Sexta-feira, 29 de Novembro de 2013
Teste de filosofia do 11º C, final de Novembro de 2013

 

Eis um teste de filosofia sem perguntas de resposta múltipla que exigem responder com cruzes e não desenvolvem a capacidade discursiva escrita do aluno.

Agrupamento de Escolas nº 1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA C
29 de Novembro de 2013. Professor: Francisco Queiroz

 

 

 

I

1) Considere o seguinte silogismo:

 

«Nenhuma cotovia é mamífero.
«Alguns macacos são maníferos».
«Nenhum macaco é cotovia».

 

A) Indique, concretamente, duas regras da construção formalmente válida do silogismo que foram infringidas no silogismo acima.

 

 B) Indique o modo e a figura do silogisno.

 

 

II  

David Hume escreveu: «É assim que inventamos a existência contínua das percepções dos nossos sentidos, para remover a interrupção; e chegamos à noção de alma,...» e Parménides escreveu: «O ser é e o não ser não é...Ser e pensar são um e o mesmo».

 

2) Explique ambos os pensamentos e compare-os no tema do «ser».

                                                                            

                                                                                                      

3) Relacione, justificando:

 

A) Sete relações filosóficas em David Hume e binómio Idealismo/ realismo crítico.

 

B) Os três tipos de conhecimento, segundo Bertrand Russel, empirismo e racionalismo.

 

C) Indução amplificante e lei do salto de qualidade.

 

D) Retórica e sofística.

 

 

 

       CORRECÇÃO DO TESTE, COTADO PARA 20 VALORES

 

1) A) Eis duas regras de validade infringidas no silogismo acima: a conclusão segue sempre a parte mais fraca, se uma premissa é particular a conclusão tem de ser particular (ora isso não sucede, porque a premissa «Alguns macacos...» é particular e a conclusão «Nenhuns...» é universal); nenhum termo pode ter na conclusão maior extensão do que nas premissas (ora o termo "macacos" é particular na premissa e universal na conclusão). (VALE DOIS VALORES).

 

1) B) O modo do silogismo é EIE (E= proposição universal negativa; I= proposição particular afirmativa). A figura do silogismo é a 2ª : PP (termo médio como predicado em ambas as premissas). (VALE UM VALOR)

 

2)  Hume diz que as percepções empíricas são como que fotos desligadas umas das outras, não são contínuas e é a imaginação que fornece a ideia de continuidade dos objectos, o filme das percepções. Assim não há a alma, nem o eu, nem a casa, nem a árvore, nem a montanha - são ideias da imaginação formadas a partir de percepções cuja origem se desconhece. Isto é idealismo: a matéria passa a ser um conjunto de percepções empíricas. Em Parménides dá-se o inverso: não há descontinuidades, a percepção empírica é ilusão, o pensar está a todo o instante centrado no ser uno, imóvel, invisível, esférico, eterno.  Ao empirismo de Hume (" as ideias nascem das impressões sensíveis") contrapõe-se o racionalismo de Parménides (" Só o pensar, o raciocínio e a intuição inteligível captam o ser"). São dois idealismos, numa certa interpretação; mas em Parménides pode tratar-se ainda, ao invés, de um realismo crítico, porque apesar de cores, sons, cheiros, formas mutáveis serem ilusões, a esfera do ser pode ter carácter material, pode ser formada por uma matéria imperceptível aos sentidos.   (VALE QUATRO VALORES).

 

3) A) As sete relações filosóficas são capacidades da nossa mente, modos de interpretar as coisas, não existem no mundo exterior: semelhança, identidade, relações de tempo e lugar, proporção de quantidade ou número, graus de qualidade, contrariedade e causação. Por exemplo, água e fogo não são contrários entre si fora da mente humana, real e objectivamente,  mas são apenas contrários dentro desta que as coloca numa relação de contrariedade.  Assim, as sete relações filosóficas incluem-se no idealismo, que diz que o mundo material não passa de uma ideia. Ao contrário, o realismo supõe que semelhança, identidade, relações de espaço e tempo, quantidade, graus de qualidade, causa-efeito, etc, são modos de ser reais, exteriores às mentes humanas, porque o realismo afirma a realidade da matéria em si mesma. O realismo crítico diz que certas qualidades (cores, sons, cheiros, sabores) são subjectivas, secundárias, e nessa medida coincide em parte com o idealismo. (VALE QUATRO VALORES).

 

3) B) Os três tipos de conhecimento segundo Bertrand Russell são: o saber-fazer, que é um conhecimento empírico-técnico, como andar de bicicleta, nadar, jogar futebol; o conhecimento por contacto, isto é, empírico directo, como ver uma planície alentejana, ouvir uma música dos Bubedanas, saborear gaspacho; o conhecimento proposicional, isto é, racional ou empírico-racional, como por exemplo, «A soma dos três ângulos internos de um triângulo é 180º», «Portugal entrou na Comunidade Económica Europeia em 1 de Janeiro de 1986». Os dois  primeiros tipos de conhecimento são empirismo, doutrina segundo a qual as percepções empíricas são a fonte das nossas ideias e estas copiam aquelas. O conhecimento proposicional inclui, geralmente, racionalismo, doutrina segundo a qual o raciocínio é a fonte principal dos nossos conhecimentos, marginalizando ou mesmo contrariando as percepções empíricas. (VALE TRÊS VALORES)

 

3) C) A indução amplificante é aquela que a partir de alguns exemplos empíricos directos generaliza segundo uma lei necessária ou aparentemente necessária. Exemplo: «Como médico pediatra, receitei a 50 crianças com gripe e tosse que tomassem três copos de sumo de laranja diários com uma colher de mel e em todos os casos a gripe e a tosse atenuaram-se ou desapareceram, assim induzo que três copos de sumo de laranja e colheres de mel agem em sentido curativo em todas as crianças do mundo». A lei do salto qualitativo está presente nesta indução: acumulam-se, gradualmente, exemplos de cura (a criança A, a criança B, a criamça C) até que o salto de qualidade, brusco, se dá de X casos particulares para uma lei geral. (VALE TRÊS VALORES).

 

3) D) A retórica é a arte de bem discursar oralmente - ou por escrito, de forma derivada - a um auditório, no sentido de impressionar e persuadir. Bem discursar não significa estar isento de sofismas (erros voluntários de raciocínio) e paralogismos (erros involuntários de raciocínio). A sofística é a filosofia e a retórica dos sofistas, pensadores gregos anti essencialistas que ensinavam retórica, direito, política, etc, com remuneração. Assentava no cepticismo, que duvida de tudo o que fôr além das percepções empíricas, no relativismo que diz que a verdade varia com os povos, as classes e grupos sociais, no subjectivismo que postula que a verdade varia de pessoa a pessoa, no pragmatismo, que prefere os resultados práticos, a utilidade da situação real aos ideais "inúteis" e metafísicos. (VALE TRÊS VALORES).

 

 

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Quinta-feira, 28 de Novembro de 2013
Teste de Filosofia do 10º Ano B, final de Novembro de 2013

 

O presente teste de filosofia centra-se nas rubricas do programa de Filosofia do 10º ano de escolaridade «1.1 O que é a filosofia», «1.2. Quais são as questões da filosofia», do módulo I «Iniciação à Actividade Filosófica»- nas quais se incluem as leis da dialética (tríade, contradição principal, dois aspectos da contradição) as noções aristotélicas de hylé, eidos e proté ousía - e na rubrica 1.2 «Determinismo e liberdade na acção humana» do módulo II do programa «A acção humana e os valores - na qual se incluem os conceitos de indeterminismo biofísico com livre-arbítrio (designado "libertismo" por alguns) e e determinismo biofísico sem livre-arbítrio (determinismo "radical"), as noções de hierarquia e polaridade de valores, e a teoria das quatro modalidades ou esferas de valor de Max Scheler.

 

.Agrupamento de Escolas nº 1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA B
28 de Novembro de 2013. Professor: Francisco Queiroz

 

I

 

«.Deu-me prazer beber o batido de morango, e senti-me mais vigoroso, enquanto contemplava a beleza daquela rapariga. Senti ciúmes quando um rapaz se aproximou dela e pensei que a essência mulher está presente num número quase infinito de entes e que o amor de Cristo me pode salvar de qualquer desilusão e quebra no percurso da vida.»

