As posições, absolutas e relativas, dos planetas no círculo Zodiacal de 360º que constitui a coluna dorsal do céu dobrada em círculo- grosso modo: 6 signos estão a cada instante acima da linha do horizonte e os outros seis abaixo dela- determinam as inflexões à esquerda ou à direita em Portugal . Tudo parece indicar que Júpiter representa a esquerda, em particular o centro-esquerda PS, e que Saturno representa a direita, em particular o PSD-CDS.
A CONJUNÇÃO MARTE-SATURNO:
DESFAVORÁVEL ÀS DIREITAS, EM REGRA
A conjunção entre Marte e Saturno na orbe de 5º de arco associa-se, em regra, a derrotas da direita portuguesa. Interpretação: Marte é um planeta que fere e golpeia as entidades representadas pelo planeta que estiver muito próximo dele em longitude zodiacal, neste caso Saturno, que representará a direita.
De 25 de Abril a 1 de Maio de 1974, com Saturno em 0º-1º de Caranguejo e Marte em 2º-6º de Caranguejo, um golpe militar do Movimento das Forças Armadas derruba a ditadura fascista de Marcelo Caetano e Américo Tomás (25 de Abril), regresso de Mário Soares e a ocupação de casas por moradores pobres no bairro da Boavista em Lisboa (28 de Abril) e de Álvaro Cunhal (30 de Abril) a Portugal, grandiosas manifestações antifascistas de rua (1 de Maio).
Em 16 de Fevereiro de 1986, com Marte em 8º de Sagitário e Saturno em 8º de Sagitário, Mário Soares, apoiado por toda a esquerda, recebe 51% de votos derrotando Freitas do Amaral, candidato das direitas PSD, CDS, PPM na segunda volta da eleição para presidente da República Portuguesa.
A CONJUNÇÃO JÚPITER-VÉNUS:
FAVORÁVEL ÀS ESQUERDAS, EM REGRA
A conjunção entre Vénus e Júpiter na orbe de 15º em longitude zodiacal é, em regra favorável às esquerdas. Em rigor, a conjunção é um ângulo de zero graus entre dois planetas em longitude no Zodíaco mas se os planetas estiverem afastados 3º, 5º e às vezes 10º ou 15º o efeito conjunção ainda perdura- chamar-lhe-emos conjunção alargada.
De 25 de Abril a 1 de Maio de 1974, com Júpiter em 10º.11º de Peixes e Vénus em 19º-26º de Peixes, um golpe militar do Movimento das Forças Armadas derruba a ditadura fascista de Marcelo Caetano e Américo Tomás (25 de Abril), regresso de Mário Soares e a ocupação de casas por moradores pobres no bairro da Boavista em Lisboa (28 de Abril) e de Álvaro Cunhal (30 de Abril) a Portugal, grandiosas manifestações antifascistas de rua (1 de Maio).
Em 16 de Fevereiro de 1986, com Júpiter em 28º-29º do signo de Aquário e Vénus em 3º-4º do signo de Peixes, Mário Soares, apoiado por toda a esquerda, derrota Freitas do Amaral, candidato das direitas PSD, CDS, PPM na segunda volta da eleição para presidente da República Portuguesa.
Mas há excepções, como a vitória eleitoral do PSD em 1991. A explicação desta excepção está no facto de a conjunção se dar no signo de Virgem, favorável às direitas. Isto faz crer que a característica política, direitista ou esquerdista, de cada área do Zodíaco prevalece sobre os ângulos interplanetários que nela se estabeleceram, neste caso, a conjunção alargada (de 0º a 15º) entre Júpiter e Vénus.
Em 6 de Outubro de 1991, com Vénus em 29º de Leão e 0º do signo de Virgem, Júpiter em 4º-5º do signo de Virgem, o PSD, do primeiro-ministro Cavaco Silva, vence com maioria absoluta - 135 deputados eleitos num total de 230 - as eleições legislativas em Portugal, satisfazendo os apetites da direita liberal e neoliberal
CONJUNÇÃO MARTE-JÚPITER:
FAVORÁVEL ÀS DIREITAS, EM REGRA
A conjunção entre Marte e Jupiter na orbe de 17º de arco é, em regra, favorável às direitas. Interpretação: a radiação de Marte, planeta de azar, perturba, diminui ou golpeia a radiação de Júpiter, que simboliza o Partido Socialista e a esquerda em geral.
