Domingo, 30 de Setembro de 2018
Equívocos nos manuais da Didáctica «50 lições de filosofia, 10º e 11º ano » - (Crítica de Manuais Escolares-LVII)

 

 

 

Alguns equívocos subsistem nos manuais do professor «50 lições de filosofia, 11º ano» e «50 lições de filosofia, 10º ano» da Didáctica Editora, de Aires Almeida, Célia Teixeira e Desidério Murcho.

 

HÁ CONHECIMENTO SEM CRENÇA , AO CONTRÁRIO DO QUE SUSTENTA O MANUAL DO 11º

 

Sobre a definição da filosofia analítica àcerca do conhecimento como «crença verdadeira justificada» diz o manual:

 

«A crença é condição necessária do conhecimento.»

 

«Acreditar é um estado mental ou psicológico de convicção ou de adesão a algo. A crença ocorre, portanto, na mente de alguém. Mesmo que as crenças sejam acerca de objectos exteriores, nem por isso elas deixam de se encontrar apenas na mente do sujeito que acredita. Se digo que acredito que o Benfica será campeão no próximo ano, estou apenas a exprimir o que vai na minha cabeça, até porque aquilo que o Benfica conseguirá no próximo ano é algo que ainda nem sequer aconteceu.» (Aires Almeida e Desidério Murcho, «50 lições de filosofia, 11º ano » Didáctica Editora, pág. 108). .

 

Há conhecimento sem crença, ao contrário do que afirmam Aires Almeida e Desidério Murcho: o conhecimento sensorial, por exemplo. O cão, tal como o homem, conhece o calor do verão ou o frio do inverno sem acreditar - sente apenas. A crença pressupõe um pensamento ou um princípio de pensamento - disto não se apercebem os filósofos analíticos e a grande massa amorfa dos docentes que os seguem. Kant cometeu grossa asneira ao sustentar que o conhecimento só existe no entendimento, em resultado da união deste com a sensibilidade. Intelectualizou o conhecimento, o que é uma visão parcelar.

 

Ora os dois tipos extremos de conhecimento que se tocam no fechar do círculo - a sensação e a intuição inteligível - não pressupõem nenhuma crença, são involuntários, irracionais, ocorrem simplesmente. Excluem a crença: ambos são certeza «totalitária». Não preciso de crença no vermelho do sol poente que neste momento desfruto: sinto-o na minha retina. Não tenho crença na bondade dos vírus das vacinas a «prevenir» doenças: sei, por intuição inteligível, que são nocivos ao corpo humano.

 

A crença implica pensamento, um certo distanciamento entre o sujeito e o objecto - daí o «ver para crer» - ao passo que o conhecimento pleno é a pura adesão do sujeito ao objecto, acto no qual a crença se dissipa.

 

Em Platão, a crença é a pistis, que faz parte da doxa ou opinião. Ao nível da episteme (raciocínio científico) ou da noese (apreensão intuitiva do arquétipo) não há crença, há certeza. A certeza é inimiga da crença. Crer em Deus é não ter a certeza absoluta da Sua existência ou dos Seus predicados. Conhecer é estar com as coisas sem crença, é ter intimidade intelectual ou sensorial com essas coisas, materiais ou espirituais, sem duvidar, sem o biombo da crença.

 

Quando se diz que o conhecimento é crença verdadeira comete-se um erro de paralaxe filosófica.

 

UMA NOÇÃO CONFUSA DE ESSENCIALISMO

 

Sobre essencialismo, lê-se no manual do 11º ano:

 

«Essencialismo contemporâneo

 

«Poderia Kant não ter sido um filósofo? É natural pensar que sim, pois ele poderia ter-se dedicado à pintura, por exemplo, ou a qualquer outra actividade. Mas poderia Kant ter sido mais do que ele mesmo? A resposta, também natural, é que não, pois isso viola as leis da lógica.»

 

«O que dizer, contudo, da hipótese de Kant não ter sido humano? Se defendermos que as únicas verdades necessárias são as verdades que podemos conhecer a priori, estamos obrigados a dizer que não é uma verdade necessária que Kant era humano,ou seja, estamos obrigados a dizer que ele poderia não ter sido humano.Porquê? Porque não podemos saber a priori que ele era realmente humano:só a posteriori podemos saber disso.»

 

«Os filósofos essencialistas contemporâneos consideram que do facto de não podermos saber a priori que Kant não poderia não ter sido humano não se conclui correctamente que ele poderia não tê-lo sido. De modo  que precisamos de outras razões a favor da ideia de que poderia tê-lo sido. Os essencialistas defendem que não há bons argumentos a favor dessa ideia e que é mais natural pensar que ele não poderia não ter sido humano. E esse será outro exemplo de uma verdade necessária a posteriori.»(Aires Almeida, Célia Teixeira e Desidério Murcho, «50 lições de filosofia, 11º ano » Didáctica Editora, pág. 244). .

 

Eis um texto extraordinariamente confuso: não se define essência, nem essencialismo.  Não se sabe o que os autores entendem por filósofos essencialistas. O exemplo é razoavelmente obscuro. Aires Almeida e Desidério Murcho revelam-se aqui  obscurantistas.  É uma insensatez dizer que Kant poderia ser não humano se, à partida, ligamos o nome de Kant a famílias, a um cidadão prussiano do século XVIII. É uma contradição nos termos: Kant, nome humano, suscitaria a suspeita de que a pessoa que o usa é não humana. É confundir o terminológico, a ordem da linguagem, com o ontológico, a ordem do ser - um velho truque dessa sofística contemporânea que dá pelo nome de filosofia analítica...

