Sexta-feira, 17 de Junho de 2016
Equívocos na prova 714 de exame nacional de Filosofia, de 15 de Junho de 2016

 

 

O exame nacional de filosofia, prova 714 /1ª fase,  de 15 de Junho de 2016, apresenta inconsistências na formulação das questões de escolha múltipla, que pedem selecionar uma só «resposta correta» de entre quatro hipóteses, a exemplo de outros anos. Vejamos alguns exemplos extraídos da versão 1 da prova.

 

GRUPO I 

5. Considere as frases seguintes.

1. O italiano é a língua oficial da Itália.

2. Todos os sólidos ocupam espaço.

É correcto afirmar que:

(A) ambas exprimem conhecimento a priori.

(B) ambas exprimem conhecimento a posteriori.

(C) 1 exprime conhecimento a priori, 2 exprime conhecimento a posteriori.

(D) 1 exprime conhecimento a posteriori, 2 exprime conhecimento a priori.

Nota: A Grelha de correção oficial diz ser a resposta D a única correta.

 

Crítica: Não há resposta absolutamente objectiva e única a esta questão. É erróneo dizer que só uma destas hipóteses é correta e as outras erradas. Um empirista puro, como David Hume, dirá que todo o conhecimento é a posteriori e subscreveria como certa a hipótese B: na verdade, saber o que é a Itália implica um conhecimento proveniente da experiência, isto é a posteriori, exige ver o mapa do país com a forma de bota e ver imagens de Roma, Florença, Veneza, etc. E o facto de o italiano ser a língua da Itália é extraído da experiência porque, por hipótese, poderia ser a língua latim ou a língua inglesa o idioma oficial da Itália. De igual modo, um tal empirista puro diria que só pela observação a posteriori de cubos, esferas e outros sólidos se conclui que estes ocupam espaço.

Um empiro inatista - ou empiro-racionalista - como Kant diria que a hipótese D é a correcta: um juízo que fala da Itália, país que é um fenómeno, um objecto empírico, é a posteriori mas um juízo de geometria pura como «todos os sólidos ocupam espaço» é a priori, formado pelo entendimento puro sem recurso às sensações, ao ver ou tocar esferas ou cubos físicos, palpáveis, recorrendo apenas à intuição pura de espaço e de figuras geométricas. Os autores do exame considera, correta esta última resposta D

 

Vejamos outra questão.

 

6. Suponha que um vendedor incentiva um cliente a comprar um telemóvel nos seguintes termos.

 

«Eu, no seu caso, comprava este telemóvel. Pode parecer um pouco caro, mas os seus colegas vão de certeza ficar cheio de inveja, pois este modelo não está ao alcance de qualquer um e é o escolhido por pessoas que já têm um certo estatuto. Assim, até vai atender as chamadas dos seus amigos com mais gosto».

Este discurso é uma tentativa de

(A) persuasão racional, pois são apresentadas razões que permitem uma avaliação objetiva do produto.

(B) persuasão por meio de manipulação, pois pretende-se convencer apelando unicamente às emoções.

(C) persuasão racional, pois os factos apresentados nas premissas são evidentes e todos os reconhecem.

(D) persuasão por meio de manipulação, pois incentiva as pessoas a consumirem bens dispensáveis.

 

Nota: A Grelha de correção oficial diz ser a resposta B a única correta

 

Crítica:duas respostas corretas e não apenas uma como pretendem os autores do exame: a B e a D. Há, decerto, manipulação por via das emoções (vaidade, inveja)  no texto do vendedor acima mas há igualmente um incentivo a consumir um bem dispensável, um telemóvel caro.

 

Passemos a outra questão.

 

7. Os relativistas acerca dos valores defendem que:

(A) a correção dos juízos de valor depende da cultura e, assim, o que é correto numa cultura pode não o ser noutra.

(B) todos os valores são relativos e, por isso, nenhum juízo de valor é correto ou incorreto.

(C) nenhuma cultura tem valores coincidentes com os valores de outra cultura.

(D) a correção dos juízos de valor depende inteiramente do que é aprovado nas sociedades mais evoluídas

 

Nota: A Grelha de correção oficial diz ser a resposta B a única correta.