Em 11 de Abril de 1933, com Marte em 0º de Virgem e Júpiter em 14º do signo de Virgem, é promulgada a Constituição do Estado Novo, uma «democracia orgânica», isto é, uma ditadura de partido único, a União Nacional, Oliveira Salazar demite-se e é reconduzido como primeiro.ministro do novo regime.
Em 27 de Setembro de 1968, com Vénus em 3º de Virgem, Júpiter em 20º do signo de Virgem, Marcelo Caetano, líder da ala esquerda da ditadura salazarista, substitui como primeiro-ministro o incapacitado fundador do regime Oliveira Salazar, de 79 anos, vítima de hemorragia cerebral originada por uma queda em Agosto desse ano.
Em 2 de Dezembro de 1979, com Marte em 5º de Virgem, Júpiter em 9º do signo de Virgem, a Aliança Democrática, coligação das direitas e de parte do centro (PSD, CDS, PPM, reformadores de António Barreto) dirigida por Sá Carneiro e Freitas do Amaral e Ribeiro Teles, vence com maioria absoluta (121 deputados a que somam 7 do PSD insular, num total de 250) as eleições legislativas em Portugal.
Em 4 de Outubro de 2015, com Marte em 5º-6º de Virgem, Júpiter em 11º de Virgem, a coligação «Portugal à frente» PSD-CDS vence com maioria relativa - 106 deputados num total de 230 . as eleições legislativas em Portugal, ficando o PS com 87 deputados, o Bloco de Esquerda com 19 e a CDU com 17 e o PAN com 1 deputado.
www.filosofar.blogs.sapo.pt
f.limpo.queiroz@sapo.pt
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
.Eis um teste do 11º ano de filosofia, o primeiro do primeiro período lectivo, numa escola secundária onde se pensa em profundidade, no Baixo Alentejo e em Portugal. .
Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA B
28 de Outubro de 2015.
Professor: Francisco Queiroz
I
“Alguns operários são sindicalistas.».
Alguns sindicalistas não são anarquistas.
Logo, os operários são anarquistas.”
1-A) Indique, concretamente, três regras do silogismo formalmente válido que foram infringidas na construção deste silogismo.
1-B) Indique o modo e a figura deste silogismo
2) Construa o quadrado lógico das oposições à seguinte proposição«Os alentejanos são democratas».
3) Distinga realismo crítico de Descartes do idealismo não solipsista objetivo e da fenomenologia.
4) Aplique o princípio do terceiro excluído ao conjunto destas 3 correntes.
5) Tendo como primeira premissa a proposição «Se passar de ano, vou a Sevilha», construa:
A) Um silogismo condicional modus ponens
B) Um silogismo condicional modus tollens.
6)Construa um silogismo disjuntivo Tollendo/ ponens tendo como premissa inicial a frase «Ou és ateu ou és crente em divindades».
7) Distinga a percepção empírica, intuição inteligível, e do juízo.
CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES
1-A) Três regras infringidas da validade do silogismo acima foram: de duas premissas particulares (alguns...alguns) nada se pode concluir; nenhum termo pode ter maior extensão na conclusão do que nas premissas (alguns operários / os (todos) operários); o termo médio (alguns sindicalistas) tem de ser tomado pelo menos uma vez universalmente. (VALE TRÊS VALORES).
1-B) O modo do silogismo é IOA e a figura é PS (predicado e sujeito é a posição do termo médio nas premissas) ou 4ª figura.(VALE DOIS VALORES).
2) O quadrado lógico é o seguinte:
Os alentejanos são democratas Nenhum alentejano é democrata.
