Segunda-feira, 31 de Março de 2014
Teste de filosofia do 11º B (Março de 2014)

 

Eis um teste de filosofia, o segundo do segundo período lectivo, para o 11º B. O teste centra-se na epistemologia e demonstra, em certa medida, que é possível relacionar autonomamente a filosofia com as diversas ciências - com a astrofísica (teoria da relatividade), com a química (princípio da incerteza de Heisenberg), com a medicina (anarquismo epistemológico de Feyerabend) - superando os néscios que dizem que «a filosofia não pode intervir na área das ciências» como se estas fossem textos sagrados, intocáveis. Evitaram-se as escorregadias questões de escolha múltipla que, em muitos casos, não permitem ao aluno exibir e desenvolver o seu saber filosófico.

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA B
28 de Março de 2014. Professor: Francisco Queiroz

 


I

 

“O princípio da incerteza de Heisenberg não implica necessariamente fenomenologia ou idealismo solipsista cartesiano. Imre Lakatos equacionou as perspectivas internalista e externalista na validação das ciências e dividiu em três níveis cada Programa de Investigação Científica.“

1-A) Explique, concretamente, cada uma destas frases                                                       

 

II

 

 

2) Relacione, justificando:
2-A) Realismo crítico e teorias da relatividade geral e da relatividade especial de Einstein.

 

2-B) Fenómeno, númeno, juízos analíticos e juízos sintéticos na doutrina de Kant.

 

2-C) Princípios da falsificabilidade e da testabilidade em Karl Popper e ciência normal/ciência extraordinária e incomensurabilidade dos paradigmas em Thomas Kuhn.

 

2-D) Anarquismo epistemológico em Paul Feyerabend e indução amplificante

 

 

 

 

 

CORRECÇÃO DO TESTE DE FILOSOFIA (COTADO PARA 20 VALORES)

 

1) O princípio da incerteza de Heisenberg estabelece ser impossível conhecer em simultâneo a velocidade e a posição de um electrão ou partícula do mesmo género microfísico: ou se conhece a velocidade ou se conhece a posição, o que sugere a nuvem electrónica, uma «fotografia» de um turbilhão. Isto não implica fenomenologia, corrente céptica da interdependência sujeito-mundo exterior (exemplo: o electrão, embora fora do meu corpo,  é correlato a mim, existe enquanto eu existir e não sei se subsiste sem eu existir) nem implica o idealismo solipsista de Descartes segundo o qual só a minha mente existe e todo o mundo material, electrões incluídos, é ilusão, sensação dentro da minha mente englobante do cosmos. O princípio da incerteza é compatível com o realismo ontológico, que sustenta que os electrões e a matéria em geral podem subsistir sem haver seres humanos (VALE TRÊS VALORES). Imre Lakatos, epistemólogo, defendeu que a ciência se estrutura em Programas de Investigação Científica (PIC). Cada um destes tem três níveis: o núcleo duro, conjunto das teses imutáveis; o cinto protector, conjunto das teses revisíveis, que podem ser rectificadas ou substituídas; a heurística, conjunto dos métodos de investigação livre, teórica e prática, que pode confirmar ou anular o PIC. O internalismo, posição sustentada por Lakatos, é a doutrina segundo uma teoria já é ciência mesmo que confinada a um só cientista, o seu autor, desde que apresente coerência interna e a experimentação a confirme, ao passo que o externalismo diz que uma teoria só é ciência se obtiver o assentimento externo do resto da comunidade científica, do governo e ministério da ciência, das revistas da especialidade, dos fóruns televisivos, do grande público (VALE TRÊS VALORES).

 

 

2) A) A teoria da relatividade geral de Einstein diz que espaço e tempo são uma só realidade, o espaço-tempo, que o universo é esférico, fechado, ainda que um raio de luz possa girar em círculo infinitamente dentro dele dado que a luz encurva na proximidade de grandes massas. Não há, portanto, rectas e planos infinitos como na geometria euclidiana mas o espaço é ondulado, «torcido», e essa visão é realismo crítico já que esta doutrina afirma que há um mundo real de matéria mas os olhos humanos e o senso comum não o captam tal como ele é. A teoria da relatividade especial sustenta, entre outras coisas, que um corpo que atinja a velocidade da luz (300 000 quilómetros por segundo) viaja para o passado, o que é realismo crítico, contrário ao realismo natural que afirma que é impossível viajar ao passado. (VALE TRÊS VALORES).

 

2) B) Fenómeno, em Kant, é "o objecto indeterminado de uma intuição empírica", isto é, um objecto material irreal como uma mesa, árvore, flor, corpo humano, etc, gerado na sensibilidade do sujeito, em particular no sentido externo desta, o espaço, graças às formas a priori, espaço e tempo. O fenómeno é uma aparência muito consistente (realismo empírico). Por detrás do fenómeno, numa outra dimensão, sem espaço nem tempo, está o númeno ou objecto real incognoscível (exemplo: Deus, liberdade, alma imortal).   O fenómeno é a máscara do númeno. O juízo analítico, segundo Kant, é aquele em que o predicado não acrescenta nada de novo ao sujeito (exemplo: «A esfera é redonda») e o juízo sintético é aquele em que o predicado acrescenta algo novo ao sujeito (exemplo: «A esfera é azul»).(VALE TRÊS VALORES).

 

2) C) O princípio da falsificabilidade de Popper estabelece que as ciências são conjuntos de conjecturas, isto é, as suas leis ou teses são potencialmente falsas, falsificáveis, refutáveis. Isso exige aplicar permanentemente o princípio da testabilidade: há que submeter a constantes testes experimentais as teses de uma ciência. Entre as várias teorias na mesma área científica ( exemplo: vacinar ou não vacinar na medicina preventiva; heliocentrismo versus geocentrismo na astrofísica) Popper defende que se deve escolher a mais verosímil, a que dá mais garantias, sublinhando que a ciência é uma aproximação incessante à verdade sem nunca abarcar o todo desta.

Thomas Kuhn discorda da hierarquização das ciências segundo o seu grau de verdade e diz que os paradigmas (modelos teóricos ou teórico-práticos que vertebram as ciências e os mitos) são incomensuráveis, não podem comparar-se entre si. Neste ponto opõe-se a Popper embora ambos coincidam na desvalorização do método hipotético-dedutivo. Kuhn sustenta o descontinuísmo na história das ciências: há longos períodos de lenta evolução ou estagnação do paradigma de uma ciência, chamado ciência normal, durante décadas ou séculos, subitamente as anomalias acumulam-se e originam um paradigma contrário, dito ciência extraordinária, que acabará por destronar a ciência normal e substitui-la mediante uma revolução epistemológica (VALE QUATRO VALORES).

 

2) D)- Anarquismo epistemológico de Feyerabend é a filosofia que nega autoridade às ciências institucionais dominantes - a medicina química ou alopática com as transfusões de sangue, vacinas, exames radiológicos, biópsias e outras «estupidezes»; a física quântica; a psiquiatria com recurso a drogas, etc - e pretende derrubá-las e abrir campo a uma larga democracia de base, tal como a autogestão dos anarquistas, elevando ao mesmo estatuto que as ciências universitárias a medicina natural, a medicina hopi, a ervanária, a acupunctura, a astrologia, os rituais religiosos eficazes na cura, a dança da chuva, etc. Feyeraband considera o homo sapiens das tribos e civilizações primitivas, que sabe usar o ciclo da lua e a energia cósmica, mais inteligente do que o cientista racionalista fragmentário do século XX e XXI que não crê no determinismo planetário nem no mundo dos espíritos supraterrenos.