 

1-A) Identifique a que esfera de valor, em Max Scheler, pertence cada um dos valores inerentes às expressões a negrito.

 

1-B)  Aplique a lei da contradição principal da dialéctica ao conjunto das quatro esferas de valores teorizadas por Max Scheler .

 

 

2) Relacione, justificando:

 

A) Acto e potência, em Aristóteles, e lei do salto qualitativo..
B) Hierarquia de valores e lei dos dois aspectos da contradição.

C) Indeterminismo biofísico com livre-arbítrio e determinismo biofísico sem livre-arbítrio ("determinismo duro").
D)  Mundo do Mesmo, Mundo do Semelhante, Noésis e Dianóia, em Platão. .
E) Hylé, Eidos e Proté Ousía, em Aristóteles, e lei da tríade..

 

 

CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES

 

 

1) a) Deu-me prazer beber é um valor da esfera sensível, do prazer e da dor instintivos; senti-me mais vigoroso, é um valor da esfera dos valores vitais; enquanto contemplava a beleza é um valor estético da esfera dos valores espirituais; senti ciúmes é um valor da esfera dos valores vitais; pensei que a essência mulher está presente é um valor do conhecimento da verdade (filosofia) da esfera dos valores espirituais; o amor de Cristo, é um valor da esfera do santo e do profano (VALE DOIS VALORES).

 

1) b) A lei da contradição principal, que estabelece que um sistema de muitas contradições se pode reduzir a uma só, composta por dois grandes blocos, deixando eventualmente de fora algumas na zona neutra, pode aplicar-se assim às quatro esferas de valor de Max Scheler:  de um lado, no mesmo polo, a esfera dos valores sensíveis (o prazer e a dor físicos; o útil e o inútil) e a esfera dos valores vitais e sentimentais (sentimento de juventude ou de velhice, de vitória ou de derrota, paixão amorosa, ciúme, vingança, sentimento do nobre, do vulgar, etc., ), porque derivam das emoções e sensações; do outro lado, no outro polo, a esfera dos valores espirituais (belo e feio; bom e mau, justo e injusto; verdadeiro e falso descoberto pela filosofia e ciências) e a esfera do santo e do profano (Deus, espaço e tempo sagrados; matéria eterna, inexistência de Deus) porque ambas se centram no intelecto dirigido ora para o campo físico-social ora para o metafísico. (VALE TRÊS VALORES).

 

2) A) Acto, é segundo Aristóteles, a realidade presente de algo. Potência é a possibilidade de vir a ser tal coisa em acto. A acumulação lenta e gradual, em quantidade, de sucessivos actos - exemplo: exercícios físicos em ginásio - faz com que um dia o corpo musculoso que cada um gostaria de ter e que só existe em potência, em perspectiva, se torne real, em acto, momento que constituirá um salto qualitativo (VALE TRÊS VALORES).

 

2) B)  Hierarquia de valores é uma escala de valores desde os superiores aos inferiores, passando pelos intermédios. A lei dos dois aspectos da contradição diz que nesta existem dois aspectos, em regra desigualmente desenvolvidos, o dominante e o dominado, que às vezes invertem as posições. Ora a hierarquia de valores implica contradição em que, por exemplo, o bem é aspecto dominante e o mal é aspecto dominado, a paz é valor dominante e a guerra valor dominado, o belo é valor dominante e o feio valor dominado (VALE DOIS VALORES).

 

2) C) Indeterminismo biofísico com livre-arbítrio é a teoria segundo a qual a natureza não tem leis constantes de causa-efeito (exemplo: a água dos rios congela no verão, a gravidade deixa de funcionar as vezes e os objectos flutuam no ar) e o homem dispõe de liberdade de escolha racional dos seus actos e valores. Determinismo biofísico sem livre-arbítrio é o oposto: a natureza fisica  tem leis fixas,  não é livre, e o homem também não, age por instinto, sem reflexão profunda. (VALE TRÊS VALORES).

 

 

2) D) O mundo do Mesmo é o mundo Inteligível dos arquétipos de Bem, Belo, Número, Triângulo, etc., essências imateriais que são sempre as mesmas, nunca mudam. É o Nous ou razão intuitiva  que através da Noese (intuição inteligível) apreende os arquétipos. O Mundo do Semelhante é o do céu visível, dos astros em movimento, dos números móveis, do tempo. É apreendido na sua totalidade pela Dianóia ou inteligência matemática e analítica que raciocina e realiza operações matemáticas. A Aisthesis ou Sensação só apreende, em parte, este mundo intermédio. (VALE TRÊS VALORES)

 

2) E) A lei da tríade estabelece que um processo dialéctico se divide em três fases: A hylé é a matéria-prima universal indeterminada - não é água, nem ar, nem fogo, nem terra, nem éter, etc., - que só existe em potência, pode ser classificada como tese; as formas eternas de cavalo, árvore, homem, montanha, isto é, aos diferentes eidos ou essências que existem algures na imanência podem ser consideradas a antítese, porque são a negação da hylé. A síntese é o composto (synolón) , nascido da união entre a hylé e o eidos (forma comum ou essência) e que é, em muitos casos, a proté ousía ou substância primeira, indivíduo concreto. Assim, cada um de nós é uma proté ousía, resultante da fusão da hylé com o eidos Homem. (VALE TRÊS VALORES)

 

 

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Sábado, 23 de Novembro de 2013
A contribution to dialectics: collaterality

 

The contradictories, ie, entities and qualities that have some difference between them, can be: contraries, semi-contraries or collaterals. The collaterality - the term is mine, in the field of dialectics - is, therefore, the minimum difference while the contrariety (black versus white, lion vs zebra, revolutionary proletariat versus bourgeoisie, for example) is the maximum difference. Empiricism is contrary to idealism? No. David Hume was an empiricist and idealist - something that analytic philosophers are unable to conceive due to the cloud of confusion within it they vegetate.

 

 In fact, the Routledge Dictionary of Philosophy, exposing the standpoint of analytical philosophy, does not classify David Hume as an idealist but only as empiricist:

 

«Hume, David, 1711-76. Scotish, born in Edinburgh, and generally regarded as the greatest of "British empiricists" (...) This led him to generally skeptical conclusions about such notions as REASON, CAUSATION and necessity...» (Michael Proudfoot, A.R. Lacey, Routledge Dictionary of Philosophy, Fourth Edition, page 169)

 

In this Dictionary there is not a single reference to the idealism of Hume. But, in fact, Hume is an idealist: he suppresses the reality of matter in itself.

 

Then, what is the relationship between empiricism and idealism? It is a relationship of collaterality. There is a realistic empiricism, an idealist empiricism and a phenomenological empiricism. This is the same ontological empiricism added of different pedestals: the real matter (realism), the unreal matter (idealism), the problematic matter(phenomenology).



 

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Sexta-feira, 22 de Novembro de 2013
Contributo para a dialéctica: colateralidade

 

 Os contraditórios, ou seja, entes e qualidades que apresentam alguma diferença entre si podem ser: contrários, semi-contrários ou colaterais. A colateralidade - o termo é meu, no domínio da dialéctica - é, pois, a diferença mínima ao passo que a contrariedade (negro versus branco, leão versus zebra, burguesia versus proletariado revolucionário, por exemplo) é a diferença máxima. O empirismo é contrário ao idealismo? Não. David Hume era empirista e idealista- coisa que os filósofos analíticos são incapazes de conceber dada a nuvem de confusão em que vegetam. De facto, o Routledge Dictionary of Philosophy, expondo o ponto de vista da filosofia analítica, não classifica David Hume como um idealista mas apenas como empirista:

 

«Hume, David, 1711-1776. Escocês, nascido em Edimburgo, e geralmente considerado como o maior dos "empiristas britânicos" (...) Isso o levou a conclusões geralmente cépticas sobre noções como RAZÃO, CAUSALIDADE e necessidade ... »(Michael Proudfoot, AR Lacey, Routledge Dicionário de Filosofia, quarta edição, página 169).

