Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2013
Equívocos em testes de filosofia do blog «Dúvida metódica»

 

Os professores que seguem a linha das "perguntas de escolha múltipla com uma só resposta certa, expressa num X colocado pelo aluno em uma das quadrículas", dão, frequentemente, erros na construção dos testes de filosofia. Falta-lhes a visão do uno que é própria da dialética: é comum isolarem a «verdade» numa única proposição de entre quatro, sem se aperceberem que formularam mais que uma resposta certa. Milhares de professores de filosofia cometem este tipo de erro de hiper-análise: vêem a árvore, mas não a floresta. 

 

Presumo que a maioria dos que ensinam filosofia são de nível intelectual mediano ou mesmo medíocre. Há até causas sociológicas que ajudam a explicar este fraco nível: em geral, os professores entre os 30 e os 50 anos de idade não filosofaram nem lutaram como antifascistas antes de 25 de Abril de 1974, não conheceram as doutrinas marxista e anarquista, a dialética, o estruturalismo, nem a metafísica de direita tradicional (Guenón, Évola, Mircea Eliade, etc). São duas gerações deficitárias na amplitude do saber filosófico, sugadas, em muitos casos, pelo buraco negro da "filosofia analítica".  

 

Eis algumas questões mal construídas em um teste de diagnóstico de filosofia do 10º ano de escolaridade em Portugal, de Setembro de 2011 extraído do blog «Dúvida Metódica», de Carlos Pires e Sara Raposo, que a propaganda falaciosa de Domingos Faria e outros  amigos de Desidério Murcho e Aires Almeida apresenta como «um dos melhores blogs de filosofia na internet»(!):

 

 

1.3) A diversidade de opiniões existe, por exemplo, em relação a assuntos como:

    A. A religião, a política e a geometria.

    B. As relações sociais e os assuntos da vida.

    C. A política e a geometria

    D.  A religião e a matemática.

    E. Nenhuma das respostas anteriores é correcta.

 

Crítica: À primeira vista, ser-se-ia levado a supor que só a resposta B é correcta. Mas não é assim: a respostas A e C estão igualmente correctas porque na geometria há divergência de opiniões, há geometrias euclidianas e não euclidianas - por exemplo, a concepção de espaço curvo, ondulatório na teoria da relatividade de Einstein, supõe uma geometria não euclidiana e está longe de recolher a unanimidade de opiniões dos geómetras. A questão 1.3 está, pois,mal construída.  

 

 

1,8) A passagem da teoria geocêntrica para a teoria heliocêntrica é um exemplo que permite demonstrar que:

 

A) Uma opinião numa época foi rejeitada numa época seguinte.

B) As opiniões mudam de época para época.

C) Todas as opiniões aceites numa época consideram-se erradas na época seguinte.

D) Algumas opiniões erradas consideram-se verdadeiras na época seguinte.

E) Nenhuma das respostas anteriores é correcta. 

 

Crítica: A autora desta questão, Sara R., pretende que só uma das respostas é correcta. Ora, se reflectirmos bem, verificamos que tanto a resposta A) como a B) e a D) estão correctas. Portanto, esta questão está mal construída e vai penalizar alunos que responderam bem mas diferente da única reposta que se considera certa.

 

E, em um teste de Maio de 2011, de Sara Raposo, figuram as seguinte questões:

 

2.2 "...Concepção de Deus segundo a qual este é único, todo-poderoso, omnisciente, misericordioso, absolutamente bom, etc" expressa uma posição:

 

A) ateísta.

B) teísta.

C) religiosa

D) agnóstica

E) Nenhuma das alternativas anteriores é correcta.

 

Crítica: Há duas respostas correctas e não uma- supostamente a B) teísta - como pensou a autora da questão. O teísmo é espécie dentro do género religião. A resposta C) está também correcta: a crença no Deus único e misericordioso é uma posição religiosa. A questão 2.2 possui, pois, certa ambiguidade.

 

2.3  A alínea que constitui um exemplo de politeísmo é:

 

A) Alá.

