Terça-feira, 29 de Maio de 2012
Sismo em Portugal em 17-18 de Julho de 2012? ( Da legitimidade da Astrologia Histórico-Biofísica e do obscurantismo universitário)

As leis astronómico-biofísicas, que tive o privilégio de descobrir há anos, apontam para uma possibilidade razoavelmente forte de sismo em Portugal nos dias 17 ou 18 de Julho de 2012. Como não sou um pseudo astrólogo sensacionalista mas um investigador - possivelmente, o melhor do mundo nesta área - aqui vão as razões que fundamentam a previsão.

 

A) Em 17 de Dezembro de 2009, com Saturno em 3º 58´/ 4º 1´de Balança, às 01:37:47h, um sismo abala Portugal e toda a Península Ibérica numa intensidade de 6,0 na escala de Richter, tendo o epicentro no mar, a 30 km de profundidade e a Oeste de Gibraltar, cerca de 185km a Oeste de Faro e 264 km a Sudoeste de Lisboa, sendo seguido de dezasseis réplicas.

 

B) Em 8 de Fevereiro de 2010, com Saturno em 4º 5´/ 4º 2´ de Balança, a TVI emite “Catástrofe Anunciada”, uma reportagem de Carlos Enes sobre um possível grande sismo em Portugal.

 

C) Em 2 de Novembro de 2010, com Marte em 3º 23´/ 4º 7´ de Sagitário, Nodo Norte da Lua em 4º 21´/ 4º 14´ de Capricórnio, ocorre um sismo de magnitude 2.1 (Richter) na região da Maia.

 

D)Em 17 e 18 de Julho de 2012, o Nodo norte da Lua estará 4º 6´/ 3º 54´ do signo de Sagitário...

Um sismo nesta última data em Portugal é uma probabilidade, obviamente.

 

Note-se que em 11 de Março de 1975, com Nodo norte da Lua em 4º 10´/ 3º 57´ de Sagitário, páraquedistas de Tancos, galvanizados pelo ex presidente da República António de Spínola, bombardeiam o Regimento de Artilharia 1, em Lisboa, base vermelha da esquerda revolucionária, havendo 2 mortos e uma guinada para a esquerda da revolução portuguesa, com a subsequente nacionalização de bancos e seguros portugueses. Foi um «sismo» político.

 

Contra estas e dezenas de milhar de outras evidências empíricas, as cátedras universitárias de filosofia (analítica, fenomenológica, estruturalista, marxista, etc) e a generalidade dos professores de filosofia continuam a negar a possibilidade e a realidade de uma ciência astrológica, de os movimentos dos planetas no Zodíaco determinarem, a cada momento, tudo o que sucede na Terra e no cosmos.  É a estupidez generalizada. Dizer que «é impossível haver uma radiação constante dos planetas que provoca os acidentes aéreos, marítimos e ferroviários, os golpes de estado, o nascimento, o crescimento, as mudanças profissionais e a morte de cada indivíduo» é uma afirmação de ignorantes, destituídos de conhecimentos empíricos, de imaginação científica, de racionalidade holística.

 

Descartes, Hume, Kant, Hegel, Nietzsche, Heidegger, Husserl, Einstein, Heisenberg, Quine, Samuel Kripke, Sartre, Foucault, Deleuze, Derrida, Nelson Goodman, Carl Sagan, Stephen Hawking nada sabiam ou nada sabem disto. Ainda que fossem filósofos ou matemáticos superiormente cultos e inteligentes em certas áreas do saber, eram medíocres na intuição da correlação entre as áreas do Zodíaco e os fenómenos sociais e biofísicos.

 

Como é possível que Simon Blackburn, Thomas Nagel, Anthony Kenny, Adela Cortina, José Gil, Eduardo Lourenço,  José Barata-Moura, Michel Renauld, João Branquinho, Ricardo Santos, Olivier Feron, Porfírio Silva, Viriato Soromenho Marques, Alexandre Franco de Sá, José Matoso, José Hermano Saraiva, José Pacheco Pereira, António Barreto e tantos outros ocupem cátedras de filosofia, de  história ou de sociologia se não sabem sequer traçar um horóscopo (mapa das posições dos planetas no Zodíaco em dada hora e dia)? Como é possível que se intitulem «professores doutores» se nada sabem do essencial, se olham, com olímpica indiferença e total ignorância, os planetas que determinam a vida na Terra e as suas existências pessoais e os comandam, até no mais ínfimo pormenor?

 

Os títulos dos catedráticos de filosofia são imerecidos. São, quase todos, néscios e arrogantes. Ridiculamente arrogantes. Apesar da sua diversidade relativa ("analíticos", "fenomenólogos", "neoaristotélicos", "marxistas", etc,) são todos do mesmo partido: o partido anti racionalismo holístico, isto é, o partido anti astrologia histórica como ciência determinista. A primeira lei da dialética afirma que «tudo é uno, no universo nada está isolado e todas as coisas se relacionam entre si» o que implica que o movimento dos planetas se correlaciona com os fenómenos terrestes: com o nascimento, o apogeu, a derrota ou a morte de pessoas singulares, de máquinas e instrumentos da tecnociência, de governos, de partidos e regimes políticos, de programas económicos, sociais e culturais, etc.

 

Extinga-se a universidade na área da filosofia e nada se perderá. Pelo contrário: abrir-se-ão torrentes de fontes de investigação vivas de que jorrarão edições de livros, debates públicos, artigos de revistas, blogs, etc. Não há autoridade em filosofia, excepto aquela que vem da empiricidade sólida (por exemplo, da investigação de milhares de factos históricos a partir da astronomia) e da racionalidade. As cátedras de filosofia fundam-se num modelo eclesial dogmático, funesto à descoberta da verdade. Nem papa, nem catedráticos de filosofia! Abaixo o «fascismo cultural» e a «realeza» dos doutorados impensantes!

 

Para que serve a filosofia institucional, universitária, se conduz uma campanha obscurantista, um verdadeiro fascismo no plano epistemológico, contra a ciência maior do cosmos, a astrologia histórica, social e biofísica, ciência que reduz a proporções ínfimas a importância da lógica proposicional e de toda a estéril especulação? Eles, os catedráticos, não permitem a entrada da Astrologia Histórica na universidade. Episódio recente: o secretariado das IV Jornadas Internacionais de Investigadores de Filosofia, do grupo Krisis sediado na Universidade de Évora, impediu a apresentação, nas jornadas de Junho de 2012, de uma tese de astrologia histórica com evidentes implicações filosóficas. O obscurantismo e a censura reacionária inspiram pois, nesta importante temática do livre-arbítrio e do fatalismo de origem planetária, o grupo Krisis-Évora e os departamentos de filosofia universitária em geral, em todo o mundo.

 

E tu, que és professor de filosofia do ensino secundário e ignoras que pelo menos três revoluções/golpes militares de esquerda eclodiram em Portugal quando Júpiter percorria o signo de Peixes - a revolução liberal de 24 de Agosto de 1820, com Júpiter em 16º do signo de Peixes, a revolução popular republicana de 14 de Maio de 1915, com Júpiter em 22º do signo de Peixes, e a revolução de 25 de Abril de 1974, com Júpiter em 10º do signo de Peixes - como podes continuar a mentir aos teus alunos dizendo que «não há provas de que haja uma ciência astrológica»? Não te dás conta da ignorância em que vives e que propagas à tua volta? És um racionalista? Ou um obscurantista?

 

Julgas-te iluminista, filósofo, racional,  porque ingenuamente acreditas nas mentiras de Descartes, Nietzsche, Heidegger, Popper, Blackburn, Kenny, Deleuze, Gilson, Goodman, Russel, Witgenstein, Foucault e tantos outros sobre a astrologia. Endeusas filósofos que eram ou são homenzinhos ignorantes em muitos aspectos. E, tal como eles, nunca investigaste a história social com tabelas astronómicas, e, portanto, nada sabes. Isso prova o quão impensante és, uma ovelha de um grande rebanho de filósofos, catedráticos e professores de filosofia do ensino secundário que viveram ou vivem na obscuridade sobre o destino que os espera e à humanidade, sobre os mecanismos planetários que modelam os factos terrestres dia a dia.

 

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Terça-feira, 22 de Maio de 2012
Pequenas reflexões em Maio

 

O CORPO- Ainda que o neguemos, por via de uma educação espiritualista e platonizante, amamos o corpo do ser amado - e tanto mais quanto mais fôr jovem e belo. Não se ama só o corpo, mas também a electricidade que o anima, o espírito, o charme sexy do outro. Difícil é estabelecer a proporção exacta de amor à carne, à forma plástica, e ao espírito, à forma não plástica... Talvez seja o número de oiro: 1,618. A favor do corpo. Isto daria 38,2% de amor ao espírito e 61,8% de amor ao corpo... Tudo muito matemático, tudo muito discutível.

 

OS TIPOS COMO EU - Os tipos como eu, excêntricos (verdadeiros intelectuais, modéstia àparte) passam largos períodos de travessia do deserto quando lhes salta da mão a mulher perfeita que amaram: não se contentam com meias tintas, com ventres obesos de mulher e rostos enrugados, com trintonas, quarentonas e cinquentonas com formação superior ou sucesso empresarial, por isso preferem a solidão. Necessitam de mulheres jovens (idade ideal: 25-30) para os inspirarem nas artes do pensamento que são também as artes do amor...

 

O AMOR ETERNO - É apenas a expectativa, persistente e vivamente sentida dentro de ti, do número de vezes que levas uma mulher (ou um homem) para a cama. O amor é tanto mais eterno quanto mais forte a imaginação. Mas de facto, nada há de eterno excepto o espírito e a matéria como determinações gerais das coisas. O amor é uma coisa.

 

INDIVIDUAÇÂO - 17 de Maio de 2012, cerca das zero horas. Ante um copo de bom vinho e queijo de cabra fatiado, num restaurante de Beja, Nuno tem finas observações que recolho e medito:

 

«Hoje a individuação desapareceu nas grandes cidades. Há demasiada população no mundo. As pessoas são números, átomos no meio da multidão. Aqui em Beja ainda somos reconhecidos na nossa individualidade, conhecem-nos pelo nome, traçam o nosso retrato psicológico. Os músicos e artistas criativos se fizerem músicas ou pintarem quadros que se afastem do comum do que a editora discográfica ou a galeria de arte vendem são marginalizados. Só triunfa e só vai à televisão, aos programas do Goucha, do Jorge Gabriel ou da Júlia Pinheiro, quem as editoras querem. E estas muitas vezes impõem ao músico alterar a obra original para se vender melhor. Desfazem a criatividade da obra».