 

Neste dicionário, não há uma única referência ao idealismo de Hume, o que mostra a falta de profundidade gnosiológica dos autores: não o consideram idealista. Mas, na verdade, Hume é um idealista: ele suprime a realidade da matéria em si.

 

Qual é então a relação entre empirismo e idealismo? É uma relação de colateralidade. Há um empirismo realista, um empirismo idealista e um empirismo fenomenológico. Trata-se do mesmo empirismo adicionado de diferentes pedestais ontológicos: a matéria real (realismo), a matéria irreal (idealismo), a matéria problemática (fenomenologia).

 

 

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Quarta-feira, 20 de Novembro de 2013
Sincronismos ontofonéticos de 18 de Outubro a 20 de Novembro de 2013

 

O que designo por sincronismos ontofonéticos são as repetições de uma mesma ideia, palavra ou grupo fonético no mesmo dia, ou em dois dias seguidos. nas notícias de telejornal ou nos sucessos da minha cidade, repetições e analogias que deixam entrever uma ordem do fluxo dos acontecimentos. Eis sincronismos que registamos no período de 18 de Outubro a 20 de Novembro de 2013.

 

Em 18 e 19 de Outubro de 2013, as ideias de FIALHO, MORAIS, CASTRO e ARQUITECTO obtêm  destaque: no dia 18, um telejornal noticia que o cidadão angolano José FIALHO Carvalho, presumível assassino de um ourives no Parque das Galinheiras, em Dezembro de 2011, terá fugido de Lisboa para Angola há uns 20 dias, um telejornal, exibe o surfista Frederico MORAIS; no dia 19, passam 33 anos sobre a morte de Isabel CASTRO Leal, no Porto, desloco-me à feira de CASTRO Verde onde encontro, entre centenas de visitantes, o engenheiro FIALHO e o ARQUITECTO Transmontano, residentes em Beja, depois viajo para Mértola onde visito a Feira da Caça, num pavilhão da escola secundária e aí falo com um ARQUITECTO que defende o turismo rural de aldeia, na SICN o poeta e cantor Vinícius de MORAIS é evocado por António Zambujo e outros.

 

Em 19 e 20 de Outubro de 2013, as ideias de e SAPATO e de FIGUEIRA e HOSPITAL sobreelevam-se: no dia 19, à noite milhares de pessoas CORREM (evoca: PÉ, SAPATO) no Night Run Lisboa, uma corrida de 10 quilómetros no interior da cidade de Lisboa, mais de 150 pessoas vão da Praça da Alegria ao Jardim BOTÂnico ( evoca: BOTA), em defesa deste e dos espaços verdes de Lisboa, a RTP exibe a entrevista de Herman José a José SÓCRATES (evoca: SOCAS, SAPATOS); no dia 20, José Barbas, um SAPATEIRO de Évora, mostra SAPATOS em Mértola, ante o programa da TVI «Somos Portugal», o professor e ceramista Heitor FIGUEIREDO, residente em Beja, completa 61 anos, a TVI exibe reportagem sobre a Praça da FIGUEIRA em Lisboa, onde vive a proprietária do HOSPITAL das Bonecas, praça que até ao sismo de 1755 foi o local do HOSPITAL de todos os Santos.

 

Em 20 e 21 de Outubro de 2013, as ideias de JOSÉ AFONSO, LARA e CÉLIA são exaltadas: no dia 20, em CELOrico (evoca: CÉLIA) da Beira, mais de 1000 pessoas manifestam-se na rua contra o fecho do posto de Correios e cantam o «Grândola, Vila Morena» de JOSÉ AFONSO, um espectáculo de homenagem a JOSÉ AFONSO tem lugar na Casa da Música, no Porto; no dia 21, recebo carta de LARA, falo com a professora CÉLIA, os telejornais voltam a focar o caso da menina loura de olhos verdes raptada por um casal de ciganos em LARISSA (evoca: LARA), Grécia, e adoptada como filha por eles.

 

Em 22 de Outubro de 2013, a ideia de AZAR NO PORTO está em foco: chuvas intensas, de madrugada, na cidade do PORTO, causam inundações na via pública, em habitações e em estabelecimentos comerciais e na rotunda da Boavista caem várias árvores, assim como em outros pontos da cidade, algumas das quais danificaram viaturas, à noite, no estádio do Dragão, o FC PORTO é vencido por 0-1 pelo Zenith.

 

Em 22 e 23 de Outubro de 2013, MARTINHO MARQUES está em foco: no dia 22, encontro o poeta MARTINHO MARQUES no Largo do Carmo em Beja e conversamos sobre as obras que tencionamos editar em livro; no dia 23, passa um ano sobre a eclosão de um infarto de miocárdio no poeta MARTINHO MARQUES.

 

Em 23 de Outubro de 2013, a ideia de GRÉCIA acha-se em foco: José SÓCRATES (nome de célebre filósofo da GRÉCIA antiga) apresenta o seu livro sobre a tortura nas sociedades democráticas, o OLYMPIAKOS da GRÉCIA vem a Lisboa empatar 1-1 com o Benfica, na Luz, numa aula falo da filosofia GREGA antiga de Tales de Mileto aos sofistas.

 

Em 24 de Outubro de 2013, as ideias de GUIMARÃES e FIGUEIRA encontram-se em foco: a «Caras» noticia que o casamento de Bárbara GUIMARÃES e de Manuel Maria Carrilho chegou ao fim, o Vitória de GUIMARÃES perde 0-1 com o Bétis de Sevilha, de madrugada as chuvas inundam ruas e lojas na FIGUEIRA da Foz, Rui Alves, do Nacional, anuncia à imprensa que vários clubes de futebol vão pedir a destituição de Mário FIGUEIREDO (evoca: FIGUEIRA) de presidente da Liga de Clubes.

 

Em 25 de Outubro de 2013, a ideia de FIGO em foco: os telejornais exibem o ex jogador do Real Madrid FIGO a dizer que foi marginalizado por Florentino Pérez que o fez ir para o banco dos suplentes e daí o ter abandonado o clube, cerca das 17.30 um barco naufraga ao sair a barra da FIGUEIRA da Foz (evoca: FIGO) e dos 8 tripulantes 4 morrem, um deles no hospital.

 

 

Em 25 e 26 de Outubro de 2013, a ideia de TRÓIA em foco: no dia 25, passam 134 anos sobre o nascimento de Lev Bronstein TROTSKY (evoca: TRÓIA), revolucionário russo, expulso da URSS em 1928 e líder da Quarta Internacional, assassinado em Agosto de 1940; no dia 26, realizam-se em 14 cidades de Portugal concentrações e manifestações de rua contra a TROIKA ( FMI, Banco Central Europeu, Comissão Europeia; evoca: TRÓIA) e a austeridade imposto pelo governo da burguesia aos trabalhadores e reformados.

 

Em 26 e 27 de Outubro de 2013, as ideias de BARCELOS, MAIA e de JORGE estão em foco: no dia 26, o BARCELONA (evoca: BARCELOS) vence por 2-1 o Real Madrid, o Gil Vicente, de BARCELOS, vence por 1-0 o Rio Ave em Vila do Conde; no dia 27, um incêndio na MAIA mata uma idosa, o espanhol JORGE Lorenzo (YaMAHA; evoca: MAIA) impõe-se ao seu compatriota Marc Márquez (Honda) no Grande Prémio do Japão, ao 'roubar-lhe' cinco pontos no circuito de Motegi, no Mundial de MotoGP , o FC Porto de JORGE Nuno Pinto da Costa enfrenta o Sporting Clube de Portugal de Bruno de Carvalho, realizam-se eleições presidenciais na GEÓRGIA (evoca: JORGE).

