora aqui", "agora aqui" e assim sucessivamente. O numerado são os agoras. E estes mostram-se "em cada agora" como "em seguida já não"
«O tempo resulta compreendido como "um atrás do outro", como "fluxo" dos agoras, como "curso do tempo". (Martin Heidegger, El ser y el tiempo, pag 454, Fondo de Cultura Económica; o negrito é posto por mim).
Heidegger falsifica a posição de Aristóteles ao dizer que este descreve o tempo como uma linha contínua feita de agoras em contiguidade uns com os outros e que a sua concepção do tempo não constitui nenhum problema, é ingénua. É falso, como se pode ver pelas citações abaixo da Física de Aristóteles.
ARISTÓTELES NEGA QUE O TEMPO SEJA FORMADO DE "AGORAS", AO CONTRÁRIO DO QUE DELE DIZ HEIDEGGER
Heidegger acusa Aristóteles de nivelar os momentos do tempo, dizendo:
«Na interpretação vulgar do tempo como sequência de agoras falta assim a databilidade como também a significatividade» :
«A constituição horizontal-extática da temporalidade, em que se fundam a databilidade e a significatividade do agora, resulta nivelada por obra desse encobrimento.» (Heidegger, El Ser y el Tiempo, pag 455).
Não se descortina como esta crítica possa atingir a textura da teoria aristotélica do tempo. Sem embargo de alguma oscilação de posição, Aristóteles não inclui o "agora" (nyn) ou instante no tempo: antes concebe o "agora" como um limite, indivisível, entre o passado e o futuro que constituem o fio do tempo. Portanto, Aristóteles defende a descontinuidade entre o agora e o passado e o agora e o futuro. Não se vê, com clareza, onde está o tal nivelamento do tempo em Aristóteles que Heidegger denuncia. O senso comum possui uma concepção atomística do tempo (este seria uma soma de agoras) mas não é essa a concepção de Aristóteles que torna o tempo semisubjetivo ou fenomenológico:
«Ademais, se o que nos permite dizer que uma coisa se moveu na totalidade do tempo AC, ou em qualquer outro tempo, é o facto de tomar o extremo desse tempo, a saber, um "agora" (pois o "agora" é o que delimita o tempo e o que se encontra entre dois "agoras" é tempo).» (Aristóteles, Fisica, Livro VI, 237a , 1-5).
«Assim, pois, enquanto limite, o agora não é tempo, mas um acidente deste; mas, enquanto numera, é número.» (Física, Livro VI, 220a, 20)»
Se o "agora" é um acidente do tempo, significa que não é a essência deste. Há um movimento não local, não espacial, no tempo que o agora não incorpora, porque é estático. E prossegue Aristóteles:
«O "agora", considerado em si mesmo e primariamente, não em sentido derivado, quer dizer, como um lapso de tempo, é também necessariamente indivisível, e como tal é inerente a todo o tempo. Pois o "agora" é de algum modo o limite extremo do passado e nele não há nada de futuro, e é também o limite extremo do futuro e nele não há nada do passado; justamente por isso dizemos que é o limite de ambos. Quando se tiver demonstrado que é em si tal como o descrevemos, e que é um e o mesmo, ficará claro que o "agora" é indivisível.» (Aristóteles, Física, Livro VI, 233b, 30-35, 234 a, 1-59; o negrito é posto por mim).
O desmentido mais contundente da interpretação falaciosa de Heidegger sobre Aristóteles é dado por esta citação:
«Mas ainda que o tempo seja divisível, algumas das suas partes já foram, outras estão por vir, e nenhuma "é". O agora não é uma parte, pois uma parte é a medida do todo, e o todo tem que estar composto de partes, mas não parece que o tempo esteja composto de agoras. (...) Porque há que admitir que é tão impossível que os agoras sejam contíguos entre si, como um ponto o seja com outro ponto. Então se não se destruísse no seguinte agora, mas sim em outro, existiria simultaneamente com os infinitos agoras que há entre ambos, o que é impossível.» (Aristóteles, Física, Livro IV, 218 a, 5-10; 15-20; o negrito é posto por mim).
«O tempo não está composto de "agoras", nem uma linha de pontos, nem tampouco um movimento em ato de movimentos já cumpridos, pois quem afirme o anterior não faz senão supor que o movimento está composto de átomos de movimento, como se o tempo estivesse composto de "agoras" ou a magnitude de pontos.» (Aristóteles, Física, Livro VI, 241 a, 1-5; o negrito é posto por mim).