 

Crítica: há duas respostas corretas, A e B, ainda que a A seja mais perfeita que a B. Esta última exprime a posição de uma parte dos relativistas, aquela que desemboca no ceticismo, no nivelamento igualitário de todas as culturas.

 

O que é o relativismo? É a doutrina que diz que a verdade, os valores variam de época a época, povo a povo, cultura a cultura, classe a classe social, etc. E é só isto. A alínea A da versão 1 (a correção dos juízos de valor depende da cultura e assim o que é correto numa cultura pode não o ser noutra) é a definição correcta de relativismo.

 

A alínea B (todos os valores são relativos e por isso nenhum juízo de valor é correto ou incorreto) mistura duas definições: relativismo e ceticismo.

 

Se eu digo «No mundo há democracias liberais, fascismos, ditaduras comunistas, os regimes políticos são relativos, mas eu acho que o melhor é a democracia» estou a ser relativista sem ceticismo, com dogmatismo, estou a diferenciar. A igreja católica romana que há séculos era absolutista («ninguém se salva fora da igreja de Roma») evoluiu para um relativismo diferencial, não cético; «Pode haver salvação no budismo ou no hinduísmo, as crenças em Deus são relativas às áreas geográficas, povos, etc.,  mas a melhor religião é a de Nosso Senhor Jesus Cristo centrada no Vaticano, nem todas valem o mesmo».

 

Ora este relativismo diferencial só está implícito na alínea A da versão 1, mas é negado pela alínea B.

 

Consideremos outra questão.

 

10. Kuhn considera que há períodos de consenso e períodos de divergência na comunidade científica. O fim de um período de consenso e a consequente entrada num período de divergência devem-se

(A) ao aprofundamento do paradigma.

(B) à acumulação de anomalias.

(C) à resolução de enigmas.

(D) à atitude crítica própria da ciência normal.

 

Nota: A Grelha de correção oficial diz ser a resposta B a única correta

 

Crítica: há duas respostas corretas, A e B, e não apenas uma, a B. Não é só a acumulação de anomalias o motor da mudança de paradigmas. O aprofundamento do paradigma - surgimento de novas ideias que completam e desenvolvem o paradigma vigente - é outra fonte da revolução científica e abre, quase sempre, um período de divergências entre os cientistas. A teoria da relatividade de Einstein não comporta, originalmente, a noção de matéria escura (buracos negros como portas de um multiverso) mas discípulos de Einstein como Roger Penrose e Stephen Hawking aprofundaram o paradigma, acrescentando-lhe o conceito de matéria negra. Há aqui acumulação de anomalias? Mas este aprofundamento do paradigma instalou a divergência no seio dos astro físicos: por exemplo, Alan Grants e Ted Woods, materialistas dialéticos, não aceitam que a relatividade einsteiniana implique o multiverso.

 

O MÉTODO DA DÚVIDA NÃO É MÉTODO CRÍTICO? PORQUÊ DIFERENCIÁ~LOS?

Na questão 2 do grupo IV,  diz o seguinte:

Tanto Descartes como Popper consideram que a submissão das nossas crenças ou opiniões a um severo exame crítico é um aspecto central do método de procura da verdade. Porém, Descartes e Popper divergem quanto aos resultados da aplicação desses métodos.

Justifique as afirmações anteriores.

Na sua resposta explicite os aspectos relevantes do método defendido por Descartes e do método defendido por Popper.

A correção oficial desta prova diz o seguinte:

«Descartes recomenda o método da dúvida para procurar a verdade....

«Popper recomenda o método crítico para procurar a verdade...

Crítica minha: Esta nomenclatura é confusa. Então o método crítico de Popper não é um método da dúvida? Claro que é...A crítica pressupõe a dúvida e o dogma que sobrevive às dúvidas. E o método de Descartes não é um método crítico já que pressupõe a dúvida metódica e afirma dogmas como «Eu penso, logo existo», «Se em vez de um Deus verdadeiro existisse um génio maligno que me enganasse em tudo, eu não conheceria que o mundo é verdadeiro e de que modo o é» ? É óbvio que é...

