O manual de filosofia " Ágora 10", da Porto Editora, da autoria de Susana Teles de Sousa, Isabel Pinto Ribeiro e Rui Areal contém várias confusões conceptuais.
A TOLERÂNCIA NÃO É RELATIVA ÀS SOCIEDADES?
Expondo o argumento da tolerância, diz o manual:
«A tolerância é um valor objetivo, não é um valor relativo às sociedades. Se o juízo moral de que devemos ser tolerantes fosse apenas relativo à nossa sociedade, seria aceitável que outras sociedades fossem intolerantes. Mas isso é inaceitável. Por isso, esse juízo não é apenas relativo à nossa sociedade. »(...)
«O relativismo permite a existência de sociedades, que são intolerantes, que atentam contra o bem-estar do ser humano, e que são imunes à crítica. Mas não podemos tolerar sociedades que são, elas próprias, intolerantes.»
(Susana Teles de Sousa, Isabel Pinto Ribeiro e Rui Areal " Ágora 10", da Porto Editora, pág. 163; o destaque a negro é posto por nós).
A incoerência desta conceptualização é visível: opõe o conceito de objectivo entendido como universal e absoluto, invariável, ao conceito de objectivo como norma ou valor dominante em cada sociedade. Ora, objectivo pode ter estes dois sentidos, o de validade universal absoluta e o de validade dentro de uma só sociedade (por exemplo: é objetivo que na Bélgica o voto dos cidadãos em eleições nacionais é obrigatório).
Ao contrário do que o texto acima diz, a tolerância é um valor relativo às sociedades além de, numa perspectiva platónica, ser um ideal universal como pretendem os autores. Aliás, mais abaixo, estes falam em sociedades intolerantes. Ora se estas últimas existem é porque há sociedades tolerantes, logo a tolerância é relativa a cada sociedade.
Quando no texto acima se afirma que «O relativismo permite a existência de sociedades, que são intolerantes, que atentam contra o bem-estar do ser humano, e que são imunes à crítica», a formulação é imperfeita: o relativismo, doutrina segundo a qual os valores variam de sociedade a sociedade ou de classe a classe social e de etnia a etnia dentro de cada sociedade, não permite, constata a existência de diversidade. Provavelmente, os autores interpretam relativismo como cepticismo nivelador («Não é possível chegar à verdade visto haver tanta diversidade»).
O SUBJETIVISMO RESPEITA AS DIFERENTES OPINIÕES? SÓ ALGUM, NÃO TODO.
Sobre o subjetivismo diz o manual:
«2.Argumento do respeito pela liberdade moral
«O subjetivismo promove o respeito entre as pessoas com convições morais diferentes. Na base da moralidade subjetivista está a liberdade de expressão dos sentimentos morais de cada um. Não há juízos morais objetivamente certos ou errados, porque todos são legítimos e exprimem apenas diferentes avaliações morais. Temos de aceitar e respeitar a expressão livre da individualidade de cada um, ainda que discordemos dela.»
(Susana Teles de Sousa, Isabel Pinto Ribeiro e Rui Areal " Ágora 10", Porto Editora, pág. 153).
A definição aqui dada não exprime em toda a sua essência o que é subjetivismo, falseia este em parte. Subjetivismo é a teoria que sustenta que a verdade é íntima a cada pessoa e de algum modo ou em certa medida é intransmissível às outras pessoas. Ora há dois tipos de subjetivismo: monocêntrico e policêntrico.
Aquele que o manual define é o policêntrico: há múltiplos centros de verdade, um em cada pessoa, e temos de os respeitar a todos porque a verdade é fragmentada, variável pela individuação. Mas há o subjetivismo monocêntrico, dogmático, desafiador que se arroga como único detentor da verdade que os autores do manual e a filosofia analítica não concebem. Exemplo: «Vários políticos portugueses são seres reptilianos, annunaki, com um duplo código genético, humano e réptil, e, em privado, transformam-se em lagartos gigantes, só eu tenho esta intuição, subjetiva e verdadeira, todos os outros não pensam assim porque são subjetividades enganadas pela matrix ou realidade aparente.»