O tempo é contínuo, divisível até ao infinito e é número de movimento. É como uma linha, possui duração - o passado tem uma duração experienciada, enquanto há notícia dela, e o futuro possui uma duração ainda em potência - e o agora é como um ponto que divide a linha do tempo. Ora uma linha não é, em rigor, um conjunto de pontos porque um ponto não possui extensão: do mesmo modo o tempo, que é duração, não é um conjunto de agoras, cada um dos quais não tem duração. Assim, para Aristóteles, o tempo é numeração movente entre os agoras - o agora é formalmente sempre o mesmo, o limite, mas substancialmente, no seu conteúdo, altera-se a cada fração de segundo - e não, como diz Heidegger, um fluxo formado de agoras.
Ao contrário do que diz Heidegger, apresentando Aristóteles como defensor do tempo como um "fluxo" de "agoras" ou instantes presentes, o tempo é como um segmento de reta entre dois agoras ou uma linha reta lançada para trás a partir do limite que é o agora .
«O tempo é, pois, contínuo pelo agora e divide-se no agora, mas também sob este aspeto segue a deslocação e a coisa deslocada» (Física, Livro IV, 220a, 5-10).
Esta frase, para ser compatível com a tese de que o tempo não se compõe de agoras, pode ser interpretada neste sentido: o tempo é composto de passado e futuro, descontínuos entre si, um já morto (o passado) o outro ainda por nascer (o futuro) separados pelo agora que faz nascer o tempo, incessantemente.
«O agora é a continuidade do tempo, como já dissemos, pois enlaça o tempo passado com o tempo futuro e é o limite do tempo ...(Física, )
Ocorre-me ser possível comparar o agora com as fotografias da fita de celulóide que a máquina de projeção cinematográfica faz correr e o tempo com o filme. As fotos ("agoras") delimitam o filme, que é movimento .
A Física de Aristóteles é rica em definições precisas:
«Entendo por "contínuo" o que é divisível em divisíveis sempre divisíveis; e se temos por assente que isto é a continuidade, então o tempo tem que ser necessariamente contínuo» (Física, Livro VI, 232b, 20-25).
UMA CONCEPÇÃO FENOMENOLÓGICA E UMA CONCEPÇÃO REALISTA EM ARISTÓTELES: TEMPO E ALMA SÃO INDISSOCIÁVEIS E TEMPO É A MEDIDA DO MOVIMENTO DA ESFERA
A meu ver, a concepção do tempo em Heidegger não constitui nenhum passo adiante em relação à concepção aristotélica do tempo, mal compreendida ou intencionalmente falsificada pelo filósofo alemão. Ora Heidegger escreveu:
«O tempo tornado público na medição do mesmo não se converte de maneira alguma em espaço por obra de datá-lo mediante relações métricas espaciais. » (Heidegger, El Ser y el Tiempo, Fondo de Cultura Económica, Madrid, pag 450).
Aristóteles não converteu o tempo em espaço. E Heidegger prossegue:
«"O tempo" não está "diante dos olhos" nem no "sujeito" nem no "objeto", nem "dentro" nem "fora", e "é" anterior a toda a subjetividade e objetividade representa a própria condição de possibilidade de este "anterior". Tem em geral "um ser"? E se não tem, é um fantasma ou é mais que todo o ente possível? (...) Antes de tudo, trata-se de compreender que a temporalidade, enquanto horizontal-extática, temporaliza o que chamamos um tempo mundano, que constitui a intratemporalidade do "à mão" e do "diante dos olhos". Mas então estes entes nunca podem chamar-se "temporais" em sentido rigoroso. São intemporais, como todos os entes que não têm a forma de ser do "ser-aí", dêem-se, gerem-se e corrompam-se "realmente" ou subsistam "idealmente" .» (Heidegger, ibid, pag 452),
O que Heidegger nos oferece é uma interpretação do tempo inspirada nas doutrinas de Kant - o tempo é criado pelo sujeito, não existe fora dele - e de Bergson - há um tempo psicológico interno, duração pura, diferente do tempo dos relógios. A temporalidade existenciária, mecanismo oculto, obscuro e profundo do "ser", na doutrina de Heidegger, não é senão a forma a priori do tempo, na doutrina de Kant, que «temporaliza» isto é introduz a "aparência empírica temporal" nos fenómenos: o café de há minutos atrás, a rosa ressequida de há cinco dias, etc. Heidegger admite que os objetos são intemporais, estão fora do tempo à maneira de arquétipos em Platão ou das essências eternas em Aristóteles situadas em nenhum lugar, ou de númenos em Kant.
