Segunda-feira, 29 de Fevereiro de 2016
Teste de Filosofia do 11º ano, turma B (Fevereiro de 2016)

 

Eis um teste de filosofia fora do estereótipo dos testes que os autores dos manuais escolares da Porto Editora, Leya, Santillana, Areal Editores, etc, divulgam. E sem questões de escolha múltipla que, frequentemente, são incorrectamente concebidas por quem não domína o método dialético e desliza para a horizontalidade da filosofia analítica vulgar. Só os professores que conseguem afastar-se do modelo de testes que os manuais de filosofia, estereotipados, difundem, têm possibilidade de ser verdadeiramente bons. Há uma radicalidade de pensamento que só o individualismo radical atinge.

 

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja

Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja

TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA B

24 de Fevereiro de 2016. Professor: Francisco Queiroz.

 I

"Feyerabend criticou o método das conjecturas e refutações de Popper, em particular pela posição deste face à astrologia e à medicina hopi, e declarou que os homens da idade da pedra, inventores dos mitos, «livres do jugo da especialização, estavam conscientes da grande quantidade de relações entre os homens e entre estes e a natureza». Afirmou ainda Feyerabend, anarquista epistemológico, que, hoje, com o racionalismo fragmentário actual, mera ideologia, « temos uma religião sem ontologia, uma arte sem conteúdos, e uma ciência sem sentido»

 

1)Explique, concretamente este texto

 

2)Explique como, na ontognoseologia de Kant, se formam o fenómeno CEGONHA e o conceito empírico de CEGONHA.

 

2) Relacione, justificando:

A) Positivismo lógico do círculo de Viena e indução amplificante, por um lado, corroboração e testabilidade em Karl Popper, por outro lado.


B) B) Método hipotético-dedutivo, ciências empírico-formais e ciências hermenêuticas


C) Fenomenologia, realismo crítico e cepticismo 

 

D) Sete relações filosóficas e idealismo em David Hume . 

 

 

CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES

 

1) Feyerabend criticou Popper por este reduzir as ciências a conjuntos de conjecturas que são aceites provisoriamente e depois refutadas, isto é, rejeitadas com argumentos e testes experimentais. E criticou Popper por considerar pseudo-ciências a astrologia e a medicina hopi  (os hopis são uma tribo índia dos EUA que veneram a natureza, usam plantas para a cura em ligação com a oração ao deus criador). Feyerabend insistiu em que a visão especializada, fragmentária, das actuais ciências dos séculos XIX a XXI perdeu a percepção holística, global dos fenómenos. O homo sapiens primitivo conhecia a vida de forma global (intuição holística), não estava fragmentado em saberes particulares como o homem de hoje. Os homens do mito estavam livres do jugo da especialização que hoje impera: um engenheiro civil, especializado, só sabe temas de engenharia civil, nada sabe sobre a cura pelas plantas dos seus cálculos renais e de outras doenças e nada sabe sobre as fases da lua e os seus efeitos sobre as sementeiras e colheitas (VALE TRÊS VALORES). As ciências actuais são baseadas num racionalismo fragmentário - teoria que afirma ser a razão a principal fonte de conhecimento, mas não a razão holística que tudo abarca como por exemplo movimentos dos astros e deuses, racionalismo esse que fragmenta o conhecimento, separa o estudo do fígado do estudo do coração, separa o facto histórico-social terrestre do facto astronómico celeste, etc.  Essas ciências nasceram com o emergir da burguesia industrial e financeira actual e por isso estão impregnadas de ideologia - sistema de ideias e valores de uma classe social- burguesa. A ciência e a tecnologia do automóvel como veículo de transporte individual ou familiar insere-se na ideologia individualista da burguesia: «Enriquece, compra um carro próprio, viaja livremente». Feyerabend era anarquista epistemológico, isto é, sustentava a igualdade de base entre todas as doutrinas, que é necessário acabar com o domínio exclusivo da medicina química oficial, da biologia oficial (evolucionismo de Darwin) da electrónica, etc, porque são ideológicas, defendem certas classes e grupos sociais, visam aumentar lucros da grande indústria Que significa dizer que hoje temos uma religião sem ontologia?  Significa que temos um conjunto de ritos cujo simbolismo profundo já perdemos, em cuja filosofia já não penetramos. Por exemplo, ignoramos que o facto de a pia de baptismo de antigas ser . Constroem-se hoje igrejas com uma arquitectura moderna ignorando o número de oiro (1,618), número mágico de proporção entre o comprimento e a largura e a altura de um compartimento. Que significa dizer que hoje impera uma arte sem conteúdos? Significa, por exemplo, que uma tela branca salpicada de pontos vermelhos é um quadro sem conteúdo, um significante sem significado. Que significa dizer que há uma ciência sem sentido? Significa, por exemplo, que há uma medicina que não percebe o sentido da febre - acção de autodefesa do organismo, expulsando as toxinas através do suor ou de urinas escuras - e manda reprimir os sintomas, tomando anti piréticos.( VALE TRÊS VALORES).

 

2) O númeno ou objecto metafísico afecta de alguma maneira a sensibilidade fazendo nascer nesta um caos empírico de matéria indeterminada e as formas a priori de espaço (figuras, extensão) e tempo (duração, simultaneidade, sucessão) moldam essa matéria transformando-a no fenómeno cegonha, que é o objecto visível ou coisa para nós. As imagens do fenómeno são levadas pela imaginação às categorias de unidade, pluralidade, realidade e outras do entendimento ou intelecto ligado ao mundo empírico e aí são reduzidas à unidade, a um conceito único de cegonha (VALE TRÊS VALORES).

 

3-A) O positivismo lógico do círculo de Viena considera sem sentido a metafísica e afirmações desta como «Deus criou o Paraíso e o Inferno e pune os maus» porque não podem ser comprovadas empiricamente. Para este positivismo, só os factos empíricos ( exemplo: maçã, tornado, etc) e as suas relações lógico-matemáticas são verdade e a indução amplificante - generalização segundo uma lei necessária de alguns casos empíricos semelhantes entre si - é perfeitamente legítima. Karl Popper opõ-se ao positivismo lógico pois, na linha de David Hume, duvida da indução amplificante, achando que há sempre excepções a uma dada lei da natureza e considera ser impossível verificar essa lei pois teríamos de estudar centenas de milhar ou milhões de exemplos concretos. Popper diz que só é possível a corroboração ou confirmação de alguns exemplos através da testabilidade, isto é, realização de testes experimentais (VALE TRÊS VALORES).