 

É similar a dizer: «O quartzo poderá ser um não mineral» ou «a galinha poderá não ser um animal». São «habilidades» retóricas,  argumentação vazia, dissociando artificialmente o significante do significado, do referente Só a Kaballah estabelece a ligação necessária entre o nome e a coisa, ao contrário da linguística de Saussure que postula o «laço arbitrário», casual, entre significante e significado.

 

Os autores do manual exaltam a «descoberta» de Saul Kripke segundo a qual há verdades necessárias a posteriori e alegam que «Hume concluía que as verdades científicas eram contingentes só porque eram conhecidas a posteriori.» ( 50 lições de Filosofia, 11º ano Filosofia, pag 243). Ora isto não é verdade em toda a sua extensão: Hume considerava a matemática como um conjunto de verdades científicas, não contingentes, necessárias, a posteriori. O número ou proporção de quantidade,´que fundamenta a matemática, é uma das sete relações filosóficas - poderíamos dizer: categorias - inscritas na mente do sujeito, segundo Hume. Ora, não há contingência nas operações matemáticas, em geral.

 

Hume escreveu, reafirmando o carácter necessário das verdades da álgebra e da aritmética:

 

«Restam portanto a álgebra e a aritmética como as únicas ciências das quais podemos levar uma cadeia de raciocínios até um certo grau de complicação, conservando contudo uma perfeita exactidão e certeza. Estamos de posse de um critério preciso que nos permite ajuizar da igualdade e proporção dos números; e, conforme estes correspondem ou não ao critério, determinamos-lhes as relações sem qualquer possibilidade de erro» (David Hume, Tratado da Natureza Humana, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, pág. 105; o destaque a negrito é posto por mim).

 

Não foi, pois, Saul Kripke o primeiro a posttular verdades científicas universais e necessárias a posteriori. Hume já o fizera. E muitos outros, como por exemplo, os materialistas dialéticos vinculados ao empirismo. Acontece que Desidério Murcho e Aires Almeida não abordam nos seus manuais as filosofias de esquerda como o marxismo, o anarquismo, o socialismo revolucionário - só vêem o lado pragmático norte-americano e britânico da filosofia institucional, filosofias «apolíticas» de direita ou centro,  e nem tudo vêem- e não conhecem as posições ontognosiológicas de outras correntes. Por isso não admira que errem ao escrever que Saul Kripke foi o primeiro a teorizar as verdades universais a posteriori...

 

OS SUBJECTIVISTAS NEGAM QUE A BELEZA ESTEJA NOS PRÓPRIOS OBJECTOS?

 

Sobre subjectivismo e objectivismo, diz o manual do 11º ano:

 

«Chama-se subjectivistas àqueles que respondem que apenas conta o que cada sujeiro sente: a justificação dos juízos estéticos tem um carácter subjectivo. Quando perguntam a um subjectivista: «Por que razão dizes que aquele objecto é bonito?» ele responde «Digo que aquele objecto é bonito porque eu sinto prazer a olhar para ele».

«Por sua vez, chamam-se objectivistas aos que respondem que tudo o que conta são as características dos próprios objectos: afirmamos que um objecto é bonito ou feio porque tem certas propriedades que o tornam realmente bonito ou que o tornam realmente feio.» (50 lições de Filosofia, 11º ano Filosofia, pag 125). 

 

Os subjectivistas negam que a beleza esteja nos objectos? Não, necessariamente. Apenas afirmam que cada mente possui uma forma única, singular de captar a beleza objectiva dos objectos. Portanto, para os subjectivistas a beleza pode estar simultaneanente no objecto exterior e na mente humana que o apreende. Não é isto o que os autores deste manual afirmam.

 

UMA TAUTOLOGIA NA DEFINIÇÃO DE OBJETIVISMO

 

Este manual do 10º ano define objetivismo do seguinte modo: `

« A tese central da teoria objetivista é que alguns juízos de valor são objetivos. Isto significa que quando uma pessoa ou uma sociedade condena ou aceita um dado juízo de valor pode estar enganada, tal como acontece com os juízos de facto. » (...)

«Por exemplo, nos finais do século XIX, na Europa, discutia-se se as mulheres tinham o direito de votar. Mas hoje acreditamos que o juízo de valor de que as mulheres devem ter o direito de votar é objectivamente verdadeiro»

(Aires Almeida, Célia Teixeira e Desidério Murcho, «50 lições de filosofia, 10º ano » Manual do Professor, Didáctica Editora,  pág. 57).

 

Objetivismo é alguns juízos de valor serem objetivos? Isto é uma tautologia. O que significa serem objetivos? Desidério, Aires e Célia não sabem explicar. Objectivo significa duas coisas: que está fora das mentes humanas e é visível ou patente a todas ou quase todas (exemplo: as mulheres votam em eleições gerais em quase todos os países no século XXI, o rio Tejo separa Lisboa de Almada e do Barreiro); que está dentro das mentes humanas mas é compreendido de igual modo por todas ou quase todas (exemplo: É objectivo que 7 adicionado de 5 tem como resultado 12).

 

A AUSÊNCIA DO CONCEITO DE INTERSUBJECTIVISMO

 

Para os autores, as correntes de valores têm dois níveis de verdade: subjectivismo e objectivismo. Como não introduzem o conceito de intersubjectivismo deslizam para o pensamento imperfeito. Diz o manual:

 

«A segunda objeção põe em causa a ideia de que se um juízo não for subjectivo, não há discordância. Pelo contrário, há muitos casos en que estamos perante juízos que não são subjectivos e no entanto há discordância. Por exemplo, há quem pense que os seres humanos foram directamente criados por Deus como é descrito na Bíblia e quem pense que os seres humanos surgiram de outras espécies por meio de processos naturais. Contudo, não se trata de juízos subjectivos. Acontece apenas que as pessoas não conseguem chegar a um consenso».