 

Se a individuação desapareceu, desaparece com ela a filosofia, enquanto pensar genuíno do indivíduo. E a robotização do pensamento através da lógica proposicional e das teses redutoramente equívocas da filosofia analítica demonstram isso mesmo. Até que ponto a tomada das faculdades de filosofia nas academias por esta corrente antimetafísica não terá sido congeminada e decidida nos círculos de Bilderberg e afins, para descafeinar a filosofia e torná-la serva da «teologia» da nova ciência da electrónica e da medicina alopática e da «teologia política» da nova ordem mundial?

 


LESBIANISMO E FIDELIDADE CONJUGAL- 16 de Maio de 2012. Em conversa com Nuno, descubro que pensa como eu no capítulo da fidelidade conjugal. Diz: «Eu aceitaria a minha esposa na mesma, caso ela tivesse uma aventura com uma lésbica. Mas se a infidelidade fosse com um homem, não» . Surpreendo-me com esta opinião incomum e digo: «Penso exactamente assim, Nuno. Se a nossa esposa se entrega a outro homem isso fere mortalmente a nossa confiança nela e mina a autoconfiança de cada um de nós».

 

Obviamente, eu não sou deste tempo, nesta matéria. O marido de vanguarda, hoje, fecha os olhos às escapadelas sexuais da esposa e interpreta-a como um feixe e uma paciente de múltiplas atrações sexuais que o casamento não consegue anular, senão reprimindo.

 

OS DEUSES - Tenho conversas filosóficas frequentes com um amigo literato e chegamos à conclusão que os deuses troçam de nós. Diz o meu amigo: «Eles têm livro de instruções sabem o que podem esperar de nós e o que fazem. Nós, ao contrário, fomos postos aqui sem livro de instruções e encontramos um muro sem saber o que há para além dele, sem saber como agir com conhecimento».

Dedico-me ao estudo da astrologia histórico-social - a única científica - para detectar alguns dos lances que temos no nosso destino. Porque creio que nem os deuses têm poder de impedir o girar dos astros no céu e a influência determinante destes sobre tudo o que fazemos e pensamos.

 

 

NÃO GOSTO DAS MULHERES DEBOCHADAS- Não gosto das mulheres debochadas, salvo excepcionalmente, para passar uma noite intensa ou para as ver num espectáculo de burlesco. O deboche, a promiscuidade sexual espalhou-se, aceleradamente, entre as mulheres no mundo de hoje e isso faz baixar o seu valor afectivo "mercantil" Por isso, se somos perfecionistas, escolher, no mundo das mulheres, torna-se hoje ...complexo. As mulheres possuídas por muitos homens já deixaram de ser mulheres. São máquinas de sexo, odres vazios, imaginariamente contaminadas pelos seus múltiplos donos. Há que ser compreensivo com todas, obviamente. Até as prostitutas merecem o meu respeito - tanto como as psicanalistas e psicólogas. Só quem conhece as vidas de cada uma se abstém de as condenar.Mas abster-se de condenar não significa tomá-las como parceiras sexuais.

 

SINCRONISMOS ONTOFONÉTICOS- A cada passo, comprovo a minha teoria da ocorrência simultânea, ou quase, de factos com onomástica e ideação similares, no mesmo dia ou em cada dois dias contíguos. Exemplos não faltam.

 

De 20 a 22 de Maio de 2012, as ideias de BELO, ROSSIO e ABRA em foco: no dia 20, CiBELE (evoca: BELA) Queiroz cumpre aniversário, a imprensa mundial exalta a vitória do Chelsea, clube de ABRAmovich, na final da Liga de Campeões, na véspera; no dia 22, no cine Pax Júlia em Beja, é exibido, em duas sessões, o magnífico filme «FlorBELA», e no final da exibição, o realizador Vicente do Ó declara que se tivesse mais do que os 600 000 euros que conseguiu para financiar o filme teria recriado cenas de 1927 no ROSSIO de Lisboa e faz argutos comentários sobre a parolice reinante em Lisboa e o carácter manipulador de jovens de programas televisivos como o «Ídolos», uma máquina de inspecção de vias férreas choca com um automóvel no ROSSIO ao sul do Tejo, em ABRantes (evoca: ABRA), o «Correio da Manhã» publica, como todas as terças-feiras, mais um acutilante artigo de Paulo Morais em que este alude ao deputado Manuel SeABRA (evoca: ABRA), agente de lobbies económicos, escrevendo que «já ao nível da AR, foi recentemente constituída uma comissão para avaliar as parcerias público-privadas mas esta não oferece garantias de independência; sem qualquer pudor, os partidos nomearam para seus membros deputados como o social-democrata Emídio Guerreiro, o socialista Manuel SeABRA, o centrista Altino Bessa, parlamentares cujos interesses no imobiliário os torna parceiros num sector cujos autores dominantes são exactamente os concessionários das PPP».

 

Em 10 de Maio de 2012, SAS e QUEDA DE FALÉSIAS em foco: o pianista Bernardo SASSeti, de 41 anos, morre ao cair de uma FALÉSIA em Cascais, enquanto fotografava, o telejornal da TVI mostra imagens do derrube por uma máquina-grua de cumes de FALÉSIA numa das 75 praias do Algarve onde há arribas em risco de desmoronamento, noticia-se a morte por leucemia do cabeleireiro britânico Vidal SASSon, de 84 anos.

Em 8 de Maio de 2012, a ideia de RAPAZ DERRUBADO DE VEÍCULO DE DUAS RODAS está em foco: na Avenida Fialho de Almeida, em Beja, junto à Escola Secundária Dom Manuel, um ADOLESCENTE é DERRUBADO COM O SEU MOTOCICLO ao chocar contra uma carrinha de transporte de valores e fica entre a vida e a morte, ficando também gravemente ferida uma rapariga que o acompanhava, à noite é exibido em sessão única no cine Pax Julia, em Beja, o belo filme «O miúdo da BICICLETA» em que Cyril, um pré-adolescente de 10-11 anos, é DERRUBADO DA SUA BICICLETA por um rapaz mais velho que se quer vingar dele.

 

Se o filme «O miúdo da bicicleta», com cenas de derrube de miúdos que vão numa bicicleta, não viesse a Beja neste dia 8 de Maio haveria o brutal acidente em Beja com o derrube de dois adolescentes que iam num motociclo?

 

AS HOMENAGENS A MIGUEL PORTAS- Miguel Portas, ex militante do PCP, dirigente e eurodeputado do Bloco de Esquerda, nascido em 1 de Maio de 1958, faleceu em 24 de Abril de 2012. As homenagens à sua memória uniram pessoas de diversos quadrantes políticos: desde o ex salazarista Pedro Santana Lopes até ao ex troskista Francisco Louçã, passando pelos sociais-democratas e socialistas membros do grupo de Bilderberg Francisco Pinto Balsemão, Jorge Sampaio, António Costa e outros, e pela burguesia lisboeta que apreciava a postura elegante e o discurso simultaneamente conciliador e contestatário de Miguel Portas. Mas quando a burguesia chora a morte de um «deputado revolucionário» a pergunta impõe-se: era Portas um revolucionário anticapitalista ou apenas um reformista de esquerda posicionado para travar os «excessos» da revolta popular, diluindo-a na acção parlamentar?

 

NOITE TÉPIDA EM BEJA - 23 de Maio de 2012, 22.55 horas. A noite está tépida em Beja. Uma luz amarela dos candeeiros doura, melancolicamente, o branco do casario na zona da cidade onde vivo, num bairro romântico e popular onde as tascas, às vezes emudecem, e fica um silêncio perfeito, de veludo. Amo o lugar que os deuses me concederam nesta etapa da vida- o Alentejo é uma escatologia, com Deus-planície ao fundo, como alvo da nossa atenção e vida. Vou sair um pouco até à Praça da República e ver como está a esplanada do bar JCCC.

Amo o silêncio, o silêncio hermético e sagrado do Alentejo rural, tenho sempre o telemóvel desligado e deixo-o em casa, mas aprecio muito conversar com as pessoas. E gosto de cantar as músicas de Joaquin Sabina em voz alta quando vou a caminhar pelas ruas de Beja... 

 
CALOR ABAFADO EM BEJA - 24 de Maio de 2012. Uma cúpula de calor abafado, seco, envolve a cidade de Beja hoje e os campos em volta. Temperatura máxima: 33º C. Já fiz quatro caminhadas grandes (a pé) sob o sol. Como os ceifeiros de outrora - e de hoje. Este calor é das entranhas do Alentejo, dos trigos, da pele tisnada da planície ainda com rectângulos verdes. Dizem que o Diabo, hoje, não anda por Beja: prefere o calor do inferno, porque em Beja sentir-se-ia mal, e os bares recusariam servir-lhe água, cerveja ou limonada. E as nossas orações gnósticas, com as cores do arco-irís, e alguns corsés e sutiãs imaginários vermelhos e roxos, sobem ao céu onde Deus e a Deusa - ou o Deus hermafrodita - nos protegem, complacentemente.

Ah, hoje é aniversário do coronel João Varela Gomes, de 86 anos de idade, grande figura do golpe antifascista fracassado do quartel de Beja em 1 de Janeiro de 1962. E amanhã às 18.30 é lançado na biblioteca municipal de Beja um livro sobre o golpe de Beja de 1962, de José Hipólito. Não posso esquecer. Beja, a nossa mãe amada, com seus seios de campos de girassol e trigo....

 

 

 

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Segunda-feira, 21 de Maio de 2012
Incoerências no livro «Preparação para o exame nacional 2012, Filosofia, 11» da Porto Editora - ou como os inimigos da filosofia se introduzem no castelo do pensar (I)

A Porto Editora lançou um livro de preparação para o restaurado exame nacional de filosofia do 11º ano, que terá lugar em 20 de Junho de 2012, em Portugal. A autoria do dito livro é de Pedro Galvão e António Correia Lopes.

 

E a Porto Editora factura, vendendo dezenas de milhares de exemplares - a 26 euros cada um, ao grande público - de um manual que apresenta consideráveis erros em filosofia, os erros típicos da chamada «filosofia analítica» que, de forma galopante, ocupa lugares de cátedra em muitas universidades e junto de editores, produtores de televisão e gabinetes influentes em ministérios da educação. Professores e autores de manuais de filosofia analítica são, em regra, verdadeiros cavalos de Tróia da sofística, da (anti) filosofia da linguagem, que invadiram a cidade do pensamento, mutilando e deformando este. Vejamos alguns das centenas de erros e equívocos em que este livro flutua pantanosamente. 

 

 

O UTILITARISMO NÃO É UM CONSEQUENCIALISMO, MAS UM ACTUALISMO

 

« O utilitarismo é uma teoria ética consequencialista, pois considera que são as consequências da acção que determinam se esta é moralmente correcta». (Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 51). 