(TIPO A- Universal Afirmativa) (TIPO E- Universal Negativa)
Alguns alentejanos são democratas. Alguns alentejanos não são democratas.
(TIPO I - Particular Afirmativa) (TIPO O - Particular negativa)
VALE TRÊS VALORES
3) O realismo crítico de Descartes é a teoria qiue sustenta que há um mundo real de matéria exterior às mentes humanas composto de uma matéria indeterminada, sem peso nem dureza/moleza, apenas formado de figuras geométricas, movimento, números (qualidades primárias, objetivas), sendo subjectivas, isto é exclusivamente mentais, as cores, os cheiros, os sabores, as sensações do tacto, o calor e frio (qualidades secundárias, subjectivas). O idealismo não solpsista ou pluralista e objetivo é a teoria que sustenta que o mundo material é ilusório, existe apenas dentro de uma multiplicidade de mentes humanas e cada uma delas constrói esse mundo de igual às outras ( «A torre de Belém que eu invento/vejo é igual à torre de Belém que tu inventas/ vês), A fenomenologia é a ontologia que sustenta não saber se o mundo material subsiste ou não fora das mentes humanas. (VALE CINCO VALORES).
4) O princípio do terceiro excluído diz que uma coisa ou uma corrente de pensamento pertence ao grupo A ou ao grupo não A, excluindo a terceira hipótese. Comparando as três correntes da pergunta anterior pode enunciar-se assim: ou se é realista, afirmando a certeza de um mundo material extramental, ou não se é realista negando isso (idealismo) ou duvidando disso (fenomenologia). (VALE TRÊS VALORES)-
5) a) Se passar de ano, vou a Sevilha.
Passei de ano.
Logo, vou a Sevilha. (VALE UM VALOR)
5.b) Se passar de ano, vou a Sevilha..
Não fui a Sevilha.
Logo, passei de ano.
(VALE UM VALOR)
6) Ou és ateu ou és crente em divindades
Não és ateu.
Logo és crente em divindades. (VALE UM VALOR)
7) A intuição intelígivel é uma apreensão imediata de algo metafísico, invisível, que pode até não ser real. Exemplo: a intuição de Deus, dos quarks e leptons, etc. O juízo é uma articulação lógica de dois ou mais conceitos mediante uma forma verbal, é uma frase simples que afirma ou nega algo. Exemplo:«Beja é a capital do Baixo Alentejo». A percepção empírica é um conjunto ordenado de sensações visuais, auditivas, tácteis, olfactivas. Exemplo: «Vejo esta paisagem de oliveiras e sinto uma suave brisa no rosto». (VALE DOIS VALORES).
www.filosofar.blogs.sapo.pt
f.limpo.queiroz@sapo.pt
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
.Eis um teste do 11º ano de filosofia, o primeiro do primeiro período lectivo, numa escola secundária de vanguarda no campo da filosofia e em outros, no Baixo Alentejo e em Portugal. .
Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA C
26 de Outubro de 2015.
Professor: Francisco Queiroz
I
“Alguns operários são sindicalistas.».
Alguns sindicalistas são marxistas.
Logo, os operários são marxistas..”
1-A) Indique, concretamente, três regras do silogismo formalmente válido que foram infringidas na construção deste silogismo.
1-B) Indique o modo e a figura deste silogismo
2) Construa o quadrado lógico das oposições à seguinte proposição«Os alentejanos são bons cantores».
3) Distinga realismo crítico de Descartes do idealismo não solipsista subjetivo e da fenomenologia.
4) Aplique o princípio do terceiro excluído ao conjunto destas 3 correntes.
5) Tendo como primeira premissa a proposição «Se for ao aeroporto de Beja viajo de avião», construa:
A) Um silogismo condicional modus ponens
B) Um silogismo condicional modus tollens.
6) Construa um silogismo disjuntivo Tollendo/ ponens tendo como premissa inicial a frase «Ou és sportinguista ou és benfiquista»
7) Distinga a intuição inteligível, do raciocínio e do conceito empírico.
CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES
1-A) Três regras infringidas da validade do silogismo acima exposto foram: de duas premissas particulares (alguns...alguns) nada se pode concluir; nenhum termo pode ter maior extensão na conclusão do que nas premissas (alguns operários / os (todos) operários); o termo médio (alguns sindicalistas) tem de ser tomado pelo menos uma vez universalmente. (VALE TRÊS VALORES).
1-B) O modo do silogismo é IIA e a figura é PS (predicado e sujeito é a posição do termo médio nas premissas) ou 4ª figura.(VALE DOIS VALORES).
2) O quadrado lógico é o seguinte:
Os alentejanos são bons cantores Nenhum alentejano é bom cantor
(TIPO A- Universal Afirmativa) (TIPO E- Universal Negativa)
Alguns alentejanos são bons cantores.Alguns alentejanos não são bons cantores
(TIPO I - Particular Afirmativa) (TIPO O - Particular negativa)
VALE TRÊS VALORES
3) O realismo crítico de Descartes é a teoria qiue sustenta que há um mundo real de matéria exterior às mentes humanas composto de uma matéria indeterminada, sem peso nem dureza/moleza, apenas formado de figuras geométricas, movimento, números (qualidades primárias, objetivas), sendo subjectivas, isto é exclusivamente mentais, as cores, os cheiros, os sabores, as sensações do tacto, o calor e frio (qualidades secundárias, subjectivas). O idealismo não solpsista ou pluralista e subjectivo é a teoria que sustenta que o mundo material é ilusório, existe apenas dentro de uma multiplicidade de mentes humanas e cada uma delas constrói esse mundo de modo diferente das outras ( «A torre de Belém que eu invento/vejo não é igual à torre de Belém que tu inventas/ vês), A fenomenologia é a ontologia que sustenta não saber se o mundo material subsiste ou não fora das mentes humanas. (VALE CINCO VALORES).
4) O princípio do terceiro excluído diz que uma coisa ou uma corrente de pensamento pertence ao grupo A ou ao grupo não A, excluindo a terceira hipótese. Comparando as três correntes da pergunta anterior pode enunciar-se assim: ou se é realista, afirmando a certeza de um mundo material extramental, ou não se é realista negando isso (idealismo) ou duvidando disso (fenomenologia). (VALE DOIS VALORES)-
5) a) Se for ao aeroporto de Beja, viajo de avião.
Fui ao aeroporto de Beja.
Logo, viajei de avião. (VALE UM VALOR)
5.b) Se for ao aeroporto de Beja, viajo de avião.
Não viajei de avião.
Logo, não fui ao aeroporto de Beja (VALE UM VALOR)
6) Ou és sportinguista ou és benfiquista.
Não és sportinguista.
Logo és benfiquista. (VALE UM VALOR)
7) A intuição intelígivel é uma apreensão imediata de algo metafísico, invisível, que pode até não ser real. Exemplo: a intuição de Deus, dos quarks e leptons, etc. O raciocínio é uma articulação lógica de juízos que desembocam numa conclusão. Exemplo: As lareiras acesas deitam fumo/ Há fumo a sair pela chaminé daquela casa/ Logo, a causa deve ser uma lareira com lenha ou carvão a arder. O conceito empírico é uma ideia nascida das percepções empíricas, do que vemos, tocamos, ouvimos. Exemplo: a ideia de girassol, nascida de eu ter visto um campo de girassóis (VALE DOIS VALORES).
www.filosofar.blogs.sapo.pt
f.limpo.queiroz@sapo.pt
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
.Para Aristóteles os universais são: o uno (tó hen), o que é (tó ón) e os géneros (por exemplo: animal, ser vivo, planta). A essência (eidos) não é um universal mas algo comum (koinos) a múltiplas coisas. Escreveu, de forma pouco clara e mesmo incoerente:
«E posto que “uno se diz do mesmo modo que “algo que é” e a substância do que é uno é una e as coisas cuja substância é numericamente una são algo numericamente uno, é evidente que não podem ser substância das coisas nem “uno nem algo que é e tão pouco pode sê-lo aquilo em que consiste ser elemento ou ser-princípio- (…) Com efeito a substância (ousía)não se dá em nenhuma outra coisa que em si mesma, e naquilo que a tem e de que é substância. Ademais o que é uno não pode estar ao mesmo tempo em muitos sítios, ao passo que o comum se dá simultaneamente em muitos sítios.»