(Aires Almeida, Célia Teixeira e Desidério Murcho, «50 lições de filosofia, 10º ano » Manual do Professor, Didáctica Editora,  pág. 52).

 

Se não são juízos subjectivos, o que são? Juízos intersubjectivos, isto é, comuns a uma grande quantidade de pessoas. Mas o manual carece deste conceito. A intersubjectividade é um degrau intermédio entre a subjectividade, a consciência isolada, e a objectividade, isto é, a realidade em si ou a opinião unânime de toda a humanidade.

 

 

 

 

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Quarta-feira, 26 de Setembro de 2018
As Leis de Morgan, da lógica proposicional, estão erradas

 

As leis do matemático  Morgan (1806-1871), uma das bases da lógica proposicional, estarão certas? Não.

 

Atentemos no manual de filosofia do 11º ano do ensino secundário da Santilhana Editora que as expõe:

 

«Quais são as principais leis de Morgan?

 

1ª Negação de uma conjunção:

A negação de uma conjunção é equivalente à disjunção das negações das suas proposições ou argumentos.

 

Formalizemos:

                                                                   ¬ (P∧ Q) ↔  (¬ P ∨ ¬ Q)
 
 (Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 99).
 
 
Vejamos um exemplo que prova o erro desta fórmula:
 
P= Vou a Paris
 
Q= Vou a Londres
 
 
Não vou a Paris e não vou a Londres é equivalente a Não vou a Paris ou Não vou a Londres - diz a primeira lei de Morgan exemplificada. 
 
As duas construções - negação da conjunção e disjunção das negações - não se equivalem porque no segundo caso, da disjunção, posso completá-la assim: Não vou a Paris mas vou a Londres ou Não vou a Londres mas vou a Paris.
 
A disjunção quebra o bloco unitário Não vou a Paris e não vou a Londres e abre a possibilidade de não ir a Paris mas ir a Londres.
 
Voltemos ao manual citado que expõe a segunda lei de Morgan:
 
«2º -Negação de uma disjunção:
 
A negação de uma disjunção é equivalente à conjunção das negações das suas proposições ou argumentos.
 
Formalizemos:
 
¬ (P∨ Q) ↔  (¬ P  ¬ Q)
 

  (Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 99).

 

Um exemplo prova a equivalência falsa estabelecida nesta lei:

 

Não vou a Paris ou não vou a Londres é equivalente a Não vou a Paris e Não Vou a Londres. - de acordo com  a segunda lei de Morgan.

 

O facto de não ir a Paris não o impede de ir a Londres, na primeira frase, porque aí figura o ou, e o facto de ir a Londres não o impede de nessa circunstância ir a Paris. Portanto, não há equivalência entre a negação da disjunção e a conjunção das negações.

 

Tantos milhares de professores catedráticos universitários, tantas centenas de milhar de professores do ensino secundário estudaram/ decoraram e aceitaram acriticamente estas falaciosas «leis de Morgan» que o Ministério da Educação impõe como obrigatórias no ensino secundário em Portugal.

 

As cátedras universitárias nada valem, porque produzem e alimentam o erro. São títulos honoríficos - o catedrático é como o papa que «representa» Deus na terra e goza de infalibilidade - que embaraçam o livre filosofar profundo. Onde estão os filósofos nas cátedras universitárias? Não estão, salvo raríssimas excepções. Extingam-se estas e regresse-se à democracia filosófica de base. Acabe-se com os privilégios dos autores de manuais associados aos gabinetes que gizam os exames e programas nacionais. Eles não pensam, facturam. Corrompem a filosofia.

 

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Sábado, 22 de Setembro de 2018
Lançamento em Beja de «Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e equívocos dos filósofos»

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520 PÁGINAS DE TEXTO, UMA OBRA ESSENCIAL PARA QUEM DESEJA CONHECER E DOMINAR O MÉTODO DIALÉTICO E AS SUAS ONZE LEIS E DESCOBRIR OS PONTOS FRACOS DAS FILOSOFIAS ANALÍTICA, FENOMENOLÓGICA E OUTRAS. UM DICIONÁRIO ÍMPAR, COMO NÃO EXISTE NENHUM IGUAL.

 

Preço: 20 euros.

Preço com portes de envio por correio para Portugal: 20 euros. Se desejar, o autor autografa o livro.

Preço com envio por correio para o Brasil: 33 euros.

Preço com portes de envio por correio para Espanha: 28 euros.

 

Pagamento por Transferência para a conta bancária com o IBAN: PT50 0269 0178 00204264578 90.

 

Começaram os pedidos de envio por correio. Encomende já: a edição é única, de 500 exemplares.

 

 

Contacto: francisco.limpo@gmail.com

  

 

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Domingo, 16 de Setembro de 2018
Equívocos nas Aprendizagens Essenciais de filosofia do 11º ano: teorias essencialistas versus teorias não essencialistas

A arrumação intelectual das teorias da arte no programa e nos manuais de filosofia em Portugal é confusa. Por exemplo, nas Aprendizagens Essenciais programa de Filosofia do 11º ano, que alguns atribuem a Aires Almeida da SPF,  lê-se como conteúdo a lecionar aos alunos:

 

O problema da definição da arte.

Teorias essencialistas: a arte como representação, a arte como expressão a arte como forma.

Teorias não essencialistas: a teoria institucional e a teoria histórica.

(11º Ano Filosofia, Aprendizagens Essenciais/ Articulação com o Perfil dos Alunos, página 10).