 

Os autores desta prova de exame carecem de um verdadeiro pensamento de síntese, padecem de racionalidade fragmentária, isto é, de «ver a árvore e não ver a floresta». Estranho é que se repitam sempre os mesmos erros na concepção da prova de exame nacional de filosofia, erros que temos denunciado aqui em anos sucessivos.

 

Doutoramentos e mestrados em filosofia não dão garantias de pensamento correcto e criador. A docência universitária em filosofia, pública ou privada, está dominada por pequenos pensadores inflacionados socialmente pela retórica e a burocracia que confere títulos. A universidade é uma instituição de massas, onde o erro e uma certa mediocridade se infiltram, não é a cúpula do pensamento mais elevado.

 

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Quinta-feira, 16 de Junho de 2016
Área 10º.12º de Sagitário: a França finalista em 10 de Julho de 2016?

 

Estará a França presente na final do Europeu 2016? Há alguns aspectos planetário-zodiacais, astronómicos que podem indiciar nesse sentido. Reafirmo a minha ignorância quase total em matéria de astrologia desportiva.

                                              

ÁREA 10º-12º DO SIGNO DE SAGITÁRIO:

FRANÇA

 

A área 10º-12º do signo de Sagitário associa-se a triunfos futebolísticos da França, sem ser exclusiva deste país.

 

Em 27 de Junho de 1984, com Úrano em 10º 34´ /10º 32´ de Sagitário,  a França conquista o Campeonato da Europa em futebol inter-nações ao derrotar por 2-0 a Espanha; em 2 de Julho de 2000, com Quiron em 12º 10´/ 12º 16 de Sagitário,  a França vence o Campeonato Europeu Inter Nações de Futebol ao derrotar a Itália por 2-1.

 

Em 10 de Julho de 2016, final do Europeu, Saturno estará em 10º 41´/ 10º 38´ do signo de Sagitário...  

 

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Sexta-feira, 10 de Junho de 2016
Júpiter em 18º de Virgem: Alemanha ou Espanha na final e triunfo de Portugal em 10 de Julho de 2016?

Conforme tenho afirmado, não sou especialista em astrologia desportiva. Não faço a síntese das diversas regularidades ou leis parcelares que suscitam as vitórias e as derrotas de cada seleção nacional de futebol. Isso implica anos de estudo e não sou pago para isso. Ora, só essa síntese é a chave da previsão correcta, partindo do princípio de que «o futuro está integralmente inscrito nas posições do Sol e dos planetas no Zodíaco». Vou, portanto, expor algumas significativas datas em correlação com as posições planetárias de 10 de Julho de 2016, dia da final do Campeonato Europeu inter-seleções.

 

JÚPITER NO SIGNO DA VIRGEM (150º A 180º DE LONGITUDE ECLÍPTICA):

ALEMANHA EM FINAIS EM 1980 E 1992, A DERROTA DE PORTUGAL FRENTE À GRÉCIA NA FINAL DE 2004

 

Em 10 de Julho de 2016, Júpiter estará em 18º 22´/18º 31´ do signo de Virgem. Vejamos o histórico desportivo-astronómico de Júpiter a atravessar, cerca de um ano, o signo da Virgem ou arco do céu, do Zodíaco, de 150º a 180º em longitude.

 

Em 28 de Maio de 1969 com Júpiter em 26º 8´/ 26º 9´do signo de Virgem, o AC Milan vence a Taça dos Clubes Campeões Europeus ao derrotar por 4-1 o Ajax.

 

Em 28 de Maio de 1980, com Júpiter em 1º 43´/ 1º 48´ de Virgem, o Nottingham Forest vence por 1-0 o Hamburgo na final da Taça de Campeões Europeus.

 

Em 22 de Junho de 1980, com Júpiter em 4º 41´/ 4º 49´ de Virgem, a Alemanha Federal sagra-se Campeã da Europa em Futebol ao vencer, em Roma, a Bélgica por 2-1.

 

Em 26 de Junho de 1992, com Júpiter em 9º 35´/9º 44´ de Virgem, em Gotemburgo, a Dinamarca sagra-se vencedora do Europeu de Futebol ao vencer na final a Alemanha por 2-0. 