B) Zeus.

C) os deuses gregos;

D) Jesus Cristo.

E) Nenhuma das alternativas anteriores é correcta.

 

Crítica: A autora do teste presume que só há uma resposta correcta: a C), os deuses gregos. Mas de facto há duas respostas correctas: a resposta B), Zeus, o pai dos deuses do Olimpo, está igualmente certa, visto que Zeus é apenas a figura mais importante do panteão dos deuses gregos, um politeísmo. Logo, a questão 2.3 é deficiente.

 

CONFUSÕES SOBRE DETERMINISMO

 

Sara Raposo, que com Carlos Pires tem a autoria do blog «Dúvida Metódica», escreveu no post «Se o determinismo radical for verdadeiro, salvar 155 pessoas não tem qualquer mérito, publicado em 3 de Fevereiro de 2009 nesse blog:

 

«A palavra “determinismo” exprime a ideia de que tudo o que acontece é o efeito ou o resultado de um acontecimento anterior. Assim, os acontecimentos não ocorrem devido ao acaso, têm sempre uma causa que, ao ser conhecida, nos permite compreender a razão de ser dos factos.
«Assim, dizemos que o acontecimento X causou o acontecimento Y (por exemplo: ao largar uma caneta, a existência da força gravítica é a causa da sua queda para o solo). Assim, torna-se possível, conhecido o nexo causal entre determinados fenómenos, prever a sua ocorrência, pois supomos que há uma relação necessária entre a causa e o efeito, o que significa que a presença de um conduz inevitavelmente à ocorrência do outro. Esta concepção filosófica permite descrever, segundo a teoria do determinismo radical, não só os fenómenos da natureza como também as acções humanas.» (Sara Raposo. «Se o determinismo radical for verdadeiro, salvar 155 pessoas não tem qualquer mérito»; o bold é posto por mim).

 

Definir determinismo como "a teoria que exprime a ideia de que tudo o que acontece é o resultado de um acontecimento anterior" é um erro, erro generalizado entre os filósofos analíticos. Esta errónea definição dada por Sara Raposo exprime, sim, o princípio da razão suficiente formulado por Schopenhauer - que poderíamos designar por causalismo: nada acontece sem uma causa - mas não o determinismo que postula que nas mesmas circunstâncias as mesmas causas A produzem sempre os mesmos efeitos B. Quando se diz que Deus criou o mundo por um acto livre existe um acontecimento anterior à criação - a vontade divina - mas não há aí qualquer determinismo, mas sim um «livre-arbítrio» divino, uma causa incausada. Ora o livre-arbítrio é causa de muitos acontecimentos e, onde ele existe, há causa sem determinismo.

 

 

NÃO SE PODE CONHECER O QUE É FALSO?

 

A propósito de conhecimento, pairam igualmente confusões neste blog «Dúvida Metódica». Carlos Pires escreve:

 

«Só se pode conhecer o que é verdadeiro, aquilo que de facto sucede. Aquilo que não sucede não pode ser conhecido, pois nada há para conhecer.
Tal como uma pessoa se pode enganar e julgar ver algo sem realmente estar a ver, também se pode enganar e julgar que conhece e afinal não conhecer.
Mas isso não significa que a pessoa tenha um conhecimento falso. É comum ouvirmos falar de conhecimentos falsos. No entanto, essa expressão não pode ser entendida literalmente, é apenas uma maneira de falar. Se conhecer é conhecer verdades, se não se podem conhecer falsidades, então não há conhecimentos falsos. Se uma crença é falsa, não é conhecimento. Se uma crença constitui conhecimento, não é falsa. Por isso, há crenças falsas mas não conhecimentos falsos

 

«Em suma: para haver conhecimento é preciso haver verdade. Esta é uma condição necessária do conhecimento.» (Carlos Pires, O carácter factivo do conhecimento, in «Dúvida Metódica»; o bold é posto por mim).