«.Assim, pois, resulta evidente que nenhum universal existe separado fora das coisas singulares. Sem embargo, os que afirmam que as Formas existem deste modo, em certo sentido têm razão ao separá-las, se é que são substâncias, mas em certo sentido não têm razão, já que denominam «Forma» ao uno que abarca uma multiplicidade.(...) .Assim, pois, é claro que nenhuma das coisas que se dizem universalmente é substância e que nenhuma substância se compõe de substâncias»(Aristóteles, Metafísica, Livro VII, capítulo XVI, 1040b, 15-30; 1041b, 3).
Aristóteles enferma de incoerência: por um lado, afirma que os universais (uno, algo que é) não existem na substância ou coisa singular (exemplo: esta casa, este cão, esta planície); por outro lado afirma que nenhum universal existe separado fora das coisas singulares, ou seja, o “uno” e “o que é” não existem fora de cada casa, de cada cão, de cada homem, etc.
Dizer que o uno não pode estar simultaneamente em muitos sítios ao passo que a essência, a forma comum a um dado grupo de objectos (por exemplo: a essência árvore) está em muitos sítios ao mesmo tempo é interpretar uno como mundo de arquétipos – estes são irrepetíveis, únicos, àparte.
Mas a ideia dialética de uno como unidade universal de todas as coisas, físicas ou não físicas, está ausente em Aristóteles, que confunde uno com princípio-arquétipo.
www.filosofar.blogs.sapo.pt
f.limpo.queiroz@sapo.pt
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Por justificacionismo, noção popularizada pela filosofia analítica, entende-se a atitude filosófica de fundamentação, isto é, estabelecimento de um sistema de explicações de uma teoria, tese ou visão do mundo, baseado em leis de causa-efeito, em analogias ou outro modelo de raciocínio. Não se pode colocar o justificacionismo ao mesmo nível do fundacionalismo e do coerentismo. Estes dois últimos são, por assim dizer, tipos de arquitectura filosófica – «casa fixa ao solo» o fundacionalismo; «casa rolante», o coerentismo- ao passo que o justificacionismo é empregue por ambos como método ideológico.
A justificação é uma explicação ou comprovação de uma ideia, raciocínio ou teoria a partir de outra instância, é uma razão ou prova, teórica ou empírica.
«Mas a justificação é o processo que consiste em apelar para uma instância independente.» (L. Wittengstei, Tratado Lógico-Filosófico e Investigações Lógico-Filosóficas, pag 345)
«638. “Não posso estar em erro” é uma frase normal que serve para indicar o valor da certeza de uma declaração . E, somente no seu uso quotidiano, ela é justificada.»
(Ludwig Wittgenstein, Da Certeza, Edições 70, Lisboa, 1998, pag 179)
Ao justificacionismo opõe-se o não justificacionismo
.Dancy assevera haver três vias de justificação:
«Então o que faz, neste caso, uma crença ser justificada?
«Há várias respostas. Uma é a resposta fiabilista: a crença justifica-se porque é o resultado de um processo fiável. Outra é a resposta coerentista: a crença justifica-se porque o meu mundo é mais coerente com ela do que seria sem ela. Uma terceira é a alegação fundacionalista clássica, que entende que a crença não é de facto não-mediata, mas inferida de uma crença sobre como as coisas me aparecem neste preciso momento.» (Jonathan Dancy, texto extraído de Oxford Companion to Philosophy, organizado por Ted Honderich (OUP, 1995, pp. 809-812; o destaque a negrito é posto por nós).