 

Esta é  uma definição um pouco idiota. O erro desta definição está em confundir o teor da acção (o acto) com as consequências (a potência). O utilitarismo não é consequencialista mas sim actualista: o que conta é agir e o resultado instantâneo, não a consequência. Exemplo: um presidente de uma câmara municipal, sabendo que não há verbas para pagar aos funcionários camarários, desloca verbas afectas a outra rubrica que não de pagamentos de salários e paga de imediato os salários do mês em curso. A consequência imediata deste acto ilegal é os trabalhadores verem o seu sustento assegurado e a consequência mediata, a curto ou médio prazo, é serem obrigados a devolver o dinheiro e o presidente da câmara ser julgado em tribunal. Vemos, pois, que o termo «consequência» é ambíguo: o acto utilitarista do presidente da câmara não foi, verdadeiramente, consequencialista, limitou-se a assegurar a maior felicidade a muitos naquele momento.

  

Por que razão Stuart Mill não definiu a sua doutrina como consequencialismo? Porque era mais inteligente que Simon Blackburn, Peter Singer, Desidério Murcho, Pedro Galvão, António Correia Lopes: consequência é mais do que resultado imediato da acção e Mill centra-se neste. As consequências a médio e longo prazo são, com frequência, contrárias ao utilitarismo. Por isso é equívoco, parcialmente erróneo, definir o utilitarismo como um consequencialismo quando é, sobretudo, um instantaneísmo actual ou actualismo.

 

Imaginemos uma orgia sexual envolvendo 30 pessoas adultas e livres organizada por um casal na sua vivenda de férias: é um acto hedonista, utilitarista visto que satisfaz o prazer de uma maioria ou de todos os envolvidos, no momento (actualismo) mas não é consequencialista uma vez que não há distribuição de preservativos e não prevê as consequências deste acto do qual alguns dos participantes sairão infectados por HIV ou outros males venéreos.

 

UMA ERRÓNEA CONCEPÇÃO DO UTILITARISMO: SOBREVALORIZAR O RESULTADO, ESVAZIAR A INTENÇÃO (DEONTOLOGIA)

 

Escrevem ainda Galvão e Correia Lopes:

 

«CRÍTICAS AO UTILITARISMO:

Objeção do criminoso azarento: se aceitarmos o utilitarismo, alguém claramente mal-intencionado terá agido correctamente ao ter o azar de a sua acção correr mal e tiver consequências benéficas que não foram por si desejadas, e o mesmo para alguém bem-intencionado cuja acção, contra o previsto, gera apenas sofrimento.» (ibid, pag 51).

 

Este é o modelo de raciocínio de autores da "filosofia analítica": isolam aspectos do mesmo fenómeno, neste caso, o resultado e a intenção, e sobrevalorizam o primeiro apagando o segundo. Ora isto não é o utilitarismo de Mill. Este considera a acção eticamente correcta aquela que une um resultado favorável à felicidade de uma maioria, com uma recta intenção. É deontológico. É a deontologia das maiorias ao passo que a moral de Kant é a deontologia da universalidade humana e do seu contrário, o indivíduo singular.

 

Um terrorista que ia fazer explodir uma bomba numa esplanada de restaurante onde estão 100 pessoas mas que morre, ao explodir a bomba involuntariamente num local isolado, sem causar vítimas,  não cometeu um acto bom, segundo o utilitarismo de Mill. Agiu com dolo, ainda que o acaso ou o destino lhe tenham trocado as voltas - mas os autores deste manual sustentam que, segundo Mill, o terrorista cometeu acto benéfico porque menosprezam o peso da intenção no acto moral utilitarista.

 

POR QUE RAZÃO A POSIÇÃO ORIGINAL, SEGUNDO JOHN RAWLS, IMPEDIRIA A NEGOCIAÇÃO?

 

 

Sobre a teoria de John Rawls, escreve-se o seguinte:

 

«CRÍTICAS À TEORIA DE RAWLS:

- Críticas ao acordo sobre os princípios:

. Um acordo implica negociação: na posição original não pode haver genuína negociação. (ibid, pag 53)

 

Porquê? Claro que pode. A posição original é aquela em que, numa assembleia ideal de todos os cidadãos de um país ou região, cada um exprime as suas ideias na moldagem das leis, sem conhecer a posição social e económica dos outros cidadãos, de modo a que não haja constrangimentos. Isto não impede a negociação genuína: se, por exemplo, 500 000 cidadãos sustentam que a lei deve autorizar o aborto voluntário na mulher até às 12 semanas de gravidez e 400 000 cidadãos estão contra, é possível negociar uma lei que seja resultante das vontades opostas, por hipótese, acordarem a permissão do aborto clínico até 8 semanas após o início da gravidez.

 

UMA DEFINIÇÃO UNILATERAL DE OBJECTIVISMO

 

É deste modo que o manual define objectivismo:

 

«O objectivismo (quanto aos valores, ou axiológico) é a teoria de segunda ordem que defende que os valores são propriedades objectivas do mundo, independentes das valorações efetivamente realizadas por indivíduos e culturas. Há, portanto, juízos de valor objectivamente verdadeiros e falsos (são, na verdade, juízos de facto).» (Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 34; o destaque a negrito é posto por mim). 

 

Esta definição é parcialmente errónea. Há um objectivismo intra anima (dentro da alma) que sustenta que os valores são os mesmos para todas as pessoas, embora não estejam plasmados nos objectos e ações e não existam no mundo exterior: é o objectivismo irrealista. Exemplo: é objectivismo ético considerar que «é má prática a profanação de cemitérios»  e que «violar uma criança é crime». Este objectivismo reside na comunidade de valoração, não está fora desta. Poder-se-ia designá-lo como intersubjectivismo generalizado.

Há um objectivismo extra anima (fora da alma) que diz que os valores de bem e mal são os mesmos para toda a gente e residem nos objectos e actos exteriorizados. Exemplo: o veneno da serpente é um valor de coisa mau, a explosão de uma bomba matando civis inocentes é um acto mau, etc.

 

Esta distinção não é feita na filosofia analítica. É paradoxal: os analíticos carecem de poder de análise, são incapazes de perceber os dois sentidos do termo «objectivismo» ao passo que os dialéticos, como eu, que sou ideomaterialista dialético e não materialista dialético, vão muito mais longe em precisão de conceitos. Dialética é, dito de forma sintética, «um divide-se em dois, que lutam entre si». Nós, dialéticos, somos muito superiores em rigor de pensamento aos analíticos que atomizam o pensamento, perdendo de vista a unidade das diferentes determinações e o devir destas.

 

A confusão sobre o conceito de objectivismo é patente no seguinte exercício do manual:

 

Exercício 1

Selecione a alternativa correcta.

 

1. A distinção entre juízo de facto e juízo de valor não é óbvia, porque para o objectivismo...

 

«A. os juízos de valor são juízos de facto.

 B. os juízos de valor não são juízos de facto.

 C. .os juízos de valor exprimem apreciações.

 D. os juízos de valor descrevem estados de coisas.»  

 

(Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 168). 

 

A resposta que o manual aponta como certa é  B: «os juízos de valor não são juízos de facto.» (ibid, pag 216)

 

Trata-se de miopia teórica dos autores do manual: admito que a resposta 1-B esteja correcta mas também a 1-C e a 1-D estão. Não é verdade que os objectivistas consideram que «os juízos de valor exprimem apreciações» e que «os juízos de valor descrevem estados de coisas» ?. É. Portanto, não há uma mas três respostas correctas. Logo, o exercício está mal concebido. Serão estes autores os escolhidos pelo GAVE para elaborar o exame nacional de filosofia? Oremos aos deuses para que não sejam... Seria grave se fossem as mesmas pessoas a fazer este manual e a prova de exame- seria um sinal de promiscuidade ilícita entre o Estado e uma editora privada

 

O RELATIVISMO CULTURAL FRACTURA CADA SOCIEDADE, AO CONTRÁRIO DO QUE DIZ A FILOSOFIA ANALÍTICA

 

O relativismo cultural é também definido de forma imperfeita, parcialmente errónea, neste manual.

 

Exercício 4

 

Considere o texto:

 

«O relativismo cultural considera o mundo como algo que está dividido de forma nítida em sociedades distintas. Em cada uma delas não existe desacordo em questões morais, ou o desacordo é reduzido, dado que a perspectiva maioritária determina o que é considerado um bem ou um mal nessa sociedade. Mas o mundo não é assim. Pelo contrário, o mundo é uma mistura confusa de sociedades e grupos sobrepostos; e os indivíduos não seguem necessariamente o ponto de vista da maioria.»

Harry Gensler, Ethics, A contemporary Introduction, 1996

 

1. Defina o relativismo cultural.»

 

(Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 170; o destaque a negrito é posto por mim). 

 

Antes de mais, convém assinalar o magma caótico do pensamento de Harry Gensler: ele define o relativismo cultural como um tecido homogéneo dentro de cada sociedade - o que é um erro - e como diversidade entre as diversas sociedades - o que está certo. Ora o relativismo cultural é também o haver direitas e esquerdas sócio-políticas no seio da mesma sociedade, gastadores e poupadores, religiosos, agnósticos e ateus, góticos, punks e dreads, heterossexuais, bissexuais e homossexuais. Nada disto é compreendido por Harry Gensler e outros filósofos analíticos nem pelos autores do manual. Nem pela generalidade dos catedráticos de filosofia, em Portugal, no Reino Unido, EUA e outros países.

 

A correcção diz o seguinte:

 

«1. De acordo com o relativista cultural, não há padrões absolutos ou universais do bem e do mal. O facto de algo ser bom, ou algo ser mau, é sempre relativo a sociedades específicas. Se numa sociedade a maioria aceitar que a poligamia (casamento entre mais de duas pessoas) é boa, então a poligamia é boa para essa sociedade; se noutra sociedade a maioria pensar o contrário, então a poligamia será má para essa sociedade.» (ibid, pag. 216; o negrito é colocado por mim)

 

 

Impor a vontade da maioria ao todo social não é relativismo mas absolutismo. Além disso, Absoluto não é o mesmo que universal. Este pode ser relativo à época e vigorar em simultâneo no mundo inteiro. O relativismo é, antes de mais, a variação de classe a classe social,  de grupo a grupo estilístico, religioso, desportivo, de indivíduo a indivíduo, no interior de uma mesma sociedade.

 

Insisto: os pequenos "filósofos analíticos" - em Portugal, representados na revista «crítica na rede», na Sociedade Portuguesa de Filosofia, nos manuais para o 10º e 11º ano do ensino secundário, em nichos universitários influentes, nos autores do presente manual - não têm suficiente poder de análise. São estes impensantes que as grandes editoras - os senhores do negócio, os iluminati - divulgam e pagam.

 

 

UMA DEFINIÇÃO CONFUSA DE DETERMINISMO

 

«A tese que aparentemente se lhe opõe, o determinismo, é especialmente interessante se for tomada como uma tese universal ou radical, no sentido de defender que toda e qualquer ação (e decisão) é, como os simples acontecimentos, inteiramente determinada por factores que os agentes não controlam».(Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 23; o destaque a negrito é posto por mim). 