 

O termo conhecimento possui dois sentidos, como exige a dialética, disciplina estranha a Nigel Warburton, Simon Blackburn, João Branquinho, Desidério Murcho e outros divulgadores da filosofia analítica: o conhecimento de ideias e teorias, que são interpretações da realidade; o conhecimento da realidade, objectiva em si mesma. Por isso, é possível conhecer falsidades, que são ideias, imagens e teorias erróneas. Exemplo: pode conhecer-se a teoria da vacinação, uma falsidade científica que propaga a ideia de imunização através da inoculação de vírus vivos ou atenuados e toxinas no organismo humano; e pode conhecer-se a verdade objectiva de milhares de pessoas não vacinadas que nunca contraíram a "respectiva" doença, a verdade objectiva de pessoas com regimes de saúde natural (veganismo, macrobiótica, lacto-ovo-vegetarianismo, etc) que gozam de maior saúde do que os milhões de infectados por vacinas.

 

A tese de que "só pode conhecer-se a verdade" é antidialética e totalitária: não há verdade sem falsidade, conhecer a verdade implica conhecer ao menos o vulto da não verdade, isto é, da falsidade. Há duas noções de verdade em foco: a verdade em si mesma, objectiva, e a verdade como apreensão pelo sujeito (aletheia). Isto não é entendido por Carlos Pires nem pelos articulistas da «Crítica na rede»,  conhecido veículo de divulgação do confuso pensamento analítico em Portugal e Brasil.

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Segunda-feira, 25 de Fevereiro de 2013
Teste de filosofia do 11º ano (2º período, 2013)

 

Eis um teste de filosofia, o primeiro do segundo período lectivo, livre de perguntas de resposta múltipla com "X" que é típico da simplificação empobrecedora do pensamento, hoje muito em voga.

 

Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 11º ANO TURMA A
18 de Fevereiro de 2013. Professor: Francisco Queiroz

 

I

««As sete relações filosóficas segundo Hume correspondem, de certo modo, às categorias segundo Kant mas as primeiras são a posteriori e as segundas são a priori.  Em Kant, o entendimento é condicionado, reduz à unidade o diverso das intuições empíricas e a razão é incondicionada e produz antinomias. »

 

1) Explique, concretamente, este texto.

II

 

2) Relacione, justificando:

 

A) Os quatro passos gnosiológicos de Descartes desde a dúvida hiperbólica e o conjunto res cogitans, res extensa e res infinita.

B) A formação do fenómeno MESA e a formação do conceito empírico de MESA, segundo a gnosiologia de Kant,.

 

C) Substância e acidente, em Aristóteles, e substância em David Hume.

 

III

 

3) Disserte, livremente, sobre os seguintes temas:
«O anti empirismo do paradoxo de Zenão, e o conhecimento proposicional segundo Russell. O ser em Hegel, nas suas três fases, e o ser em Parménides. »

 

 

 

 

CORRECÇÂO DO TESTE, COTADO PARA UM TOTAL DE 20 VALORES

 

1) As sete relações filosóficas são, segundo David Hume: identidade, semelhança, relações de tempo e de lugar, proporção de quantidade ou número, graus de qualidade, contrariedade e causação. É discutível saber se são noções a posteriori, ou seja, que surgem na experiência sensorial e não antes desta, ou se são formas a priori, isto é, estruturas vazias que estão antes da primeira experiência. As categorias, em Kant,  são formas a priori do entendinento, isto é, mecanismos inatos do pensamento, anteriores a toda a experiência sensorial, como por exemplo, unidade, pluralidade e totalidade (categorias da quantidade). Podemos fazer corresponder a relação filosófica de causação (determinismo), em Hume, à categoria de necessidade (lei infalível de causa-efeito)  em Kant. Também podemos estabelecer correspondência entre a relação filosófica de identidade e a categoria de inerência e subsistência (substância e acidente). (ESTAS FRASES VALEM TRÊS VALORES). Em Kant, o entendimento, faculdade que pensa e conhece os fenómenos, é condicionado pela sua estrutura interna (a tábua das categorias e a tábua dos juízos puros) e pela sensibilidade onde se desenham os fenómenos (árvores, aviões, montanhas, etc). Reduz à unidade a diversidade das intuições empíricas: exemplo, o conceito de casa, formado no entendimento, é um só e resume as diferentes casas que se formam e percepcionamos na sensibilidade exterior ao corpo. A razão é incondicionada porque é livre, não tem regras que a limitem, e pensa o mundo metafísico, incognoscível. As antinomias da razão são as teses contrárias que ela produz, balançando de uma a outra, porque não tem conhecimento: por exemplo, «Deus existe, Deus não existe», «O mundo é finito, o mundo é infinito». (VALE TRÊS VALORES).