Esta é uma confusão de Dancy, um dos «grandes» da filosofia analítica: apresentar três respostas, onde só há duas. Não se percebe o que é o fiabilismo, separado do coerentismo ou do fundacionalismo. Estes dois são fiabilistas...Fiabilismo é, pois, uma atitude geral de espírito e coerentismo e fundacionalismo são modos de arquitectar a construção de uma teoria, ambos impregnados dessa atitude de confiança.
www.filosofar.blogs.sapo.pt
f.limpo.queiroz@sapo.pt
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
No Livro X de Metafísica, capítulo segundo, Aristóteles sustentou que o uno não é substância mas sim um predicado:
«Devemos investigar,,, o que é a unidade e como há-de entender-se: se o uno em si é uma certa substância, como disseram primeiro os Pitagóricos e Platão depois, ou se mais precisamente há alguma natureza que lhe serve de serve de sujeito e como convém explicá-lo para maior clareza, e mais precisamente segundo o parecer dos filósofos da natureza. Alguns destes com efeito, afirmam que o Uno é a Amizade, outro que é o ar, outro que é o Ilimitado. Pois bem, se - como se disse nos tratados sobre a substância e acerca do que é - nenhum universal pode ser substância, se considerado em si mesmo: não pode ser substância a modo de unidade separada da pluralidade (já que é algo comum) é evidente que tão pouco pode sê-lo o uno: com efeito «algo que é» e «uno» são os predicados mais universais. Por conseguinte, nem os géneros são naturezas e substâncias separadas das demais coisas, nem «uno» pode ser um género, pelas mesmas causas pelas quais tão pouco pode sê-lo «o que é» e a substância.»(Aristóteles, Metafísica, Livro X, 1053 b 10-20; o destaque a bold é posto por nós).
Aristóteles equivoca-se: «algo que é» constitui um sujeito, abstrato, não determinado, e não um predicado. Este último seria: «X é algo». Equivoca-se ainda ao dizer que «uno não pode ser género». Há dois sentidos da palavra uno, diferentes na extensão: o uno ou todo universal, de limites inimagináveis ou quase, e o uno ou todo de um género (exemplo: o uno de animal que engloba os leões, as serpentes, os peixes, etc.) o uno ou o todo de uma espécie (exemplo: o uno da espécie homem que engloba Beatriz, Francisco, Kelly, Pedro, etc) e o uno da proté ousía ou substância primeira, singular (exemplo: Lisboa é uma unidade, o mosteiro da Batalha é uma unidade).
Mais adiante, Aristóteles contradiz-se de novo ao transformar o uno em sujeito, em substante, como branco:
«Mais precisamente, nas cores o uno é uma cor, por exemplo, o branco, e os demais parecem gerar-se sucessivamente a partir dele e do negro e o negro é a privação do branco como o é também da luz a obscuridade (esta é, com efeito, privação da luz) de modo que se as coisas que são fossem cores, as coisas que são constituíriam um certo número, de quê?, evidentemente de cores, e o uno seria «algo que é uno» por exemplo o branco.» (Aristóteles, Metafísica, Livro X, 1053 b 25.30; o destaque a bold é de minha autoria).
Ora se o uno é o branco trata-se de uma substância segunda, de uma espécie, que se sobreleva às outras espécies (amarelo, azul, vermelho, etc) dentro do género cor. O branco tanto pode ser predicado como sujeito e aqui é, claramente, sujeito como no juízo: «O branco é a cor mãe de todas as cores». Assim o uno é simultaneamente sujeito e predicado conforme os juízos como sucede no juízo «O homem (um uno humano) é um animal (um uno não estritamente humano, pois engloba gato, cão, cavalo, etc).». Qualquer substância, isto é, qualquer ente concreto sujeito de um juízo - por exemplo: o mosteiro dos Jerónimos, o Alentejo, a indústria vidreira - é, de per si, um uno. E também cada cor - o amarelo, o laranja, etc - é um uno e pode ser sujeito - exemplo: «O tom amarelo da porta é agradável» - ou predicado - exemplo: «O ouro é amarelo».