 

3-B) O método hipotético-dedutivo baseia-se na indução amplificante, inferência que Popper não aceita como válida, e tem quatro fases: observação, hipótese, dedução matemática da hipótese e verificação experimental com confirmação ou não da hipótese. As ciências empírico-formais são as ciências da natureza biofísica - química, física, astronomia, biologia, geologia - e baseiam-se em leis necessárias ou tendencialmente necessárias e por isso assentam na indução amplificante. As ciências hermenêuticas, ou seja, as que se baseiam em interpretações mais ou menos subjectivas e leis estatísticas - psicologia, sociologia, história, economia, - não recorrem ou recorrem pouco à indução amplificante (VALE TRÊS VALORES).

 

3.C) O realismo crítico é a teoria segundo a qual a matéria é real e exterior às nossas mentes mas estas não espelham como ela é. O realismo crítico de Descartes é a teoria qiue sustenta que há um mundo real de matéria exterior às mentes humanas composto de uma matéria indeterminada, sem peso nem dureza/moleza, apenas formado de figuras geométricas, movimento, números (qualidades primárias, objetivas), sendo subjectivas, isto é exclusivamente mentais, as cores, os cheiros, os sabores, as sensações do tacto, o calor e frio (qualidades secundárias, subjectivas). A fenomenologia é a ontologia que sustenta não saber se o mundo material subsiste ou não fora das mentes humanas. O cepticismo é a corrente que duvida do que vai além dos dados empíricos imediatos ou até mesmo deste. A fenomenologia possui um fundo cético e o realismo crítico, na medida em que duvida de alguns dados dos sentidos, também (VALE TRÊS VALORES).  

 

2-D) O idealismo, isto é, a doutrina que diz que o mundo material exterior à mente humana não existe, é ilusório, é base da teoria de Hume. Por exemplo, o"eu" em David Hume não é uma realidade, mas uma ideia ilusória, uma vez que somos apenas uma corrente de percepções empíricas a que a memória e a imaginação atribuem um núcleo invariável chamado «eu». Do mesmo modo, a   substância (exemplos: as substâncias cadeira ou nuvem) é uma ideia fabricada pela nossa imaginação servindo-se das sete relações filosóficas que são disposições sensório-intelectuais a priori da mente humana: semelhança, identidade, relações de tempo e lugar, proporção de quantidade ou número, graus de qualidade, contrariedade e causação. A ideia de permanência, de continuidade entre as percepções empíricas forja as ideias de eu e de substância. As relações de tempo e lugar não estão em objectos materiais fora de nós mas são um modo de ver e pensar inerente à nossa mente - e isto é idealismo (VALE DOIS VALORES)

 

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Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2016
Fenómeno e intuição empírica: alguma confusão em Kant

Apesar do seu brilhantismo no raciocínio, Kant desceu ao magma de alguma confusão de ideias no que respeita à definição de fenómeno e de intuição. O filósofo alemão definiu assim fenómeno:

«O objecto indeterminado de uma intuição empírica chama-se fenómeno». (Kant, Crítica da Razão Pura, Fundação Calouste Gulbenkian, pag. 61).

 

É óbvio que Kant distingue entre fenómeno - por exemplo, cadeira - e intuição do fenómeno - ver ou tocar a cadeira, neste exemplo. Mas o que constitui o fenómeno? As intuições empíricas e, essencialmente, as intuições puras: a figura e a extensão.  E alguns conceitos a priori. O fenómeno, como por exemplo, bicicleta, cão ou nuvem nada é em si mesmo: é apenas uma figura sem cor, nem som, nem cheiro, nem matéria, inscrita num espaço que é irreal, intuição a priori. Kant é um idealista ontológico: os objectos materiais não existem fora do espírito humano, são complexos de sensações e intuições tridimensionais. Não há, por exemplo, cavalo-númeno e cavalo-fenómeno, como pensa a generalidade dos estudiosos de Kant. O cavalo é apenas representação de algo incognoscível. Kant escreveu:

 

«Assim, quando separo da representação de um corpo o que o entendimento pensa dele, como seja substância, força, divisibilidade, etc., e igualmente o que pertence à sensibilidade como seja a impenetrabilidade, dureza, cor, etc, algo me resta ainda dessa intuição empírica: a extensão e a figura. Estas pertencem à intuiçao pura, que se verifica a priori no espírito, mesmo independente de um objecto real dos sentidos ou da sensação, como simples forma da sensibilidade.»(Kant, Crítica da Razão Pura, Fundação Calouste Gulbenkian, pag. 61).

 

Ora este texto desmonta o objecto real dos sentidos ou fenómeno mostrando que não passa de um complexo de intuições formais (figura, espaço)  e de conceitos A cor, a dureza, de uma bicicleta não pertencem à bicicleta: são sensações, intuições empíricas, modos ilusórios de percepcionar esse veículo que é fenómeno. O carácter unitário da biclicleta como aglomerado de peças metálicas é um conceito do entendimento, é a categoria de substância e acidente, não está na bicicleta. E o problema coloca-se: ao vermos uma bicicleta que está fora do nosso corpo físico mas dentro da nossa mente que o circunda e constitui o espaço, estamos a ter um conjunto de intuição empíricas e sensações (visão  da cor, sensação da dureza do metal ou do selim, etc) de um fenómeno que se reduz a intuições empíricas geométricas (as linhas da bicicleta), a uma matéria indeterminada (algo que não tem cor, nem peso, nem cheiro, nem ductilidade) e a conceitos (substância única e divisível em partes).