 

Em 4 de Julho de 2004, com Júpiter em 13º 48´/ 13º 57´ de Virgem, a Grécia vence o Campeonato Europeu de Futebol ao derrotar Portugal por 1-0, na final, no estádio da Luz, em Lisboa.

 

Estatisticamente, no que se refere à passagem de Júpiter no signo da Virgem um ano em cada doze(19681969; 1980; 1991-1992; 2003-2004; 2015-2016) é a Alemanha, com a sua seleção ou através de um clube, o país com maior probabilidade de estar presente numa final europeia em futebol, o que não significa que seja o país vencedor.

 

ÁREA 18º-19º DO SIGNO DE VIRGEM:

VITÓRIAS DA ESPANHA

 

Em 10 de Julho de 2016, Júpiter estará em 18º 22´/18º 31´ do signo de Virgem. Ora a área 18º-19º de Virgem associa-se às efemérides astronómico-desportivas que a seguir exponho.

 

Em 11 de Julho de 2010, com  Marte em 18º 41´/ 19º 16´ de Virgem,  a Espanha sagra-se campeã do mundo de futebol ao vencer por 1-0, na final, a Holanda; em 18 de Maio de 2016, com Nodo Norte da Lua em 19º 34´/ 19º 28´ de Virgem, o Sevilha vence pela terceira vez a Liga Europa ao derrotar por 3-1 o Liverpool; em 28 de Maio de 2016, com Nodo Norte da Lua em 18º 4´/ 18º 3´ de Virgem, o Real Madrid conquista a sua 11ª Liga de Campeões ao vencer por grandes penalidades o Atlético de Madrid após empate 1-1.

E se este ano de 2016 parece ser o ano da Espanha, com eleições gerais legislativas a 26 de Junho, há que estranhar se a seleção espanhola for finalista e, inclusive, vencedora do Europeu?

 

O HORÓSCOPO NATAL DE FERNANDO SANTOS, COM VÉNUS SOBRE JÚPITER A 10 DE JULHO

Há um trânsito planetário que pode indicar o triunfo de Portugal na final europeia em 10 de Julho de 2016: neste dia, Vénus passará em 27º-28º do signo de Caranguejo sobre a posição de Júpiter no dia de nascimento do treinador Fernando Santos, em 10 de Outubro de 1954, posição que era Júpiter em 27º 41´/ 27º 47´ do signo de Caranguejo. Ora Vénus sobre Júpiter significa expansão, alegria, popularidade...Será a alegria da conquista do Euro 2016?

 

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Quarta-feira, 8 de Junho de 2016
Há obras de arte sem assunto, como sustentou Goodman?

Nelson Goodman, filósofo norte-americano construtivista (1906-1998), escreveu:

 

«Obviamente, o assunto é o que é dito, o estilo é o modo como é dito. Um pouco menos obviamente, essa fórmula está cheia de falhas. A arquitectura, a pintura não objectiva e a maior parte da música não têm assunto. O estilo delas não pode ser uma questão do modo como dizem algo, porque elas não dizem literalmente nada; fazem outras coisas, significam de outros modos. » (Nelson Goodman, Modos de fazer mundos,pag 63, Editorial Asa, 1995).

 

O problema que aqui se coloca é o da ruptura com a concepção hegeliana e romântica da arte como um composto de forma e conteúdoParte da  arte contemporânea, aparentemente sem referente no mundo exterior, não tem conteúdo ou assunto, segundo Goodman. Seria, pois, apenas forma. Isto não se aplica, em regra, à literatura, porque esta se compõe de frases, significantes com um significado, mas mesmo aí há questões problemáticas:

 

«A forma varia enquanto o conteúdo permanece constante - mas existem dificuldades mesmo com esta máxima. Graham Hough escreve: ".. quanto mais reflectimos sobre isso, mais problemático se torna falar sobre diferentes modos de dizer; cada modo de dizer não é, de facto, o dizer de uma coisa diferente?» (Nelson Goodman, Modos de fazer mundos, pag 64, Editorial Asa, 1995).