A indução amplificante é a generalização de alguns exemplos empíricos similares de modo a formar uma lei necessária, infalível. Exemplo: « duzentas pessoas cancerosas ingeriram dia a dia, durante sete semanas, "chás" de Erva de São Roberto e em todos os casos se verificou redução dos tumores ou mesmo a desaparição destes, logo induzimos, de modo amplificante, que a Erva de São Roberto destrói as células malignas do cancro». Feyerabend, ao contrário de Popper, parece ter aceite a indução amplificante que se aplica a tudo: à acupunctura, à ervanária, à astrologia, à dança da chuva,às bençãos religiosas. Desde que estes métodos dêem frutos bons em centenas, milhares ou dezenas de milhares de casos induz-se a universalidade das suas teses, sob certas condições: por exemplo, a dança da chuva só resulta no seu contexto de povos indígenas da América Latina ou dos índios norte-americanos, vestidos a preceito, executando os seus rituais segundo a tradição, não resulta feita, como uma paródia,  por europeus que não acreditem nesses deuses e pratiquem o rito sem o espírito, a forma sem o conteúdo. (VALE QUATRO VALORES)..

 

 

 

 

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Sábado, 29 de Março de 2014
Teste de filosofia do 10º B (Março de 2014)

 

Eis um teste de filosofia, o segundo do segundo período lectivo. Evitaram-se as escorregadias questões de escolha múltipla que, em muitos casos, não permitem ao aluno exibir e desenvolver o seu saber filosófico. A última questão sobre a ideia absoluta segundo Hegel espelha o facto de a turma ter escolhido estudar os valores religiosos.

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA B
27 de Março de 2014. Professor: Francisco Queiroz

 

 

 I

 

“Todos consideram o belo como belo,
é nisso que reside a sua fealdade.
Todos consideram o bem como bem,
é nisso que reside o seu mal.

 

Porque o ser e o nada engendram-se.(…)
Por isso o santo adopta
A táctica do não-agir
E pratica o ensino sem palavra.”

 

LAO TSE

 

1) Explique o significado deste poema característico do taoísmo, indicando se nele há Yang e Yin.

 

II

 

 2) Relacione, justificando:

 

A)  Esfera dos valores vitais e esfera dos valores espirituais em Max Scheler.

 

B) Imperativo categórico em Kant, autogestão e situação original na teoria de Rawls.

 

C) Empirismo, e racionalismo.

 

D) Gematria e objectivismo intra-anima.

 

E) As três fases da Ideia Absoluta na História, segundo Hegel, e teísmo, panteísmo e panenteísmo.

 

 

 

CORRECÇÃO DO TESTE DE FILOSOFIA (COTADO PARA 20 VALORES)

 

1) Ao dizer que a fealdade do belo reside no facto de todos o considerarem belo, o filósofo nega o objectivismo estético, o triunfo do pensamento da maioria sobre a minoria e afirma a preponderância da subjectividade de cada um. É um paradoxo aparente. O taoísmo permanece um individualismo quietista, baseado no não-agir. O mesmo sucede com o bem: o filósofo nega o unanimismo ético, isto é, o diz que o facto de todos acharem "bem" um determinado ente ou acção torna estes maus. Em todo o Yang (fogo, verão, dilatação) há um pouco de Yin (água, inverno, contracção) e viceversa: em todo o belo há algo de feio e em todo o feio há algo de belo. O «ser e o nada engendram-se» significa a dialéctica da vida: o «ser humano» nasce do nada e ao morrer transforma-se em nada. Sabendo que tudo devém e desaparece, o santo taoísta, seguidor do Tao - isto é ao ritmo ondulatório da natureza: semear-regar-colher, inverno-primavera-verão-outono,vaivém das ondas, etc - do universo, pratica o não agir: não se exibe, não procura ir à televisão ou ser eleito para cargos políticos ou económicos em empresas. não faz grandes viagens, não lança guerras, etc. Pratica ainda o ensino sem palavras, através do gesto, do olhar e de uma (não) acção exemplar.  O Yang (fogo, dilatação, movimento) está no poema expresso no ensino sem palavras, que exprime o movimento de transmissão de ideias,  e o Yin (água, contração, repouso) exprime-se no repouso do não agir.(VALE QUATRO VALORES).

 

 

2) A) Segundo Max Scheler, a esfera dos valores vitais refere-se aos estados anímicos e inclui os valores de: nobre e vulgar, amor-paixão e ciúme, cólera, inveja, sentimentos de vitória e de derrota, de juventude e de velhice, de coragem e cobardia, de vaidade e humildade, de saúde e de doença, etc. Opõe-se-lhe a esfera de valores espirituais, essencialmente intelectual, que inclui os valores estéticos (belo, feio, sublime, horrível), os valores éticos (bem, mal, justo injusto) e os seus derivados do direito (legal, ilegal, etc) os valores do conhecimento da verdade (filosofia) e os derivados deste (ciências: matemática, física, biologia, história, etc). (VALE TRÊS VALORES).

 

2) B) O imperativo categórico ou verdadeira lei moral, gerado pelo eu numénico ou racional, enuncia-se assim: «Age de modo que a tua acção seja como uma lei universal da natureza», que a todos se aplica com imparcialidade, incluindo a ti mesmo. Autogestão, conceito anarquista, significa a gestão das fábricas, hipermercados, lojas, bairros, escolas feita pelos próprios trabalhadores, moradores ou estudantes dessas empresas ou instituições: a assembleia reune, decide os salários, as escalas de trabalho e férias, sem patrões nem directores.Situação original é, em John Rawls, uma situação ideal de democracia de base em que toda uma população de uma cidade ou região se reune para debater e aprovar leis, sob um véu de ignorância, isto é, ignorando a profissão e a importância social e financeira de cada um. Estes três conceitos possuem em comum a noção de democracia basista fundada na liberdade individual. (VALE TRÊS VALORES)

 

2-C) Empirismo é a corrente gnosiológica que sustenta que as nossas ideias são cópias desbotadas das percepções empíricas, estas últimas são a principal ou única fonte de conhecimento. Racionalismo é a corrente gnosiológica que sustenta que a principal ou única fonte das nossas ideias é a razão, o raciocínio, marginalizando ou negando mesmo as percepções empíricas, e que as nossas ideias não são cópias das percepções sensoriais. São duas correntes opostas. (VALE TRÊS VALORES).

 

2-D) A gematria é uma teoria da Kaballah (Cabala ou tradição secreta judaica) que estabelece que cada letra do alfabeto equivale a um número e que Deus fez o mundo com as 22 letras do alfabeto hebraico. Exemplo: A=1, B=2, C=3, D=4, E=5, etc...A objectividade intra anima é o facto de a generalidade de as pessoas partilharem entre si a mesma opinião, a mesma percepção de algo, ainda que este algo não seja perceptível ou palpável, de forma indiscutível, na realidade exterior. Pode considerar-se que a gematria é um objectivismo intra anima, uma verdade comum a todos os iniciados na Cabala, que não é aceite por muitas pessoas ditas «mais terra a terra». (VALE DOIS VALORES).

 

2-E) Hegel divide a história universal da ideia absoluta ou Deus em três fases:  a fase lógica ou do ser em si, na qual só existe um espírito, Deus, antes de criar o universo material o espaço e o tempo, espírito ou ideia absoluta que se limita a pensar (isto corresponde ao teísmo, doutrina segundo a qual há um ou vários deuses independentes da natureza física); a fase da natureza ou do ser fora de si em que Deus se aliena em matéria bruta, isto é, se transforma em astros, sol, montanhas, rios, rochas, plantas e animais não humanos (isto corresponde ao panteísmo, doutrina que sustenta que Deus é a natureza física e biológica); a fase da humanidade ou do ser para si, em que Deus renasce, como espírito livre, em forma de homens que lentamente, progridem em direcção à liberdade de espíriro que é regresso à primeira fase. (esta terceira fase corresponde ao panenteísmo, doutrina que afirma que Deus é tudo, a natureza material, a humanidade e é Ele mesmo como espírito transcendente). Este progresso exprime-se através de três formas de estado sucessivas- no início, o despotismo oriental, em que só um homem é livre, séculos depois o estado greco-romano, em que só alguns homens são livres e por último o estado do cristianismo reformado por Lutero em que todos os homens são livres de examinar a Bíblia sem a manipulação do clero católico romano, completado em 1789-1799 pela revolução francesa que implantou a democracia baseada na liberdade, igualdade e fraternidade (VALE CINCO VALORES).