 

Em 28 de Outubro de 2013, a ideia de MÃE está em foco: o presidente do euro-grupo elogia em MADRID (evoca:MADRE, MÃE) a política do governo do PP de Rajoy de submissão ao capital alemão e austeridade para o povo espanhol, o telejornal da SIC exibe reportagem sobre o caso de dois professores despedidos da Casa MÃE, um colégio privado vinculado à Opus Dei, em Baltar, Paredes, por terem feito comentários no Facebook sobre o excesso de trabalho que sobre eles incorria, noticia-se que em França foi presa uma MÃE que guardava a filha bebé dentro da mala do carro há cerca de 2 anos e a mantinha viva.

 

Em 29 e 30 de Outubro de 2013, as ideias de FRANÇA, BEJA, DIOGO DE GOUVEIA acham-se em foco: no dia 29, 4 cidadãos FRANCESES, que estiveram 1030 dias reféns da Al-Qaeda em África, são libertados no Níger a troco de 20 milhões de euros, num protesto contra a falta de uma tradutora gestual a mãe de um aluno surdo-mudo, ajudada por estudantes de esquerda fecham a cadeado a escola secundária DIOGO de GOUVEIA, nome de um teólogo BEJENSE (1471- 1557) que se doutorou em PARIS, FRANÇA, inicia-se em BEJA, no Pax Julia, o 14º Festival do Cinema FRANCÊS; no dia 30, duas centenas de alunos da escola secundária DIOGO de GOUVEIA, em BEJA, fazem manifestação de rua contra os cortes orçamentais na educação e a TVI transmite imagens desta manifestação

 

Em 30 de Outubro de 2013, a ideia de MÃE está em foco: celebra-se o Dia Internacional do Cancro da MAMA ( sugere: MAMÃ, MÃE), no teatro Pax Julia, em Beja, é exibido o filme francês «A VIRGEM, os coptas e eu» (VIRGEM sugere: MÃE de Jesus Cristo) em que se evoca aparições da Virgem Maria na cúpula de uma igreja copta em Zeitoun, no Egipto, em 1968.

 

Em 31 de Outubro de 2013, a ideia de METRO sobressai: Cristiano Ronaldo, METROssexual, lança uma linha de roupa interior, os trabalhadores do METRO (Metropolitano) de Lisboa realizam uma greve de 24 horas.

 

Em 1 de Novembro de 2013, a ideia de RATO está em foco: o RATO de um amigo que trabalha em um projecto informático, em Beja, apresenta anomalia no desempenho, o teatro Pax Júlia exibe, em sessão única, o filme «L´Écume des Jours» , de tonalidade surrealista, inspirado num romance de Boris Vian, em que um RATO suicida acaba por pedir ao gato que o devore.

 

Em 1 e 2 de Novembro de 2013, a ideia de PAULO eleva-se, em destaque: no dia 1, PAUL Anthony Ciancia, de 23 anos, residente em Los Angeles, entra no terminal 3 do aeroporto de Los Angeles, vestido de negro às 09:20 (16:20 em Lisboa) armado com uma espingarda de assalto e começa a disparar sobre os passageiros, matando 1 pessoa e ferindo 7; no dia 2, um telejornal exibe Humbert PAULUS, chef de cozinha do restaurante «Adega do Cantor», no concelho de Tavira, falando sobre os pratos típicos que confeciona.

 

Em 2 de Novembro de 2013, a ideia de ACTO HETEROSSEXUAL DENTRO DA CASA DE BANHO está em foco: na 14ª Festa do Cinema Francês, em Beja, são exibidos, no teatro Pax Julia, os filmes «Du vent dans mes mollets» de Carine Tardieu, no qual alunos espreitam um ACTO SEXUAL ENTRE UM PROFESSOR E UMA PROFESSORA NUMA CASA DE BANHO DA ESCOLA, e o belíssimo filme «Cherchez Hortense», de Pascal Bonitzer, no qual há uma cena que alude ao ACTO SEXUAL ENTRE UM CABELEIREIRO E A NAMORADA NA CASA DE BANHO da casa de um casal amigo.

 

Em 3 e 4 de Novembro de 2013, a ideia de AZEVEDO eleva-se em foco: no dia 3, o teatro Pax Julia, em Beja, exibe o filme «Thérèse Desqueyroux» em que uma das personagens é um rapaz de apelido AZEVEDO; no dia 4, o telejornal da SIC exibe o agricultor de Arraiolos Pedro AZEVEDO Coutinho que usa a hidroponia, crescimento das plantas sobre as águas.

 

Em 4 e 5 de Novembro de 2013, as ideias de NICOLAU e de JEJUM estão em foco: nos dias 4 e 5, o telejornal da TVI exibe uma grande reportagem sobre o lucrativo negócio dos contratos de associação entre colégios privados e o Estado, denunciando situações de escândalo nas Caldas da Rainha e no Sabugal, e pondo o ex-vereador da câmara municipal das Caldas, NICOLAU Borges, a dizer que «não houve concurso público» numa adjudicação de obras a privados; no dia 5, o telejornal da TVI exibe NICOLÁS Maduro, o presidente da Venezuela, a declarar, no dia 1, o Natal antecipado na Venezuela, noticia-se que o ministro Nuno Crato disse, em Ovar, que os portugueses precisariam de trabalhar um ano sem receber salário nem COMER NADA (sugere: JEJUM) para pagar a dívida pública de Portugal, inicio um JEJUM de 24 horas.

 

Em 5 e 6 de Novembro de 2013, a ideia de COSTA está em destaque: no dia 5, COSTAS Manolo marca o golo da vitória do Olympiakos sobre o Benfica; no dia 6, o médico José COSTA fala do Alzheimer na RTP-1 antes das 9.00 horas da manhã

 

Em 6 e 7 de Novembro de 2013, a ideia de VARELA CONTRA RUSSOS destaca-se: no dia 6, VARELA, futebolista do FC Porto, ataca a baliza dos RUSSOS do Zenit, num jogo que acaba empatado 1-1; no dia 7, passam 77 anos sobre o início do assalto das tropas do general fascista VARELA à cidade de Madrid republicana e a sua aviação defronta os aviões RUSSOS que Stalin enviou para defesa da II República Espanhola.

 

Em 8 e 9 de Novembro de 2013, a ideia de REVOLUÇÂO está em foco: no dia 8, tem lugar uma GREVE da função pública em Portugal (sugere: REVOLUÇÂO) contra a política de austeridade da burguesia europeísta e passam 96 anos sobre o triunfo da REVOLUÇÃO bolchevique na Rússia; no dia 9, passam 95 anos sobre o eclodir da REVOLUÇÂO anti-kaiser em Berlim e passam 24 anos sobre a REVOLUÇÂO anticomunista em Berlim-Leste com a queda de parte do muro de Berlim.

 

Em 9 e 10 de Novembro de 2013, as ideias de SECRETÁRIO-GERAL do PCP e de CLÉRIGO ascendem, em foco: no dia 9, Carlos Carvalhas, ex SECRETÁRIO GERAL do PCP, completa 72 anos de idade; no dia 10, passam 91 anos sobre o nascimento do já falecido BISPO de Beja (evoca: CLÉRIGO), Manuel Franco Falcão, e 100 anos sobre o nascimento de Álvaro Cunhal, SECRETÁRIO-GERAL DO PCP, de 1960 a 1992, realiza-se uma prova de vinhos no pavilhão da VitiFRADES, em Vila de FRADES, Vidigueira, Beja

 

Em 10 de Novembro de 2010, as ideias de JUSTO e de MULHERES estão em foco: em Lisboa, Toni Carreira diz num palco que «é JUSTO que cante para as MULHERES» que sofrem de cancro na mama porque as mulheres são o seu público principal, desloco-me a Vila de Frades e sou convidado a provar o vinho novo na adega de JUSTINO DAMAS (evoca: JUSTO e MULHERES), a RTP exibe um filme com Jack Nicholson em que o argumentista é JUSTIN Zackman.

 

Em 11 de Novembro de 2013, o nome MELO ascende, em foco: realiza-se o funeral do grande capitalista Jorge de MELO, neto de Alfredo da Silva, o fundador da CUF, a câmara municipal de Braga rejeita, por maioria, a proposta da CDU para retirar de uma praça da cidade a estátua do cónego Eduardo MELO Peixoto, um clérigo fascista já falecido, que teria participado no MDLP que assassinou o padre Max da UDP, em 2 de Abril de 1976.