 

Se entendermos por assunto o que Hegel designa por conteúdo da obra de arte - as ideias, os sentimentos que esta desperta no espectador - então toda a obra de arte tem assunto. Deveremos distinguir dois tipos de assunto: aquele que é objectivo, dizível, e aquele que é absolutamente subjectivo, inexprimível, inefável. Este último predomina na arte contemporânea que o público vulgar classifica de "sem sentido", "incompreensível", "pseudo-arte porque não se entende e não mostra o mundo como é".

 Corrigindo Goodman: há obras de arte sem assunto racional, perceptível e objectivo, são as do abstracionismo, dadaísmo e outras que possuem ou suscitam assunto subjectivo, indizível.

 

 

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Realidade independente e realidade aderente em Hartman

Hartman, um grande filósofo alemão (20 de Fevereiro de 1852- 9 de Outubro de 1950)  falou em ser em si de ordem ideal independente e de ser em si aparente.

 

«O verdadeiro ser-em-si de ordem ideal aparece de duas formas:

Pode definir-se a primeira como uma idealidade independente. Isto quer dizer que o ser ideal não se apresenta como inerente a qualquer outra coisa, ou como devendo repousar necessariamente sobre qualquer coisa diferente; por conseguinte, ele não aparece como uma essência pertencente a um ser real. Os objectos desta natureza são sem dúvida irreais e contudo existem em si e ao mesmo tempo, se os encaramos do ponto de vista da esfera a que pertencem, existem por si, quer dizer que são independentes, autónomos; não têm necessidade de se apoiar numa realidade que não seja de ordem ideal.»

 

«É uma idealidade deste género que possuem todas as estruturas que constituem a lógica pura e as matemáticas, o direito ideal e a esfera dos valores (pouco importa que se trate de valores vitais, éticos, estéticos ou ainda de outros, se é que existem).  (...)

 

«Gnoseologicamente falando, a idealidade "independente" deve distinguir-se da idealidade "aderente". Como o nome indica, esta só aparece inerente a um real, como essência de um real. Sem dúvida, a teoria pode pode destacá-la, separá-la, «colocá-la entre parenteses». Mas esta separação, trata-se em primeiro lugar de a efectuar: ela nunca é dada completamente feita. (...)

 

«É desta idealidade que relevam as essências, as leis, as relações essenciais descobertas pela fenomenologia, pouco importando, ademais, o seu conteúdo. A diferença entre "as essências de actos" e as "essências de objectos" é aqui secundária. (...) O físico e o psíquico são igualmente reais; pertencem um e outro a uma esfera comum, a esfera da realidade ôntica. Só as suas estruturas categoriais são diferentes. (...)

«Há ainda muitas outras coisas a ter em conta na idealidade "aderente".»

 

(Nicolai Hartmann, Les principes d´une Métahysique de la Connaissance, Tome II, pag 198,199, 200 Aubier, Editions Montagne, Paris; o bold é colocado por nós )

 

 

Em primeiro lugar, Hartman contradiz-se, ao menos em aparência: fala de objectos irreais que existem em si mesmos. Se existem, não são totalmente irreais pois existir é um modo da realidade. Hartman responderia que existe a irrealidade. O que significa que, segundo ele, a realidade é a existência física adicionada de algo mais. Esta é a visão de Hegel: a mera existência física não torna as coisas reais. Se um homem se vestir de faraó do Egipto e andar assim na rua hoje em dia é um existente mas não é real porque o tempo dos faraós já passou - a menos que se considere que a rainha de Inglaterra é descendente dos faraós do Egipto e utiliza a simbologia e os processos de dominação política destes (tese exposta no youtube por Spirit online TV).

 

Os números são uma idealidade independente que não aparecem como essência de um real? Não me parece que Hartmann esteja completamente certo. Será necessário clarificar o que Hartman entende por essência. Aparentemente, ele interpretava essência em sentido aristotélico: forma comum imutável e eterna, eidos (exemplo, a essência ÁRVORE) imanente a cada uma das ÁRVORES físicas existentes no planeta, embora admitindo, platonicamente, realidades ou formas inteligíveis, suprafísicas, subsistentes por si mesmas. Estas não seriam designadas por essências de algo. Os números são simultaneamente categorias ideais e categorias do real-material e vital. O número é uma forma genérica, isto é, uma «forma» sem forma específica.