 

 

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Terça-feira, 25 de Março de 2014
Marte em 23º-24º de Balança sugere a Alemanha como vencedora do campeonato do mundo de 2014

 

Em 25 de Março de 2014, com Marte retrógrado em 24º 7´/ 23º 49´ do signo de Balança, o Bayern de Munique sagra-se campeão da Bundesliga com sete jornadas de antecipação. A Alemanha está em destaque. Ora, em 13 de Julho de 2014, Marte estará praticamente na mesma posição, ainda que o sentido do movimento seja directo: em 23º 32´/ 24º 0´ do signo de Balança.

Isto sugere que a Alemanha será o vencedor do mundial do Brasil. Não podemos garantir em absoluto, claro. Há outros planetas em outras posições no dia da final e desconhecemos várias leis planetário-desportivas.

 

OS GRAUS 22º-24º DE BALANÇA, TÍPICOS DA ITÁLIA E DA ALEMANHA EM SITUAÇÃO DE FINALISTAS

 

Os graus 22º-24º do signo de Balança exaltam, com frequência significativa,  Alemanha e a Itália como finalistas de uma grande competição de futebol,

 

Em 7 de Julho de 1974, com Úrano em 23º 40´/ 23º 41´ de Balança,a República Federal da Alemanha conquista o título de campeã do mundo de futebol ao vencer por 2-1 a Holanda no Estádio Olímpico, em Munique; em 11 de Julho de 1982, com Plutão em 24º 8´ de Balança, a Itália vence o Campeonato do Mundo de Futebol ao derrotar por 3-1 a RFA, no estádio Santiago Bernabéu em Madrid;em 16 de Outubro de 1985, com Sol em 22º 34´/ 23º 33´ de Balança, em Estugarda, Portugal classifica-se para o Mundial no México ao vencer por 1-0 a Alemanha; em 6 de Setembro de 1997, com Vénus em 22º 53´/ 24º 3´ de Balança, a Alemanha empata 1-1 com Portugal, em Berlim; em 19 de Maio de 2012, com Saturno em 23º 52´/ 23º 49´ de Balança, o Chelsea sagra-se campeão da Europa ao derrotar, por grandes penalidades, após 1-1 em 120 minutos, o Bayern de Munique; em 1 de Julho de 2012, com Saturno em 22º 47´/ 22º 48´ de Balança, a Espanha sagra-se campeã europeia de futebol ao vencer, na final, a Itália por 4-0; em 8 de Fevereiro de 2014, com Marte em 24º 56´/ 25º 9´ de Balança, a Itália sagra-se campeã da Europa em futsal ao vencer por 3-1 a Rússia, na final, em Antuérpia.

 

Em 13 de Julho de 2014, com Marte em 23º 32´/ 24º 0´ de Balança, jogar-se-á a final do campeonato do mundo. Por que não poderá ser a Itália ou a Alemanha finalista, primeira ou segunda classificada, no campeonato mundial de 2014?

 

O problema da previsão científica em astrologia é que cada grau do Zodíaco é polissémico, isto é, refere-se a vários países ou outras entidades em simultâneo e é imprescindível o estudo de diversos graus na mesma data para que o prognóstico seja sólido.

 

 

JÚPITER EM CARANGUEJO: 80% DE HIPÓTESES DE A ALEMANHA SER FINALISTA

 

Em 13 de Julho de 2014, com Júpiter em 29º 14´/ 29º 28´ de Caranguejo, disputar-se-á a final do campeonato mundial de futebol Estatisticamente, a presença de Júpiter nas finais do mundial de futebol no signo de Caranguejo, está, sobretudo, associada à Alemanha, como vencedora ou segundo classificado: em cinco finais em que Júpiter se moveu em Caranguejo, no período 1954-2002, a Alemanha foi finalista em quatro, sendo vencedora em duas (1954, 1990) . Segue-se-lhe a Argentina: finalista duas vezes, vencedora na final em 1978, derrotada na final de 1990.

 

Em 4 de Julho de 1954, com Júpiter em 9º 7´ / 9º 21´ de Caranguejo, a Alemanha Federal vence por 3-2 a Hungria na final do campeonato mundial em Berna; em 30 de Julho de 1966, com Júpiter em 18º 33´/ 18º 47´ de Caranguejo, a Inglaterra vence por 4-2 a Alemanha Federal, na final do campeonato mundial em Londres; em 25 de Junho de 1978, com Júpiter em 14º 21´/ 14º 35´ de Caranguejo, a Argentina vence por 3-1 a Holanda na final do Campeonato do Mundo de Futebol no Estádio Monumental, em Buenos Aires; em 8 de Julho de 1990, com Júpiter em 20º 52´/ 21º 5´ de Caranguejo, a República Federal da Alemanha conquista o título de campeã do mundo de futebol ao vencer por 1-0 a Argentina no Estádio Olímpico, em Roma; em 30 de Junho de 2002, com Júpiter em 22º 43´/ 22º 56´ de Caranguejo, o Brasil conquista o Campeonato do Mundo de Futebol ao derrotar por 2-0 a Alemanha em Yokohama, no Japão.

 

 

 

PS- Se é professor ou estudante de filosofia, história ou demais ciências, porque não começa a compreender os movimentos planetários e a astrologia histórico-social e libertar-se da crucial ignorância a que o votaram nessa matéria? Adquira na nossa loja online www.astrologyandaccidents.com as nossas obras «Álvaro Cunhal e Antifascismo na Astrologia Histórica», recentemente lançada, «Os acidentes em Lisboa na Astronomia-Astrologia» e outras que lhe fornecem conhecimentos que em nenhum outro lado pode encontrar. É tempo de ser culto e profundo! Pense por si, sem receio dos clichés dominantes. O facto de sermos únicos no mundo a desenvolver a Astrologia Histórica detalhada, científica, não é um argumento a nosso desfavor, bem pelo contrário. Representamos a vanguarda do conhecimento que não é consensualmente aceite porque as esferas universitárias e editoriais estão muito atrasadas em relação a nós. Não participamos em congressos de astrologia pois estes estão dominados por astrólogos comerciais sem pensamento científico assente na investigação..

 

 

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Segunda-feira, 24 de Março de 2014
Teste de Filosofia do 11º C (segundo período lectivo, Março de 2014)

 

Eis um teste de filosofia, o segundo do segundo período lectivo, para o 11º C. O teste centra-se na epistemologia e demonstra, em certa medida, que é possível relacionar autonomamente a filosofia com as diversas ciências - com a astrofísica (teoria da relatividade), com a química (relógio químico de Prigogine), com a medicina (anarquismo epistemológico de Feyerabend) - superando os néscios que dizem que «a filosofia não pode intervir na área das ciências» como se estas fossem textos sagrados. Evitaram-se as escorregadias questões de escolha múltipla que, em muitos casos, não permitem ao aluno exibir e desenvolver o seu saber filosófico.