 

Assim, a noção de intuição empirica funciona ambiguamente em Kant: é a matéria do fenómeno («Dou o nome de matéria ao que no fenómeno corresponde à sensação» diz Kant; mas uma matéria absolutamente abstracta, como a hylé de Aristóteles, pois a cor, o cheiro, o som, a sensação de dureza são meras sensações, aparência), o objectivamente «real para nós» e é a percepção da matéria desse fenómeno, percepção esta que já inclui cor, som, cheiro, grau de dureza, etc. Note-se ainda que, seguindo a teoria das qualidades primárias e secundárias de Descartes, Kant estabelece duas modalidades de intuição empírica enquanto percepção, distinguindo sensação (subjectiva, ilusória) de intuição (objectiva):

 

«O sabor agradável de um vinho não pertence às propriedades objectivas desse vinho, portanto de um objecto mesmo considerado como fenómeno, mas à natureza especial do sentido do sujeito que o saboreia. As cores não são propriedade dos corpos, à intuição dos quais se reportam, mas simplesmente modificações do sentido da vista que é afectada pela luz de uma certa maneira. O espaço pelo contrário, como condição de objectos exteriores, pertence necessariamente ao fenómeno ou à intuição do fenómeno». (Kant, Crítica da Razão Pura, Fundação Calouste Gulbenkian, pag. 69, nota de rodapé; o destaque a negrito é de minha autoria).

 

Neste caso, o sabor e a cor de um vinho seriam a intuição subjectiva e o vinho a intuição objectiva e o fenómeno. Mas o que é o vinho sem cor, nem sabor?

 

Em suma, a contradição de Kant reside no facto de expulsar do fenómeno para o campo das sensações (intuições do fenómeno) e para o campo dos conceitos aquilo que realmente o caracteriza: a  cor, o sabor, a dureza, a matéria concreta de que é feito (no caso de árvore: madeira e folhagem), tornando o fenómeno uma figura fantasmagórica, um esqueleto sem carne, pura forma num dado tempo.

 

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Sábado, 20 de Fevereiro de 2016
Teste de Filosofia do 10º ano, turma A (Fevereiro de 2016)

 

Eis um teste de filosofia fora do estereótipo dos testes que os autores dos manuais escolares da Porto Editora, Leya, Santillana, Areal Editores, etc, divulgam. E sem questões de escolha múltipla que, frequentemente, são incorrectamente concebidas por quem não domína o método dialético e desliza para a horizontalidade da filosofia analítica vulgar. Os conteúdos deste teste de filosofia referentes a alquimia, cabala e princípio das correspondências macrocosmos-microcosmos integram-se na rubrica «Os grandes temas da filosofia» e são relativos a uma visita de estudo ao centro histórico de  Sevilha em que se fez hermenêutica de monumentos antigos e seus pormenores artísticos.

 

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja

Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja

TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA A

11 de Fevereiro de 2016. Professor: Francisco Queiroz.

 I

"A filosofia da alquimia, que aceita as noções de pleroma, kenoma e hebdómada, sustenta a divisa «solve e coagula» e a existência de três princípios/ substâncias do universo material. Na Grande Obra Alquímica, que traduz a lei dialética do uno, há quatro fases correspondendo uma ave a cada uma. O princípio das correspondências macrocosmo-microcosmos foi usado na construção da catedral medieval."

 

1)Explique, concretamente este texto.

 

2) Relacione, justificando:

A) Seis esferas da árvore cabalística dos Sefirós, as respectivas qualidades, cores e planetas associados a cada uma, e a planta do templo cristão medieval.


B) Lei da luta de contrários, por um lado, e taoísmo, Adão Kadmon, e binómio realismo/idealismo, binómio ética deontológica/ ética teleológica por outro lado.


C) Vontade autónoma/ vontade heterónoma, eu fenoménico e eu numénico em Kant, por um lado, e três partes da alma na teoria de Platão, por outro lado.


D)  Máxima e imperativo categórico em Kant e o princípio moral do utilitarismo em Stuart Mill

 

CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES

 

1) A filosofia da alquimia, doutrina esotérica, hermética que sustenta o processo da Grande Obra ou criação laboratorial da pedra filosofal que concederia a imortalidade ao homem, dotando-o de um corpo astral desmaterializado como o mítico Adão Kadmon (metade homem e metade mulher), defende que há três princípios/ substâncias originárias do universo, o enxofre ou homem vermelho (princípio masculino), sólido, o mercúrio filosófico ou mulher branca (princípio feminino), volátil, e o sal, neutro. A divisa «solve e coagula» significa dissolver o enxofre, sólido, e coagular o mercúrio líquido ou gasoso que se esparge pelas esferas celestes de forma a obter o equilíbrio e a pedra filosofal, ou lapis vermelho. O pleroma é o mundo divino, da luz, o mundo dos éons ou dos arquétipos perfeitos, o kenoma é o vazio, das trevas e da matéria exterior ao pleroma, a hebdómada é o mundo das sete esferas planetárias que tem a Terra no centro, criado por Deus ou pelo demiurgo (deus inferior) no seio do kenoma para alojar Adão que, ao sair do Éden atraído por Lúcifer, se materializou e perdeu Sofia, a sua metade espiritual  (VALE QUATRO VALORES). As quatro fases da Grande Obra Alquímica que visa produzir o elixir da longa vida ou pedra filosofal em laboratório são: nigredo, ou fase negra, da putrefação da matéria transformada no laboratório a que corresponde o corvo; albedo, ou fase branca de separação das impurezas, a ave é o cisne; citredo, ou fase multicolor, de alguma dominancia do amarelo limão, a ave é o pavão; rubedo, ou fase vermelha na qual se dá a produção da pedra filosofal cuja ave é a fénix. A lei do uno sustenta que tudo se relaciona e isso exemplifica-se no facto de estas quatro fases da Grande Obra estarem ligadas entre si num processo de continuidade. (VALE TRÊS VALORES). O princípio das correspondências microcosmo-microcosmo da filosofia hermética sustenta que o que está em baixo é como o que está em cima, há uma analogia entre o microcosmo ou pequeno universo e o macrocosmo ou grande universo. Assim, o templo cristão da idade média obedeceu a essa lei: o macrocosmos seria um corpo gigantesco de Cristo de braços abertos que atravessaria o universo inteiro e o templo a construir seria um macrocosmos que imitaria, em forma de cruz, esse corpo macrocósmicos. A abside do templo, orientada a Este, ponto cardeal onde nasce o Sol (Cristo é o Sol espiritual) equivale à cabeça, o transepto aos braços abertos, o altar ao coração, as naves ao tronco e pernas de Cristo. (VALE DOIS VALORES).