www.filosofar.blogs.sapo.pt
f.limpo.queiroz@sapo.pt
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
A recente eleição de 4 de Outubro de 2015, dia em que Júpiter se encontrava em 11º do signo da Virgem, confirmou a minha teoria de que Júpiter no signo da Virgem dá, em regra, a vitória às direitas liberais, católicas ou fascistas em Portugal. Estamos, pois, perante uma ciência (a astrologia histórica) superior à ciência política e à ciência das sondagens eleitorais por inquéritos a cidadãos: um ou dois anos antes destas eleições eu escrevi, com justificação, neste blog que, a haver eleições em Setembro ou Outubro de 2015, a vitória seria do centro-direita incarnado no PSD. O ciclo de Júpiter é de 11-12 anos: o planeta demora cerca de um ano a percorrer um signo (arco de 30º da circunferência celeste) e onze anos depois volta a esse mesmo signo.
JÚPITER EM VIRGEM:
VITÓRIAS ELEITORAIS DO PSD EM 1979, 1980, 1991 E 2015, RENOVAÇÃO NA LIDERANÇA DAS DIREITAS
A passagem de Júpiter no signo de Virgem (arco do céu de 150º a 180º ) gera, em regra, o triunfo das direitas liberais ou conservadoras em Portugal.
Em 2 de Dezembro de 1979, com Júpiter em 9º do signo de Virgem, a Aliança Democrática, coligação das direitas e de parte do centro (PSD, CDS, PPM, reformadores de António Barreto) dirigida por Sá Carneiro e Freitas do Amaral e Ribeiro Teles, vence com maioria absoluta (121 deputados a que somam 7 do PSD insular, num total de 250) as eleições legislativas em Portugal.
Em 5 de Outubro de 1980, com Júpiter em 25º do signo de Virgem, a Aliança Democrática, coligação das direitas e de parte do centro (PSD, CDS, PPM, reformadores de António Barreto) dirigida por Sá Carneiro e Freitas do Amaral e Ribeiro Teles, vence com maioria absoluta (126 deputados a que somam 8 do PSD insular, num total de 250) as eleições legislativas em Portugal, derrotando a Frente Republicana e Socialista, em que se integra o PS, com 71 deputados.
Em 6 de Outubro de 1991, com Júpiter em 4º-5º do signo de Virgem, o PSD, do primeiro-ministro Cavaco Silva, vence com maioria absoluta - 135 deputados eleitos num total de 230 - as eleições legislativas em Portugal, satisfazendo os apetites da direita liberal e neoliberal.
Em 4 de Outubro de 2015, com Júpiter em 11º de Virgem, a coligação «Portugal à frente» PSD-CDS vence com maioria relativa - 106 deputados num total de 230 . as eleições legislativas em Portugal, ficando o PS com 87 deputados, o Bloco de Esquerda com 19 e a CDU com 17 e o PAN com 1 deputado.
Outras datas significativas do trânsito de Júpiter em Virgem são:
Em 6 de Dezembro de 1185, com Júpiter em 20º do signo de Virgem, morre, em Coimbra, com cerca de 76 anos de idade, D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal.
De 19 a 21 de Abril de 1506, com Júpiter em 7º do signo de Virgem, enquanto a corte de D. Manuel I está ausente em Abrantes, ocorre em Lisboa o massacre dos judeus responsabilizados pela seca e fome que assolam o país, iniciado com o assassinato de um cristão-novo (judeu convertido) que negara que tivesse surgido no altar do convento de São Domingos, em Lisboa, um rosto místico de Cristo iluminado, no dia 19, e consubstanciado na matança de mais de 1.500 homens, mulheres e crianças de religião judia, estimulada por frades dominicanos que gritavam «Heresia! Heresia!», massacre levado a cabo por lisboetas e por marinheiros da Holanda, da Alemanha e outros países que saqueiam as casas e queimam os corpos em fogueiras no Rossio e na Ribeira das Naus.