Aristóteles parece ser mais preciso que Heidegger sobre a natureza do tempo. Começa por atribuir-lhe um ser próprio que não é a mudança visto que esta é um sair fora de si e o tempo não sai de si mesmo senão no "agora".
«Todas as coisas se geram e destroem no tempo. Por isso, enquanto alguns diziam que o tempo «era o mais sábio», o pitagórico Parón chamou-lhe com mais propriedade «o mais néscio», porque no tempo esquecemos. É claro, então, que o tempo tomado em si mesmo é mais causa de destruição do que de geração, como já se disse antes, porque a mudança é em si mesmo um sair fora de si, e o tempo só indirectamente é causa de geração e de ser. Um indício suficiente disso está no facto de que nada se gera se não se move de alguma maneira e actua enquanto que algo pode ser destruído sem que se mova e é sobretudo de esta destruição de que se costuma dizer que é obra do tempo. Mas o tempo não é a causa disto, mas dá-se o caso de que a mudança se produz no tempo.» (Física, Livro IV, 22b, 15-25).
A tese «o tempo só indiretamente é causa de geração e ser» é profunda e desafia o senso comum. Heidegger passou em claro isto, apostado que estava em liquidar a doutrina de Aristóteles. A concepção realista do tempo, em Aristóteles, não é um realismo ingénuo mas um realismo crítico nos umbrais da fenomenologia:
«É também digno de estudo o modo segundo o qual o tempo está em relação com a alma e por que razão se pensa que o tempo existe em todas as coisas, na terra, no mar e no céu. Acaso porque o tempo é uma propriedade ou um modo de ser do movimento, já que é o seu número, e todas essas coisas são movíveis, pois todas estão em lugar, e o tempo e o movimento estão juntos tanto em potência como em ato?»
«Quanto à primeira dificuldade, existiria ou não o tempo se existisse a alma? Porque se não puder haver alguém que numere tão pouco poderia haver algo que fosse numerado, e por consequência não poderia existir nenhum número, pois o número é o numerado ou o numerável. Mas se nada que não seja a alma, ou a inteligência da alma, pode numerar por natureza, resulta impossível a existência do tempo sem a existência da alma, a menos que seja aquilo que quando existe o tempo existe, como seria o caso se existisse se existisse um movimento sem que exista a alma; haveria, então, um antes e um depois no movimento, e o tempo seria estes enquanto numeráveis.» (Aristóteles, Física, Livro IV, 223 a, 15-30; o negrito é colocado por mim).
Neste pensamento acima Aristóteles esboçou as duas hipóteses: a fenomenológica, isto é, o tempo só existe se existir a alma que o concebe; a realista, o tempo existe como número do movimento (circular), isto é, objetivamente, mesmo que não exista a alma humana, a mente.
«Em sentido absoluto, o tempo é número de um movimento contínuo, não de uma qualquer classe de movimento.» (Física, 223 b, 1-5)
«.. então o movimento circular uniforme é a medida por excelência, porque o seu número é o mais conhecido. Nem a alteração nem o aumento nem a geração são uniformes, só a deslocação o é. Por isso pensa-se que o tempo é o movimento da esfera, porque por este são medidos os outros movimentos, e o tempo por este movimento.» (Física, 223 b, 15-25).
Aristóteles definiu o tempo como o número do movimento circular - e note-se que há números finitos e infinitos, pelo que a definição é muito rica - mas Heidegger nem isso conseguiu, remetendo a noção de tempo para o mecanismo obscuro do tempo originário situado no ser-aí (cada homem, na sua existência) - que equivale à alma, em Aristóteles, potência que numera - ou no ser em geral. A vaidade de Heidegger, plasmada, ademais, na construção de um discurso difícil de perceber, e com ambiguidades importantes, impediu-o de reconhecer a inteligência e a criatividade superiores de um filósofo que, vinte e três séculos antes, foi maior que ele: Aristóteles, talvez a maior inteligência de toda a história da filosofia.