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia com 3º Ciclo, Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA C
21 de Março de 2014. Professor: Francisco Queiroz

 

 

 
“O relógio químico (modelo de Bruxelas) exprime pelo menos duas leis da dialéctica. Em Kant, o entendimento é condicionado e faz a síntese do diverso da intuição empírica. Imre Lakatos equacionou as perspectivas internalista e externalista na validação das ciências e dividiu em três níveis cada Programa de Investigação Científica.“

 

1) Explique, concretamente, cada uma destas frases                                                       

 

II

 

2) Relacione, justificando:
2-A) Realismo crítico e teorias da relatividade geral e da relatividade especial de Einstein.
2-B) Yang/ Yin e quatro forças fundamentais da natureza.
2-C) Princípios da falsificabilidade e da testabilidade em Karl Popper e ciência normal/ciência extraordinária e incomensurabilidade dos paradigmas em Thomas Kuhn.
2-D) Anarquismo epistemológico em Paul Feyerabend e dúvida hiperbólica em Descartes

 

 

 

CORRECÇÃO DO TESTE DE FILOSOFIA (COTADO PARA 20 VALORES)

 

1) O relógio químico também chamado bruselator ou modelo de Bruxelas, testado por uma equipa dirigida por Ilya Prigogine, é um modelo de comportamento das moléculas de um gás: supondo que há dois tipos de moléculas, umas azuis e outras vermelhas, movendo-se ao acaso, num caos, isso não conduz a uma distribuição irregular das moléculas, mas a uma alternância bem ordenada, o sistema ora é todo azul ora é todo vermelho. Isto revela a lei dialética dos dois aspectos da contradição: numa contradição há dois aspectos, sendo em regra um o dominante e o outro o dominado, podendo a situação inverter-se. Revela ainda a lei do uno: todas as moléculas, por diferentes que sejam entre si, comunicam entre si e mudam de cor ao mesmo tempo, formando um Uno, um Todo (VALE TRÊS VALORES). Para Kant, o entendimento é condicionado pela sensibilidade porque recebe dela os conteúdos materiais (as imagens de árvore, rio, voo de pássaro, incêndio, etc). O entendimento sintetiza através das categorias de totalidade, unidade, pluralidade e outras os diversos dados empíricos da sensibilidade, unificando estes sob a forma de conceitos empíricos. Exemplo: depois de receber dezenas ou centenas de imagens de galos (fenómenos), o entendimento abstrai dos pormenores destes e redu-los à unidade, formando o conceito empírico de galo.(VALE TRÊS VALORES). Imre Lakatos, epistemólogo, defendeu que a ciência se estrutura em Programas de Investigação Científica (PIC). Cada um destes tem três níveis: o núcleo duro, conjunto das teses imutáveis; o cinto protector, conjunto das teses revisíveis, que podem ser rectificadas ou substituídas; a heurística, conjunto dos métodos de investigação livre, teórica e prática, que pode confirmar ou anular o PIC. O internalismo, posição sustentada por Lakatos, é a doutrina segundo uma teoria já é ciência mesmo que confinada a um só cientista, o seu autor, desde que apresente coerência interna e a experimentação a confirme, ao passo que o externalismo diz que uma teoria só é ciência se obtiver o assentimento externo do resto da comunidade científica, do governo e ministério da ciência, das revistas da especialidade, dos fóruns televisivos, do grande público (VALE TRÊS VALORES).

 

 

 

2) A) A teoria da relatividade geral de Einstein diz que espaço e tempo são uma só realidade, o espaço-tempo, que o universo é esférico, fechado, ainda que um raio de luz possa girar em círculo infinitamente dentro dele dado que a luz encurva na proximidade de grandes massas. Não há, portanto, rectas e planos infinitos como na geometria euclidiana mas o espaço é ondulado, «torcido», e essa visão é realismo crítico já que esta doutrina afirma que há um mundo real de matéria mas os olhos humanos e o senso comum não o captam tal como ele é.  A teoria da relatividade especial sustenta, entre outras coisas, que um corpo que atinja a velocidade da luz (300 000 quilómetros por segundo) viaja para o passado, o que é realismo crítico, contrário ao realismo natural que afirma que é impossível viajar ao passado. (VALE TRÊS VALORES).

 

2) B) Yang significa dilatação, movimento, crescimento, som, fogo, verão, na filosofia do taoísmo. Yin significa contracção, repouso, diminuição, água, inverno. Das quatro forças fundamentais, duas são Yang porque expandem, são centrífugas: o electromagnetismo ( luz, microondas, raio X) e a força nuclear fraca que desagrega o núcleo do átomo e produz radioactividade. As outras duas forças fundamentais sáo Yin porque contraem, contrariam a expansão do universo: a gravidade  e a força nuclear forte que mantém unidos os protões no núcleo do átomo (VALE DOIS VALORES).

 

2) C) O princípio da falsificabilidade de Popper estabelece que as ciências são conjuntos de conjecturas, isto é, as suas leis ou teses são potencialmente falsas, falsificáveis. Isso exige aplicar permanentemente o princípio da testabilidade: há que submeter a constantes testes experimentais as teses de uma ciência. Entre as várias teorias na mesma área científica ( exemplo: vacinar ou não vacinar na medicina preventiva; heliocentrismo versus geocentrismo na astrofísica) Popper defende que se deve escolher a mais verosímil, a que dá mais garantias, sublinhando que a ciência é uma aproximação incessante à verdade sem nunca abarcar o todo desta.

Thomas Kuhn discorda da hierarquização das ciências segundo o seu grau de verdade e diz que os paradigmas (modelos teóricos ou teórico-práticos que vertebram as ciências e os mitos) são incomensuráveis, não podem comparar-se entre si. Sustenta o descontinuísmo na história das ciências: há longos períodos de lenta evolução ou estagnação do paradigma de uma ciência, chamado ciência normal, durante décadas ou séculos, subitamente as anomalias acumulam-se e originam um paradigma contrário, dito ciência extraordinária, que acabará por destronar a ciência normal e substitui-la mediante uma revolução epistemológica (VALE TRÊS VALORES).

 

2) D)- Anarquismo epistemológico de Feyerabend é a filosofia que nega autoridade às ciências institucionais dominantes - a medicina química ou alopática com as transfusões de sangue, vacinas, exames radiológicos, biópsias e outras «estupidezes»; a física quântica; a psiquiatria com recurso a drogas, etc  - e pretende derrubá-las e abrir campo a uma larga democracia de base, tal como a autogestão dos anarquistas, elevando ao mesmo estatuto que as ciências universitárias a medicina natural, a medicina hopi, a  ervanária, a acupunctura, a astrologia, os rituais religiosos eficazes na cura, a dança da chuva, etc.

A dúvida hiperbólica de Descartes formula-se assim: «Se quando durmo me parecem verdadeiros os sonhos que tenho, quem me garante que acordado não continuo a sonhar? Assim, duvido de tudo o que vejo e ouço, da existência do mundo exterior, dos deuses, das ciências e da existência do meu próprio corpo e espírito. Nenhuma certeza tenho.»

Feyerabend duvida da verdade das ciências oficiais, que considera uma emanação dos interesses materiais e do desejo de prestígio dos industriais e comerciantes, dos médicos, dos jornalistas, dos filósofos e cientistas e nesse ponto tem algo em comum com a dúvida de Descartes (VALE TRÊS VALORES).

 

 

 

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Quinta-feira, 20 de Março de 2014
Equívocos de autores da «Raíz Editora»: o falsificacionismo opõe-se a paradigma?

 

As fichas de apoio ao Filosofia 11º da «Raíz Editora»  revelam falta de clareza dialética dos autores. Vejamos um exemplo dessas fichas enviadas por e-mail a centenas ou milhares de professores de filosofia, no modo como comparam as ideias de Popper com as de Kuhn:

 

"Análise comparativa das duas perspectivas

INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

 

POPPER

Suportada no critério da falsificabilidade

"As «teorias» devem ser refutadas(testadas criticamente) no sentido de detectar e eliminar erros que eventualmente contenham. Valorização do método hipotético-dedutivo."

 

KUHN

Suportada em paradigmas

 

"O paradigma fornece o modelo de investigação científica para toda a comunidade cuja acção incide numa espécie de resolução de enigmas segundo as regras fornecidas pelo paradigma."  (fim de citação)

 

Crítica minha: esta divisão é confusa; temos uma essência (o paradigma, em Kuhn) contra uma transição de essências (da verosímil à falsa, em Popper). Que é a falsificabilidade de Popper senão a substituição em potência de um paradigma por outro?