 

Ora o indeterminismo biofísico - exemplos: a variação descontrolada da metereologia, gerando, por exemplo, um dia de queda de granizo em pleno verão, uma cadeira levantar-se sozinha do solo e flutuar minutos no ar, contrariando a gravidade terrestre - também se opõe ao livre-arbítrio e gera acções «inteiramente determinadas por factores que os agentes não controlam...» . Portanto, a definição acima dada está envolta na nuvem da vagueza, da ambiguidade.

 

Segundo a lógica de Galvão e Correia Lopes, tudo o que se opõe ao livre-arbítrio se designa por "determinismo"... Assim este conceito resulta interpretado como uma amálgama, de leis da natureza, excepções e acaso. A filosofia analítica, longe do mundo das ciências empírico-formais, não define, invariavelmente, o determinismo como a conexão necessária entre as causas X e os efeitos Y. Afasta-se desta definição para dizer que determinismo é a conexão passado-presente-futuro. Ora isto é um erro: a conexão passado-presente-futuro tem quase tanto de determinista como de indeterminista para as filosofias que conferem um papel de destaque ao acaso, isto é, ao factor indetermista.

 

O que há de necessário, determinista, na conexão passado-presente-futuro é o fluxo do tempo, a constância geológica e geográfica, as leis permanentes da natureza (as leis gerais da vida das aves, dos mamíferos, dos seres humanos, etc): o ano de 1925, sucede ao de 1924, este ao de 1923... Decerto, há determinismo no princípio da identidade: o território de Portugal continente é em 2012 o mesmo que em 1950 e em 1870. Mas há na conexão passado-presente-futuro uma boa dose de indeterminismo aparente:  o acidente nuclear na Ucrânia em Abril de 1986, a instalação de uma fábrica poluente na região X, a queda do regime líbio de Kadhafi em 2011, a revolução na Síria em 2012, a generalização do uso de piercings e telemóveis entre os adolescentes na primeira década do século XXI, etc.

 

A EQUÍVOCA DIVISÃO COMPATIBILISMO VERSUS LIBERTISMO E DETERMINISMO RADICAL

 

 

Mas a incapacidade dialética - e por dialética entenda-se, não o discurso sofístico, mas a determinação das múltiplas unidades de dois contrários que constituem a essência de cada coisa ou de cada tema do pensamento- de Pedro Galvão e António Correia Lopes e dos filósofos analíticos em geral é visível. Por exemplo, a seguinte divisão:

 

«2.2.5 Compatibilismo e incompatibilismo

 

Face ao problema em discussão, podemos adotar uma de duas posições filosóficas:

 

1. Incompatibilismo: o determinismo implica a rejeição do livre-arbítrio.

2. Compatibilismo: determinismo e livre-arbítrio são compatíveis.

 

O incompatibilismo admite, por sua vez, duas versões:

 

1.1 Determinismo radical: o determinismo é verdadeiro e o livre-arbítrio é uma ilusão.

1.2 Libertismo: temos livre-arbítrio, e assim, o determinismo é falso porque pelo menos alguns acontecimentos (incluindo as ações ou apenas elas) não são determinados. »

(Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 26; o destaque a negrito é posto por mim). 

 

Ora aqui existe uma confusão gritante: o libertismo, que implica livre-arbítrio ao lado de determinismo, é denominado uma forma de incompatibilismo mas é o mesmo que o compatibilismo, que implica livre-arbítrio ao lado do determinismo. No entanto, são apresentados como se fossem coisas distintas! Mas não são: do modo como estão definidos, libertismo é o mesmo que compatibilismo ou determinismo moderado, lembrando a frase de Heraclito «o caminho que sobe e o caminho que desce são um e o mesmo».

 

Só esta confusão, de que são cúmplices e fautores filósofos como Thomas Nagel, Peter Singer,  Simon Blackburn, e muitos outros, além dos catedráticos portugueses da filosofia analítica (João Branquinho, Ricardo Santos, etc) mostra como é pobre o campo da filosofia analítica, centrada no estudo da linguagem sem abarcar globalmente o campo dos referentes (extralinguísticos). Eles não pensam! Não visualizam o espaço conceptual, os géneros e as espécies, organizados vertical ou horizontalmente. Não distinguem por exemplo, determinismo radical - prefiro designá-lo como determinismo sem livre-arbítrio - de fatalismo. Decoram mecanicamente, enrolam-se no fetichismo das palavras, sem discernir o significado destas. São intelectualmente medíocres, como é medíocre este manual da Porto Editora e possivelmente - se não se inflectir caminho - será medíocre, no seu teor, o exame nacional de filosofia em Junho de 2012, em Portugal!

 

FALÁCIAS DE MINÚCIAS 

 

 Acerca do estatuto do conhecimento, o delírio (hiper) analítico dos autores chega a conceber respostas escandalosamente anti filosóficas, porque redutoras. Vejamos exemplos:

 

«10. ESTATUTO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO  

Exercício 1.

Selecione a alternativa correta.

 

2. Uma proposição empiricamente verificável é aquela que...

A. é comprovada pela experiência.

B. pode ser comprovada pela experiência.

C. tem de ser comprovada pela experiência.

D. tem que ser refutada pela experiência.(Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 34; o destaque a negrito é posto por mim). 

(pag 206)

,

 

A solução indica que a única resposta correcta é a B. É uma falácia por redução, de minúcias: considera-se que poder ser comprovada está certo mas que ser comprovado não...É ridículo: uma proposição empiricamente verificável é aquela que é comprovada pela experiência, como diz a hipótese A; e é aquela que tem de ser comprovada pela experiência, como diz a hipótese C. Logo há três hipóteses de resposta certa: A,B e C. Este tipo de pergunta é perfeitamente arbitrário, é um jogo de linguagem inadmissível para quem pensa verdadeiramente. Algo similar sucede com o seguinte exercício:

 

8. Segundo o critério de demarcação de Popper, uma teoria científica é aquela que...

A. foi refutada pela observação.

B. tem que ser refutada pela observação.

C. pode ser refutada pela observação.

D. pode ser refutável pela observação.

 

(Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 207; o destaque a negrito é posto por mim). 

 

A solução aponta como certa a resposta C (ibid, pag 252). É óbvio que a resposta D está igualmente correcta.

 

 

O EMPIRISMO NÃO EXCLUI AS IDEIAS INATAS

 

O manual insiste numa ideia errónea muito disseminada:

 

 

«Os empiristas defendem que todo o conhecimento do mundo é a posteriori. Os racionalistas defendem que algum desse conhecimento é a priori.» (Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 121; o destaque a negrito é posto por mim).  

 

O erro destas frases refuta-se do seguinte modo: o empirismo em geral defende que quase todas as nossas ideias derivam directamente das impressões sensoriais ( exemplo: a ideia de oliveira é uma cópia desbotada das oliveiras que vimos) e outras, as ideias mais abstractas, resultam de associações de ideias (exemplo: a ideia de Deus é fruto da associação das ideias complexas de pai, de juíz, de imperador, de super homem, etc); mas, para parte dos empiristas, algumas daquelas impressões podem ser impressões inata ou geneticamente gravadas nos orgãos dos sentidos (Como podemos percepcionar o amarelo se não houver a cor amarela nas nossas fibras ópticas? Como podemos percepcionar o perfume da rosa se não existir, como impressão inata, o cheiro da rosa nas nossas fibras olfactivas?) Só o semelhante reconhece o semelhante.

 

É um equívoco identificar racionalismo com inatismo. Há racionalistas que defendem a teoria da tábua rasa, isto é que nascemos com a mente vazia de conhecimentos. Inatismo é um género que intersecta em parte os géneros empirismo e racionalismo, que mutuamente considerados, são espécies de um género maior.

 

 DEFICENTE CLASSIFICAÇÃO DAS CORRENTES DA ARTE

 

No capítulo V, A dimensão estética, o manual oferece-nos três correntes sobre a arte : a teoria da arte como imitação, a teoria expressivista e a teoria formalista. E dá as seguintes definições:

 

«5.2.1. A teoria da arte como imitação

«Trata-se da mais antiga teoria da arte, aquela que vigorou durante mais tempo. Ela remonta aos grandes filósofos gregos Platão e Aristóteles, que defenderam que a arte consiste na imitação da natureza, ainda que o tenham feito de forma diferente - no caso do primeiro, como uma acusação à arte. É também conhecida como teoria mimética da arte...» .(Pedro Galvão e António Correia Lopes, «Preparação para o exame nacional 2012, 11º» Porto Editora, pag. 56). 

 

«5.2.3  A teoria expressivista

«Segundo esta teoria, a que está mais próxima do que a maioria das pessoas ainda actualmente pensa sobre a obra de arte, as obras de arte são veículos de expressão de sentimentos ou de emoções vividas pelos seus autores e, por isso, podem despertá-los naqueles que as contemplam. Trata-se de uma perspectiva que dá extrema importância à parte espiritual da experiência da arte. Ela ficou sobretudo associada ao Romantismo (século XIX), época em que substituiu a teoria da imitação...» (ibid, pag. 57)

 

«5.2.5 A teoria formalista

«A tese de Kant de que a beleza decorre apenas da pura forma de um objecto, e não da sua utilidade, representou uma antecipação da teoria formalista, que se desenvolveu na segunda metade do século XX, destacando-se o inglês Clive Bell.

Segundo esta teoria, o que faz de algo uma obra de arte é o facto de possuir uma forma que pode ser apreciada esteticamente. Assim, o que é artístico numa obra não é a sua capacidade para gerar emoções, mas as relações entre as suas qualidades formais: na pintura, as cores e figuras, e o seu equilíbrio; na poesia, os sons as repetições e cadências de palavras...» (ibid, pag 59)

 

Esta divisão triádica está mal elaborada. Em primeiro lugar, a arte como imitação da natureza não apresenta, neste esquema, um contrário, isto é, a corrente da arte como não imitação, transfiguração da natureza ou desnaturação. Expressivismo não é contrário de imitação da natureza: a exteriorização das emoções do artista (expressivismo) é compatível com a imitação da natureza. Assim, o quadro «Mona Lisa» é simultaneamente imitação da natureza e expressão do olhar subjectivo do pintor Leonardo da Vinci. Imitação (naturalismo) e expressão (subjectivismo) são espécies de géneros diferentes compatíveis entre si.

 

O formalismo, entendido como proporção e medida entre os diversos componentes da obra de arte e característica principal desta, é uma espécie de um terceiro género, compatível com imitação e expressivismo. A falta de conhecimento da dialética faz com que estes autores "analíticos", Pedro Galvão e António Correia Lopes, sejam incapazes de ordenar correctamente os conceitos e perceber com clareza as suas correlações recíprocas. De nada lhes servem os inspectores de circunstâncias e as derivações: não captam o pensamento vivo e multifacetado, a realidade dialética.