in Dicionário de Filosofia e Ontologia, de Francisco Queiroz, pags 461-466
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O fascismo médico.farmacêutico foi adotado em Itália. Lemos na euronews sobre os protestos em Roma em 9 de Outubro de 2021 em defesa da liberdade de não ser infectado pela vacina do Covid:
«Acaba com confrontos a manifestação em Roma contra a exigência de um passaporte Covid-19 para trabalhar em Itália. A polícia usa canhões de água e gás lacrimogéneo para travar uma marcha que seguia a caminho do gabinete do primeiro-ministro, no Palácio Chigi. Os manifestantes tentaram também arrombar a sede da CGIL, a confederação sindical que aceitou a exigência do governo italiano.A partir da próxima sexta-feira, 15 de Outubro, é obrigatório apresentar o chamado "Passe Verde" em todas as empresas, públicas ou privadas. As multas são pesadas para patrões e trabalhadores. Os funcionários públicos arriscam mesmo ficar suspensos.O documento atesta que o portador já levou pelo menos uma dose de vacina da Covid-19, recuperou do vírus nos últimos seis meses, ou testou negativo nas últimas 48 horas.»
Citando a revista «Visão» :
«No centro da capital de Itália, os manifestantes contestaram a obrigação de apresentar, a partir de 15 de outubro de 2021, o passe sanitário, que inclui um certificado de vacinação, prova de recuperação após contrair covid-19 ou um teste negativo, em todos os locais de trabalho, isto depois de ter começado a ser exigido em agosto para museus, eventos desportivos e refeições em restaurantes.
«Há mais de três semanas, o chefe do Governo de Itália, Mario Draghi, anunciou a extensão da obrigação do passe sanitário a todos os locais de trabalho, passível de suspensão de salário para funcionários que se recusem a cumprir. A medida já era obrigatória para todo o pessoal médico e docente.
“Fomos ambos suspensos há dois meses”, disseram à agência France-Presse (AFP) Cosimo e Morena, enfermeiros na casa dos 40 anos, que contaram que têm problemas imunológicos e alérgicos e foram dispensados da vacinação pelo médico de família, mas continuaram suspensos do trabalho, sem remuneração.»
E a imprensa mundial vendida aos reptilianos de aparência humana classifica de extrema direita a oposição à vacinação, o que é uma mentira muito grave. O corpo é de cada um de nós, podemos e devemos recusar infectá-lo com alumínio, mercúrio, vírus Covid e detergentes químicos de cozinha incluídos na vacina. Eles não divulgam a toxicidade de que são feitas as vacinas porque milhões as recusariam. Em Portugal, o Dr. Fernando Nobre, ex presidente da AMI e candidato à presidência da república em 2006 e muitos outros médicos, enfermeiros e cidadãos diversos, são censurados ou alvo de destituições e processos judiciais em Portugal por se oporem e desmascararem a vacinação. Ao invés, o governador do Texas, o republicano Gregg Abbott, anunciou em 11 de Outubro que proibiu a exigência da vacina contra a covid-19 para qualquer entidade daquele estado do sul dos Estados Unidos, incluindo empresas privadas que forçavam os trabalhadores a receber a infeção da vacina.
A direita conservadora, em que se incluem Greg Abbott, Bolsonaro e Trump, mas não André Ventura, cúmplice de António Costa, Rui Rio, Jerónimo e Catarina Martins nesta matéria, defende as liberdades individuais ao passo que o centro-direita e as esquerdas participam nesta intoxicação mundial dos povos, nesta escravização dos povos à vacina que nos entra no sangue e lhe altera a composição.Os direitos à objeção de consciência e a dispor do seu próprio corpo sem maus tratos e torturas desaparecem ante as imposições pseudo científicas governamentais. Nem o Tribunal da Santa Inquisição chegou tão longe.
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Quem é Nossa Senhora, figura luminosa transcendente, Mãe de Jesus, no universo católico? Existe? É uma deusa ou mensageira de Deus de natureza maravilhosa absolutamente estranha à dos humanos, como diz a igreja católica, ou é um ser belíssimo quase físico, ovniológico, de uma civilização extraterrestre energeticamente diferente do ser humano e superior a este? Em ambos os casos vincula-se a milagres de cura.
No seu excelente livro «As outras Fátimas» escreve Joaquim Fernandes:
«Amélia da Natividade Rodrigues Fontes morava em Vilar Chão, concelho de Alfândega da Fé,. Tinha 16 anos quando caiu de cama com repugnantes sintomas. A perna direita adquirira um volume descomunal e o braço esquerdo engrossara de forma extraordinária. Em volta da boca, uma horrível chaga de aspecto supurava sem cessar, e o pus nauseabundo escorria para os lábios, penetrando-lhe na boca .»