 

Em 12 e 13 de Novembro de 2013, as ideias de LOU, EMÍLIA e MIL encontram-se em foco: no dia 12, Francisco LOUçã (evoca: LOU), economista e ex líder do Bloco de Esquerda, completa 57 anos de idade; no dia 13, Mary LOU, uma jovem de Tres Cantos (Madrid) que conheci há anos cumpre aniversário, falo com a funcionária D.EMÍLIA da biblioteca municipal de Beja, encontro a professora EMÍLIA no Largo do Carmo em Beja, recebo uma informação relativa ao MILLenium BCP (evoca: MIL).

 

Em 15 de Novembro de 2013, as ideias de CINEMA E XAVIER elevam-se em foco: a Fundação de Serralves, a Secretaria de Estado da Cultura e o realizador Manoel de Oliveira assinam um protocolo para a construção da Casa do CINEMA - Manoel de Oliveira, com o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto XAVIER a enaltecer as qualidades do cineasta, noticia-se que os serviços do Instituto do CINEMA e do Audiovisual (ICA), no Bairro Alto, vão ser transferidos para o edifício dos antigos estúdios da Tobis, no Lumiar, onde funcionou a mais antiga produtora de cinema em Portugal, o tribunal condena a sete anos e meio de prisão Pedro XAVIER Pereira, considerado o principal arguido no caso Megafinance, pelos crimes de burla, falsificação de documentos, insolvência dolosa, branqueamento de capitais e manipulação de mercado.

 

 

Em 15 e 16 de Novembro de 2013, as ideias de VIEIRA, PORTO e JOÃO ROCHA estão em foco: no dia 15, Paulo PORTAS (evoca: PORTO) discursa em Madrid ante empresários espanhóis, Pinto da Costa, presidente do FC PORTO, é hospitalizado por uma falha cardíaca, encontro JOÃO ROCHA, aluno da ESDG e DJ, num bar no centro de Beja, PORTUgal (evoca: PORTO) vence por 1-0 a Suécia em futebol, um telejornal exibe António VIEIRA Monteiro, presidente do banco Santander, a declarar que acredita não haver segundo resgate da dívida pública portuguesa; no dia 16, Nicolau Breyner, entrevistado na RTP, elogia JOÃO ROCHA, presidente da câmara de Beja, como «grande autarca» e um vereador do executivo camarário de JOÃO ROCHA apresenta, no Museu Jorge VIEIRA, em Beja, a maqueta do "Monumento ao Antifascista de Aljustrel". 

 

Em 16 e 17 de Novembro de 2013, as ideias de LAMEGO, NEVE, BRANCO estão em destaque: no dia 16, cai NEVE na Serra da Estrela, uma casa arde numa freguesia de LAMEGO e morre um homem de 44 anos nela residente; no dia 17, os telejornais referem a entrevista do economista João César das NEVES ao «Diário de Notícias» defendendo a austeridade governamental, três reclusos fogem do Estabelecimento Prisional de Castelo BRANCO e deixam feridos três guardas, um telejornal exibe o professor de Educação Física da Guarda, Armando NEVES, que se desloca numa auto-caravana a São João da Pesqueira para dar aulas, Marcelo Rebelo de Sousa alude, na TVI, à entrada de José LAMEGO no conselho de administração da Fundação Luso-Americana.

 

De 16 a 18 de Novembro de 2013, as ideias de NOBEL e PRESO encontram-se em foco: no dia 16, passam 91 anos sobre a morte de José Saramago, escritor, prémio NOBEL da Literatura; no dia 17, morre em Londres a escritora Doris Lessing, de 94 anos, prémio NOBEL da Literatura, 3 PRESOS evadem-se da cadeia de Castelo Branco, ferindo 3 guardas prisionais; no dia 18, são atribuídos a emPRESAS (evoca: PRESOS) de 26 sectores os prémios Exame/JN, sob o patrocínio do grupo ImPRESA (evoca: PRESO) de Pinto Balsemão e Pedro Norton.

 

 

Em 19 e 20 de Novembro de 2013, as ideias de BEATRIZ, RONALDO e FRANÇA sobressaem: no dia 19, a FRANÇA apura-se para o Mundial de Futebol no Brasil ao vencer por 3-0 a Ucrânia, passam 38 anos sobre a morte do general FRANCISCO FRANCO (evoca: FRANÇA), caudilho da Espanha fascista, Cristiano RONALDO marca os 3 golos de Portugal no jogo com a Suécia; no dia 20, a médica BEATRIZ Craveiro Lopes, do hospital Garcia de Orta, fala na RTP sobre dores musculares, vejo no Largo do Carmo, em Beja, BEATRIZ, estudante da ESDG, a casa RONALD McDonald, junto ao hospital de S. João, no Porto, para alojar 12 famílias temporariamente, é inaugurada.

 

Para aqueles que dizem que «isto é tudo subjectivo, não há ordem nenhuma verbal ou ideal no fio quotidiano da história» respondo assim: eu apresento factos, e vocês?

 

 

 

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Terça-feira, 19 de Novembro de 2013
Determinismo moderado? Ou libertismo moderado?

 

Os frágeis pensadores da filosofia analítica falam em determinismo duro e determinismo moderado .. e em libertismo.Mas porque não dividem o libertismo em moderado e duro? Se o fizessem, descobriam que determinismo moderado (pelo livre-arbítrio) é o mesmo que libertismo moderado (pelo determinismo).

 

«O caminho que sobe e o caminho que desce são um e o mesmo» dizia Heráclito. Note-se que há exercíios de preparação para exame nacional de filosofia, em manuais escolares, que exigem uma resposta certa entre quatro hipóteses, nos seguintes termos:

 

«Escolha a hipótese verdadeira no caso X:

 

A) Determinimo moderado

B) Libertismo

C)  Determinismo duro.

D)................. »

 

Trata-se, entre A) e B),  de uma disjunção incompleta ou falsa porque o determinismo moderado é a forma moderada do libertismo, está incluído neste: o livre-arbítrio exerce-se, prevalece, sobre as condições de determinismos biofísicos adversos. Exemplo: os ocupantes alemães da França em 1940, apontam-me uma arma e ameaçam matar-me se eu resistir mas eu, cidadão francês, posso juntar-me à resistência da France Libre de Jean Moulin e De Gaulle e atacar as patrulhas alemãs com granadas, está no meu livre-arbítrio fazê-lo. Kant e Sartre eram libertistas e, em simultâneo, deterministas moderados.

 

Os vesgos pensadores analíticos (Simon Blackburn, Peter Singer, Nigel Warburton, etc) não vêem o óbvio e esquartejam o campo das definições a torto e a direito...


 

 

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Segunda-feira, 18 de Novembro de 2013
Teste de Filosofia do 10º Ano, Turma A, Novembro de 2013

 

 O presente teste de filosofia centra-se  nas rubricas do programa de Filosofia do 10º ano de escolaridade «1.1 O que é a filosofia», «1.2. Quais são as questões da filosofia», do módulo I- nas quais se incluem as noções de realismo e idealismo, os conceitos aristotélicos de tó ón e tó tí, a teoria do acto a teoria dos três mundos, das três partes  e as doutrinas da participação e ascese em Platão, as noções aristotélicas de hylé, eidos e proté ousía - e na rubrica  1.2 «Determinismo e liberdade na acção humana» do módulo II do programa, na qual se inclui a noção de fatalismo.   

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Agrupamento de Escolas nº 1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA A
6 de Novembro de 2013.            Professor: Francisco Queiroz

I

 

«O idealismo ontológico opõe-se ao realismo ontológico e considera-se, em regra, que isso não é do domínio da ética nem da estética. Em filosofia, há pelo menos dois sentidos da palavra «ser»: o tó on e o tó tí, dos gregos.»

 

1) Explique, concretamente, este texto.

 

2) Relacione, justificando:

 

A) As três partes da alma e os três estratos sociais da pólis, em Platão.

B) O processo de constituição dos entes individuais (árvores, cavalos, etc.)  segundo Platão e segundo Aristóteles.