 

Há aqui a confusão de vários níveis: ontológico, sociológico, psicológico. A arte como expressão de emoções- nível psicológico ou psicopoiético- não pode ser posta em concorrência (no mesmo nível) que a arte como imitação da natureza/representação (nível ontológico: relação arte com a realidade exterior): a Mona Lisa de Leonardo da Vinci é simultaneamente arte como representação e arte como expressão de emoções do artista. A arte como expressão de emoções - género psicopoiético - devia emparelhar com a arte como inteleção, isto é, a gestação da obra de arte pelo intelecto mas este conceito é esquecido.

 

A arte como representação é um conceito vago: deveria dizer-se a arte como imitação da natureza e a arte como transfiguração da natureza (neste último caso cabem as grandes correntes artísticas da intura do sécuo XX como o dadaísmo, o surrealismo, o cubismo, o abstracionismo, a concret art, etc.).

 

Aceitemos que tanto a arte como imitação como a arte como transfiguração do real são correntes essencialistas porque assentam em formas imutáveis ou quase imutáveis - as essências. Por exemplo, o surrealismo pode ser considerado essencialista porque, na pintura, desconecta partes de corpos ou objectos reais e combina-os ou refaz aqueles de modo surreal, onírico (exemplo: um quadro representando um corpo de mulher de modo naturalista mas em que a cabeça é substituída por uma maçã ou por uma árvore).

 

a arte como expressão de emoções e sentimentos tanto pode ser essencialista - imaginemos a pintura religiosa de Cristos sofredores de Bartolomé de Las Casas, transmitindo um persistente sentimento de dor e sacrifício - como pode ser existencialista - uma performance improvisada de teatro ou vídeo, entregue ao acaso, à flutuação do momento é arte não essencialista, existencialista, se por existencialismo entendemos a teoria da liberdade e da imprevisivibilidade da vida. Arte existencialista é, por exemplo, a de Christo (13 de Junho de 1935-31 de Maio de 2020) , artista plástico búlgaro do Nouveau Realisme que envolvia o exterior de edifícios com  gigantescas capas  que produziam formas efémeras que duravam uma ou mais semanas ou meses.

 

No que respeita à teoria da arte como forma - refere-se à teoria da forma significante (combinação de formas, cores ou sons, etc.) que, segundo Clive Bell, caracteriza a obra de arte - tanto pode ser classificada como essencialista, na medida em que engloba a teoria da arte como transfiguração da natureza, o neo-impressionismo, o cubismo, o surrealismo, etc., como pode ser classificada de não essencialista uma vez que o subjectivismo existe na atribuição, por cada pessoa, de forma significante a uma pintura abstrata (um diz« Parece-me um cavalo esta forma esfumada», outro diz «A mim parece-me o mapa da Península Ibérica», outra diz «Julgo que representa um orgão genital», etc). Ademais, não tem lógica opor a arte como representação à arte como forma como acima se faz (Teorias essencialistas: a arte como representação, a arte como expressão a arte como forma) uma vez que a arte como representação é uma arte de formas, naturalistas ou surreais.

 

A teoria institucional da arte é assim definida por alguns autores:

«Esta crítica às teorias essencialistas abriu o caminho à teoria da arte como instituição que faz depender o estatuto da obra de arte de factores extrínsecos à própria obra, estabelecendo que é o mundo da arte, artistas, críticos, historiadores da arte, galeristas, etc., quem confere tal estatuto». (Adília Maia Gaspar, António Manzarra, Filosofia 10º, Caderno de Atividades, Raíz Editora, pág. 62).

 

Por que razão a teoria institucional da arte é não essencialista, segundo a estrutura do programa de 11º ano? Não nos explicam. Pelo contrário: é uma teoria essencialista sociológica, situa a essência da arte no consenso social e na sua consagração, expansão e visibilidade ante o público e os críticos e negociantes.

 

Voltando aos conteúdos programáticos do início deste artigo: por que razão a teoria da história da arte é não essencialista se ela engloba os diversos essencialismos que se foram manifestando ao longo da história (o realismo natural da pintura clássica e renascentista, o impressionismo, o expressionismo, o surrealismo, etc.)?  

 

Quem estruturou esta divisão acima entre teorias essencialistas e existencialistas da arte não pensa dialeticamente mas caoticamente, como é próprio da filosofia analítica em voga que justapõe no mesmo nível definições de diferentes níveis ou regiões. E essa confusão vai recair sobre os estudantes nas provas de exame nacional de filosofia concebidas por mentes «analíticas» que querem dividir a meio um fio de cabelo e estabelecem divisões e uniões arbitrárias. Acresce o facto de que estas «Aprendizagens essenciais...» são um documento ilegal pois constituem uma alteração do programa instituído por decreto e que só por decreto pode ser alterado.

 

Senhor Ministro da Educação, destrua a influência nos exames nacionais de filosofia do lobby dos pseudo-filósofos da lógica proposicional e da filosofia analítica - João Branquinho, M.S. Lourenço, Fernando Ferreira,  Teresa Marques,  Célia Teixeira. Ricardo Santos, Elia Zardini, Guido Imaguirre, Aires Almeida, Pedro Galvão, Desidério Murcho, Rolando Almeida, Domingos Faria, Manuel Maria Carrilho, João Sáagua, Alexandre Franco de Sá, etc. - que com as suas definições autoritárias, de vincada falta de racionalidade, representam o protofascismo epistémico que abafa o ensino livre da filosofia.

 

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publicado por Francisco Limpo Queiroz às 10:32
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Sábado, 15 de Setembro de 2018
É a vacinação que dissemina o vírus do sarampo no mundo, não a anti vacinação

 

Aí está, de novo nos telejornais, a propaganda a favor das vacinas, que as autoridades, incluindo o presidente da república Marcelo Rebelo de Sousa, capturado pelo lobby farmacêutico/ médico alopático, sem pensamento profundo, difundem por todos os meios. Vacinar é infectar o sangue com vírus atenuados ou com toxinas. Esta é a ideia que não podemos abandonar. As televisões, ao serviço das indústrias farmacêuticas e dos políticos do grande capital, dizem que há 41 000 casos de sarampo na Europa e que «a disseminação do vírus no mundo se deve aos movimentos antivacinas».