 

2) A) Os quatro passos do raciocínio de Descartes são pautados pelo racionalismo, doutrina que afirma que a verdade procede do raciocínio, das ideias da razão e não dos sentidos:

Dúvida hiperbólica ( «Uma vez que quando sonho tudo me parece real, como se estivesse acordado, duvido da existência do mundo, das verdades da ciência, de Deus e até de mim mesmo »).

Idealismo solipsista («Penso, logo existo» como mente). Este passo liga-se à RES COGITANS ou SUBSTÂNCIA PENSANTE, que é o pensamento de todos e de cada um dos entes humanos. 

Idealismo não solipsista («Se penso tem de haver alguém mais perfeito que eu que me deu a perfeição do pensar, logo Deus existe). Neste passo, emerge a RES INFINITA, isto é, a SUBSTÂNCIA INFINITA que é Deus, o criador de todas as coisas. 

Realismo crítico («Se Deus existe, não consentirá que eu me engane em tudo o que vejo, sinto e ouço, logo o mundo de matéria, feito só de qualidades primárias, objetivas, isto é, de existe fora de mim»). Realismo crítico é a teoria gnosiológica segundo a qual há um mundo de matéria exterior ao espírito humano e este não capta esse mundo como é. Descartes, realista crítico, sustentava que as qualidades secundárias, isto é, as cores, os cheiros, os sons, sabores, o quente e o frio só existem no interior da mente, do organismo do sujeito, pois resultam de movimentos vibratórios exteriores e que o mundo exterior é apenas composto de formas, movimentos e tamanhos. Este último passo liga-se à RES EXTENSA, ou seja, EXTENSÂO, o espaço material dotado de comprimento, largura e altura. (VALE QUATRO VALORES).

 

2) B) O fenómeno MESA forma-se na sensibilidade, uma das três partes do espírito humano, do seguinte modo: os númenos afectam, desde o exterior, a sensibilidade (isto é, o espaço e o tempo que rodeiam o corpo do sujeito) e fazem nascer nela um caos de sensações (cores, matéria, sons, etc). Esse caos é moldado pelo espaço (extensão e formas geométricas) e pelo tempo (duração, sucessão simultaneidade) e transforma-se numa mesa, no fenómeno mesa. O entendimento intervém na medida em que confere à mesa o carácter de substância, de divisibilidade (em partes: pernas, tampo, etc).

O conceito empírico de MESA forma-se no entendimento do seguinte modo: as imagens / intuições empíricas de mesa (as imagens das diferentes mesas que vimos) sobem da sensibilidade ao entendimento, passando pela imaginação. O entendimento, munido de categorias ou conceitos puros como unidade, pluralidade, realidade, recebe as diversas imagens de mesa e redu-las a uma imagem abstracta única, o conceito de mesa, de base empírica. (VALE TRÊS VALORES)

 

2) C) Substância, em Aristóteles, é, em primeira mão, o ente, o objecto material, o composto que resulta da união da essência ou forma da espécie (eidos) com a matéria-prima universal (hylé). Assim Sócrates é uma substância: une a forma comum homem à matéria prima informe, indeterminada e universal, e daí resulta este homem único, de nariz achatado, chamado Sócrates que não tem essência enquanto imdivíduo.