C)  Fatalismo e teoria do acto e da potência.

D)  A percepção empírica, o conceito e o juízo.

E) A teleologia e os movimentos dos corpos nas duas regiões do cosmos aristotélico.

 

 

    CORREÇÃO DO TESTE, COTADO EM 2O VALORES

 

 

1) O idealismo ontológico é a doutrina que sustenta que o mundo material não é real em si mesmo mas é um conjunto de percepções sensoriais e ideias dentro da imensa mente do sujeito humano e o realismo ontológico é a doutrina segundo a qual o mundo material é independente das mentes humanas, real em si mesmo. É usual considerar que isto não é domínio da ética, doutrina do bem e do mal, do justo e do injusto, nem do domínio da estética, doutrina do belo e do feio, do sublime  e do horrível. (VALE TRÊS VALORES). O tó on é o ente, algo que existe, «o que é», o quod. O tó tí é a forma, essencial ou acidental, «o quê-é», o quid: o cavalo distingue-se de árvore porque possuem tó tís diferentes (VALE DOIS VALORES). 

 

2) A)  A correspondência entre a alma humana e a pólis ou cidade-estado grega é a seguinte: o Nous, ou razão intuitiva, que apreende a verdade dos arquétipos, equivale à classe dos filósofos-reis, um grupo de homens e mulheres, honestos e intelectualmente muito dotados, que vivem em comum numa casa do Estado,  não formam casais fixos mas trocam de parceiro, de modo a não saber quem é o pai de cada filho, não possuem ouro e prata nem bens materiais e fazem as leis da cidade e emitem as ordens; o Tymus ou Tumus, coragem ou brio militar, equivale à classe dos guerreiros, um grupo de homens e mulheres com treino militar, que vivem em comum  numa casa do Estado,  não formam casais fixos mas trocam de parceiro, não possuem ouro e prata nem bens materiais e aplicam ao povo as leis e a justiça decretada pelos filósofos-reis, mantendo a ordem na cidade e prendendo os malfeitores; a Epytimia ou concupiscência,  o conjunto dos prazeres da carne (comer e beber em excesso, adquirir e possuir ouro, prata, etc.,), que corresponde à população em geral, composta por classes ricas, médias e pobres, desde os proprietários de grandes terras e comerciantes, aos artesãos, servos e escravos. Esta população pode manipular ouro e prata mas não pode eleger os filósofos-reis e os guerreiros que a governam e julgam, os quais permanecem incorruptíveis. (VALE QUATRO VALORES).

 

 

2) B) Segundo Platão, a formação dos primeiros entes individuais ocorreu do seguinte modo: o demiurgo ou deus arquitecto, com a ajuda dos deuses do Olimpo, desceu à matéria informe, à chorá, e moldou nesta as árvores, as montanhas, os rios, os cavalos, os homens à semelhança dos arquétipos de árvore, montanha, rio, homem, etc.,.Segundo Aristóteles a formação dos primeiros entes individuais consiste na união da hylé ou matéria-prima universal indeterminada com as formas eternas e imóveis (eidos) de árvore, montanha, homem, etc, sem a intervenção de Deus, o pensamento imóvel, nem dos deuses. Assim se gera o indivíduo, a substância primeira ou proté ousía.(VALE TRÊS VALORES).

 

2) C) O fatalismo é a corrente que afirma que tudo está predestinado, não existe livre-arbítrio nem acaso . O acto é realidade presente de algo, a potência é o futuro previsível desse algo. Exemplo: uma semente de pinheiro é semente em acto e pinheiro grande em potência. Segundo o fatalismo, a potência está univocamente predestinada: só pode ocorrer de uma maneira, eliminando as outras hipóteses. A fatalidade predestina tanto o acto como a potência de cada coisa. (VALE DOIS VALORES)

 

2) D) A percepção empírica é um conjunto ordenado de sensações - exemplo: a visão e o cheiro da rosa diante de mós - e o conceito empírico é a ideia que se forma, por abstração,  a partir de percepções similares - exemplo: a ideia de rosa que tenho, fechando os olhos ou não tendo nenhuma rosa diante de mim. O juízo é uma afirmação ou negação, ligando dois ou mais conceitos - exemplo: a rosa é vermelha e bela. (VALE DOIS VALORES)

 

 

2) E) A teleologia é a existência e o estudo das finalidades nos processos da natureza ou da supra-natureza. Na região inferior do cosmos aristotélico, isto é, no mundo sublunar de 4 esferas concêntricas, o télos ou finalidade do movimento dos corpos é regressar à origem do seu constituinte: por exemplo, a pedra lançada para a esfera do ar cai para a esfera da terra porque deseja voltar à origem. Na região superior do cosmos, isto é, no mundo das 54 esferas de cristal com astros feitos de éter incrustados, o  télos do movimento circular dos planetas e estrelas, fazendo girar as respectivas estrelas, é (tentar) atingir Deus, que está além da última esfera de estrelas. (VALE TRÊS VALORES)

 

 

 

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Teste de filosofia do 10º ano, turma B, Novembro de 2013

 

O presente teste de filosofia centra-se  nas rubricas do programa de Filosofia do 10º ano de escolaridade «1.1 O que é a filosofia», «1.2. Quais são as questões da filosofia», do módulo I- nas quais se incluem os conceitos aristotélicos de tó ón e tó tí, a teoria dos três mundos e as doutrinas das três partes da alma humana e dos três estratos da pólis, da  participação e ascese em Platão, as noções aristotélicas de hylé, eidos e proté ousía - e na rubrica  1.2 «Determinismo e liberdade na acção humana» do módulo II do programa  - na qual se incluem os conceitos de fatalismo e determinismo com livre-arbítrio.

 

.Agrupamento de Escolas nº 1 de Beja
Escola Secundária Diogo de Gouveia com 3º Ciclo, Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA B
5 de Novembro de 2013.            Professor: Francisco Queiroz

 

I

 

«Em filosofia, há pelo menos dois sentidos da palavra «ser»: o tó on e o tó tí dos gregos. A filosofia relaciona-se com a intuição inteligível e com as percepções empíricas

 

1) Explique, concretamente, este texto.

 

 

2) Relacione, justificando:

 

A) As três partes da alma e os três estratos sociais da pólis, em Platão.
B) A causa material e a causa final, no cosmos aristotélico.
C) Essência, em Platão, essência em Aristóteles e transcendência/ imanência.
D)  Fatalismo e determinismo com livre-arbítrio (determinismo «moderado»)
E)  Ascese e doutrina da participação, em Platão.
F)  Hylé, Eidos e Proté Ousía, em Aristóteles.

 

 

CORREÇÃO DO TESTE COTADO PARA 20 VALORES


 

1) O tó on é o ente, algo que existe, «o que é», o quod. O tó tí é a forma, essencial ou acidental, «o quê-é», o quid: o cavalo distingue-se de árvore porque possuem tó tís diferentes (VALE DOIS VALORES).  A filosofia, isto é, o pensamento racional e especulativo, que vai além das certezas dos dados dos sentidos, usa a intuição inteligível , isto é, a apreensão instantânea de objectos ou relações metafísicas - exemplo: Demócriro intuiu, de modo inteligível, sem os ver, que a matéria era constituída por átomos - e usa a percepção empírica ou conjunto ordenado de sensações visuais, tácteis, - exemplo: a filosofia do socialismo, marxista ou anarquista, nasceu da visão das barracas miseráveis em que viviam muitos operários e camponeses no século XIX. (VALE TRÊS VALORES).