 

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© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)

 



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 23:47
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Sexta-feira, 4 de Maio de 2012
Censura prévia nas IV Jornadas Internacionais de Investigadores de Filosofia do grupo Krisis- Évora: o rosto do fascismo epistemológico e académico

 

O grupo Krisis Évora censurou, num estilo similar ao da Inquisição que outrora teve sede em Évora, uma comunicação diferente do comum  às IV Jornadas Internacionais de Investigadores de Filosofia que terão lugar em meados de Junho de 2012 na Universidade de Évora. Nas faculdades de filosofia contemporâneas não se pode discutir livremente todos os assuntos que requeiram reflexão profunda: há tabus, há constrangimentos ditados ora pela ideologia oficial da faculdade ou do Estado que a financia, ora pelos interesses de carreira do catedrático A ou B que não admite sofrer contestação. O teor do convite à participação nas IV Jornadas foi o seguinte "call for papers":

 

 

Universidade de Évora

 

14, 15 e 16 de Junho de 2012

 

  

            O grupo KRISIS, em colaboração com o Departamento de Filosofia da Universidade de Évora, e o Instituto de Filosofia Prática organiza as IV Jornadas Internacionais de Investigadores de Filosofia, a ter lugar em Évora (Portugal).

 

 

As Jornadas serão estruturadas de acordo com o seguinte tema:

 

– Cartografias da Filosofia para o séc. XXI

 

           

            O objetivo das Jornadas é abrir um espaço onde os investigadores das diversas áreas da filosofia possam interrogar a pertinência dos seus trabalhos de investigação, lançando assim o desafio para uma reflexão acerca do futuro da filosofia e da validade atual das suas diversas formas de manifestação.

           

Para participar é necessário enviar uma proposta de 300 palavras, acompanhada dos dados pessoais (nome, habilitações e instituição), até ao dia 30 de Abril de 2012, dirigido a: krisis.evora 

 

A lista dos trabalhos selecionados será divulgada até ao dia 5 de Maio de 2012.

 

            As comunicações não deverão exceder os 20 minutos de exposição, a que se seguirá um período de discussão. As línguas oficiais do encontro são: português, espanhol, francês, inglês e italiano.

 

            Na expetativa de que venham a juntar-se a esta iniciativa.

 

            Os nossos melhores cumprimentos.

 

 

 

Comissão Organizadora: José Caselas, Miguel Antunes, António Caselas, Irene Pinto Pardelha, Moisés Ferreira, Luizete Dias

Comissão Científica:

Olivier Feron,

Eduardo Pellejero,

Irene Viparelli

 

 

Como investigador de filosofia que sou, candidatei-me às jornadas, enviando, em 25 de Abril de 2012, a seguinte síntese da minha comunicação:

 

 

Astrologia Histórico-Social: uma ciência que inflectirá a trajectória da filosofia                                           
 
por Francisco Limpo Queiroz

 

1.  A teoria das áreas zodiacais.
A astrologia histórico-social está isenta dos equívocos e do misticismo da astrologia tradicional: é o estudo dos factos histórico-sociais mediante o uso das tabelas astronómicas (efemérides), assinalando as posições dos planetas em cada um desses factos. É astronomia histórico-social. Esse estudo detecta impressionantes regularidades, leis planetário-geofísico-sociais. É o regresso da concepção estóica do tempo cíclico, apoiada agora num manancial de dezenas de milhar de factos históricos precisos. Cada signo do Zodíaco – arco de 30º do céu - divide-se em áreas cada uma das quais representa vários países, localidades, entidades políticas e religiosas e outras. Exemplo: a área 10º-11º de Caranguejo (graus 100 e 101 da longitude eclíptica) designa entre outras entidades o Peru. Este conhecimento obtém-se por indução a partir de uma multiplicidade de factos empíricos: em 24 de Maio de 1940, com Vénus em 10º 34´/ 58´ de Caranguejo, um sismo de de magnitude 8,1 Richter sacode o Perú; em 31 de Maio de 1970, com Marte em 10º 5´/ 11º 17´de Caranguejo, um sismo de magnitude 7,8 Richter atinge Ancash, no Perú, provocando 66 794 mortos; em 22 de Abril de 2002, com Júpiter em 9º 34´/ 9º 43´ de Caranguejo, um sismo de magnitude 4,4 Richter gera 1 morto no Perú.
 
2. O mesmo tipo de factos históricos é produzido por vários ciclos planetários simultâneos. Isso explica o carácter probalístico da previsão mas não implica que o fluxo de acontecimentos, ontológico, seja contingente e alterável.

 

3. A predestinação absoluta dos factos sociais e biofísicos, detectável na movimentação dos planetas e a eliminação da noção de livre-arbítrio: uma mudança de paradigma na cartografia da filosofia no século XXI. A filosofia pode zelar pela astrologia histórico-social predestinacionista – necessidade ontológica – do mesmo modo que tem zelado pela lógica e pela necessidade lógica.»

 

Recebi, no dia 1 de Maio de 2012, um e-mail do grupo Krisis /Évora negando-me a possibilidade de participar nas jornadas, de expor em detalhe as teses aqui resumidas. O e-mail diz o seguinte:  

 

«Caro Investigador
 
A Comissão Científica das Jornadas considerou que a sua proposta não se adequa ao espírito destas IV Jornadas, visto que não é consistentemente assumido um enquadramento filosófico que suporte a análise da temática apresentada; não é clara a relação existente entre a proposta e as orientações do call for papers.
 
Cumprimentos
José Caselas»

 

 

É pura sofística a argumentação de José Caselas e do secretariado do Krisis/Évora. Não há um enquadramento filosófico que suporte a análise da temática apresentada? Mas é óbvio que há: o enquadramento é a filosofia/ontologia presdestinacionista, do determinismo absoluto.  Parte-se de factos históricos concretos, verifica-se que factos similares ocorrem segundo posições planetárias similares e infere-se que há determinismo planetário que reduz ou faz mesmo desaparecer o chamado livre-arbítrio. Isto é claro. É uma direção de pesquisa filosófica. A investigação de história segundo a astronomia é, simultaneamente, uma tarefa científica e filosófica e constitui uma direcção fundamental do trabalho filosófico já que esclarece muito sobre o grau de liberdade e determinismo nos fenómenos humanos e biofísicos. Interessa a todos os que buscam a verdade, com seriedade. Se estivesse de boa fé, a "comissão científica" das jornadas - Olivier Feron, Eduardo Pellejero, Irene Viparelli - acolhia com agrado, ou no mínimo, com tolerância, a tese que propus.

 

Sucede que os membros do grupo Krisis, como os professores catedráticos em geral, são ignorantes em matéria de astronomia e conjugação desta com os factos histórico-sociais (astrologia histórico-social) e não suportam a ideia de que nas suas "Jornadas de Investigação" alguém os suplante ou expenda uma ideologia/ciência diametralmente oposta à deles. Recorrem, pois, à censura. Não abrem espaço nenhum à reflexão livre, ao contrário do que proclamam no "call for papers" acima. Não permitem  que se possa expor as teses que os incomodam. Nem 20 minutos podem conceder a quem os confronta teoreticamente. É a pura ditadura da cátedra. A ditadura dos medíocres, arrogantes e sem grandeza de alma e de inteligência.

 

Corrupção nos Departamentos de Filosofia: para salvar prestígios de professores auxiliares e catedráticos, elimina-se o pensamento dissidente. Aqueles que nada sabem sobre as movimentações dos planetas no círculo celeste do Zodíaco e suas implicações causais e filosóficas na vida na Terra censuram quem sabe mais do que eles no assunto, quem tem ideias a apresentar. Eis o ridículo, o grotesco destas coisas chamadas "IV Jornadas Internacionais de Investigadores de Filosofia" e "Departamento de Filosofia da Universidade de Évora".

 

UM FASCISMO EPISTEMOLÓGICO REINANTE NA FILOSOFIA NAS UNIVERSIDADES: A PROIBIÇÃO DE INVESTIGAR E DEBATER AS LEIS ASTRONÓMICO-SOCIAIS (A ASTROLOGIA HISTÓRICA) 

 

Esta é uma realidade de que poucos se dão conta, de tão embrenhados que estão na ilusão de que a instituição universitária da filosofia é a cúpula do saber. Dá-se como verdade indiscutível que «os astros não determinam a vida dos seres humanos, porque estes são livres, racionais e imprevisíveis» e que «é impossível que o movimento dos planetas cause a queda de aviões ou fugas radioactivas em centrais nucleares ou atentados a governantes ou greves operárias nos dias X, Y ou Z, até porque Carl Sagan, Karl Popper e Hubert Reeves declararam que a astrologia é uma impostura, não é e nunca poderá ser ciência». Isto são argumentos de seres impensantes. De seres que nunca investigaram o assunto. Mas tão arraigadas estão estas convicções que originaram um fascismo epistemológico que contamina a totalidade dos filósofos e professores universitários (exceptuo Paul Feyerabend e algum outro): é proibido defender teses na universidade favoráveis à astrologia como ciência da história e nenhum mestrado ou doutoramento se autoriza nesse sentido.

 

Segundo me disseram, há anos numa universidade francesa uma tese de doutoramento sobre a astrologia como ciência foi aprovada por um júri de razão aberta mas rapidamente foi anulada por pressão do colégio universitário porque era heterodoxa. As universidades, em especial nas ciências humanas, são as igrejas laicas de hoje e os professores catedráticos equivalem aos bispos, cardeais e papas do catolicismo de cuja infalibilidade não se pode duvidar. O título de «professor doutor», que Platão e Aristóteles não usavam, equivale ao de «sua eminência» e ao de «sua santidade» que os cardeais e papas usaram e usam. Não há autêntica liberdade de gestação e de expressão do pensamento onde ela deveria existir no mais alto grau: nas faculdades de filosofia, nas universidades. O peso sombrio das togas e dos títulos dos docentes esmaga o livre pensamento, em nome da autoridade. É uma verdadeira idade das trevas, em nome do iluminismo.

 

Sucede que, em Junho de 2001, a editorial Estampa publicou uma obra da minha autoria intitulada «Sincronismos, cabala e graus do Zodíaco» que demonstra com múltiplos factos empíricos, pela primeira vez na história mundial, a existência de significativas correlações entre as posições dos planetas no Zodíaco e a ocorrência de acidentes na aeronáutica, na ferrovia, na indústria, em Portugal, Espanha, EUA, França, etc, a existência de leis planetário-biofísico-sociais. Um livro chave na ciência que, juntamente com outro livro do mesmo autor " Os acidentes em Lisboa na Astronomia-Astrologia, Astrology and accidents in USA" (Publidisa, 2008), fundamentam o determinismo planetário que impera em todos os fenómenos terrestres e celestes.