 

2-A) A árvore das Sefirós (Esferas) é o diagrama do universo, segundo a Cabala (ensinamento secreto) judaica, uma «heresia» do judaísmo como religião de massas. Essa árvore de 10 esferas, que são 10 qualidades manifestas de Deus, é composta de um hexágono em cima, um triângulo debaixo deste e um ponto isolado no fundo. Podemos aplicar este diagrama à planta em cruz da catedral cristã fazendo coincidir Kéther, a primeira Sefiró, com a abside do templo, Binan e Guevurah com a extremidade esquerda do transepto, Hockman e Chesed com a extremidade direita do transpeto, Tiferet com o altar no pilar central.

 

                               KÉTHER (Coroa)

                                Planeta: Úrano

                                Esfera nº 1

                                 Cor : Indefinida

 

BINAH:                                               CHOCKMAH

Esfera nº 3                                          Esfera nº 2

Inteligência                                          Sabedoria

Feminina                                              Masculina

Saturno                                                Neptuno

Cor Negra                                           Cor iridescente

 

GUEVURAH                                          CHESED

Esfera nº 5                                             Esfera nº 4

Justiça                                                    Misericórdia

Marte                                                       Júpiter

Cor: Vermelho                                        Cor Azul

 

                                     THIPHERET

                                      Esfera nº 6.

                                      Beleza.

                                      Sol.

                                      Cor: amarelo ouro.

                                      (VALE TRÊS VALORES)

 

2. B)  A lei da luta de contrários sustenta que a essência e o motor de desenvolvimento de cada fenómeno ou ente é uma luta de contrários. No taoísmo, antiga filosofia chinesa, o Tao ou mãe do universo divide-se numa luta entre o Yang e o Yin, o fluxo da onda (Yang) e o refluxo desta (Yin), a luz do dia (Yang) e a escuridão da noite (Yin), a diástole (Yang) e a sístole (Yin), o crescimento (Yang) e o decréscimo (Yin), o masculino (Yang) e o feminino (Yin), o vermelho e o laranja (Yang) o azul e o violeta (Yin), o verão e o calor (Yang), o inverno e o frio (Yin). O Adão Kadmon, antepassado mítico do homem, é uma luta de contrários: a sua metade direita é masculina, a sua metade esquerda é feminina. O realismo e o idealismo são contrários: o primeiro afirma que há um mundo de matéria, real em si mesmo, fora das nossas mentes e anterior a elas, ao passo que o idealismo diz que o mundo material é uma ilusão fora do corpo, é apenas percepções e ideias da nossa mente. As éticas deontológicas são, supostamente, não hedónicas, põem o dever à frente do prazer. ao passo que as éticas ditas teleológicas (télos significa finalidade) colocam o prazer, finalidade da acção, à frente do dever.(VALE QUATRO VALORES)

 

2-C) A vontade autónoma reside no eu numénico, ou eu racional, na doutrina de Kant, e permite  a cada pessoa universalizar a sua máxima ou princípio subjetivo, agir de acordo com o imperativo categórico que cada um gera no seu eu racional: trata cada ser humano como um fim em si mesmo, alguém digno de respeito, e nunca como um meio para chegares a fins egoístas. Isto liga-se ao Nous ou parte superior, racional, da alma humana, em Platão, que contempla os arquétipos e dirige os filósofos.reis que vivem colectivamente, sem ouro nem prata, numa casa do Estado e fazem as leis. Também se liga ao Tumus ou parte intermédia da alma que representa o valor militar dos guerreiros, auxiliares dos filósofos-reis. A vontade heterónoma situa-se no eu fenoménico ou eu empírico e é governada por interesses materiais, instintos e paixões contrárias ao eu racional e exprime à parte inferior da alma humana, a epythimia ou concupiscência, sede dos prazeres egoístas de enriquecer materialmente com ouro e prata, comer requintadamente, desfrutar vida luxuosa, etc. (VALE TRÊS VALORES).

 

2-D- O imperativo categórico ou verdadeira lei moral postula: «Age como se quisesses que a tua ação fosse uma lei universal da natureza». Resulta da universalização da máxima, da aplicação equitativa do princípio subjectivo moral de cada um ou máxima. Exemplo: se a minha máxima é «Combato a vacinação obrigatória porque as vacinas infectam o organismo» o meu imperativo categórico será «Vou difundir a ideia de que a vacinação é nociva e não me vacinarei nem as minhas filhas, quaiquer que sejam as sanções contra mim.» O princípio moral de Stuart Mill é, em cada situação, promover a felicidade da maioria das pessoas, mesmo sacrificando a minoria. Em regra, isto opõe-se ao imperativo categórico de Kant que é absolutamente equitativo e trata por igual todos os indivíduos. (VALE UM VALOR)

 

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Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 2016
Equívocos de Mario Bunge na classificação das teorias físicas

 

Mario Bunge estabelece quatro tipo de teorias físicas:

 

«1. A teoria realista: uma teoria física trata de sistemas físicos, isto é, diz respeito a entidades e eventos que indubitavelmente têm uma existência autónoma (realismo ingénuo) ou que supostamente (talvez erradamente, em alguns casos) têm uma existência autónoma (realismo crítico). » (...)

 

2, A tese subjectivista; uma teoria física trata de sensações (sensismo) ou também de ideias (idealismo subjectivo) de qualquer sujeito empenhado em actos cognitivos.» (...)

 

3. A tese estrita de Copenhague: uma teoria física ou, de qualquer modo, a teoria quântica trata de blocos sujeito-objecto inanalisáveis. Não pode ser estabelecida nenhuma distinção absoluta

 

4. A tese dualista: uma teoria física trata de objectos físicos e de actores humanos: diz respeito às transações dos humanos com o seu ambiente (pragmatismo) ou ao modo como os humanos manejam sistemas quando tentam conhecê-los (operacionismo). »

 

(Mario Bunge, Filosofia da Física, Edições 70, pág 67)

 

Há certo mérito nesta distinção. Mas há erros: realismo não se opõe a subjectivismo mas sim a idealismo/ irrealismo e a fenomenologia (esta última incarnada na chamada teoria de Copenhague); não há, em princípio, distinção ontológica entre realismo e dualismo, ao contrário do que Bunge estabelece, porque o realismo, a partir do momento em que existe humanidade cognoscente, é um dualismo (a nossa mente, do lado de cá, o mundo físico do lado de lá). 