 

 

Mentira! A disseminação do vírus do sarampo deve-se ao incremento da vacinação. Conheço pessoas que se vacinaram «contra» o sarampo e.. contraíram sarampo.  A vacina não protege: introduz no corpo o ladrão, o vírus ou a toxina, a fase crónica ou subterrânea da doença, como provou J.Tissot, investigador francês de microbiologia que refutou as teorias de Pasteur. Ar puro, frutos e saladas, caminhadas diárias ou desporto, dieta vegan  impedem as doenças contagiosas. A coqueluche nos EUA desapareceu quase de 1900 a 1980 sem haver vacinação. Esta só foi introduzida na era Reagan (1981-1989) pelos conservadores virados para o negócio. Somos bombardeados com mentiras de anti pensadores, todos os dias...

 

 

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Quarta-feira, 12 de Setembro de 2018
Graus 23º-24º do signo de Aquário: disparo acidental mortal no concelho de Serpa

Cada grau do Zodíaco produz certo tipo de vibrações materializadas em acontecimentos na Terra. A passagem do Sol, de um planeta do sistema solar, ou de um Nodo da Lua pela área 23º-24º do signo de Aquário (graus 323-324 de longitude na eclíptica) é condição necessária mas insuficiente para gerar um acidente mortal com arma de fogo no concelho de Serpa, Alentejo, sudeste de Portugal, envolvendo crianças ou adolescentes.

 

Em 2 de Dezembro de 1993, com Saturno em 24º 40´/ 24º 43´ de Aquário, um menino de 12 anos, Ruben Daniel Velhinho Bolegas, é morto a tiro casualmente por um adolescente de 16 anos, em Serpa.

 

Em 12 de Setembro de 2017, com Nodo Sul da Lua em 23º 58´/ 23º 57´ de Aquário, às 0.25 horas, numa festa de aniversário de uma menina numa garagem em Pias, concelho de Serpa, Alentejo, um rapaz de 15 anos dispara acidentalmente uma espingarda de pressão de ar modificada, que projecta chumbos em leque mortífero, e atinge no peito Bernardo Marta, um jovem de 16 anos, jogador do Despertar Sporting Clube, de Beja, filho de um agente da PSP de Beja, vindo Bernardo a morrer no hospital de Beja, o Olympiakos é derrotado 0-3 pelo Sporting.

 

Próximas datas em que ocorrerá a passagem do Sol, de um planeta do sistema solar, ou de um Nodo da Lua pela área 23º-24º do signo de Aquário, inclinando a ocorrências fatais daquele género no concelho de Serpa serão: em 6 e 7 de Fevereiro de 2019 (Mercúrio); de 12 a 14 de Fevereiro de 2019 (Sol); de 20 a 22 de Março de 2019 (Vénus).

 

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Segunda-feira, 10 de Setembro de 2018
Reflexões de Setembro de 2018

 

 

Eis algumas reflexões despretensiosas neste final de verão de 2018.

 

1. NÃO IR A SE-VI-LHA DIMINUI A VI-SÃO? Costumo ir a Sevilha (sugere: VI, VER, VISÂO) em meados de Fevereiro de cada ano. Este ano não fui. SeVIlha, a cidade da VISÃO, decidiu dar-se por dorida e uns meses depois comecei a sentir alguma diminuição da capacidade VISUAL. Poderei atribuir isso ao grande esforço da VISTA a corrigir no ecrã do computador as provas do meu «Dicionário de Filosofia e Ontologia» a lançar em 28 de Setembro.

Mas a explicação de não ir a Se-VI-lha tem certa... lógica. O sevilhano Clemente Dominguez y Gómez (23 de Abril de 1946-21 de Março de 2005) afastou-se de Se-Vi-lha e criou em 11 de Janeiro de 1976 na aldeia de El Palmar de Troya a Igreja Católica Palmariana, de rito anterior ao Concílio Vaticano II. Em 29 de Maio de 1976 sofreu um grave acidente de automóvel perto de Irún e ficou sem os OLHOS, CEGO. Foi em 1978 entronizado como o papa cego do Palmar de Troya e denunciou o Vaticano como igreja maçónica. Terá Se-VI-lha roubado a VISÂO a Clemente, místico que cheguei a conhecer pessoalmente?

 

2.TU PODES IR À MISSA E SENTIR RANCOR OU INVEJA DE PESSOAS OU OBSESSIVOS SENTIMENTOS DE CULPA. E a missa nesse caso pouco ou nada te vale porque estás infectada/o espiritualmente, o mal alberga-se em ti. E PODES NUNCA ENTRAR NUMA IGREJA E SENTIRES AMOR E COMPREENSÃO POR TODOS OS SERES. Neste último caso a missa dá-se dentro de ti, DEUS ESTÁ EM TI. Esse é o segredo.

 

3. NÃO ESTEJAS INSATISFEITA/O COM AQUILO QUE TENS. Agradece ao universo e a Deus os bens - a saúde, os amores e os desamores, as amigas e amigos, o facebook, o emprego, a paisagem alentejana, a sopa de tomate quente, a música dos concertos (usa fones nos ouvidos, etc), o Portugal pacífico, etc - que tens de momento. Ama todos os seres e sobre ti refluirá a onda de amor e boa sorte. Compreende os que erram.