 

A meu ver, que sou suspeito, embora auto-crítico quanto baste, estes dois livros são muito mais substanciais em saber e mais inovadores do que qualquer tese de doutoramento jamais aprovada nas universidades portuguesas, do que as obras completas de Peter Singer, José Gil, Eduardo Lourenço, Thomas Nagel, Giles Deleuze, Bertrand Russell e outros. Desde a teoria da relatividade de Einstein, esta Astrologia Histórico-Social que os deuses ou o destino ateísta me inspiraram - que  nada tem em comum com a psico e a pseudoastrologia de Paulo Cardoso, Maria Flavia Monsaraz, Luís Resina, Cristina Candeias e outros astrólogos comerciais - é a maior revolução científica na cosmologia e na filosofia.

 

É pena que o editor Estampa, Manso Pinheiro, não tivesse usado a Feira de Frankfurt ou outra para conseguir a tradução e edição do «Sincronismos, cabala e graus do Zodíaco» nos EUA, França ou Grã Bretanha, e é pena que o autor, talvez por alguma inabilidade social, não tenha conseguido expandir o livro noutros países. Consta que um exemplar deste livro está na biblioteca do Congresso dos EUA mas não consta que algum exemplar se encontre nas bibliotecas das universidades portuguesas e brasileiras, nem mesmo nos departamentos de filosofia que, por essência, deveriam acolher o caleidoscópio das teorias especulativas, em particular as heresias científicas. 

 

Para levar a reflexão aos que ignoram a Astrologia Histórico-Social dos meus livros, eis algumas leis astrológicas que a investigação que há décadas levo a cabo, laboriosamente, permitiu decantar ( se alguém duvidar das posições dos planetas nas datas que indico, consulte as Swiss Ephemeris ou outras através do google): 

 

ÁREA 0º-1º DE CARNEIRO:

ISRAEL

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 0º-1º do signo de Carneiro é condição necessária, mas insuficiente, para gerar atentados ou acidentes notáveis em Jerusalém, Israel.

 

Em 9 de Março de 2002, com Vénus em 1º 9´/ 2º 23´ de Carneiro, o suicida palestiniano Fouad Hurani, de 20 anos, explode na cafeteria «Moment» em  Jerusalem perto da casa de Ariel Sharon, gerando 11 mortos e 50 feridos; em 21 de Março de 2002, com Sol em 0º 11´/ 1º 11´ de Carneiro, um atentado executado por um palestiniano suicida em Jerusalém faz 3 mortos; em 29 de Março de 2002, com Mercúrio de 28º 51´ de Peixes a 0º 44´ de Carneiro, a palestiniana suicida Ayat Akhras, de 18 anos de idade, explode a bomba que traz colada ao corpo matando-se  bem como a um guarda israelita e a uma jovem , de 17 anos e ferindo outras 20 pessoas no exterior de um supermercado em Jerusalém.

 

 

ÁREA 13º-15º DO SIGNO DE CARNEIRO:

VÉNUS, SISMO NO IRÃO

 

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 13º-15º do signo de Carneiro é condição necessária, mas insuficiente, para destacar o planeta Vénus e gerar sismos no Irão.

 

Em 26 de Março de 1972, com Mercúrio em 14º 44´/ 11´ de Carneiro, é lançada em direcção a Vénus a sonda soviética Venera 8; em 8 de Junho de 1975, com Marte em 13º 10´/ 55´ de Carneiro, é lançada em direcção a Vénus a sonda soviética Venera 9.

 

Em 6 de Maio de 1930, com Urano em 13º 13´/ 16´ de Carneiro, um sismo no Irão extermina 2 600 pessoas; em 21 de Junho de 1990, com Marte em 14º 59´/ 15º 41´ de Carneiro, um sismo com magnitude 7,7 na escala de Richter, nas províncias de Gilan e Zanyan, no Noroeste do Irão, arrasa 17 vilas, 1 871 aldeias e provoca cerca de 37 000 mortos e 100 000 feridos.

 

 

ÁREA 14º-19º DO SIGNO DE TOURO:

 

PERÚ

 

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 14º-19º do signo de Touro é condição necessária, mas insuficiente, para gerar atentados ou acidentes notáveis no Perú.

 

Em 21 de Maio de 1950, com Mercúrio em 20º 0´/ 19º 35´ de Touro, um sismo de magnitude 6 Richter causa 100 mortos em Cuzco, Perú; em 17 de Outubro de 1966, com Nôdo Norte da Lua em 16º 17´/ 18´ de Touro, Mercúrio em 15º 27´/ 16º 44´ de Escorpião, um sismo de magnitude 7,7 Richter abala o Perú; em 31 de Maio de 1970, com Mercúrio em 16º 1´/ 48´ de Touro, um sismo de magnitude 7,8 Richter atinge Ancash, no Perú, provocando 66 794 mortos; em 30 de Maio de 1990, com Mercúrio em 13º 57´/ 14º 52´de Touro, um sismo de magnitude 6,5 Richter causa 135 mortos no norte do Perú; em 23 de Junho de 2001, com Vénus em 16º 30´/ 17º 33´ de Touro, um sismo de magnitude 6,5 Richter gera 75 mortos confirmados na região de Arequipa, Camana, Tacna e Chala, no Perú, 64 desaparecidos no tsunami que o acompanha, 560 feridos e 12 000 desalojados, também sentido no sul do Perú e norte do Chile e Bolívia; em 22 de Abril de 2002, com Mercúrio em 17º 3´/ 18º 51´ de Touro, um sismo de magnitude 4,4 Richter gera 1 morto no Perú.

 

ÁREA 26º-29º DE GÉMEOS:

IRÃO

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 26º-29º do signo de Gémeos é condição necessária, mas insuficiente, para gerar atentados ou acidentes notáveis no Irão.

 

Em 3 de Julho de 1987, com Vénus em 26º 33´/ 27º 46´ de Gémeos, um navio da frota norte-americana no Golfo Pérsico abate com um míssil um avião civil iraniano, com 289 pessoas a bordo; em 3 de Junho de 1989, com Vénus em 27º 54´/ 29º 7´ de Gémeos, morre de cancro o ayatolá Khomeiny, líder espiritual da revolução islâmica no Irão; em 21 de Junho de 1990, com Sol de 29º 22´ de Gémeos a 0º 20´ de Caranguejo, um sismo com magnitude 7,7 na escala de Richter, nas províncias de Gilan e Zanyan, no Noroeste do Irão, arrasa 17 vilas, 1 871 aldeias e provoca cerca de 37 000 mortos e 100 000 feridos. 

 

 

ÁREA 28º-29º DE CARANGUEJO:

  

CASTELO BRANCO

 

A área 28º-29º de Caranguejo faz eclodir acidentes de comboio em Castelo Branco.

 

Em 12 de Julho de 1984, com Nôdo Vénus em 27º 0´/ 28º 14´ do signo de Caranguejo, um comboio de mercadorias abalroa um automóvel numa passagem de nível em Castelo Branco provocando um morto e um ferido grave;em 14 de Abril de 2000, com Nôdo Norte da Lua em 29º 53´/ 29º 49´ do signo de Caranguejo duas carruagens de um comboio de mercadorias descarrilam junto da antiga passagem de nível do Bairro do Barrocal,em Castelo Branco, sem causar feridos, o que leva a CP a proceder ao transbordo rodoviário de passageiros entre Rodão e Covilhã.

 

 

ÁREA 24º-28º DE LEÃO:

 

TURQUIA, ATENTADO A HITLER E A SIDÓNIO PAIS

 

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 24º-28º do signo de Leão é condição necessária, mas insuficiente, para produzir incidentes ou acidentes notáveis na Turquia e atentados a Sidónio Pais e Adolf Hitler.

 

Em 18 de Agosto de 1949, com Sol en 24º 42´/ 25º 40´ de Leão, um terramoto causa 437 mortos na zona de Herzerun, na Anatólia, Turquia; em 19 de Agosto de 1966, com Sol em 25º 34´/ 26º  32´de Leão, um sismo causa 1 100 mortos e milhares de feridos na Anatólia oriental, Turquia; ; em 17 de Setembro de 1967, com Vénus em 27º 52´/ 27º 45´ de Leão, distúrbios durante um jogo de futebol em Kayseri, na Turquia, originam 44 mortos e mais de 600 feridos.

 

 

Em 14 de Dezembro de 1918, com Saturno em 28º 14´ de Leão, o presidente da República Portuguesa, Sidónio Pais, um protofascista, é abatido com três tiros por José Júlio da Costa, republicano radical, na estação do Rossio, em Lisboa; em 13 de Março de 1943, com Nodo Norte da Lua em 24º 39´ de Leão, uma bomba levada por um oficial, que supunha tratar-se de duas garrafas de licor, viaja, sem explodir, por avaria do detonador, no avião em que Hitler voa de Smolensko a Rastenburg, fracassando assim o atentado contra Hitler do general Henning von Tresckow e do tenente Fabian von Schlabrendorff; em 20 de Julho de 1944, com Júpiter em 28º 47´/ 28º 59´ de Leão, uma pasta com uma bomba colocada pelo conde Claus Schenk von Stauffenberg explode na sala do castelo de Rastenburg onde Hitler mantinha uma reunião com os seus oficiais generais, ficando ferido o ditador alemão e morrendo alguns dos presentes.

 

 

 

ÁREA 6º-9º DE VIRGEM:

HAMBURGO, SARAJEVO,

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 6º-9º do signo de Virgem é condição necessária, mas insuficiente, para produzir atentados ou acidentes notáveis em Hamburgo e Sarajevo. 

 

Em 4 de Maio de 1979, com Saturno em 7º 6´ de Virgem, Elizabeth Von Dyck membro grupo de extrema esquerda Baader-Meinhoff, é abatida a tiro pela polícia ao tentar sacar a sua arma em Hamburgo; em 2 de Setembro de 1985, com Sol em 9º 28´/ 10º 26´ de Virgem, bombas danificam duas empresas na Alemanha, uma em Dortmund e a outra em Hamburgo; em 19 de Abril de 1991, o jovem Matias Rust é condenado pelo tribunal de Hamburgo a dois anos e meio de prisão por ter ferido gravemente à facada uma aluna de enfermagem de 18 anos que rejeitara as suas propostas amorosas; em 2 de Dezembro de 1993, com Quiron em 8º 51´/ 8º 54´ de Virgem, o presidente von Weizäcker da Alemanha é agredido em Hamburgo; em 3 de Julho de 1994, com Quiron em 6º 13´/ 6º 19´ de Virgem, Vénus em 20º 34´/ 21º 43´ de Leão, Júpiter em 4º 46´ de Escorpião, de madrugada, sedes da polícia são atacadas com cocktails molotov em Hannover, Hamburgo, Oldemburgo, na Alemanha, como retaliação pela morte a tiro de um curdo de 16 anos perpetrada por um polícia.