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Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 2016
Earthquakes in Christchurch in Historical Astrology

Our theory of degrees and minutes numerically homologous between different zodiacal signs  explained in our book «Historical Astrology» published in 2015 in Portugal, once again confirmed its consistency with the occurrence today, February 15, 2016, of an earthquake in Christchurch, New Zealand. We are, probably, the best astrologer of the world as we learn from historical facts and not from imagination and from astrological tradition.

 

POINT 16º 31`/ 16º 34´ OF ANY ZODIACAL SIGN:

EARTHQUAKES IN CHRISTCHURCH

 

The passage of a planet, the sun or a moon´s Node in the point 16º 31' /16º 34´of any sign of the Zodiac is a necessary but not sufficient condition to generate an earthquake in Christchurch.

 

On 22 February 2011, with Saturn in 16º  36´/ 16º 34´ of Libra, an earthquake occurrs in Christchurch registered 6.3 on the Richter scale, strucking the Canterbury Region in New Zealand's South Island killing 185 people in the nation's second deadliest natural disaster.

 

On 15 February 2011, with Pluto in 16º 31´/16º 33´ of Capricorn, an earthquake strikes Christchurch registered 5.7 on the Richter scale.

 

Some dates when there will be a high probability of earthquakes in Christchurch are: on 16-17 June 2016 (Moon´s North Node in 16º  22-25  June , 2016 (Pluto in 16º 35' / 16º 31´Capricorn); on 26-27 June, 2016 (Jupiter in 16º 25´/ 16º 41´Virgo); 19-21 of December, 2016 (Pluto in 16º 30' /  16º 34` Capricorn).

 

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Quarta-feira, 10 de Fevereiro de 2016
Teste de Filosofia do 10º ano, turma B (Fevereiro de 2016)

 

 Os conteúdos deste teste de filosofia referentes a alquimia, cabala e princípio das correspondências macrocosmos-microcosmos integram-se na rubrica «Os grandes temas da filosofia» e são relativos a uma visita de estudo ao centro histórico de  Sevilha em que se fará hermenêutica de monumentos antigos e seus pormenores artísticos.

 

 

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TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA B

4 de Fevereiro de 2016. Professor: Francisco Queiroz.

 I

“A filosofia da alquimia sustenta a divisa «solve e coagula» e a existência de três princípios/ substâncias do universo material. O templo cristão na idade média foi construído segundo o princípio das correspondências microcosmo-macrocosmo. O não agir do taoísmo exige não só a percepção empírica mas também o conceito empírico e a intuição inteligível".

 

1) Explique, concretamente este texto.


2) Relacione, justificando:

A) Seis esferas da árvore cabalística das Sefirós, as respectivas qualidades, cores e planetas associados a cada uma, e a planta do templo cristão medieval.

 

B) As quatro fases do processo alquímico e respectivas aves, por um lado, realismo e idealismo, por outro lado

 

C)Agir por dever e agir em conformidade com o dever em Kant e três partes da alma na teoria de Platão


D)  Máxima e imperativo categórico em Kant e o princípio moral do utilitarismo em Stuart Mill.

 

3) O que é e para que serve a filosofia? Tem o direito de gerar metafísica? É dogmática? É céptica? É objetiva? É subjetiva?

Disserte sobre isto (mínimo: 7 linhas).

CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES

 

1) A filosofia da alquimia, doutrina esotérica, hermética que sustenta o processo da Grande Obra ou criação laboratorial da pedra filosofal que concederia a imortalidade ao homem, dotando-o de um corpo astral desmaterializado como o mítico Adão Kadmon (metade homem e metade mulher), defende que há três princípios/ substâncias originárias do universo, o enxofre ou homem vermelho (princípio masculino), sólido, o mercúrio filosófico ou mulher branca (princípio feminino), volátil, e o sal, neutro. A divisa «solve e coagula» significa dissolver o enxofre, sólido, e coagular o mercúrio líquido ou gasoso que se esparge pelas esferas celestes de forma a obter o equilíbrio e a pedra filosofal, ou lapis vermelho  (VALE TRÊS VALORES). O princípio das correspondências microcosmo-microcosmo da filosofia hermética sustenta que o que está em baixo é como o que está em cima, há uma analogia entre o microcosmo ou pequeno universo e o macrocosmo ou grande universo. Assim, o templo cristão da idade média obedeceu a essa lei: o macrocosmos seria um corpo gigantesco de Cristo de braços abertos que atravessaria o universo inteiro e o templo a construir seria um macrocosmos que imitaria, em forma de cruz, esse corpo macrocósmicos. A abside do templo, orientada a Este, ponto cardeal onde nasce o Sol (Cristo é o Sol espiritual) equivale à cabeça, o transepto aos braços abertos, o altar ao coração, as naves ao tronco e pernas de Cristo. (VALE DOIS VALORES) O não agir do taoísmo, isto é, o quietismo ético, doutrina que incita a ser contemplativo, a levar a vida simples de um camponês ou de um artesão e a desprezar a política, as expedições militares e as guerras, os grandes negócios e títulos universitários, exige a percepção empírica, isto é, ver tocar, saborear coisas e situações, o conceito empírico, isto é, a ideia extraída de percepções sensoriais (exemplo: o conceito empírico de guerra é abstraído das percepções de casas destruídas por bombas, corpos ensanguentados nas ruas, disparos ou espadeiradas contra pessoas). Exige também a intuição inteligível isto é um flash ou iluminação metafísica (exemplo: a intuição de que a maior virtude é seguir o Tao, o ritmo natural dos dias e das noites, etc). (VALE TRÊS VALORES)

 

2) A) A árvore das Sefirós (Esferas) é o diagrama do universo, segundo a Cabala (ensinamento secreto) judaica, uma «heresia» do judaísmo como religião de massas. Essa árvore de 10 esferas, que são 10 qualidades manifestas de Deus, é composta de um hexágono em cima, um triângulo debaixo deste e um ponto isolado no fundo. Podemos aplicar este diagrama à planta em cruz da catedral cristã fazendo coincidir Kéther, a primeira Sefiró, com a abside do templo, Binan e Guevurah com a extremidade esquerda do transepto, Hockman e Chesed com a extremidade direita do transpeto, Tiferet com o altar no pilar central.