 

 4. ONTOFONÉTICA (SONS SIMILARES MOLDAM O DEVIR DE CADA DIA).

Em 8 de Setembro de 2018, as ideias de NUNO, LÚCIO e LUÍS estão em foco: de madrugada, assisto no cine MeLIUS (evoca: LUÍS) ao filme «NUN - A freira maldita» (evoca: NUNO) em que as forças do INFERNO, reino de LÚCIFER (evoca: LÚCIO, LUÍS) se manifestam na abadia de Cartas, na Roménia, onde uma freira noviça e um padre exorcista ficam fechados, horas depois junto ao café LUÍS da Rocha, em Beja, encontro o pai de NUNO e deparo com o meu amigo professor LUCIANO (evoca: LÚCIO) Caetano da Rosa, à noite encontro no Parque de Feiras e Exposições de Moura o professor José LUÍS Gomes, de Serpa, e assisto ao concerto dos LUCKY Dukies (evoca: LÚCIO).

 

5. ONTOFONÉTICA (SONS SIMILARES MOLDAM O DEVIR DE CADA DIA).

Em 6 de Setembro de 2018, a ideia de CLERO CRIMINOSO está em foco: o candidato à presidência do Brasil Jair Bolsonaro, ex capitão do exército, arauto da extrema direita, é apunhalado no abdómen por um esquerdista, Adélio BISPO de Oliveira (BISPO de FACA SANGRENTA sugere: CLERO CRIMINOSO) em Juíz de Fora, Minas Gerais, Brasil, no mesmo dia em que estreia em salas de cinema de Portugal o filme «A FREIRA maldita», um demónio vestido de FREIRA que ASSASSINA freiras e outras pessoas na abadia de Cartas, na Roménia, em 1952 (sugere: CLERO CRIMINOSO).

 

6. ONTOFONÉTICA

Em 12 e 13 de Setembro de 2018, as ideias de HUGO, FRANCISCO, FREDERICO, ANTÓNIO e de ÁLVARO estão em destaque: no dia 12, FREDERICO Mateus, estudante bejense, completa aniversário, João fala-me de ÁLVARO, um colombiano reformado culto que vivia há pouco em Beja; no dia 13, na ESDG, FREDERICA, aluna, diz-me ter muito pena que a professora Rosário de filosofia não teha ficado nesta escola, eu, falando com o professor Manuel Baioa, nascido a 12 de Junho, véspera do dia de Santo ANTÓNIO, digo que este santo não parecia ser muito favorável a ÁLVARO Cunhal, porque este foi preso pela PIDE em Casal de Santo ANTÓNIO, Luso, em 25 de Março de 1949 e morreu em 13 de Junho de 2005, dia de Santo ANTÓNIO, ANTÓNIO, de Cuba, troca ideias comigo sobre a ordem cósmica, a Lei, viajo a Cuba do Alentejo e falo com HUGO, a revista «Visão» divulga que o haecker Rui Pinto, residente na HUNGRIA (evoca: HUGO), terá roubado os e-mails secretos ao Benfica, conheço FRANCISCA, cabeleireira, FRANCISCO Ferreira, da Associação Zero, fala ao telejornal da SIC a partir de São FRANCISCO, nos EUA, onde participa numa conferência sobre o clima, o Congresso de deputados espanhol aprova por 172 votos a favor e 2 contra a exumação dos restos mortais de FRANCISCO Franco Bahamonde, ditador católico-fascista falecido em 1975, da basílica do Vale dos Caídos, no Escorial, região de Madrid.

 

7. DE NOVO A PROPAGANDA NOCIVA A FAVOR DAS VACINAS. Vacinar é infectar o sangue com vírus atenuados ou com toxinas. Esta é a ideia que não podemos abandonar. As televisões, ao serviço das indústrias farmacêuticas e dos políticos do grande capital, dizem que há 41 000 casos de sarampo na Europa e que «a disseminação do vírus no mundo se deve aos movimentos antivacinas».

 

Mentira! A disseminação do vírus deve-se ao incremento da vacinação. Conheço pessoas que se vacinaram «contra» o sarampo e.. contraíram sarampo. A vacina não protege: introduz no corpo o ladrão, o vírus ou a toxina, a fase crónica ou subterrânea da doença, como provou J.Tissot, investigador francês de microbiologia que refutou as teorias de Pasteur. Ar puro, frutos e saladas, caminhadas diárias ou desporto, dieta vegan  impedem as doenças contagiosas. A coqueluche nos EUA desapareceu quase de 1900 a 1980 sem haver vacinação. Somos bombardeados com mentiras de anti pensadores, diariamente...

 

8. IDA A ALJUSTREL AO FESTICANT. 15 de Setembro de 2018. Chego a Aljustrel às 21 horas. A intenção é dupla: visitar um intelectual meu amigo e assistir ao concerto de Paulo Gonzo no parque da vila. O meu amigo, grande admirador de Fernando Pessoa, tem um discurso pleno de ensinamentos. Diz: «Deus está a construir-se a cada momento. É a energia que flui por todo o universo e está imanente a toda a humanidade, eu e tu e os outros fazemos parte de Deus. Quando alguém mata ou agride alguém é Deus que faz mal a si mesmo, Deus experiencia-se como agressor e como vítima. O passado está nos registos akhásicos - uma espécie de espelho ou arquivo de imagens de tudo o que sucedeu no universo e na vida pessoal de cada um. Há anos li, não sei se em Alçada Baptista ou David Mourão Ferreira ou em outro, que a relação de um casal implica não duas mas quatro pessoas: o lado masculino do homem, o lado feminino do homem, o lado feminino da mulher, o lado masculino da mulher.»