 

 

Em 28 de Junho de 1914, com Nodo Sul da Lua em 7º 39´ de Virgem, numa praça de Sarajevo, capital da Bósnia, o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono austro-húngaro e inspector geral das forças armadas, que minutos antes junto da estação devolvera com as mãos para a rua uma bomba atirada para a sua carruagem, é assassinado a tiro, tal como sua esposa Sofia von Hohenberg, por Gavrilo Princip, estudante liceal de 19 anos, que deseja vingar os sérvios da opressão a que o império os sujeita; em 28 de Agosto de 1995, com Vénus em 6º 10´/ 7º 24´ de Virgem, morteiros sérvios atingem o mercado de Sarajevo, Bósnia, causando 37 mortos e 90 feridos.

 

  

11º-14º  DE BALANÇA:

 

VIENA DE AUSTRIA

 

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 11º-14º do signo de Balança é condição necessária, mas insuficiente, para gerar atentados ou acidentes notáveis em Viena de Áustria. 

 

Em 21 de Dezembro de 1975, com Plutão em 11º 32´/ 11º 33´ de Balança, Ilich Sánchez Ramírez, venezuelano conhecido como «Carlos», e mais cinco pessoas, membros de um comando «braço armado da revolução árabe», entram no edifício sede da OPEP em Viena de Áustria, abatem a tiro três guardas de segurança e fazem 70 reféns, entre os quais onze ministros e chefes de delegações árabes que levarão consigo de avião para a Argélia; em 28 de Setembro de 1979, com Vénus em 13º 18´/ 14º 33´ de Balança, um incêndio destrói parcialmente um hotel em Viena de Áustria matando 26 pessoas; em 29 de Agosto de 1981, com Saturno em 8º 19´/ 25´ de Balança, Júpiter em 11º 5´/ 11º 17´ de Balança, um atentado da OLP contra uma sinagoga em Viena de Áustria causa 2 mortos.

 

 

ÁREA 1º-3º DE ESCORPIÃO:

REPRESSÃO NO BRASIL

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 1º-3º do signo de Escorpião é condição necessária, mas insuficiente, para gerar repressão policial mortal no Brasil.

 

Em 10 de Dezembro de 1943, com Vénus em 1º 53´/ 3º 1´ de Escorpião, a polícia dispara sobre uma passeata de estudantes em São Paulo exigindo a libertação de Hélio Mota, presidente do Directório Académico XI de Agosto, resultando 2 mortos e 25 feridos; ; em 4 de Novembro de 1969, com Mercúrio em 3º 48´/ 5º 27´do signo de Escorpião, morre numa emboscada numa rua de São Paulo, Carlos Marighella, líder da Aliança Libertadora Nacional, morrendo no tiroteio uma investigadora e sendo presas 17 pessoas, entre elas alguns frades beneditinos; em 16 de Dezembro de 1976, com Nôdo Norte da Lua em 2º 14´/ 15´ do signo de Escorpião, agentes do II Exército penetram numa casa em São Paulo e aí matam 3 dirigentes do Partido Comunista do Brasil.

 

ÁREA 0º-1º DE SAGITÁRIO (E POR VEZES 29º DE CAPRICÓRNIO E 0º-1º DE AQUÁRIO):

AUTO-ESTRADA LISBOA-SETÚBAL

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 0º-1º do signo de Sagitário e, por vezes, simultaneamente em 29º do signo de Capricórnio e 0º-1º do signo de Aquário é condição necessária, mas insuficiente, para causar acidentes na auto-estrada entre Lisboa e Setúbal. 

 

Em 27 de Janeiro de 1994, com Nodo Norte da Lua em 0º 49´/ 0º 38´ de Sagitário, Marte em 29º 5´/ 29º 52´ de Capricórnio, o choque de 21 veículos, em cadeia, na A2, entre Lisboa e Setúbal, causa 19 feridos; em 2 de Setembro de 1996, com Plutão em 0º 29´ de Sagitário, Júpiter em 7º 49´ de Capricórnio, Urano em 1º 3´/ 1º 11´ de Aquário, ao quilómetro 28 da A2, perto de Setúbal, um autocarro despista-se por rebentamento de um pneu do lado esquerdo e embate num automóvel ligeiro, resultando 40 feridos.

 

 

ÁREA 15º-22º DE CAPRICÓRNIO:

 

COLÔMBIA, ARMAZÉM OU CENTRO COMERCIAL

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 15º-22º do signo de Capricórnio é condição necessária, mas insuficiente, para originar acidentes notáveis ou atentados na Colômbia e em centro comercial algures no mundo.

 

Em 12 de Dezembro de 1979, com Vénus em 16º 39´/ 17º 53´ de Capricórnio, um sismo na Colômbia provoca 600 mortos; em 21 de Dezembro de 1980, com Marte em 22º 14´/ 23º 1´ de Capricórnio, uma bomba destrói um avião Caravelle na Colômbia, matando 68 pessoas; em 17 de Março de 1988, com Marte em 15º 54´/ 16º 35´ de Capricórnio, um avião Boeing 727 despenha-se na Colômbia, produzindo 137 mortos; em 19 de Maio de 1993, com Neptuno em 20º 58´ de Capricórnio, um avião Boeing 727 esmaga-se em Medellin, Colômbia, morrendo 133 pessoas.

 

 

Em 29 de Novembro de 1973, com Vénus em 22º 45´/ 23º 37´ de Capricórnio, um incêndio num grande armazém em Kumamotto, Japão, causa 101 mortos; em 17 de Dezembro de 1983, com Mercúrio em 14º 38´/ 15º 19´ de Capricórnio, uma bomba potente explode nos armazéns Harrods, em Londres, matando 5 pessoas e ferindo 80; em 17 de Setembro de 1986, com Marte em 19º 22´/ 19º 47´ de Capricórnio, uma bomba lançada de um BMW branco contra o armazém de roupa Taiti, em Paris, causa 5 mortos e 60 feridos.

 

 

ÁREA 16º-19º DE AQUÁRIO:

SANTARÉM, ROCHA CONDE DE ÓBIDOS

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 16º-19º do signo de Aquário  é condição necessária, mas insuficiente, para originar acidentes de comboio em Santarém e na Rocha Conde de Óbidos.  

 

Em 19 de Janeiro de 1983, com Vénus em 16º 36´/ 17º 51´do signo de Aquário, um acidente ferroviário perto de Santarém provoca um morto e 8 feridos; em 2 de Maio de 1997, com Júpiter em 19º 37´/ 44´do signo de Aquário, um comboio descarrila na linha do Norte, a dois quilómetros de Santarém, devido à queda de uma catenária.

 

Em 17 de Junho de 1999, com Urano em 16º 32´/ 16º 30´ de Aquário, pelas 14.45 horas, na passagem de nível da Rocha Conde de Óbidos, entre Alcântara e Santos, uma mulher é colhida mortalmente e uma criança ferida ligeiramente por um comboio da linha de Cascais, sendo a circulação ferroviária na via interrompida até às 16.30 horas; em 5 de Janeiro de 2004, com Vénus em 18º 7´/ 19º 21´ de Aquário, à 1.35 horas, um homem suicida-se, atirando-se sobre a linha de Cascais à passagem de um comboio, na passagem de nível Rocha Conde de Óbidos entre Santos e Alcântara.

 

 

ÁREA 8º-11º DE PEIXES:

 

LONDRES

 

 

A passagem de um planeta, sol ou nodo da Lua em 8º-11º do signo de Peixes  é condição necessária, mas insuficiente, para desencadear acidentes notáveis ou atentados em Londres.   

 

 

Em 28 de Fevereiro de 1975, com Sol em 8º 46´/ 9º 46´ de Peixes, um comboio metropolitano choca com uma barreira num túnel sem saída na estação de Moorgate, em Londres, produzindo a morte de 41 pessoas; em 12 de Dezembro de 1988,  com Nodo Norte da Lua em 8º 4´/ 7º 59´ de Peixes, o choque de 2 comboios no sul de Londres faz 115 mortos em 7 de Fevereiro de 1991, com Vénus em 10º 57´/ 12º 12´ de Peixes, um rocket disparado pelo IRA cai nos jardins do nº 10 de Downing Street, às 9. 45 horas, e às 10.00 uma explosão dá-se frente ao Ministério da Defesa em Londres, havendo 4 mortos calcinados e alguns feridos; em 10 de Abril de 1992, com. Marte em 10º 1´/ 10º 47´ de Peixes, uma bomba explode no centro de Londres, causando 3 mortos e vários feridos.

 

 

Contra factos, não há argumentos. Fui o primeiro a fazer este tipo de investigação na história mundial e a gerar esta ciência das áreas zodiacais específicas- digo-o sem vaidade, porque a vida é breve e o que importa é salvar o conhecimento que, miraculosamente, se atinge. Não há que endeusar ninguém. É a vaidade dos catedráticos de filosofia e da história - que pretendem ser uma «nobreza» do pensamento - a sua incapacidade de pensar holisticamente o universo como um todo, e o seu desprezo pelo mundo empírico e pela análise dos pequenos detalhes que impedem a descoberta e a difusão da verdade.

 

Descartes, Berkeley, Kant, Hume, Hegel, Schopenhauer, Marx, Engels, Nietzschze, Freud, Husserl, Foucault, Derrida, Heidegger, Sartre, Ricoeur, Einstein, Dirac, Schrodinger, Heisenberg, Stephen Hawking, Sagan, Popper, Khun,  e mesmo Fernando Pessoa e Feyerabend, não sabiam nada disto. É este tipo de saber, preciso, exacto, científico, que os pomposos e vazios catedráticos das faculdades de filosofia, história e sociologia de todo o mundo, e, com eles, o clero de todas as igrejas, temem. É isto que o grupo krisis- évora, as universidades, os jornalistas venais e os grandes media, veículos do poder da burguesia e dos néscios que afirmam a «omnipotência do livre-arbítrio», tudo fazem para silenciar. Infelizmente para eles, existe a internet onde a verdade pode circular, ainda que para um segmento ínfimo da população mundial.

 

 

Note- The secretariat of the group Krisis Évora Portugal censored my thesis on historical astrology and  ontology of predestinationism by stars  preventing this thesis to be presented at the IV International Workshop of Researchers in Philosophy to be held at the University of Évora, Portugal, on June 14-16, 2012 . This attitude expresses fear of novelty and seems to reveal the existence of an epistemological fascism between the university on philosophy that seeks to prohibit and hide any scientif position on Historical Astrology, particularly the social-astronomical laws we discovered in recent decades and that we disclosed in books in Portuguese language.