Substância, em David Hume, é uma ideia, a representação de um corpo supostamente exterior a nós, formada a partir de impressões de sensação (exemplo: a rosa que vejo e toco é só real na minha percepção) de impressões de reflexão . Em Aristóteles substância é uma coisa real material - realismo - em Hume substância é uma ideia - idealismo. (VALE TRÊS VALORES).

 

 

3) O paradoxo de Zenão sustenta o seguinte: um corredor veloz, Aquiles, não consegue apanhar uma tartaruga que se move a uma certa distância à frente dele porque, em cada segundo, percorre metade da distância que o separa da tartaruga mas esta adianta-se um pouco nesse lapso de tempo, e embora Aquiles acabe por ficar colado a ela nunca a consegue atingir; assim se prova, racionalmente, que o movimento é ilusório. Isto é anti empirismo, ou seja, é racionalismo, porque nega as percepções empíricas, a imagem de Aquiles a ultrapassar a tartaruga. Isto é conhecimento proposicional, isto é, conhecimento teórico, como sustenta Bertrand Russell. (ESTAS FRASES VALEM DOIS VALORES). Hegel considerou o ser ou ideia absoluta como a essência da história universal: na primeira fase, a ideia absoluta (Deus) está sozinho e pensa em criar o universo, o espaço e o tempo; na segunda fase, a ideia absoluta aliena-se em matéria, em reino mineral, vegetal e animal; na terceira fase, a ideia absoluta renasce em forma de humanidade, que combina o espírito da primeira fase com a matéria da segunda fase, e progride em direção à liberdade. Em Hegel, o ser é móvel e transformável, passa a não-ser na segunda fase, ao contrário do ser teorizado pelo grego Parménides, imóvel e eterno, sem devir, uno, contínuo, contíguo, homogéneo, limitado como uma esfera, imutável e imperceptível aos sentidos, apenas perceptível à razão. (ESTAS FRASES VALEM DOIS VALORES).

 

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Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2013
Teste de filosofia do 10º ano de escolaridade ( 2º período lectivo)

 

Eis um teste de filosofia, o primeiro do segundo período lectivo, que não usa o terreno pantanoso das perguntas de resposta múltipla que é típico dos sectários da filosofia analítica, pobres em pensamento.  

 

Escola Secundária Diogo de Gouveia , Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA C
14 de Fevereiro de 2013. Professor: Francisco Queiroz

 

I

«O imperativo categórico de Kant é formal e autónomo e é distinto do hedonismo sensualista de Aristipo de Cirene. O templo cristão da Idade Média foi construído segundo o princípio da correspondência microcosmo-macrocosmo e implicava uma certa mística, incluindo a gematria da Cabala, e talvez a reminiscência de arquétipos

 

1) Explique concretamente este texto.

 

II

 

2) Relacione, justificando:

 

A) Realismo crítico e racionalismo.
B) Dualismo antropológico no estoicismo e dualismo no taoísmo.
C) Ética utilitarista de Stuart Mill e determinismo com livre-arbítrio (determinismo moderado).

III

3) Disserte sobre o seguinte tema:

 

“As quatro causas de um ente segundo Aristóteles, os quatro arquês e a cosmogénese segundo Pitágoras de Samos ”.

 

 

 

CORRECÇÂO DO TESTE, COTADO PARA UM TOTAL DE 20 VALORES

 