 

 

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Sábado, 4 de Junho de 2016
Inglaterra e Hungria, entre os quatro finalistas e semifinalistas do Europeu de Futebol 2016?

 

A previsão astrológica de jogos isolados e de vencedores ligas de futebol é muito complexa. Exige o conhecimento de múltiplas leis planetárias e da sua conjugação num dado dia. Não é a área que estudo sistematicamente. Mas vou ressaltar algumas efemérides astronómico-desportivas ou astronómico-políticas que talvez ajudem a decifrar o vencedor predestinado deste Europeu. A final do Campeonato da Europa de 2016 será no dia 10 de Julho e terá as seguintes posições astronómicas zodiacais:

Sol em 18º 10´/ 19º 7´ do signo de Caranguejo

Vénus em 27º 15´/ 28º 29´ do signo de Caranguejo.

Marte em 23º 46´/23º 52´ do signo de Escorpião.

Neptuno em 11º 51´/ 11º 52´ do signo de Peixes.

 

MARTE EM 23º DO SIGNO DE ESCORPIÃO:

HUNGRIA

 

Em 15 de Novembro de 2015, com Sol em 22º 17´/ 23º 17´ de Escorpião, a Hungria apura-se para a fase final do Europeu ao vencer por 2-1 a Noruega, em Budapeste.

 

NEPTUNO EM 11º 51´/11º 53´ DO SIGNO DE PEIXES:

HUNGRIA EM DESTAQUE 

Em 20 de Maio de 2016, com Neptuno em 11º 53´ de Peixes, a Hungria empata 0-0 com a Costa do Marfim..

VÉNUS EM 27-28º DO SIGNO DE CARANGUEJO:

INGLATERRA EM FOCO

A área 27º-28º do signo de signo de Caranguejo, adjacente à estrela Procyon da constelação do Cão Menor, em 26º de Caranguejo, vincula-se à Inglaterra.

 

Em 28 de Julho de 1944, com Nodo Norte da Lua em 27º 37´/ 27º 36´ de Caranguejo, duas bombas voadoras alemãs causam graves danos em Londres, a primeira matando 51 pessoas ao cair numa zona comercial de grande movimento em Lewisham e a segundo matando 55 pessoas ao destruir uma casa de chá na esquina de Earl´s Court Road e Knightsbridge; em 17 de Agosto de 1944, com Nodo Norte da Lua em 27º 37´/ 27º 36´ de Caranguejo, uma bomba voadora cai em Lavender Hill, no subúrbio londrino de Battersea, matando 14 pessoas que seguiam num autocarro e outras 14 nas ruas e casas circundantes; em 5 de Setembro de 1975, com Saturno em 28º 47´/ 28º 53´ de Caranguejo, uma bomba explode no átrio do hotel Hilton, em Londres, matando 2 pessoas e ferindo outras 50; em 8 de Janeiro de 1991, com Nodo Sul da Lua em 28º 7´ de Caranguejo, um comboio choca contra os amortecedores de uma estação em Londres, produzindo 1 morto e 250 feridos; em 7 de Fevereiro de 1991, com Nodo Sul da Lua em 27º 53´ de Caranguejo, um rocket disparado pelo IRA cai nos jardins do nº 10 de Downing Street, às 9. 45 horas, e às 10.00 uma explosão dá-se frente ao Ministério da Defesa em Londres, havendo 4 mortos calcinados e alguns feridos; em 24 de Abril de 1993, com Marte em 28º 8´/ 28º 36´ de Caranguejo, uma bomba explode na City de Londres, produzindo um morto e cerca de 40 feridos; em 7 de Julho de 2005, com Saturno em 28º 47´/ 28º 55´ de Caranguejo, 3 explosões de bombas da Al-Qaeda na linha 30 do metropolitano de Londres, uma na estação de King´s Cross, outra na de Aldgate East e outra no túnel entre Moorgate e Liverpool Street, e uma quarta explosão num autocarro em Woburn Square produzem 52 mortos, 13 dos quais no autocarro, e 700 feridos.

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Quarta-feira, 1 de Junho de 2016
SESSÃO DE AUTÓGRAFOS EM 5 DE JUNHO, FEIRA DO LIVRO

Feira Livro 2016_AstrologiaHistorica.jpg

 



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