 

                               KÉTHER (Coroa)

                                Planeta: Úrano

                                Esfera nº 1

                                 Cor : Indefinida

 

BINAH:                                               CHOCKMAH

Esfera nº 2                                          Esfera nº 3

Inteligência                                          Sabedoria

Feminina                                              Masculina

Saturno                                                Neptuno

Cor Negra                                           Cor iridescente

 

GUEVURAH                                          CHESED

Esfera nº 5                                             Esfera nº 4

Justiça                                                    Misericórdia

Marte                                                       Júpiter

Cor: Vermelho                                        Cor Azul

 

                                     THIPHERET

                                      Esfera nº 6.

                                      Beleza. 

                                      Sol                                     

                                      Cor: amarelo ouro.

                                                 (VALE TRÊS VALORES)

 

B) As quatro fases da Grande Obra Alquímica que visa produzir o elixir da longa vida ou pedra filosofal em laboratório são: nigredo, ou fase negra, da putrefação da matéria transformada no laboratório a que corresponde o corvo; albedo, ou fase branca de separação das impurezas, a ave é o cisne; citredo, ou fase multicolor, de alguma dominancia do amarelo limão, a ave é o pavão; rubedo, ou fase vermelha na qual se dá a produção da pedra filosofal cuja ave é a fénix. O realismo é a corrente ontológica que sustenta que a matéria existe em si mesma fora dos espíritos humanos. Parece corresponder à realidade dos processos alquímicos, com as retortas, o atanor (forno), etc. O idealismo é a corrente ontológica que diz que o universo de matéria não passa de um conjunto de ideias ou percepções empíricas dentro da imensa mente de um ou vários indivíduos humanos.A alquimia tanto pode ser encarada de um ponto de vista realista (exemplo: o atanor ou forno do alquimista é real, está ali, etc)  como do ponto de vista idealista ontológico (exemplo: o mundo material e o laboratório não passam de um sonho). (VALE TRÊS VALORES).

2-C) Agir por dever, na doutrina de Kant, é universalizar a sua máxima ou princípio subjetivo, agir de acordo com o imperativo categórico que cada um gera no seu eu racional: trata cada ser humano como um fim em si mesmo, alguém digno de respeito, e nunca como um meio para chegares a fins egoístas. Isto liga-se ao Nous ou parte superior, racional, da alma humana, em Platão, que contempla os arquétipos e dirige os filósofos.reis que vivem colectivamente, sem ouro nem prata, numa casa do Estado e fazem as leis. Também se liga ao Tumus ou parte intermédia da alma que representa o valor militar dos guerreiros, auxiliares dos filósofos-reis.

Agir em conformidade com o dever é cumprir a lei do Estado por medo de ser punido e liga-se à parte inferior da alma humana, a epythimia ou concupiscência, sede dos prazeres egoístas de enriquecer materialmente com ouro e prata, comer requintadamente, desfrutar vida luxuosa, etc. " (VALE DOIS VALORES).

 

2-D- O imperativo categórico ou verdadeira lei moral postula: «Age como se quisesses que a tua ação fosse uma lei universal da natureza». Resulta da universalização da máxima, da aplicação equitativa do princípio subjectivo moral de cada um ou máxima. Exemplo: se a minha máxima é «Combato a vacinação obrigatória porque as vacinas infectam o organismo» o meu imperativo categórico será «Vou difundir a ideia de que a vacinação é nociva e não me vacinarei nem as minhas filhas, quaiquer que sejam as sanções contra mim.» O princípio moral de Stuart Mill é, em cada situação, promover a felicidade da maioria das pessoas, mesmo sacrificando a minoria. Em regra, isto opõ-se ao imperativo categórico de Kant que é absolutamente equitativo e trata por igual todos os indivíduos. (VALE DOIS VALORES).

 

3) A filosofia é uma interpretação livre ou o conjunto das interpretações livres do mundo, dotadas de variáveis graus de especulação (teorização de assuntos difíceis ou impossíveis de demonstrar objectivamente). Naturalmente, gera metafísica, isto é, doutrina sobre os entes e fenómenos invisíveis e imperceptíveis, imaginários ou reais do universo (deuses, reencarnação, buracos negros do universo, ) e sobre as causas primeiras da vida e o sentido desta. A filosofia é dogmática, assenta em certezas, e simultaneamente é cética, instala-se na dúvida. É ao mesmo tempo objectiva (exemplo: os três mundos em Platão são objectivos no sentido em que podem ser compreendidos por toda a gente) e subjectiva na medida em que cada pessoa tem uma filosofia própria diferente das outras pessoas. (VALE DOIS VALORES).

 

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Teste de Filosofia do 11º ano, turma C (Fevereiro de 2016)

 

 Eis um teste de filosofia fora do estereótipo dos testes que os autores dos manuais escolares da Porto Editora, Leya, Santillana, Areal Editores, etc, divulgam. .

 

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja

Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja

TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA C

1 de Fevereiro de 2016. Professor: Francisco Queiroz“.

 I

"As categorias são conceitos que prescrevem leis a priori aos fenómenos e, portanto, à natureza como conjunto de todos os fenómenos…O entendimento reduz à unidade o diverso das intuições empíricas.» (Kant, Crítica da Razão Pura)

 

1) Explique estes pensamentos de Kant.

2) Explique, como, segundo a gnosiologia de Kant, se formam o fenómeno MONTANHA, o conceito empírico de MONTANHA e o juízo a priori «Seis mais seis é igual a doze»

 

3) Relacione, justificando:

A) As sete relações filosóficas em David Hume e as formas a priori da sensibilidade e do entendimento na teoria de Kant.

B) O ser em Parménides e o ser em Hegel.

C) Ontologia de Descartes (as três res) e realismo crítico em Descartes.

D) Três tipos de conhecimento, segundo Bertrand Russel, e lei da tríade.

E) As ideias de «eu», «alma» e «substância» em David Hume, racionalismo e empirismo.