«No dia 25 de Maio de 1946, a moribunda revelou ao padre da freguesia que «A Virgem Maria lhe tinha aparecido», o que levou o sacerdote a aconselhar-lhe que lhe pedisse a cura para o seu terrível mal. No dia seguinte, a jovem declarava-se curada da perna direita. Um dia depois, era o braço esquerdo que sarava por sarado.Por fim a cura também a libertava da ferida que a envolvia,,,»
«A medicina tinha-se considerado impotente para debelar o mal que afligia Amélia, limitando-se a concordar que, inevitavelmente, ceifaria aquela vida juvenil.. se um milagre entretanto não sobreviesse. Para espanto de todos, «menos da miraculada que não lhe ignorava a causa» e o fez constatar «cumprindo ordens emanadas do céu».
Joaquim Fernandes, «As outras Fátimas», Manuscrito, pags. 168-169.
Não duvido que tais aparições ocorreram. Há muitos testemunhos de semelhantes fenómenos. Mas estarão essas apariçoes ligadas a ovnis que transportam a belíssima Virgem e faziam ruído de abelhas na proximidade de Esta Entidade como sucedeu em Fátima em 1917? Há uma história de alguém com doença grave que foi introduzido em um OVNI e ficou curado instantaneamente.
A opinião do investigador britânico David Icke, tal como a das igrejas evangélicas cristãs que negam a transcendência e a assunção de Maria ao Paraíso, é diferente. Icke apresenta a Virgem Maria de modo negativo, e os ovnis e osnis, de um modo geral, como meios de transporte de seres extraterrestres reptilianos que viveriam no interior da Terra ou viriam do espaço sideral para dominar e infectar a humanidade o que já sucederia através dos círculos iluminatti (Rainha Isabel e príncipe Carlos do Reino Unido, George W.Bush, Barack Obama, George Soros, Henry Kissinger, Angela Merkel, Bill e Melinda Gates, a Organização Mundial de Saúde, o Fundo Monetário Internacional, os grandes bancos, etc) .
Na bibliografia deste livro de Joaquim Fernandes omite-se o livro extraordinário de Seomara Veiga Ferreira, «As aparições em Portugal desde o século XV, os emissários do desconhecido», da Editora Relógio de Água, o melhor estudo nesta matéria. Porquê?
Encontram-se à venda na livraria «Modo de Ler», Praça Guilherme Gomes Fernandes, centro da cidade do Porto, as nossas 0bras:
Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e Equívocos dos Filósofos, de Francisco Limpo Queiroz,
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Astrología y guerra civil de España de 1936-1939
A lógica proposicional é uma pseudo ciência. Considera formalmente errado o seguinte silogismo condicional modus ponens porque diz que «a segunda premissa não pode repetir o consequente, isto é, a segunda parte da premissa maior»:
«Se estou Lisboa visito a Torre de Belém.
«Visito a torre de Belém.
«Logo, estou em Lisboa.»
Que há de logicamente errado nisto? Nada. A torre de Belém está contida na cidade de Lisboa. Deveria pois o enunciado deste silogismo dizer que no caso do segundo termo (consequente) da premissa maior estar incluído no antecedente da mesma (como a espécie se inclui no respectivo género ou o indivíduo na respectiva espécie; exemplo: a torre de Belém é substância individual que faz parte da espécie Lisboa) é formalmente correcto repetir na segunda premissa o consequente da primeira premissa. E assim se confirma verdadeira em muitos casos a seguinte regra que se considera falácia na lógica proposicional:
P ⇒ Q
Q
∴ P
Também segundo a lógica proposicional em vigor é uma «falácia o seguinte silogismo modus tollens porque a premissa menor não contém uma negação»:
«Se sou espanhol, não sou português.
Sou português.»
Logo, não sou espanhol.»
Que vício há neste silogismo? Nenhum. Foi Aristóteles quem primeiro criou estas fórmulas? Se foi, errou. Está correta a seguinte fórmula, que aos alunos é ensinada como sendo «falácia», como se vê no exemplo acima:
P ⇒ ~Q
Q
∴ ~P
Assim, o modus ponens e o modus tollens só se distinguem pelo facto de o primeiro ter a premissa maior, inicial, em modo afirmativo e a conclusão em modo afirmativo e o segundo ter a premissa maior, inicial, em modo negativo e a conclusão em modo negativo.