«A mulher é inclusiva, por essência. Estudos dizem que as mulheres são todas competidoras entre si pela conquista dos homens. A única excepção é a mãe em relação à filha, mas esta pode competir com a mãe pela conquista do companheiro desta. Nota-se algo semelhante no mundo canino: as cadelas não gostam umas das outras, gostam dos cães, e um cão gosta ou não gosta de outro cão, depende. Estou a estudar geometria sagrada. É extraordinário ver a perfeição do universo: o finito encaixa no infinito, até na matéria inanimada existe ordem, uma inteligência silenciosa.»

Depois desta saborosa conversa fui estacionar o carro perto de uma bomba de gasolina e vou a pé para o parque da vila onde no palco cantam os mineiros de Aljustrel. Coloco a Senyera, bandeira da Catalunha, a pender do ombro e ponho os fones nos ouvidos. Pois numa festa aljustrelense dedicada a Espanha como poderia eu eximir-me a protestar visualmente pela secular opressão de Madrid e Castela sobre a Catalunha? Assisto ao concerto de Paulo Gonzo, que anda de muletas ( a velhice é inexorável) mas anima o público. À 1.40 da madrugada, volto para Beja. A minha quinta avó de linha materna, Francisca Maria Isabel, filha de pais de Moura, nasceu em Aljustrel e isso poderá talvez explicar esta sensação de harmonia com esta terra de colinas mágicas.

 

9. SINCRONISMOS. Em 20, 21 e 22 de Setembro de 2018, as ideias de FASE AZUL DA OBRA DE PICASSO, MÁLAGA, DUALIDADE, ANGELA estão em foco: no dia 20, passam 100 anos sobre a estigmatização do místico Padre Pio de Pietrelcina, italiano, que tinha o dom da BILOCAÇÂO (evoca DUALIDADE), isto é, estar adormecido no seu convento e aparecer nesse instante a centenas ou milhares de quilómetros dali, a banda U2 (evoca: DUALIDADE) dá concerto em Madrid, no dia 21, a TVE exibe imagens do Museu Picasso em Barcelona e alude à FASE AZUL DA OBRA DE PICASSO, pintor de MÁLAGA, à porta da EDSG um colega alude à antiguidade da minha MALA de docente (evoca: MÁLAGA), a companhia de Teatro Baal 17 exibe no Largo dos Condes de Ficalho, em Serpa, a peça de teatro monumental «Camino Real» de Tennessee Williams que começa com uma cena em que Dom Quixote com um lenço AZUL grita «AZUL, é a cor da nobreza, AZUL», inspirado o autor Williams na fase AZUL DA OBRA DE PICASSO, peça essa em que há uma DUALIDADE no espaço, ricos de um lado e pobres do outro, a TVE noticia que ANGEL Viñas, autarca de Torrelodones, Madrid, desenvolveu actos de corrupção; no dia 22, noticia-se o assassinato de María de Los ANGELES, de 40 anos, de etnia cigana, em Úbeda, Andaluzia, pelo seu ex companheiro.

 

 

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Domingo, 9 de Setembro de 2018
Equívocos da Lógica Proposicional: a regra da equivalência bicondicional

Um dos equívocos da lógica proposicional é a regra da equivalência material ou bicondicional.No Manual Essencial  Filosofia 11º em voga em muitas escolas do ensino secundário em Portugal lê-se: 

 

«A equivalência material ou bicondicional lê-se «se, e só se" ou "equivalente a".»

 

Por exemplo:

P↔ Q  «Se, e só se, me aplicar, terei sucesso».

 

Como se observa a equivalência abrange duas implicações: P ↔ Q e Q ↔ P. Se são equivalentes, isso significa que o seu valor de verdade tem de ser o mesmo.

 

Qual é a regra da equivalência material ou bicondicional?

 

Regra da equivalência material ou bicondicional: Uma proposição bicondicional é verdadeira se as proposições simples que a constituem forem ambas verdadeiras ou ambas falsas». 

 

 

(Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 74).

 

Eis um exemplo que atesta o erro desta regra: a equivalência bicondicional: (PQ) «Marte tem um brilho avermelhado (P) se e só se () há pegadas de dinossauro na serra de Aire e Candeeiros» (Q).  Ambas as proposições P (Marte tem um brilho avermelhado) e Q (há pegadas de dinossauro na serra de Aire e Candeeiros) são verdadeiras mas  a equivalência bicondicional é falsa: «Há pegadas de dinossauro na serra de Aire e Candeeiros se e só se Marte tem um brilho avermelhado». Contudo, segundo a regra acima, esta bicondicionalidade deveria ser verdadeira

 

Lógica proposicional? Excluam-na do programa de filosofia do ensino secundário em Portugal, está parcial e estruturalmente errada.

 

NOTA: COMPRA O NOSSO «DICIONÁRIO DE FILOSOFIA E ONTOLOGIA», 520 páginas, 20 euros (portes de correio para Portugal incluídos), CONTACTA-NOS.

 

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Quarta-feira, 5 de Setembro de 2018
«Dicionário de Filosofia e Ontologia, Dialética e equívocos dos filósofos» de Francisco Limpo Queiroz, edições Colibri

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À venda por correio este original Dicionário de 532 páginas. Preço de Venda ao Público: 20 euros. Portes de correio para Portugal: 3 euros. Pagamento por transferência bancária. Edição limitada. Encomende já.

 

Preço com portes de envio por correio para Portugal: 23 euros.

Preço com envio por correio para o Brasil: 32 euros.

Preço com portes de envio por correio para Espanha: 27 euros.

 

Pagamento por Transferência para a conta bancária com o IBAN: PT50 0269 0178 00204264578 90.

 

Contacto para indicar o processo de venda: francisco.limpo@gmail.com

 

 

 

O lançamento da obra a nível nacional será na sexta feira 28 de Setembro de 2018, às 21.30 horas, na Biblioteca Municipal de Beja.