Em 10 de Julho de 1921, com Júpiter em 14º do signo de Virgem, o Partido Republicano liberal de António Granjo e Carlos da Maia, conservador, vence as eleições legislativas na 1ª República Portuguesa habitualmente hegemonizada pelo Partido Republicano Português, vulgo partido Democrático de Afonso Costa e António Maria da Silva.
Em 11 de Abril de 1933, com Júpiter em 14º de Virgem, é proclamada a Constituição do Estado Novo em Portugal, um regime ditatorial católico-fascista que se apresenta como «democracia orgânica» sob a égide de Salazar.
Em 4 de Julho de 1945, com Júpiter em 21º do signo de Virgem, Alfredo Dinis (Alex) funcionário do Partido Comunista Português, é assassinado a tiro por uma brigada da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado na estrada nacional 115, ao quilómetro 71, em Bemposta, perto de Sobral de Monte Agraço
Em 27 de Setembro de 1968, com Júpiter em 20º do signo de Virgem, Marcelo Caetano, líder da ala esquerda da ditadura salazarista, substitui como primeiro-ministro o incapacitado fundador do regime Oliveira Salazar, de 79 anos, vítima de hemorragia cerebral originada por uma queda em Agosto desse ano.
Um implacável manto de censura nos grandes mass media estende-se acerca das descobertas que aqui exponho. Os astrólogos tradicionais, salvo uma ou outra excepção, desprezam a astrologia histórica porque não investigam sistematicamente a história social, política e económica e censuram, objectivamente, estas teses. Não pensam, decoram fórmulas. A ciência oficial, anti holística, pseudo racionalista, não quer que a verdade se conheça. Eles temem e perguntam: se tudo está predestinado, então podemos «manipular» o destino? Não, ninguém pode manipular o destino escrito nos astros. Podemos, sim, lê-lo, mediante uma sistemática investigação.
www.filosofar.blogs.sapo.pt
f.limpo.queiroz@sapo.pt
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Agostinho da Silva (Porto, 13 de Fevereiro de 1906; Lisboa, Lisboa, 3 de Abril de 1994), filósofo português famoso, panteísta, milenarista, enredava-se em contradições. Escreveu:
«Meu caro Amigo: do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; sempre nunca pense por mim, pense por você; fique certo de que mais valem todos os erros, se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu, do que todos os acertos, se eles forem meus, não seus. »Você tem a liberdade para decidir: pode ser literato, ou retórico, ou simples homem vibrando, ou filósofo […]. »
«Mas seja filósofo a sério. Procure compreender os sistemas dos outros antes de criar um seu: se acha errado um grande filósofo, pense sempre que o erro é seu: é fora de dúvida que se não pôs e não venceu a fácil objecção que você lhe levanta (e talvez você até ao fim da vida só possa levantar fáceis objecções), é porque ela não tem razão de ser e vem dum engano seu. Estude ferozmente, com os dentes cerrados, empregue toda a sua força, estoire os músculos: ou você domina a filosofia ou a filosofia o domina a você: só quem é forte se apaixona; mas se você for ovelha ante os filósofos, só lhe resta um destino: o de balir. » (Sete Cartas a um jovem filósofo; o destaque a negrito é posto por mim)
Neste texto há uma evidente incoerência: Agostinho da Silva começa por aconselhar um «pense por você» e não seguir outros pensadores - nem Platão, nem Aristóteles, nem Lao Tse, etc. - e no final aconselha o seguidismo, a submissão aos grandes filósofos: «Procure compreender os sistemas dos outros antes de criar um seu: se acha errado um grande filósofo, pense sempre que o erro é seu».
Agostinho da Silva como filósofo, era inferior ao poeta-filósofo Fernando Pessoa. Aliás, este último era superior em qualidade de pensamento a Leonardo Coimbra, a José Marinho, a António Telmo, a José Gil, a Eduardo Lourenço, a João Branquinho e à generalidade dos catedráticos portugueses do seu tempo e actuais.
www.filosofar.blogs.sapo.pt
f.limpo.queiroz@sapo.pt
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
Livraria online de Filosofia e Astrologia Histórica