 

 

 

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Terça-feira, 1 de Maio de 2012
Algumas teses de Theodor Adorno sobre estética

 

Theodor Wiesengrund-Adorno (11 de Setembro de 1903, Frankfurt Am Main; 6 de Agosto de 1969, Visp), filósofo, sociólogo, musicólogo, um dos grandes teóricos da arte no século XX, escreveu:

 

«A arte nega as determinações categorialmente impressas na empiria e, no entanto, encerra na sua própria substância um ente empírico. Embora se oponha à empiria através do momento da forma - e a mediação da forma e do conteúdo não deve conceber-se sem a sua distinção - importa, porém, em certa medida e geralmente, buscar a mediação no facto de a forma estética ser conteúdo sedimentado.» ( Theodor W. Adorno, Teoria Estética, pag.15, Edições 70; o destaque a negrito é posto por mim).

 

Esta é uma ideia perfeitamente hegeliana: o conteúdo espiritual, isto é, a ideia e o sentimento, descem e exprimem-se na forma, na figura desenhada na tela e nas tintas usadas, na figura tridimensional esculpida no mármore, etc. No entanto, a arte não é pura imitação da natureza, nega determinações ou características desta: por exemplo, o braço de mármore de uma estátua não contém veias e células vivas como o braço que o artista tomou por modelo empírico.

 

AS OBRAS DE ARTE SEM SENTIDO GERAM UM CONTEXTO DE SENTIDO

 

A ausência de sentido e de significação, um dos problemas cruciais de muita da arte contemporânea, é assim equacionada por Adorno:

 

«As obras de mais elevado nível formal, desprovidas de sentido ou a ele alheias, são, pois, mais que simplesmente absurdas, porque o seu sentido cresce na negação do sentido. A obra que  nega rigorosamente o sentido está obrigada, por tal lógica à mesma coerência e unidade, que outrora devia presentificar o sentido.  As obras de arte, mesmo contra a sua vontade, tornam-se contextos de sentido ao negarem o sentido. »( Theodor W. Adorno, Teoria Estética, pag.176, Edições 70; o destaque a negrito é posto por mim).

 

Uma questão que aqui se pode colocar é: as obras tornam-se contextos de sentido, em si mesmas, ou é o espectador que, automaticamente, instaura um sentido em tudo aquilo que percepciona, do mesmo modo que ao olhar uma mesma nuvem uma pessoa diz que lhe lembra uma cenoura, outra diz que se assemelha a um focinho de rato e uma terceira à fuselagem de um avião? É o sentido objectivo e real em si e por si ou é subjectivo e irreal, está só nos olhos de quem contempla? 

 

A VERDADEIRA ARTE NÃO INCLUI A INTENÇÃO

 

Para Adorno, a intenção não é um ingrediente essencial da obra de arte. Esta surgiria como que por um puro automatismo, algo similar à natureza e suas leis. É sem dúvida, uma espécie de «astúcia da razão artística» - o conceito hegeliano de astúcia da razão, isto é de manipulação dos espíritos individuais pela razão ou espírito universal,  sustenta, por exemplo, que Napoleão não foi o principal artífice da história da França de 1801 a 1812, como chefe do directório e imperador, mas que foi a razão universal (Deus) que, astuciosamente, se serviu da personalidade e do prestígio de Napoleão Bonaparte para operar as transformações indispensáveis ao domínio da burguesia sobre a vida política em França e na Europa.

 

«A arte procura imitar uma expressão, que não incluiria intenção humana. Esta é apenas o seu veículo. Quanto mais perfeita uma obra de arte, mais as intenções dela se ausentam. A natureza, indirectamente o conteúdo de verdade da arte, elabora imediatamente o seu contrário. Se a linguagem da natureza é muda, a arte aspira a fazer falar o silêncio, exposta ao insucesso pela contradição insuperável entre esta ideia, que impõe o esforço desesperado, e aquela, a que se aplica o esforço, de um não-intencional puro e simples.»  

 

«A natureza deve a sua beleza ao facto de parecer dizer mais do que é. A ideia da arte é arrancar este mais à sua contingência, torná-lo senhor da sua aparência, determiná-lo a ele mesmo como aparência, e também negá-lo como irreal. O «Mais» fabricado pelo homem não garante em si o conteúdo metafísico da arte. Esta poderia ser um nada absoluto e, no entanto, as obras de arte poderiam pôr esse «Mais» como aparência. Tornam-se obras de arte na elaboração do «Mais»; produzem a sua própria transcendência, sem serem o seu teatro, e, por isso, são novamente separadas da transcendência.»

(Theodor W. Adorno, Teoria Estética, pag.95, Edições 70; o destaque a negrito é posto por mim).

 

A arte é aparência com um «mais» em relação à aparência que é a natureza - a pintura de uma paisagem de um desfiladeiro atravessado por um rio é algo «mais» que o próprio desfiladeiro e rio. Mas o «mais» não reside unicamente no pormenor da técnica utilizada na "reprodução" ou nas tintas e na tela mas sobretudo na transcendência que consiste na espiritualidade, no núcleo de ideias e sentimentos que delas emana. 

 

 

NOMINALISMO VERSUS UNIVERSALISMO ESTÉTICO

 

 

Sobre o nominalismo estético, isto é, a corrente que sustenta que cada obra de arte é única, singular na sua forma e na sua mensagem, e não se inregra num cânone comum, numa escola, num conceito universal determinado, escreveu Adorno:

 

«O nominalismo estético é um processo na forma, e transforma-se, por seu turno, em forma: também aí o universal e o particular se mediatizam. (...) As formas abertas são as categorias universais dos géneros que buscam o equilíbrio com a crítica nominalista do universal. Esta apoia-se na experiência do fracasso inevitável da unidade do universal e do particular, a que aspiravam as obras de arte. Nenhum universal pré-dado admite em si e sem conflito o particular, que não deriva de um género. » (...)

«A obra de arte nominalista deve tornar-se tal em virtude de se organizar puramente a partir de baixo, em vez de lhe serem impostos os princípios de organização. Mas nenhuma obra de arte cegamente abandonada a si mesma tem em si a força da organização, que lhe traçaria os limites obrigatórios: reconhecer-lhe essa força seria, de facto, feiticismo. O nominalismo estético libertado, como a crítica filosófica de Aristóteles, liquida toda a forma enquanto sobrevivência de um ser-em-si espiritual. Vai desembocar na facticidade literal e esta é inconcilável com a arte. Poder-se-ia mostrar, num artista de nível formal como Mozart, como as suas obras mais audaciosas na forma e, portanto, mais autênticas, se aproximam da decomposição nominalista. O carácter da obra de arte enquanto artefacto é incompatível com o postulado da obra repoisando puramente em si. Ao serem feitas, as obras de arte recebem ao mesmo tempo em si aquele momento do organizado, do "governado", que é insuportável à sensibilidade nominalista»( Theodor W. Adorno, Teoria Estética, pag.248, Edições 70; o destaque a negrito é posto por mim).

 

É discutível a tese de Adorno segundo a qual «nenhuma obra de arte cegamente abandonada a si mesma tem em si a força da organização, que lhe traçaria os limites obrigatórios: reconhecer-lhe essa força seria, de facto, feiticismo.» Nominalismo não implica incapacidade de auto-organização ou mesmo ausência de necessidade (determinismo) na vida de um objecto singular: implica, apenas, impossibilidade de universalizar esse objecto singular, de o subsumir como membro de uma espécie ou género determinados ( do tipo:«Este quadro é uma obra da espécie de arte barroca»). De qualquer modo, segundo Adorno, o nominalismo, isto é, a tendência para a singularização da obra de arte, libertando-a de cânones de escola, tem vindo a acentuar-se ao longo da história.

 

Na luta entre o universalismo e o nominalismo como princípios formadores da obra de arte, Adorno parece adoptar uma posição de síntese, como se a obra de arte nascesse simultaneamente do acidente singular (nominalismo) e da essência universal (universalismo):

 

«O principium individuationis na arte, o seu nominalismo imanente, é uma especificação, não um estado de coisas prévio. Ela não favorece apenas a particularização e, assim, a elaboração completa e radical das obras individuais. (...) A relação do particular e do universal não é tão simples como o sugere a tendência nominalista, nem tão trivial como a doutrina da estética tradicional de que o universal deveria particularizar-se. A exacta disjunção entre nominalismo e universalismo não é válida.»  (Theodor W. Adorno, Teoria Estética, pag.227, Edições 70; o destaque a negrito é posto por mim).

 

MOMENTO CONSTRUTIVO VERSUS MOMENTO MIMÉTICO

 

Adorno opõe o construtivismo - entendido não em sentido particular, como corrente de arte abstracta russa nascida em inícios do século XX, mas sim no sentido geral  de transfiguração do real, reconstruindo-o como mundo simbólico, supranatural ou antinatural; por exemplo, correntes como o surrealismo, o cubismo, o abstracionismo - ao realismo - a mimesis ou imitação da realidade exterior.

 

«Se, mediante a luz do flash, o mundo habitual deve ser desmascarado como aparência e ilusão, passou-se já teleologicamente para o não-figurativo. O construtivismo, contraparte oficial do realismo, tem, através da linguagem do desencantamento, um paralelismo mais profundo com as transformações históricas da realidade do que um realismo coberto desde há muito com um verniz romântico, porque o seu princípio, a reconciliação ilusória com o objecto, se tornou entretanto romantismo. Os impulsos do construtivismo foram, quanto ao conteúdo, os da adequação, por problemática que fosse, da arte ao mundo desencantado, que era impossível realizar sem academismo no plano estético, com os meios realistas tradicionais. Tudo o que hoje pode chamar-se informal só se torna verdadeiramente estético ao articular-se em forma; de outro modo, seria apenas documento. Em artistas exemplares desta época, como Schömberg, Klee e Picasso, o momento expressivo mimético e o momento da construção encontram-se com igual intensidade, não no meio medíocre da transição, mas na tendência para os extremos: mas ambos são, ao mesmo tempo e quanto ao conteúdo, a expressão, a negatividade do sofrimento e, a construção, a tentativa de resistir ao sofrimento da alienação, enquanto que esta é ultrapassada no horizonte de uma racionalidade ilimitada e, portanto, não mais violenta.» (W. Adorno, Teoria Estética, pag 287, Edições 70; o destaque a negrito é posto por mim).

 

Ao sustentar que «tudo o que hoje pode chamar-se informal só se torna verdadeiramente estético ao articular-se em forma», Adorno está a afirmar que a faculdade estética no ser humano é a capacidade de fruir o belo através das formas. Na verdade o Belo arquetípico de Platão, forma pura transcendente a todas as formas ainda seria "informal" porque demasiado abstracto e só plasmando-se nesta ou naquela forma material se daria a conhecer.

 

 

 

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