 

As conjecturas científicas de Popper são paradigmas instáveis, transitórios, mas os autores do manual do 11º ano de Filosofia da «Raíz Editora» parecem entender que não...acham que Popper não se baseia em paradigmas (modelos teóricos e teórico-práticos). Reservam o conceito de paradigma só para Kuhn. Ora a investigação científica em Popper assenta em paradigmas e tem a falsificabilidade e a testabilidade como princípios guias, o que os autores em questão não compreendem.

 

É assim que "pensam" os analíticos: confusamente, sem hierarquizar géneros diferentes e espécies no seio do mesmo género ou em géneros diferentes...A lógica proposicional nada pode ensinar-lhes nesse capítulo porque não é uma lógica intuitiva, que atinja o cerne da verdade.

 

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Terça-feira, 18 de Março de 2014
¿Seísmo en Peru los días 23-24 de marzo, 12-13 de abril o 14 de junio de 2014?

 

 ¿Es inevitable ocurrir un seísmo em Peru los días 23 o 24 de marzo de 2014, cuando Mercurio esté en el 7º de Piscis, los días 12 o 13 de abril de 2014, cuando Vénus esté en el 7º de Pisces, o el 14 de junio de 2014, cuando el nodo norte de la Luna esté en 26º de Libra?

No, no parece inevitable. Estes calculos tienen cierto, reducido fundamento.

 

He una ley que he descubierto: el paso de un planeta, Sol, Luna Nodo o Quirón en 7 º del signo de Piscis, es una condición necesaria pero no suficiente como para producir terremotos en Perú.

 

El 31 de mayo de 1970, con el Nodo Norte Lunar en 7 º 23 '/ 7º 16´ Pisces, un terremoto en Ancash, Perú, mata a 66 794 personas, el 15 de agosto de 2007, con  Nodo Norte de la Luna en 7 º 2 '/ 7 º 3 'Piscis, un terremoto de magnitud 8,0 en la escala de magnitud de momento golpea la costa central del Perú y tiene una duración de unos tres minutos, afectando sobre todo las ciudades de Pisco, Ica y Chincha Alta, en la Región Ica, y San Vicente de Cañete en la Región Lima y causando 519 muertos confirmados.

 

Y el 14 de junio de 2014, el Nodo Norte de la Luna estará en 26º 53´ / 26º 44´ de Libra, praticamente la misma posición que Júpiter ocupaba el 31 de mayo de 1970, día del seísmo de Ancash...

 

 

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Segunda-feira, 17 de Março de 2014
Teste de filosofia do 10º A (Março de 2014)

 

Eis um teste de filosofia, o segundo do segundo período lectivo. Evitaram-se as escorregadias questões de escolha múltipla que, em muitos casos, não permitem ao aluno exibir e desenvolver o seu saber filosófico.

 

Agrupamento de Escolas nº1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia, Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA A
12 de Março de 2014. Professor: Francisco Queiroz

 

 

 

 

“Aquele que se dedica ao estudo
Cresce de dia para dia.
Aquele que se dedica ao Tao
Diminui de dia para dia."

 

"Vai diminuindo sempre
Até chegar ao não-agir.
Pelo não-agir
Nada há que se não faça.”     LAO TSE

 

1) Explique o significado deste poema característico do taoísmo, indicando se nele há Yang e Yin.

 

 

2) Defina os valores ético-políticos de AUTOGESTÃO, COGESTÃO, ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO, DIREITAS, ESQUERDAS.

 

 

.3) Relacione, justificando:

 

A)  Esfera dos valores vitais e esfera dos valores espirituais em Max Scheler.
B) Imperativo categórico em Kant, eu numénico e estoicismo.

 

4) Considere o seguinte facto:
Esta laranja está pousada na mesa, ao meio-dia.”

 

Aplique os conceitos de essência, acidente, protè ousía, a teoria aristotélica das quatro causas e o princípio microcosmo-macrocosmo ao objecto laranja.

 

 

 

CORRECÇÃO DO TESTE DE FILOSOFIA (COTADO PARA 20 VALORES)

 

1) O sentido da frase «aquele que se dedica ao estudo cresce de dia para dia» é simbólico: cresce em importância social e em saber livresco. Em contrapartida, aquele que se dedica ao Tao - isto é ao ritmo ondulatório da natureza: semear-regar-colher, inverno-primavera-verão-outono, vaivém das ondas, etc - leva uma vida simples e diminui em importância social («Olha, é um camponês sem estudos, sem curso superior»). O taoísta, seguidor da simplicidade do universo, contém-se, e chega ao não agir: não se exibe, não procura ir à televisão ou ser eleito para cargos políticos ou económicos em empresas. não faz grandes viagens, não lança guerras, etc. Através da quietude, do não agir, tudo se consegue. O Yang (fogo, dilatação, movimento) está no poema expresso no «cresce de dia para dia» e o Yin (água, contração, repouso)   exprime-se no «diminui de dia para dia». (VALE TRÊS VALORES).

 

2) Autogestão, conceito anarquista, significa a gestão das fábricas, hipermercados, lojas, bairros, escolas feita pelos próprios trabalhadores, moradores ou estudantes dessas empresas ou instituições: a assembleia reune, decide os salários, as escalas de trabalho e férias, sem patrões nem directores. (VALE UM VALOR). Cogestão, conceito da esquerda moderada, é a gestão das empresas, que pertencem aos patrões, feitas por estes em conjunto com o sindicato ou a comissão de trabalhadores (VALE UM VALOR). Estado de direito democrático é a democracia parlamentar: um regime onde há liberdade de greve, de religião e ateísmo, de manifestação de rua e de imprensa, de eleição de um parlamento multipartidário que vota a formação de um governo sujeito à constituição do país e ao controlo do parlamento e dos tribunais (VALE UM VALOR). Esquerdas é o conjunto das correntes (socialistas, comunistas e anarquistas) que proclamam a igualdade social e económica, dentro do capitalismo de livre concorrência (socialistas) ou fora dele na ditadura do proletariado (comunistas leninistas) ou na autogestão operária (anarquistas). (VALE UM VALOR). Direitas é o conjunto das correntes (liberais, conservadores e fascistas ou monárquicos absolutistas) que proclamam o direito de propriedade privada das fábricas, terras, lojas, cadeias de televisão, etc, e o direito de enriquecer e haver desigualdades nítidas entre classes sociais, apoiando o Estado de direito democrático (liberais e conservadores) ou não (fascistas). (VALE UM VALOR)

 

3) A) Segundo Max Scheler, a esfera dos valores vitais refere-se aos estados anímicos e inclui os valores de: nobre e vulgar, amor-paixão e ciúme, cólera, inveja, sentimento de vitória e de derrota, de juventude e de velhice, de coragem e cobardia, de vaidade e humildade, de saúde e de doença, etc. Opõe-se-lhe a esfera de valores espirituais, essencialmente intelectual, que inclui os valores estéticos (belo, feio, sublime, horrível), os valores éticos (bem, mal, justo injusto) e os seus derivados do direito (legal, ilegal, etc) os valores do conhecimento da verdade (filosofia) e os derivados deste (ciências: matemática, física, biologia, história, etc). (VALE TRÊS VALORES).