NENHUM TEMA VERDADEIRAMENTE FRACTURANTE COMO SERIA EXIGÍVEL EM FILOSOFIA
Estes manual e estes autores são meros instrumentos de propaganda da redutora filosofia oficial: a filosofia analítica, com a sua errónea lógica proposicional (só mentes estúpidas dizem que «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» é diferente na estrutura lógica de «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa»). Fazem o discurso politicamente correcto, longe dos "extremismos", se exceptuarmos a dúvida hiperbólica cartesiana ou a teoria das conjecturas e refutações de Karl Popper. Não são filósofos mas funcionários de uma medíocre filosofia com a qual moldam a mente de alunos inteligentes.
Nenhum texto sobre astrologia histórica e não falta assunto filosófico: se o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 25 de Abril de 1983, com Júpiter em 9º do signo de Sagitário, e venceu as eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995, com Júpiter em 10º do signo de Sagitário, e venceu as eleições de 6 de Outubro de 2019, com Júpiter em 18º-19º do signo de Sagitário, poderá dizer-se que Júpiter no signo de Sagitário (arco de 240º a 270º do Zodíaco) gera necessariamente vitórias do PS?
Nenhum texto questionando a vacinação e é tão oportuno fazê-lo.David Icke escreveu. «O processo de fabricação de vacinas inclui o uso de macacos, embriões de frangos e fetos humanos, além de estabilizadores como a estreptomicina, o cloreto de sódio, o hidróxido de sódio, o alumínio, o cloridrato, o sorbitol, a gelatina hidrolisada, o formaldeído,e um derivado do mercúrio chamado timerosal ...» (David Icke, «La conspiración mundial y como acabar con ella», Ediciones Obelisco, Barcelona, pag 819).
Os autores deste manual, como bons servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.
Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. Os autores deste manual de filosofia são estrangeirados, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:
«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»
«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)
«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»
(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136)
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Nota- O autor deste blog está disponível para ir a escolas e universidades dar conferências filosóficas ou participar em debates.
© (Copyright to Francisco Limpo de Faria Queiroz)
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O manual de filosofia " Do outro lado do espelho", da Raíz Editora, da autoria de Adília Maia Gaspar e António Manzarra, com revisão de João Sàágua, contém várias confusões conceptuais.
EQUÍVOCAS DEFINIÇÕES DE LIBERTISMO E DETERMINISMO MODERADO
Lê-se no manual:
«O libertismo traduzido por libertarianismo ou ainda libertarismo (libertarianism) é a perspectiva que defende a existência do livre-arbítrio, opondo-se deste modo à corrente determinista, e por isso rejeita a ideia de haver compatibilidade entre elas. Segundo o libertismo, as ações partem de uma escolha do sujeito não sendo determinadas por acontecimentos anteriores, dado que as escolhas humanas não estão sujeitas aos constrangimentos que regem outros fenómenos».
(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10", Raíz Editora, pág.141; o destaque a negro é posto por nós)
O primeiro erro deste texto é opor como contraditórios, mutuamente excluentes, determinismo e livre-arbítrio. Não há incompatibilismo. Este existe apenas entre o fatalismo e o livre-arbítrio. Mas determinismo e livre-arbítrio são apenas contrários, isto é, coexistem apesar de se oporem. Note-se que o manual não dá relevo à noção de fatalismo confundindo-a com determinismo radical, isto é determinismo biofísico sem livre-arbítrio.
O segundo erro deste manual nesta temática- erro perfilhado por John Searle,Daniel Dennett, Simon Blackburn e pelos filósofos analíticos em geral - é considerar que há livre-arbitrio dentro do libertismo, o que é impossível pois este, como não leva em conta o determinismo biofísico, não faz um exame racional das circunstâncias e só este exame integra o livre-arbítrio. O libertismo, se existe, é a escolha impensada, emotiva, irracional, isenta de livre-arbítrio.
E o manual define assim o determinismo moderado:
«O determinismo moderado é a perspetiva que defende a existência do determinismo, admitindo, todavia, que poderá existir simultaneamente livre-arbítrio, sendo por isso designado de compatibilista (...) No entanto apesar de determinada, uma ação poderá ser livre quando parte do próprio sujeito...»