Os exemplos concretos desmistificam esta lógica proposicional que é o vazio da filosofia, a anti filosofia refugiada no abstracto, decorada por milhões de alunos manipulados por professores superficiais, impensantes.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
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Habitualmente, designa-se o utilitarismo de Mill como uma doutrina ética consequencialista opondo-o à chamada ética deontológica que, para a generalidade dos autores, tem como expoente máximo a ética de Kant. Se meditarmos com profundidade, descobrimos que há um erro nesta divisão não dialéctica: consequência e dever não são contrários entre si, consequencialismo e deontologia não se opõem, complementam-se até numa mesma teoria.
Se Kant formulou o imperativo categórico como imperativo do dever (deón: corrente, em grego), Mill formulou o imperativo da maximização altruísta do prazer assente no princípio da imparcialidade.
«No entanto, não parece que tenha de considerar-se a imparcialidade em si mesma como um dever, mas antes como um instrumento para outro dever; porquanto se admite que o favor e a preferência nem sempre são censuráveis, e, na realidade, os casos em que se condenam constituem mais uma excepção do que uma regra. »(John Stuart Mill, Utilitarismo, pag 74, Atlântida, Coimbra, 1961; o negrito é posto por mim).
A imparcialidade subordina-se à felicidade do maior número, na ética de Mill, ao contrário da ética de Kant em que a imparcialidade é um valor absoluto, por cima de todos, mesmo que gere infelicidade. Mill tem uma visão dialéctica - eivada de variação, movimento, consoante o tempo e a rede de correlações materiais, sociais, etc - ao passo que Kant tem uma visão antidialéctica, estática, rígida.
Mill escreveu sobre o princípio-dever dos utilitaristas:
«Porquanto este critério (utilitarista) não é o da maior felicidade do próprio agente mas o da maior soma de felicidade geral.»(John Stuart Mill, Utilitarismo, pag 27, Atlântida; o negrito é posto por mim).
«Proceder como desejaríamos que procedessem connosco, e amar o próximo como a nós mesmos - eis o ideal de perfeição da moral utilitarista. Como meios para conseguir a mais exacta aproximação deste ideal, o utilitarismo exigiria, em primeiro lugar, que as leis e disposições sociais colocassem a felicidade, ou (como praticamente podemos chamar-lhe) o interesse, de cada indivíduo, tanto quanto possível em harmonia com o interesse da comunidade; e, em segundo lugar, que a educação e a opinião, que tão vasto poder têm sobre o carácter humano, usassem desse poder para incutir na mente de cada indivíduo uma associação indissolúvel entre a sua própria felicidade e o bem de todos» (ibid, pag. 34-35; o negrito é posto por mim).
Os deveres do utilitarismo de Stuart Mill são, portanto:
1) Assegurar o prazer e uma existência digna à maioria - se não for possível à totalidade - das pessoas envolvidas numa dada situação (princípio da maior felicidade), através de regras e preceitos e de uma solução "ad hoc" eficaz. fruto de uma análise adequada da situação concreta.
2) Difundir os bons princípios ou preceitos do amor e da solidariedade universal que agilizam o princípio da Maior Felicidade, entre os quais o de a felicidade de cada um não dever ser egoísta mas implicar-se em expandir a felicidade aos outros e dos outros .
No fundo, o dever do utilitarista é realizar a felicidade para o maior número de pessoas. Isso é deontologia, fundada no princípio do prazer.
A ética de Mill é, sem dúvida, uma ética deontológica hedonista, se por hedonismo entendemos a filosofia que identifica o bem com o prazer,e o mal com a dor, de um ou muitos indivíduos. A ética de Kant, tal como a dos estóicos, é uma ética deontológica não hedonista, isto é, ascética, justiceira e, por vezes, dolorista.
A ética de Kant é, ao contrário do que se diz, uma ética consequencialista: ela visa não apenas o método da acção mas a consequência desta, que é irradiar um conteúdo, indeterminado a priori, sobre toda a humanidade. Trata-se de um consequencialismo formal - «ou comem todos ou não há moralidade» em linguagem popular - que, em cada caso individual, se transforma em consequencialismo material ou substancial.
É, de facto, um pouco idiota supor que Kant não visava finalidades, consequências, nas máximas (princípios subjectivos de cada indivíduo) elevadas a lei moral. Não é pelo aspecto consequencialista que as éticas de Kant e Mill se distinguem, essencialmente.
in «Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e equívocos dos filósofos», de Francisco Queiroz, págs 503-504
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