 

CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES

 

1) As categorias (unidade, pluralidade, totalidade, realidade, causa-efeito) existem no entendimento, são conceitos a priori, formais, e impõem leis, ordem aos fenómenos da natureza existentes na sensibilidade, segundo Kant. Por exemplo,  a categoria de realidade permite distinguir se estamos acordados ou a sonhar e, por isso, impõe que um automobilista guie bem o seu veículo sem o despistar, segundo leis de causa-efeito da condução. (VALE DOIS VALORES) O entendimento, com as  suas categorias, em especial a de unidade, transforma em uma imagem mental única, o conceito empírico (de rosa, por exemplo) os milhares de imagens (intuições empíricas vindas da sensibilidade; no caso, os milhares de rosas que vemos e produzimos no espaço a priori) (VALE DOIS VALORES).

 

B) O númeno afecta «do exterior» a sensibilidade e cria, nesta, um caos de matéria (madeira, terra, ferro, etc). Este caos é moldado pelo espaço que nele imprime figuras geométricas e pelo tempo que lhe confere duração, sucessão. Assim nasce o fenómeno montanha, na sensibilidade «externa», isto é, no espaço. O entendimento intervém na medida em que confere à montanha o carácter de substância, de divisibilidade (em partes: tufos de ervas, rochas, árvores, encostasm etc). São enviadas ao entendimento imagens de diferentes fenómenos montanha - com ou sem árvores, etc - e as categorias ou conceitos puros do entendimento como pluralidade, unidade e realidade misturam e tratam essas imagens empíricas transformando-as num só conceito empírico, o de montanha, abstraindo dos pormenores das montanhas particulares. O juízo a priori seis mais seis igual a doze forma-se do seguinte modo: as intuições puras de números seis e doze existem no tempo, isto é na sensibilidade a priori, são apresentadas às categorias de unidade, pluralidade e totalidade do entendimento e estas geram o dito juízo matemático a priori.(VALE QUATRO VALORES).

 

3) A) As sete relações filosóficas em David Hume são as estruturas a priori do espírito humano, as estruturas da tábua rasa, por assim dizer, e são as seguintes: semelhança, identidade, relações de tempo e lugar, proporção de quantidade ou número, graus de qualidade, contrariedade e causação. É fácil ver que correspondem, de um modo geral, em Kant,  às formas a priori, da sensibilidade (espaço e tempo) e do entendimento (os conceitos a priori de unidade,pluralidade, totalidade; realidade, limitação, negaçao; substância e acidente, causa-efeito, comunidade; possibilidade-impossibilidade, necessidade-contingência) : a relação de causação em Hume equivale às categorias de causa-efeito e de necessidade em Kant;  as relações de espaço e tempo, em Hume, equivalem ao espaço e tempo puros que são as formas a priori da sensibilidade em Kant, etc (VALE DOIS VALORES).

 

3-B) Segundo Parménides de Eleia, a via da verdade, racional, estabelece que o ser é uno, imóvel, imutável, esférico, invisível, imperceptível, eterno, que não foi nem será porque é eternamente o mesmo e diz que «ser e pensar são um e o mesmo». A interpretação realista desta última frase é: o pensamento é idêntico ao ser, é espelho do ser material (realismo é doutrina que sustenta que o mundo de matéria é real em si mesmo). A interpretação idealista da mesma frase é: o ser é pensamento, nada existe fora da ideia absoluta que é o ser, e o mundo de matéria, com a mudança das estações do ano, o nascimento e a morte não passa de ilusão. A doutrina de Hegel define o ser como a ideia absoluta, o pensamento criador, extra humano, que está no princípio de tudo mas, ao contrário de Parménides, devém, coloca-se em movimento. Este ser desdobra-se em três fases, segundo a lei da tríade: fase lógica, Deus sozinho antes de criar o universo o espaço e o tempo (é a tese ou afirmação, o primeiro momento da tríade); fase da natureza, na qual Deus se aliena ou separa de si mesmo ao transformar-se em espaço, tempo, astros, pedras, montanhas, rios, plantas e deixa de pensar (é a antítese ou negação, o segundo momento da tríade); fase da humanidade ou do espírito, em que a ideia absoluta/Deus emerge com a aparição da espécie humana, que é Deus encarnado evoluindo em direção a si mesmo, por sucessivas formas de estado, desde o despótico mundo oriental até ao mundo cristão da Reforma protestante onde todos os homens são livres (é a síntese ou negação da negação) (VALE TRÊS VALORES).

 

3.C) A ontologia ou teoria do ser em Descartes é a seguinte: o ser principial é Deus-espírito (res divina) e o ser derivado é duplo, res cogitans ou pensamento humano e res extensa ou extensão, isto é, o comprimento, largura e altura dos corpos materiais exclunido o peso, a cor, o som, o grau de dureza, etc. Isto, em especial a res extensa, liga-se ao Realismo crítico que é a teoria gnosiológica segundo a qual há um mundo de matéria exterior ao espírito humano e este não capta esse mundo como é. Descartes, realista crítico, sustentava que as qualidades secundárias, subjectivas, isto é, as cores, os cheiros, os sons, sabores, o quente e o frio só existem no interior da mente, do organismo do sujeito, pois resultam de movimentos vibratórios exteriores e que o mundo exterior é apenas composto de formas, movimentos e tamanhos e uma matéria indeterminada. (VALE TRÊS VALORES). 

 

3-D)  Os três tipos de conhecimento segundo Bertrand Russell são: o saber-fazer, que é um conhecimento empírico-técnico, como andar de bicicleta, nadar, jogar futebol; o conhecimento por contacto, isto é, empírico directo, como ver uma planície alentejana, ouvir uma música dos Bubedanas, saborear gaspacho; o conhecimento proposicional, isto é, racional ou empírico-racional, como por exemplo, «A soma dos três ângulos internos de um triângulo é 180º», «Portugal entrou na Comunidade Económica Europeia em 1 de Janeiro de 1986». contrariando muitas vezes as percepções empíricas. A lei da tríade diz que um processo dialético se divide em três fases: a tese ou afirmação (neste caso pode ser o saber fazer, ausência de raciocínio) a antítese ou negação (neste caso pode ser o conhecimento proposicional, o máximo de raciocínio) e a síntese ou negação da negação (neste caso seria o conhecimento por contacto que mistura o empírico-instintivo da tese ao racional da antítese)(VALE DOIS VALORES)

 

3-E) As ideias de «eu», «alma» e «substância» são geradas pela imaginação e a memória que inventam a persistência, a continuidade dos objectos físicos ou psíquicos. Isto pode ser considerado  empirismo radical, doutrina segundo a qual as percepções empíricas são a fonte das nossas ideias e estas copiam aquelas e não se pode ir além da percepção sensorial imediata. Mas também pode ser considerado racionalismo, doutrina segundo a qual o raciocínio é a fonte principal dos nossos conhecimentos, marginalizando ou mesmo contrariando as percepções empíricas, porque a razão está a negar a evidência intuitiva de que «sou um eu», «tenho uma alma ou psique», «a substância X ou Y existe» (VALE DOIS VALORES).