(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10", Raíz Editora, pág.147; o destaque a negro é posto por nós)
Este manual, considerando duas hipóteses, a de um indivíduo X que não pode ir a uma festa por estar doente e a do mesmo indivíduo X que não vai à festa porque não tem vontade, comete o erro de afirmar, confusamente, que no determinismo moderado a ação é simultaneamente livre e determinada, o que viola o princípio da não contradição:
«De facto, em ambas as hipóteses o resultado é o mesmo, isto é, ambas produziriam o mesmo efeito : X não foi à festa de aniversário. Todavia as causas foram diferentes. Na primeira, X não foi à festa por estar doente; na segunda, X não foi à festa por sua causa, por não ter vontade.»
«O determinismo moderado diria que, neste caso, em ambas as hipóteses, a ação foi determinada pois de uma forma ou de outra não deixaria de acontecer.» (Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10", Raíz Editora, pp.147-148; o destaque a negro é posto por nós).
Como não deixaria de acontecer a ação? Se houvesse livre arbítrio é óbvio que a ação de estar ausente à festa poderia ser revertida, X poderia comparecer. A confusão em que mergulham os autores é visível. E apoiam-se no confuso Daniel Dennett:
«Daniel Dennet, um compatibilista reconhecido, não nega que as ações humanas estejam determinadas, mas também defende que isso não implica necessariamente a inevitabilidade. Falar em inevitabilidade conduz-nos à ideia fatalista de que o ser humano nada pode fazer para alterar o rumo dos acontecimentos; contudo, Dennett e os compatibilistas consideram que, apesar de estarmos determinados, somos seres racionais e, por isso, capazes de entender o meio e actuar sobre ele de forma a proteger-nos e evitar perigos. Fazendo alusão à célebre frase de Lutero "Estou aqui, não posso fazer diferente" quando revolucionou a Igreja com a reforma protestante no século XVI, elucida como ela poderá ter dois sentidos, descrevendo igualmente o presssuposto compatibilista.»
(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10", Raíz Editora, pág.148; o destaque a negro é posto por nós ).
Que dois sentidos pode ter a frase fatalista "Estou aqui, não posso fazer diferente" se ela nega o livre-arbítrio? É isto o compatibilismo? Não nos façam rir, Daniel Dennett e seu séquito de compatibilistas, ó fracos filósofos analíticos!
UMA IMPERFEITA DEFINIÇÂO DE RELATIVISMO
O manual define assim relativismo:
«O relativismo é a teoria que considera que os juízos morais têm valor de verdade, isto é, podem ser verdadeiros. No entanto, tal como o subjetivismo, reconhece a impossibilidade de lhes conferir uma natureza universal e objetiva. O relativismo, demarcando-se da posição subjectivista, considera que a verdade destes juízos não depende da aprovação do indivíduo, mas sim da sociedade, sendo ela a determinar o que é moralmente correto ou incorreto. »
(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10", Raíz Editora, pág.179; o destaque a negro é posto por nós ).
Esta definição de relativismo está incompleta porque ignora a dialética, a diversidade de valores dentro de cada sociedade. Assim, por exemplo, é relativismo os comunistas e anarquistas portugueses sustentarem que «foi boa e justa a ocupação de terras levada a cabo pelos trabalhadores rurais e os sindicatos no Alentejo e Ribatejo em 1974-1977 designada por reforma agrária» e os liberais e conservadores portugueses argumentarem que «a reforma agrária de 1974-1976, com o patrocínio do MFA, do PCP, do MES, da UDP, do PRP, foi um mal, um roubo aos legítimos proprietários das terras» .
O relativismo é a doutrina segundo a qual os valores variam de sociedade a sociedade ou de classe a classe social e de grupo a grupo e etnia a etnia dentro de cada sociedade. Esta última parte da definição é ignorada pelos filósofos analíticos, só vêem a árvore e não a floresta.
HÁ SUBJETIVISMO E RELATIVISMO EMOTIVISTAS E SUBJETIVISMO E RELATIVISMO NÃO EMOTIVISTAS
.O manual apresenta a seguinte errónea dIvisão nas posições sobre a natureza dos juízos morais:
Não cognitivista ----------------------> Emotivismo
Cognitivista ----------------------------->Subjetivismo
Cognitivista------------------------------->Relativismo
Cognitivista--------------------------------Objetivismo
(Adília Maia Gaspar e António Manzarra,Do outro lado do espelho 10", Raíz Editora, pág.174; o destaque a negro é posto por nós ).