 

3) B) O eu numénico é, na doutrina de Kant, o eu racional, desligado das paixões e interesses materiais (eu fenoménico ou empírico), gerador do imperativo categórico ou verdadeira lei moral que se enunciam assim: «Age de modo que a tua acção seja como uma lei universal da natureza», que a todos se aplica com imparcialidade, incluindo a ti mesmo. O estoicismo, tal como a ética de Kant, divide o homem numa dualidade: eu racional ou superior e eu corporal (fenoménico, em Kant) inferior. O estoicismo defende o lema. «Aguenta e abstém-te», isto é, não te revoltes contra o que o destino e os homens te reservam, quanto a estes últimos, instrui-os ou suporta-os visto que são teus irmãos. Defende ainda que és capaz de suportar a tortura, a mutilação do corpo e a dor se te concentrares no facto de que és apenas uma alma racional e podes atingir a ataraxia ou estado de impassibilidade. E sustenta a epochê ou suspensão do juízo: «Não vás mais além, no teu julgar, do que aquilo que as aparências te anunciam». As normas do estoicismo não coincidem por completo com o imperativo categórico de Kant visto que aquelas são concretas e este último é abstracto, formal, autónomo e pode, em alguns casos, ser revolucionário como, por exemplo, este imperativo: «Age de forma que a tua acção contribua para derrubar os regimes ditatoriais em qualquer parte do mundo e para levar a chama da liberdade e dos direitos humanos a todos os homens, sem teres interesses pessoais mesquinhos nisso.»(VALE QUATRO VALORES).

 

4) A essência da laranja é a sua forma estável: esférica (VALE UM VALOR). O acidente externo é a mesa onde está pousada e o sol alto do meio-dia (VALE UM VALOR). Esta laranja é uma proté ousía (primeira substância) porque Aristóteles parte do individual, concreto que é a primeira realidade no plano ontológico e não o arquétipo de laranja, a forma abstracta, como supunha Platão (VALE UM VALOR) . As quatro causas da laranja segundo Aristóteles:causa formal, a forma esférica; causa material, os gomos, as sementes, o sumo; causa eficiente, a laranjeira; causa final, reproduzir as laranjeiras e ser alimento dos humanos. (VALE UM VALOR) A laranja é um microcosmos que espelha o macrocosmos ou grande universo que é o planeta Terra, esférico como a laranja. (VALE UM VALOR)

 

 

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Quarta-feira, 12 de Março de 2014
Is it expectable a great accident in New York on 27-31 March 2014 because of Venus in 20º-24º of Aquarius sign?

 

Shoud we expect a big accident in New York on 27-31 March 2014, when Venus will transit at 20 º -24 º Aquarius area? Yes, we should, although the forecast is not infallible. We base our prediction in the induction, ie, the accumulation of empirical cases historically verifiable.

 

On June 15, 1904 , with Saturn in 20º 51´/ 20º 49´ Aquarius, the tourist ship General Slocum catches fire in East River,New York City, causing 1030 deaths ,on  December 31, 1909, with Venus in 22º 7´/ 22º 47´ of Aquarius,  Manhattan Bridge is opened, in New York; on February 26, 1993, with Saturn  in 22º 53´/ 23º 0´ of Aquarius, a bomb detonates at basement garagement of World Trade Center, in New York City, killing 6 people and injuring at least other 1,040; on September 11, 2001, with Uranus in 21º 51´/ 21º 49´ of Aquarius,two passenger aircraft deflected by Islamic suicide members of Al-Qaeda, probably manipulated by Mossad, CIA, FBI and Bush Administration, crash against theTwin Towers in Manhattan, New York City, provoking apparently the collapse of these two buildings, where bombs explode inside, and the death of 2.749 people,a missile is launched into the Pentagon Building, in Washington, killing 189 people and another aircraft, taken by terrorists, crashes in Pittsburgh, Pennsylvania, dying 44 people; on February 11, 2007, with Sun in 21º 51´/22º 52´ of Aquarius, a fire irrupts at Lenox Ave and 116thStreet; on May 4, 2008, with Moon´s North Node in 24º 15´/ 24º 5´ of Aquarius,  a Brooklyn bound "N" train derails at the 57th Street/7th Avenue station on the BMT Broadway Subway in NewYork City; on February 13, 2009, with Neptune in 23º 58´/ 24º 0´ of Aquarius,  just after 1:00pm, a Coney Island bound "D" train derails at the 81st Street/Museum of Natural Historystation on the IND 8th Avenue Line in New York subway; on March 12, 2014 , Mercury in 23 º 54 ' / 24 º 49' of Aquarius ,in East Harlem, Manhattan, New York, two Park Ave. buildings are reduced to scraps, the flames, dust and smoke billowing high into the sky in consequence of a gas explosion killing 7 people , four of them  Camacho, Carmen Tanco, 67, a dental hygienist, Rosaura Hernandez-Barrios, 21 and Andreas Panagopoulos, 43, and eight people are still reported missing and some 20 others wounded.

 

 

These datas and calculs represent Historical Astrology  we develop here in Portugal, in an isolated but honorable position. Philosophers, astronomers and historians in general, as Karl Popper, Carl Sagan, Stephen Hawking, Penrose, Zizec, Heidegger, Sartre, John Rawls, Peter Singer, John Searle ignored and even derided Astrology because they had no sufficient intelligence or practical spirit of inquiry of history by using the astronomical positions.

 

So, today universities and mainstream media, due to its fragmentary intelligence, continue to propagate the lie that "men are free and the planets in the Zodiac do not  command the human history of each individual, social classes and nations." People are dominated by ignorant doctoral and masters who practice an epistemic fascism consisting in forbiding free discussion on Historical and Social Astrology.

 

I am waiting for a purposal of a great publisher in English or French or other language to bring to the attention of the public thousands of facts and historical astronomical laws.

 

 

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Quarta-feira, 5 de Março de 2014
Equívocos em «O essencial em actividades» de Ser no Mundo 10º ano de Filosofia (Crítica de Manuais Escolares- LIV)

 

O livro  de exercícios "O essencial em actividades"  anexo ao manual de filosofia 10º ano "Ser no mundo"  de André Leonor e Filipe Ribeiro, da Areal Editores, é um espelho da confusão instalada pela filosofia analítica anglo-norte-americana entre as universidades e os professores de filosofia do ensino secundário. As famosas perguntas de escolha múltipla possuem, frequentemente, duas ou três respostas certas mas os autores deste manual acham que só há uma resposta certa para cada grupo das quatro respostas possíveis que elaboram...

 

O DETERMINISMO DIZ QUE O LIVRE-ARBÍTRIO É ILUSÃO?  QUE CONFUSÃO...

 

Vejamos a primeira questão do grupo I da ficha 02 deste manual de exercícios "Ser no mundo, 10º ano", centrada num texto de Durkheim:

 

 

"Quando desempenho a minha tarefa de irmão, de esposo ou de cidadão, quando executo os compromissos que tomei, cumpro deveres que estão definidos, para além de mim e dos meus actos, no direito e nos costumes. Mesmo quando eles estão de acordo com os meus sentimentos próprios e lhes sinto interiormente a realidade, esta não deixa de ser objectiva, pois não fui eu que os estabeleci, antes os recebi pela educação. (...)

«Estes tipos de conhecimento ou de pensamento não são só exteriores ao indivíduo, como dotados dum poder imperativo e coercivo en virtude do que lhe impõem, quer queira, quer não. Sem dúvida, quando a ela me conformo de boa vontade, esta coerção não se faz, ou faz-se pouco, sentir, por inútil.»

(..................................................................................................................................................)

(E.Durkheim, As regras do método sociológico, Presença , pp 29-31)

 

 

 

Grupo I

 

Relacione a frase destacada no texto com o argumento determinista de acordo com o qual o livre-arbítrio é ilusão.»

 

(André Leonor, Filipe Ribeiro, O essencial em actividades, Filosofia 10º ano, Ser no Mundo, página 15)

 

Resposta dos autores: Segundo os defensores do determinismo, a liberdade do ser humano não passa de uma ilusão. Nos casos em que julgamos agir por vontade própria, esta liberdade apenas resulta de causas objectivas que desconhecemos.

Da mesma forma, na frase destacada no texto, mesmo quando julgamos agir de acordo com a nossa vontade, o móbil da acção não está no sujeito. (in "O essencial em actividades", pág. 60).