 

Eis um excerto do item DIALÉTICA (LEIS DA):

11. (Lei dos géneros e das espécies; da lavra do autor deste dicionário)
«Correntes ou espécies que, no essencial, pertencem, respectivamente, a espécies e géneros diferentes não podem ser classificadas no mesmo nível, incluídas na mesma espécie ou género porque são colaterais, não directamente relacionadas entre si, não excludentes entre si. Os contrários e semi-contrários são espécies do mesmo género, as espécies que, essencialmente, são de géneros diferentes, designadas de colaterais, não colidem entre si e por isso não se situam no eixo de tese-antítese-síntese que funciona dentro de cada género. Cada espécie está contida integralmente em um ou mais géneros, isto é, nos seus géneros essenciais e intersecta parcialmente outras espécies ou géneros ditos por isso géneros acidentais, formando um sistema de múltiplas argolas». Assim, realismo (a matéria é real em si mesma fora das mentes humanas) e idealismo (a matéria é irreal, é meras ideias e sensações nas mentes humanas) são teorias contrárias que funcionam dentro do mesmo género essencial,o género ontologia, ou teoria do ser, sendo a fenomenologia (vemos o mundo material fora de nós mas não sabemos se é extramental, real, ou não misto, semicontrária ou intermédia. Mas pragmatismo (o que importa é agir e ter resultados práticos, deixando de lado as especulações) é um colateral aos três – a colateralidade pode ser definida como justaposição –. porque pertence ao género praxiologia ou ergologia, isto é, ação/contemplação, e pode haver realismo pragmático, idealismo pragmático e fenomenologia pragmática. Pragmatismo intersecta parcialmente as espécies realismo, idealismo e fenomenologia, não as contém por inteiro como um género, como por exemplo, a espécie homem estar por inteiro contida no género animal. Por isso, pragmatismo deveria ser designado de género transversal ou acidental, isto é, género que intersecta acidental e parcialmente, como colateral, espécies de um outro género contrárias entre si. Também R.M.Hare ignora esta lei dialética ao colocar em oposição naturalismo e intuicionismo: ora naturalismo pertence ao género região ontológica e intuicionismo pertence ao género modo de captar o ser (por intuição; por raciocínio,etc).»



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 12:42
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Equívocos da Lógica Proposicional: disjunção inclusiva e disjunção exclusiva

Um dos equívocos da lógica proposicional é a falaciosa distinção entre disjunção inclusiva e disjunção exclusiva. No Manual Essencial  Filosofia 11º em voga em muitas escolas do ensino secundário em Portugal lê-se: 

 

«A disjunção inclusiva é representada por V.

«A disjunção exclusiva é representada por W.

Por exemplo: 

«Os livros estão escritos em prosa ou em poesia».

 

                                      PVQ

«Os livros estão escritos ou em prosa ou em poesia».

 

                                      PWQ

 

Neste último sentido, é claro que uma alternativa exclui por si só a outra».

 

(Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 71).

 

Esta distinção é uma falácia. Dizer, por exemplo, «Vou ao Porto ou vou a Lisboa» (disjunção inclusiva segundo esta lógica) é o mesmo que dizer «Ou vou ao Porto ou vou a Lisboa» (disjunção exclusiva segundo esta lógica proposicional). A disjunção é exclusiva em ambos os casos: ir ao Porto exclui, no mesmo instante, ir a Lisboa. O «ou..ou» é apenas uma forma mais enfática de dizer «ou». Na substância, não há diferença alguma entre estas «duas» disjunções.

 

Andam os professores a ensinar erradamente os seus alunos. E o lobby dos catedráticos da filosofia analítica que assenta na lógica proposicional conseguiu impor esta última como obrigatória e exclusiva no programa de filosofia do 10º ano do ensino secundário em Portugal. Gravíssimo. Uma pseudociência do pensamento, uma formalização parcialmente arbitrária deste, elevada a tema central da filosofia!

 

A FALSA REGRA DA «DISJUNÇÃO EXCLUSIVA»

 

Há leis erróneas na lógica proposicional. Como a seguinte:

 

«Regra da disjunção exclusiva: A disjunção exclusiva é verdadeira quando as proposições simples apresentam valores lógicos diferentes. É falsa quando as proposições são ambas verdadeiras ou ambas falsas

(Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 72).

 

Eis um exemplo que atesta o erro desta regra: a disjunção exclusiva PWQ «Ou o inverno é necessário à natureza (P) ou o verão é necessário à natureza (Q).» Ambas as proposições P e Q são verdadeiras e a disjunção é verdadeira mas segundo a regra acima deveria ser falsa.  

 

A FALSA REGRA DA «DISJUNÇÃO INCLUSIVA»

A lei da «disjunção inclusiva» é também errónea. É enunciada assim:

 

«Regra da disjunção inclusiva: a disjunção inclusiva de duas proposições é verdadeira em todos os casos, excepto quando as duas proposições simples são ambas falsas.»

(Amândio Fontoura, Mafalda Afonso e Maria de Fátima Vasconcelos, Essencial Filosofia 11º, Santillana, pág 72).

 

Eis um exemplo que atesta o erro desta regra: a disjunção inclusiva PVQ «Somos portugueses (P) ou somos europeus (Q).» Ambas as proposições P e Q são verdadeiras, contudo a disjunção é falsa porque não podemos extrinsecar portugueses de europeus, mas segundo a regra acima é uma disjunção...«verdadeira».

 

Esta lógica proposicional é para deitar fora: foi concebida por sujeitos que vivem fora da realidade filosófica e científica. É típica de subpensadores.

 

NOTA: COMPRA O NOSSO «DICIONÁRIO DE FILOSOFIA E ONTOLOGIA», 520 páginas, 20 euros (portes de correio para Portugal incluídos), CONTACTA-NOS.

 

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