Ora nem todo o subjetivismo é cognitivista, o subjetivismo tanto se insere no cognitivismo (conhecimento por conceitos, pelo intelecto) - por exemplo: «A religião jainista é a melhor do mundo porque prescreve o vegetarianismo como alimentação, a oração diante de belas imagens e opõe-se à vivisseção dos animais» como no não cognitivismo (conhecimento pelo sentimento, pela sensação) -por exemplo: «Sinto Deus mas não O conheço».
De igual modo, nem todo o relativismo é cognitivista, o relativismo tanto se insere no cognitivismo (conhecimento por conceitos, pelo intelecto) - por exemplo: «A democracia parlamentar capitalista é o melhor regime do mundo porque pressupõe eleições livres em multipartidarismo a parlamentos nacionais ou regionais e liberdade de imprensa, de greve, e livre empresa» como no não cognitivismo (conhecimento pelo sentimento, pela sensação) -por exemplo: «A maioria acha preferível o amor heterossexual à atração homossexual, daí que seja errado postular a igualdade de género».
NENHUM TEMA VERDADEIRAMENTE FRACTURANTE COMO SERIA EXIGÍVEL EM FILOSOFIA
Estes manual e estes autores são meros instrumentos de propaganda da redutora filosofia oficial: a filosofia analítica, com a sua errónea lógica proposicional (só mentes estúpidas dizem que «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» é diferente na estrutura lógica de «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa»). Fazem o discurso politicamente correcto, longe dos "extremismos", se exceptuarmos a dúvida hiperbólica cartesiana ou a teoria das conjecturas e refutações de Karl Popper. Não são filósofos mas funcionários de uma medíocre filosofia com a qual moldam a mente de alunos inteligentes.
Nenhum texto sobre astrologia histórica e não falta assunto filosófico: se o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 25 de Abril de 1983, com Júpiter em 9º do signo de Sagitário, e venceu as eleições legislativas de 1 de Outubro de 1995, com Júpiter em 10º do signo de Sagitário, e venceu as eleições de 6 de Outubro de 2019, com Júpiter em 18º-19º do signo de Sagitário, poderá dizer-se que Júpiter no signo de Sagitário (arco de 240º a 270º do Zodíaco) gera necessariamente vitórias do PS?
Nenhum texto questionando a vacinação e é tão oportuno fazê-lo.David Icke escreveu. «O processo de fabricação de vacinas inclui o uso de macacos, embriões de frangos e fetos humanos, além de estabilizadores como a estreptomicina, o cloreto de sódio, o hidróxido de sódio, o alumínio, o cloridrato, o sorbitol, a gelatina hidrolisada, o formaldeído,e um derivado do mercúrio chamado timerosal ...» (David Icke, «La conspiración mundial y como acabar con ella», Ediciones Obelisco, Barcelona, pag 819).
Os autores deste manual, como bons servos das multinacionais de farmácia, não contrapõem nada à teoria oficial.
Nenhum texto de Fernando Pessoa, poeta e filósofo da fenomenologia ou de outros pensadores portugueses metafísicos. Os autores deste manual de filosofia são estrangeirados, no mau sentido do termo. Não se dá importância ao que Pessoa escreveu:
«Não é possível uma futura civilização espanhola, nem uma futura civilização portuguesa. O que é possível é uma futura civilização ibérica formada pelos esforços da Espanha e de Portugal.»
«Todas as forças que se oponham a uma aliança, a um entendimento entre Portugal e Espanha devem ser desde já condenadas como inimigas. Essas forças são: os conservadores, sobretudo os católicos, e a Igreja Católica acima de tudo, que têm por ânsia íntima a união ibérica; a maçonaria, que é também estrangeira de origem, e é agora um organismo estranho metido na carne da Ibéria; a França, que com a sua cultura especial, tem envenenado, por excesso, a alma, ou as almas da Ibéria. A Inglaterra que politicamente tem espezinhado os países ibéricos.» (...)
«Para a criação da civilização ibérica é preciso a rigorosa independência das nações componentes dessa civilização. É um erro crasso supor que a fusão imperialista facilita a actividade civilizacional.»
(Fernando Pessoa, «Obra em prosa, Páginas de Pensamento Político-1, 1910-1919», Livros de Bolso Europa-América, páginas 135-136)
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