 

Crítica minha: É um erro dizer que, «segundo os defensores do determinismo, a liberdade do ser humano não passa de uma ilusão». Há defensores do determinismo, designados radicais, que sustentam que não há espaço para existir livre-arbítrio e há defensores do determinismo, baptizados de moderados ou compatibilistas - na equívoca classificação dos "analíticos" - que sustentam que há livre-arbítrio mais além da vasta rede do determinismo. O que André Leonor e Filipe Ribeiro deveriam dizer é: «segundo os defensores do fatalismo, e segundo os defensores  do "determinismo radical" a liberdade do ser humano não passa de uma ilusão», mas confundem determinismo, doutrina segundo a qual, nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos, com fatalismo, doutrina segundo a qual tudo está predestinado e não existe livre-arbítrio.

 

SÓ HÁ ACÇÃO HUMANA QUANDO HÁ VONTADE CONSCIENTE E DELIBERAÇÃO? SE ASSIM FOSSE OS HOMENS SERIAM ANJOS...

 

Prossigamos a análise do livro de exercícios da Areal Editores 10º ano de filosofia, na ficha 2:

 

 

Grupo II

 

«Na resposta a cada um dos itens de 1.1 a 1.4. , selecione a única opção correcta.

 

1.1. Consideramos que se trata de acção humana quando:

 

(A) O sujeito tem papel passivo naquilo que acontece.

(B)  Aquilo que sucede implica um movimento realizado por um ser humano, ainda que involuntariamente.

(C)  O que sucede resulta da decisão consciente, voluntária de um agente.

(D)  Algo é realizado por um ser humano.»

 

(André Leonor, Filipe Ribeiro, O essencial em actividades, Filosofia 10º ano, Ser no Mundo, Areal Editores, página 16)

 

Resposta dos autores: Só a hipótese "C" está certa.

 

Crítica minha: As hipóteses B, C e D estão correctas. Existe acção humana voluntária e acção humana involuntária. Que é o homicídio involuntário senão uma acção humana? Se um condutor de um autocarro adormece ao volante e o autocarro se precipita por uma ravina, morrendo dezenas de passageiros, podemos dizer que não houve acção humana, nesse acontecimento, como sustentam Leonor e Ribeiro? É óbvio que houve. O motorista foi o agente dessa tragédia. Se não se tratasse de uma acção humana, os juízes não poderiam julgar o motorista. Restringir a acção humana aos actos que brotam de uma deliberação racional (livre-arbítrio) é considerar que o homem não pertence à animalidade - e isto está em paralelo com a estúpida noção de libertismo segundo a qual o homem decidiria como um anjo no céu, sem sofrer pressão alguma das suas células, do nível de açúcar no sangue, da pressão exterior económica, política, etc, da sociedade. Com que legitimidade vêm Leonor e Ribeiro impor, taxonomicamente, que uma explosão de fúria e violência de um homem num bar, após ser empurrado, não é uma acção humana só porque não foi deliberada, pensada, sujeita a livre-arbítrio?

 

CONDICIONANTES BIOLÓGICAS É CLARAMENTE DISTINTO DE CONDICIONANTES FÍSICAS?

 

 E prossegue a ficha 2 do livro de exercícios de André Leonor e Filipe Ribeiro:

 

«1.3  Analise as afirmações que se seguem sobre as condicionantes da acção humana. Selecione, em seguida a opção correcta:

 

A) As condicionantes biológicas estão associadas aos limites físicos de cada indivíduo, enquanto as psicológicas se referem a traços de personalidade.

 

B) As condicionantes físicas estão associadas aos limites físicos de cada indivíduo, enquanto as psicológicas se referem a traços de personalidade.

 

C) As condicionantes biológicas  estão associadas aos limites característicos da espécie humana, enquanto as psicológicas se referem às limitações do organismo humano.

 

D) As condicionantes físicas  estão associadas aos limites característicos da espécie humana, enquanto as psicológicas se referem às limitações do organismo humano.» 

(André Leonor, Filipe Ribeiro, O essencial em actividades, Filosofia 10º ano, Ser no Mundo, página 17)

 

Resposta dos autores: A única resposta certa é a "B".

 

Crítica minha: Esta questão exprime uma grande miopia de raciocínio. É um exemplo de como não se devem fazer perguntas de escolha múltipla de respostas que quase nada diferem ou nada diferem entre si. Todas as respostas estão certas. A resposta "A" está certa: as condicionantes biológicas de um indivíduo - por exemplo, a capacidade respiratória reduzida de uma pessoa operada a um pulmão - ligam-se aos seus limites físicos -no exemplo: a pessoa dispor apenas de um pulmão, tendo-lhe sido amputado o outro. A resposta "B" também está certa: o físico identifica-se com o biológico, basicamente.

 

A resposta "C" também está certa, por muita surpresa que isso cause: é óbvio que as condicionantes biológicas  estão associadas aos limites característicos da espécie humana, -  a espécie humana não tem guelras , por isso cada homem não pode ter vida subaquática permanente - e, adoptando o ponto de vista behaviorista, que nega a subsistência de uma psique congénita em cada pessoa, é verdade que as condicionantes psicológicas se referem às limitações do organismo humano - por exemplo: a tristeza, a depressão estão ligadas, ao menos nos idosos, à falta de vitamina "D".

 

A resposta "D" está igualmente certa, pois é praticamente igual à "C".

 

O FAZER NÃO IMPLICA OBJECTIVOS DEFINIDOS E CONSCIENTES?

 

E eis outra deformada questão da ficha 2, Grupo 2, do manual que estamos a analisar:

 

«1.4 Analise as afirmações que se seguem acerca da distinção entre agir e fazer. Selecione, em seguida, a opção correcta.

 

A) O agir tem em vista um objectivo enquanto o fazer é voluntário.

 

B)  O agir não implica qualquer decisão, enquanto o fazer implica uma decisão consciente.

 

C) O fazer é exclusivo dos animais e o agir é exclusivo do ser humano.

 

D) O agir é voluntário, ao passo que o fazer não implica objectivos definidos e conscientes.»

 

(André Leonor, Filipe Ribeiro, O essencial em actividades, Filosofia 10º ano, Ser no Mundo, Areal Editores, página 17).

 

Resposta dos autores: A única resposta correcta é a "D".

 

Crítica minha: Seria preciso definir cientificamente o que é fazer e o que é agir. É o fazer uma modalidade (espécie) do agir (género)? É o agir uma modalidade do fazer? São dois géneros mutuamente independentes?. Não há unanimidade sobre isto. Logo é arbitrário construir e avaliar perguntas com esta terminologia. A maioria dos autores de manuais dá como exemplos do  "agir"  actos como conversar (mas conversar não é fazer diálogo?), filosofar, viajar, escrever (mas escrever não é fazer um texto?), dizer mal de alguém ou reconciliar-se com alguém  e como exemplos do "fazer" actos como lavrar os campos, colher frutos das árvores, fabricar objectos com maquinaria, guiar automóvel, digerir comida (fazer a digestão), excretar resíduos, etc. O fazer teria um sentido mais prático, mais imerso no mundo material, do que o agir. Assim se diz: «Tenho de fazer dinheiro, a trabalhar» e não se diz : «Tenho de agir dinheiro, a trabalhar».

 

Quando André Leonor e Filipe Ribeiro apontam como resposta certa «O agir é voluntário, ao passo que o fazer não implica objectivos definidos e conscientes.» equivocam-se. Então, um carpinteiro que faz ou fabrica mesas não tem o objectivo definido de materializar o modelo que tinha em mente e de o vender por um preço compensador?  É óbvio que tem. A resposta "D" está (parcialmente) errónea.

 

Nenhuma das quatro respostas se pode considerar correcta sem se definir à partida, com clareza, agir e fazer.Para Lao Tsé, o filósofo chinês do taoísmo, agir e fazer é a mesma coisa, por isso usou o termo não-agir. 

 

O INTERCULTURALISMO IMPEDE O TOTAL DIÁLOGO COM VALORES INTOLERÁVEIS?

 

Na ficha 3, figura a seguinte questão:

 

1-4  Segundo o interculturalismo:

(A)  É possível universalizarem-se todos os valores.