 

2) A)  A correspondência entre a alma humana e a pólis ou cidade-estado grega é a seguinte: o Nous, ou razão intuitiva, que apreende a verdade dos arquétipos, equivale à classe dos filósofos-reis, um grupo de homens e mulheres, honestos e intelectualmente muito dotados, que vivem em comum numa casa do Estado,  não formam casais fixos mas trocam de parceiro, de modo a não saber quem é o pai de cada filho, não possuem ouro e prata nem bens materiais e fazem as leis da cidade e emitem as ordens; o Tymus ou Tumus, coragem ou brio militar, equivale à classe dos guerreiros, um grupo de homens e mulheres com treino militar, que vivem em comum  numa casa do Estado,  não formam casais fixos mas trocam de parceiro, não possuem ouro e prata nem bens materiais e aplicam ao povo as leis e a justiça decretada pelos filósofos-reis, mantendo a ordem na cidade e prendendo os malfeitores; a Epytimia ou concupiscência,  o conjunto dos prazeres da carne (comer e beber em excesso, adquirir e possuir ouro, prata, etc.,), que corresponde à população em geral, composta por classes ricas, médias e pobres, desde os proprietários de grandes terras e comerciantes, aos artesãos, servos e escravos. Esta população pode manipular ouro e prata mas não pode eleger os filósofos-reis e os guerreiros que a governam e julgam, os quais permanecem incorruptíveis. (VALE TRÊS VALORES).

 

2) B) A causa material, no mundo sub-lunar, é terra, água, ar e fogo, que são os constituintes das quatro esferas desse mundo, e a causa final ou finalidade do movimento dos corpos é o regresso à esfera de origem. A causa material no mundo celeste é o cristal das 54 esferas de astros e o éter das estrelas e planetas, a causa final do movimento de estrelas e planetas é Deus, imóvel e perfeito, que pretendem alcançar.  (VALE DOIS VALORES)

 

2) C) Essências, em Platão, são os arquétipos, modelos perfeitos, imóveis e eternos,  existentes num mundo Inteligível, acima do céu visível. As essências são, pois, transcendentes aos corpos materiais do mundo do Outro, o mundo Sensível da Matéria ou terceiro mundo. As árvores físicas, as nuvens ou os animais possuem em si uma essência por participação: a sua forma é uma cópia imperfeita do respectivo arquétipo. Em Aristóteles, as essências são as formas específicas (eidos) eternas, imóveis, imutáveis,  que existem imanentes aos respectivos objectos físicos: a essência de árvore está em todas as árvores físicas, a essência de homem em todos os homens reais. Aristóteles recusa a existência de um mundo inteligível com essências àparte da matéria. (VALE TRÊS VALORES)

 

2) D) O fatalismo é a corrente que afirma que tudo está predestinado, não existe livre-arbítrio nem acaso. O determinismo biofísico com livre-arbítrio é a corrente que afirma que a natureza biofísica tem leis fixas e inexoráveis, isto é, nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos mas o homem dispõe de livre-arbítrio, pode rejeitar algumas cadeias deterministas e escolher outras. O determinismo é um semi fatalismo mas deixa espaço, fora de si, ao libertismo ou exercício do livre-arbítrio. (VALE DOIS VALORES)

 

2) E) Ascese é a ascensão da alma ao mundo Inteligível dos arquétipos de Bem, Belo, Número, Triângulo, etc., o que se consegue do seguinte modo: pela meditação filosófica («filosofar é aprender a morrer»), pela matemática (que pensa os números-arquétipos: Um, Dois, Três, etc.,), pela ginástica, pela música, pelo jejum e dietética. A ascese é uma forma de participação. A doutrina da participação sustenta que os entes do mundo da matéria (homens, animais, árvores, montanhas, etc.,) imitam (participam em) os arquétipos do mundo Inteligível e que foi o deus arquitecto, o demiurgo, quem, com a ajuda de Zeus e outros deuses do Olimpo, imprimiu na matéria em caos (chorá) cópias das formas dos arquétipos. (VALE TRÊS VALORES)

 

2) F) A hylé é a matéria-prima universal indeterminada - não é água, nem ar, nem fogo, nem terra, nem éter, etc., - que só existe em potência, isto é, só passa a existir em acto quando se une às formas eternas de cavalo, árvore, homem, montanha, isto é, aos diferentes eidos ou essências. Desta união nasce o composto (synolón) que é, em muitos casos, a proté ousía ou substância primeira, indivíduo concreto. Assim, cada um de nós é uma proté ousía, resultante da fusão da hylé com o eidos Homem. (VALE DOIS VALORES)

 

 

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Sexta-feira, 15 de Novembro de 2013
A ignorância de Vasco Pulido Valente sobre o processo histórico e sobre o papel de Álvaro Cunhal

 

Na sua crónica de opinião em «Público» de 15 de Novembro de 2013, intitulada «O último rei de Portugal», o politólogo Vasco Pulido Valente (VPV) classifica Álvaro Cunhal de "soberano" que escondia o seu lado humano - os seus amigos pessoais, os seus amores, locais de residência, etc - visando transmitir uma imagem impoluta de "comunista de cristal", mítico, idealizado pela populaça. VPV insurge-se contra «a homenagem que a televisão e os jornais resolveram prestar a Álvaro Cunhal, no centenário do seu nascimento".


Escreve Vasco Pulido sobre a ausência de crítica política, na actualidade, à acção de Cunhal como líder do PCP na revolução popular de 25 de Abril de 1974 a 25 de Novembro de 1975 em Portugal:


«O indivíduo que planeava transformar Portugal numa espécie de Bulgária do Ocidente, o promotor do PREC, o responsável pelas "nacionalizações" e pela ocupação dos "latifúndios", o desorganizador da economia, o inimigo da "Europa", esse parece que desapareceu. (...) A consciência histórica dos portugueses é um óptimo reflexo da inconsciência que os trouxe à miséria e ao desespero!» (Vasco Pulido Valente, «O último rei de Portugal», in Público, de 15 de Novembro de 2013).


Hábil como escritor, pago a peso de oiro pelas suas crónicas destinadas a um público supostamente culto, Vasco Pulido Valente não é senão um mediano intelectual, de honestidade política duvidosa, incapaz de perceber os mecanismos que regem a história portuguesa.

 

Classificar Cunhal de "promotor do PREC", e de responsável pelas "nacionalizações" e pela ocupação dos "latifúndios" é próprio dos historiadores burgueses que sobrevalorizam o papel dos chefes políticos na história. Se Cunhal não existisse, o PREC (processo revolucionário em curso em 1974-1975) emergiria na mesma, com as ocupações de fábricas e casas vazias, as manifestações de rua quase quotidianas contra o fascismo e pelo poder popular, os comícios dos partidos de esquerda e extrema-esquerda, a agitação revolucionária nas escolas secundárias, nas universidades, nos quartéis, as ocupações de terras, etc.

 

Porque a revolução popular de 1974-1975 foi fruto da conjuntura astral: em 25 de Abril de 1974, Úrano estava em 25º do signo de Balança, repetindo praticamente, a posição do início da crise do ultimato inglês em 11 de Janeiro de 1890 (Úrano em 26º do signo de Balança), que abalou profundamente a monarquia de D.Carlos I.

 

Já em 1985, no meu livro «Ciclos Astrológicos na História de Portugal- Os ciclos de Úrano», livro omitido nas universidades,  mostrei a semelhança entre a crise de 1890-1891 provocada pelo ultimato inglês relativo a colónias portuguesas, e a revolução popular de 1974-1975, centrada na descolonização e no socialismo proletário. Ambas são balizadas astronomicamente pela presença de Úrano na área 23º-29º de Balança e 0º-4º de Escorpião. É o ciclo de 84 anos de Úrano. 1890+84=1974.


Em vez de zurzir a eito a memória do falecido líder do PCP e atribuir a este as culpas da actual crise económica, Vasco Pulido Valente deveria, talvez,  agradecer a Cunhal e a outros dirigentes comunistas moderados o terem evitado que o PCP e a Marinha participassem na sublevação dos páraquedistas contra o VI Governo de Pinheiro de Azevedo, em 25 de Novembro de 1975. Cunhal e o PCP evitaram, seguramente a guerra civil, isolando os esquerdistas insurrectos, que foram presa fácil dos comandos da Amadora de Jaime Neves e de Ramalho Eanes.


A limitada inteligência de Vasco Pulido Valente que, com outros catedráticos, participa no silenciamento da interpretação da história segundo parâmetros astronómicos, não percebe que a história obedece ao determinismo planetário-zodiacal e não à vontade deste ou daquele rei, primeiro-ministro, chefe revolucionário. Portanto, o papel de Cunhal foi muitíssimo mais modesto do que VPV procura fazer crer.