 

 

 

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Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2016
Este blog completa 10 anos de existência

Este blog completa hoje, 4 de Fevereiro de 2016, 10 anos de existência. Incómodo e útil para muitos filósofos e professores de filosofia, licenciados, mestres ou doutorados, é um blog de luta incansável pela verdade, pelo combate aos paralogismos que reinam em muitas doutrinas filosóficas, em particular na corrente da filosofia analítica e na fenomenologia heideggeriana, e nos manuais escolares.

 

Quebramos o bezerro de oiro da veneração a muitos filósofos consagrados. Platão, Aristóteles, Hume, Kant, Hegel, Husserl ou Heidegger eram bons mas não tão profundos que conseguissem ver o óbvio: a predestinação de todos os factos sociais e biofísicos pelos movimentos dos planetas e do sol no Zodíaco. Este blog desenvolveu artigos de astrologia histórica, disciplina científica  que impulsionamos em moldes originais. Os deuses têm-nos sido favoráveis. Muitos artigos deste blog mereciam ser publicados nas melhores revistas de filosofia a nível mundial; porque são contributos inovadores para a filosofia. Não são divulgados por outrém porque não reverenciamos os foruns, as revistas e as cátedras filosóficas e a filosofia institucional é um mundo de vaidades, de barões ciosos dos seus títulos. Expusemos a correcta interpretação da ontognoseologia de Kant  que a generalidade dos professores de filosofia formula confusamente. Expusemos a nossa teoria de sincronismos ontofonéticos, resultante da convergência entre a história social quotidiana e a temura da Kaballah.

 

O espectáculo de vaidades no campo filosófico e alguns actos de censura por parte da elite académica de que fomos alvo leva-nos a desprezar essas luzes da ribalta.

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Quarta-feira, 3 de Fevereiro de 2016
Marcelo eleito com Júpiter em Virgem: interromperá o seu mandato presidencial?

Irá Marcelo Rebelo de Sousa, eleito presidente da República Portuguesa em 24 de Janeiro de 2016, completar o seu primeiro mandato ou o seu eventual segundo mandato, teoricamente a iniciar nos primeiros meses de 2021? Julgo que não.

Creio que verá um dos mandatos interrompidos. Por indução estatística, histórico-astronómica, talvez se trate mesmo de uma lei planetária: quem tomar posse como chefe de governo ou presidente da república, em Portugal, com Júpiter no signo de Virgem terá, em regra, o seu mandato interrompido.

Eis alguns exemplos.

 

Em 30 de Agosto de 1921, com Júpiter em 24º 13´/ 24º 25´  de Virgem, toma posse o 27º governo da 1ª República Portuguesa, chefiado por António Granjo, ancorado na direita republicana, em especial nos antigos membros do Partido Evolucionista que agora integram o Partido Liberal Republicano. Granjo será assassinado, na madrugada de 20 de Outubro de 1921, com Júpiter em 5º 8´/ 5º 21´ do signo de Balança, no arsenal da Marinha, em Lisboa, durante um golpe militar de esquerda dirigido por Manuel Maria Coelho e o Partido Republicano Radical.

 

Em 27 de Setembro de 1968, com Júpiter em 20º 16´/ 20º 29´de Virgem, Marcelo Caetano ascende a 1º ministro de Portugal, no contexto de uma ditadura colonial-fascista de que Salazar era primeiro-ministro desde Julho de 1932. Marcelo será derrubado pelo golpe militar de esquerda de 25 de Abril de 1974.  

 

Em 3 de Janeiro de 1980, com Júpiter em 10º 8´ de Virgem, toma posse o VI governo constitucional, da Aliança Democrática, chefiado por Francisco Sá Carneiro líder do PSD. Este morrerá, vítima de atentado bombista, em 4 de Dezembro de 1980, com Júpiter em 6º 28´/ 6º 36´ de Balança, na queda de um avião em Camarate que mata também o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa.

 

Em 31 de Outubro de 1991, com Júpiter em 9º 18´/ 9º 27´ de Virgem, toma posse o XII governo constitucional chefiado por Cavaco Silva. Ainda que o governo se mantivesse até 28 de Outubro de 1995, Cavaco passou a presidência a Fernando Nogueira em 16 de Março de 1995 para se lançar na candidatura a presidente da República.

 

Ora Marcelo Rebelo de Sousa tomará posse como presidente da República Portuguesa em 9 de Março de 2016, com Júpiter em 18º 14´/ 18º  6´ de Virgem...

 

E poderão, ele, Marcelo Rebelo de Sousa, ou altos dirigentes do PSD, como Passos Coelho e outros, correr risco de acidente entre 27 de Setembro e 15 de Outubro de 2016, quando Júpiter estiver entre 3º e 7º do signo de Balança e Marte estiver entre 0º e 12º de Capricórnio( Sá Carneiro morreu em 4 de Dezembro de 1980, com Júpiter em 6º de Balança e Marte em 9º de Capricórnio...). O PSD deverá sofrer uma derrota nessa primeira quinzena de Outubro, não sabemos em concreto o quê...Os dias mais perigosos para o PSD serão, provavelmente, de 11 a 14 de Outubro de 2016. Cuidado com novos Camarates... mas pode ser apenas uma derrota importante numa votação no parlamento.

 

Mas também o governo socialista de António Costa, que tomou posse a 26 de Novembro de 2015, com Júpiter em 20º 26´/ 20º 33´ de Virgem, - Júpiter no mesmo grau do Zodíaco que ocupou na substituição de Salazar por Marcelo Caetano em 1968 - não deverá durar os quatro anos de uma legislatura...

 

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