 

(B)  Há lugar à constituição de valores transculturais.

 

(C) Os valores universalizáveis devem depender da cultura mais forte.

 

(D)  Devemos ter uma atitude de total diálogo com valores que nos são alheios, mesmo que não sejam toleráveis. »

 

(André Leonor, Filipe Ribeiro, O essencial em actividades, Filosofia 10º ano, Ser no Mundo, Areal Editores, página 22).

 

Resposta dos autores: a única resposta certa é a "B".

 

 

Crítica minha: Se por interculturalismo entendermos a troca de ideias e informações entre diversas culturas e ideologias e a exposição dos valores de todas elas, isso implica um total diálogo com os valores alheios aos nossos. Se sou interculturalista, que me impede de dialogar com um nazi, com um estalinista, com um fundamentalista islâmico ou com um fundamentalista judeu? Há, portanto, duas respostas certas: a "B" e a "D" .

 

O JUÍZO ESTÉTICO NÃO É UM JUÍZO DE CONHECIMENTO?

 

Na ficha 6 do manual, está a seguinte questão do grupo II:

 

1.2  Analise as afirmações que se seguem sobre o juízo estético. Seleccione em seguida a opção correcta.

 

(A) O juízo estético resulta da avaliação dos críticos de arte.

 

(B) O  juízo estético não é um juízo de conhecimento nem obedece a normas morais.

 

(C)  O juízo estético é um juízo de valor que obecece a normas éticas.

 

(D) O juízo estético é um juízo de conhecimento. »

 

(André Leonor, Filipe Ribeiro, O essencial em actividades, Filosofia 10º ano, Ser no Mundo, Areal Editores, página 44).

 

Resposta dos autores: a correcta é a afirmação "B".

Crítica minha: A resposta correcta é a "D". A resposta "B"  está errada. Então o juízo estético não é de conhecimento? Se assim fosse, não seria possível um júri de cinema dizer, com um mínimo de fundamento, que «12 anos escravo» ou «Gravidade» foram os melhores filmes do ano, nem se poderia dizer que o poeta A é superior, a versejar,  ao poeta B. O que é o conhecimento? É a apreensão, sensorial-intuitiva ou intelectual-racional,  de uma realidade material, ideal ou outra por uma mente. O juízo estético exprime o conhecimento da arte e da natureza física na sua vertente artística. É um juízo essencialmente sensorial mas constitui conhecimento.

 

Este tipo de perguntas, mal concebidas, fruto de mentes analíticas que vêem a árvore isolada mas não a floresta (hiper-análise),   conduzem a respostas ambíguas ou erróneas e só contribuem para confundir alunos e professores.  É isto o teor do "ensino da filosofia" dominante hoje em Portugal no ensino secundário e no sector universitário da filosofia analítica: definições unilaterais impostas ditatorialmente aos alunos (por que razão os alunos têm de distinguir actos humanos de actos do homem, uma vez que essa é versão particular de São Tomás de Aquino, se acto humano é, semanticamente, o mesmo que acto do homem?), incapacidade de pensar dialecticamente, erros notórios de lógica informal.

 

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Domingo, 2 de Março de 2014
El materialismo dialéctico y la relación genotipo-fenotipo

 

El materialismo dialético rechaza la teoría del «determinismo biológico» - lo que podríamos llamar de «esencialismo biológico» - segun la que los genes determinan en absoluto el comportamiento del hombre. Y también rechaza el punto de vista contrario del neolamarckista Lyssenko, biólogo que sostenía que los agentes exteriores pueden modificar la estructura genética de los seres vivos y jugar el rol determinante continuamente. Alan Woods y Ted Grant son dos filósofos materialistas dialécticos que critican ambas posiciones:

 

«Los biólogos dividen el organismo en dos partes: el genotipo (el conjunto de genes) y e el fenotipo (los rasgos que se manifiestan). Es un error común que la relación entre ambos es simplesmente de causa-efecto, que el genotipo es anterior al fenotipo y, por lo tanto, es el factor decisivo de la ecuación. Nacemos con unos genes determinados que no se pueden alterar, y esto decide nuestro destino de una forma tan decisiva como la posición de los planetas para la astrología. Este tipo de determinismo genético mecanicista es la otra cara de la moneda de las teorías embaucadoras de Lysenko. Es el lamarckismo puesto al revés. En realidad, el genotipo, los genes que se encuentran en el núcleo de cada célula, es más o menos fijo exceptuando alguna mutación causal. El fenotipo, el total de las caracteristicas morfológicas, fisiológicas y de comportamiento no es fijo. Por el contrario, cambia constantemente a lo largo de la vida del organismo por la interacción del ambiente con el genotipo y el fenotipo. En otras palabras, es un producto de la interacción dialéctica de organismo y ambiente. Si Albert Einstein hubiese nacido en un suburbio de Nueva York o en una aldea de la India, no hace falta ser muy inteligente para darse cuenta de que su potencial genético hubiese contado bien poco.»

 

 « El estudio de la genética da una respuesta concluyente al idealismo. Ningún organismo puede existir sin genotipo. Y ningún genotipo puede existir fuera de una continuidad espacio-tiempo, un entorno. Los genes interaccionan con el entorno, dando lugar al proceso del desarollo humano. De hecho, si la herencia fuese perfecta no habría evolución, ya que la herencia es una fuerza conservadora. Es esencialmente un mecanismo de autocopiado. Pero ocasionalmente, se produce una copia defectuosa, una mutación. Hay un número infinito de accidentes de este tipo, la mayoría de los cuales no solamente son inútiles, sino perjudiciales al organismo.» 

 

«Una sola mutación no puede transformar una especie en otra. La información contenida en un gen no se mantiene en un aislamiento perfecto. Entra también en contacto con el mundo físico, en el que es puesta a prueba, procesada, articulada y modificada. Si una variante concreta proporciona una mejor proteína en un ambiente determinado prosperará,mientras que las otras serán eliminadas.  Em un punto dado, las pequenas variaciones llegan a un nivel cualitativo, dando lugar a una nueva especie

 

(Alan Woods e Ted Grant, «Razón y revolución, Filosofia marxista y ciencia moderna», pag 354-355, Fundación Frederico Engels, Madrid, tercera edición, mayo de 2004; el destaque en bold es de mí  autoría).

 

Existe la triple interacción ambiente-genotipo-fenotipo pero, en verdad, el genotipo es superior al fenotipo en importancia, lo que no transcurre claro en el razonamiento de Woods y Grant que, ademas, contradicen la ley de las causas internas y causas externas. El materialismo dialéctico subraya siempre la ley de las causas internas y externas: «en un fenómeno, hay siempre dos tipos de causas, las internas y las externas, siendo las internas dominantes respecto a las externas que actuan por medio de las internas».

 

Aquí Woods y Grant, sigiuendo al lysenkismo social que es el leninismo y su educación para forjar al «hombre nuevo», están rechazando esa ley de prioridad del interno sobre el externo, son incapables de priorizar, de contestar algo tan simples como esta pregunta: cualquier persona puede ser Albert Einstein si le suministran contenidos de alto valor intelectual o, al revés, Albert Einstein era una inteligencia innata (genotipo) única, privilegiada, que por eso produció la compleja teoría de la relatividad?

 

La segunda hipótesis contiene la verdad. El determinismo genético juega el rol determinante, aunque necesita de la interacción del medio ambiente. Una persona afectada de  síndrome de Down que es un trastorno del genotipo causado por la presencia de una copia extra del cromosoma 21 (o una parte del mismo), en vez de los dos habituales, tiene siempre  un grado variable de discapacidad cognitiva psíquica congénita  y unos rasgos físicos peculiares y está imposibilitada de comprender la teoría de la relatividad de Einstein y otras tesis cientificas complejas.

 

www.filosofar.blogs.sapo.pt

f.limpo.queiroz@sapo.pt

 

 

 

© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)



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