Cunhal era, seguramente, melhor pessoa que Vasco Pulido Valente e era intelectualmente superior a este, mau grado ter apoiado a invasão da Checoslováquia socialista pelas tropas do Pacto de Varsóvia, em 1968, e ter silenciado a natureza burocrática e anti operária do poder na URSS e estados satélites.


Quanto a Vasco Pulido Valente, pródigo em inflexões políticas, entre o puro reaccionarismo e o centrismo, não esqueçamos que apoiou publicamente a invasão do Iraque em 2003, em nome da «liberdade» e da visão norte-americana do mundo, apesar de, em 1962, ter militado no Movimento de Acção Revolucionária (MAR) com Jorge Sampaio. Não seria apropriado classificar Vasco Pulido de escriba da grande burguesia lusa e pró-estadounidense? Ou de prostituta política que «dorme» com os políticos que estão no poder, sejam eles Sá Carneiro ou Mário Soares, sempre em busca de exibir a sua inesgotável retórica vaidosa, com um ar «europeu»  de superioridade sobre o atrasado povo português?

 

 E é a VPV, este pequeno intelectual de verbo fácil, medíocre ao ponto de denegrir a astrologia histórica,  àcerca da qual vive na plena obscuridade, que a imprensa escrita portuguesa e a televisão dão honras de destaque público!  Invejoso do prestígio de Álvaro Cunhal, a quem classifica de «último rei de Portugal», Vasco Pulido Valente desejaria ser o rei dos intelectuais portugueses mas não tem, obviamente, categoria  intelectual nem sabedoria para ascender a tal posição.

 

 

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Quinta-feira, 14 de Novembro de 2013
Teste de filosofia do 11º ano turma B, Novembro de 2013

 

Eis um teste de filosofia sem perguntas de resposta múltipla, de modo a que os alunos revelem, em discurso escrito a sua capacidade de conceptualização e de relacionação.. 

 

 Agrupamento de Escolas nº 1 de Beja

Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA B
5 de Novembro de 2013.            Professor: Francisco Queiroz

 

1) Considere o seguinte silogismo:

 

«Algumas divindades não pertencem  à  metafísica.»
«Vénus é uma divindade.»
«Vénus pertence à metafísica».

 

Indique, concretamente, duas regras da construção formalmente válida do silogismo que foram infringidas no silogismo acima.

 

2) Construa o quadrado lógico das oposições à proposição: «Os povos, em Hegel, fazem parte do espírito do mundo».

 

 

3) Relacione, justificando:

 

A) Ser em si e ser fora de si, na doutrina de Hegel, e lei dialéctica do salto qualitativo.

 

 

B) Ethos, Logos e Pathos, na retórica, e lei dialéctica da tríade.

 

C) Realismo Crítico, Idealismo solipsista e Fenomenologia.

 

 

4) Construa um silogismo disjuntivo ponendo-tollens e um silogismo disjuntivo tollendo-ponens, a partir da seguinte premissa: «Ou vou ver o jogo de futebol ou vou a Serpa.»

 

5) Disserte livremente sobre o seguinte tema:

 

«As falácias e os argumentos não falaciosos: falácia depois de por causa de, argumento do apelo à ignorância, argumento/falácia ad populum, falácia da composição, falácia da divisão, argumento circular, argumento ad misericordiam

 

CORRECÇÃO DO TESTE, COTADO EM 20 VALORES

 

 

1) Duas regras infringidas na construção de um silogismo formalmente válido foram: o termo médio (neste caso: divindades) tem que ser tomado universalmente ao menos uma vez; a conclusão segue sempre a parte mais fraca e, uma vez que a premissa maior é negativa, a conclusão teria de ser negativa. .(VALE DOIS VALORES)

 

2)   Quadrado Lógico

 

 

A                        contrárias                                        E

 

 

I                    sub-contrárias                                      O

 

 

 

 

Proposição de tipo A (universal afirmativa):Os povos, segundo Hegel, pertencem ao espírito do mundo.

Proposição de tipo E (universal negativa).Nenhuns povos, segundo Hegel, pertencem ao espírito do mundo.

Proposição de tipo I (particular afirmativa):Alguns povos, segundo Hegel, pertencem ao espírito do mundo. 

Proposição de tipo  O (particular negativa): Alguns povos, segundo Hegel,  não pertencem ao espírito do mundo. (VALE DOIS VALORES)

 

3) A)  A fase do ser em si da Ideia Absoluta ou Deus é aquela em que este, sozinho, medita na criação do espaço, do tempo e do universo. É possível que a Ideia acumule lentamente conceitos, um a um, até que se dá uma mudança brusca em qualidade e a Ideia se transforma em ser fora de si, isto é, em espaço, tempo e universo material, impensante, mas regido por leis.  A lei do salto qualitativo diz que a mudança lenta em quantidade conduz a uma brusca mudança de qualidade. (VALE TRÊS VALORES)

 

3) B) O ethos é o carácter do orador, na retórica. O pathos é o sentimento colocado na oratória ou na escrita. O logos é o conceito, o raciocínio desenvolvido. Segundo a lei da tríade, que divide um processo dialético em três fases - tese ou afirmação, antítese ou negação, síntese ou negação da negação - é possível estabelecer como tese o logos, o racional, como antítese o pathos, o irracional, e como síntese o ethos, porque possui elementos racionais e irracionais. (VALE TRÊS VALORES)

 

3) C) O realismo crítico aceita a realidade em si do mundo físico exterior mas diz que não o percepcionamos como é. Exemplo: as cores só existem na nossa mente e não nos objectos físicos exteriores. O idealismo solipsista sustenta que o mundo de matéria é de natureza mental, flutua no interior da única mente real: a minha. A fenomenologia sustenta que não se sabe se é o  realismo se é o idealismo a ter razão: mente humana e mundo exterior são correlatos e não pode saber-se o fundo da questão. Comum a todos é a dúvida sobre a realidade de certos aspectos do mundo exterior. (VALE TRÊS VALORES)

 

4)  Silogismo disjuntivo  ponendo-tollens :

 

Ou vou ver o jogo de futebol ou vou a Serpa.

 Vou ver o jogo de futebol.

Logo, não vou a Serpa.

 

Silogismo disjuntivo  tollendo-ponens :

 

Ou vou ver o jogo de futebol ou vou a Serpa.

Não vou ver o jogo de futebol.

Logo, vou a Serpa.                             (VALE DOIS VALORES)

 

 

5) As falácias são uma espécie dentro do género argumento:  são raciocínios incorrectos, equívocos, deliberados (sofismas) ou não (paralogismos). A falácia depois de por causa de é a que atribui uma relação necessária de causa efeito a dois fenómenos vizinhos por acaso (exemplo: «Há 10 dias vi um gato preto e caí da bicicleta, há 5 dias vi outro gato preto e perdi a carteira, logo ver gatos pretos dá-me azar). A falácia do apelo à ignorância é a que raciocina sobre um fundo desconhecido e o usa de forma tendenciosa (exemplo: Nunca ninguém viu Deus, logo Deus não existe). A falácia da divisão é a que atribui propriedades do todo a cada uma das partes (exemplo: «O povo alemão é rico, logo o mendigo alemão Hans, que dorme na rua, é rico»). A falácia da composição é a que generaliza precipitadamente atribuindo ao todo as características de uma parte (exemplo: «entre os animais, há muitos cavalos, logo todos os animais são cavalos»). O argumento ad populum é o que invoca a voz do povo ou o sentir maioritário da população (exemplo: «votamos em eleições porque a maioria do povo assim o quer, vacinamo-nos porque a população em geral o faz»). O argumento circular é aquele em que as premissas se fundam na conclusão, é um raciocínio em circuito fechado (exemplo: «Ela é bela porque é fisicamente agradável e é fisicamente agradável porque é bela»). O argumento ad misericordam é aquele que invoca o sentimento de compaixão. (VALE CINCO VALORES).

 

 

www.filosofar.blogs.sapo.pt

f.limpo.queiroz@sapo.pt

 

 

 

© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)

 



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 19:54
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