1) O imperativo categórico, verdadeira lei moral, gerada no eu racional ou numénico, é formal, ou seja abstracto, porque apresenta a seguinte formulação: «Age como se quisesses que a tua acção fosse uma lei universal da natureza». Dá-se apenas a forma (equidade, agir de igual modo com todos) mas não o conteúdo concreto. Por isso deixa a cada pessoa autonomia para preencher o seu imperativo categórico pessoal. É, pois, autónomo. É diferente do hedonismo sensualista de Aristipo de Cirene uma vez que este postulava que o maior bem é o prazer dos sentidos (comer, beber, entregar-se ao sexo, etc) e o mal é a dor, a privação de bem-estar. O agir por dever em Kant, opõe-se ao agir por prazer sensual, em Aristipo. (ESTAS FRASES VALEM TRÊS VALORES). O templo cristão da Idade Média era um microcosmo (pequeno mundo organizado) que reflectia o macrocosmo (o grande universo): por isso a catedral medieval tinha a forma de um homem (Cristo) de braços abertos. A abside correspondia à cabeça de Cristo e estava voltada para Oriente, onde nasce o Sol símbolo de Cristo. O altar corresponde ao coração e o transepto aos braços abertos. As naves ao tronco e pernas de Cristo. Assim o que está em baixo (o templo) é espelho do que está em cima (um gigantesco corpo de Cristo atravessando o universo).  Isto implica mística ou seja união íntima com a divindade. E comportava a gematria, uma disciplina da Kabalah judaica, que faz corresponder letras a números (exemplo: A=1, B=2, C=3, D=4). Por exemplo, sendo o nome de Cristo em grego equivalente ao número 888, o eixo que liga a base do altar à cúpula da catedral de Troyes mede 88 pés e 8 polegadas - medida intencional. A construção do templo na medida em que incorporava cilindros, prismas e outros poliedros era talvez uma reminiscência, isto é, uma vaga lembrança dos arquétipos de cilindro, de prisma e outros existentes, segundo Platão, num mundo acima do céu visível chamado mundo inteligível ou das formas puras. (VALE QUATRO VALORES).

 

2) A) Realismo crítico é a teoria gnosiológica segundo a qual há um mundo de matéria exterior ao espírito humano e este não capta esse mundo como é. Descartes, realista crítico, sustentava que as cores, os cheiros, os sons, sabores, o quente e o frio só existem no interior da mente, do organismo do sujeito, e que o mundo exterior é apenas composto de formas, movimentos e tamanhos. Isto é racionalismo, pois esta teoria afirma que a razão é a principal fonte de conhecimento, negando uma parte das percepções empíricas.(VALE TRÊS VALORES).

 

2) B) O dualismo antropológico no estoicismo, filosofia baseada na aceitação do destino e no lema «Aguenta e abstèm-te», consiste em dividir o ser humano en 2 polos: o eu racional ou guia interior, que consegue dominar as paixoes e filosofar; o eu animal ou corpo, fonte das paixões da ambição, da cólera, dos prazeres da carne.

O dualismo no taoísmo pode ser visto segundo vários ângulos: o Tao, mãe e ritmo do universo, desdobra-se em duas ondas contrárias, Yang (luz, calor, verão, vermelho, crescer) e Yin (escuridão, frio, inverno, azul, diminuir); o agir, que é próprio dos ambiciosos, dos políticos e dos que se consagram ao estudo livresco, e o não agir, que é próprio do sábio contemplativo e do camponês que segue o ritmo da natureza, isto é, o Tao. (VALE TRÊS VALORES).

 

2) C) A ética utilitarista de Stuart Mill tem como pilar primeiro o princípio da maior felicidade, isto é, propiciar a felicidade à maioria das pessoas envolvidas numa situação, mesmo prejudicando uma minoria de pessoas, e como pilar segundo, os bons princípios da tolerância e do respeito para com o próximo e a qualidade superior de certos prazeres do espírito (música, literatura, ciências, etc). Supõe, como seu suporte metaético, o determinismo com livre-arbítrio isto é, a doutrina que sustenta que as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos, na natureza biofísica (determinismo) e ao mesmo tempo, os homens dispõem de livre-arbítrio, isto é, de capacidade de escolha livre após reflexão. (VALE TRÊS VALORES).

 

3) Há 4 causas de um ente, segundo Aristóteles: formal (a forma do ente), material (a matéria-prima de que é formado o ente) eficiente (aquele ou aquilo que gerou ou fabricou o ente) e final (a finalidade do ente). Na doutrina de Pitágoras de Samos, há quatro princípios (arquês) de todas as coisas que configuram a cosmogénese (nascimento do cosmos) do seguinte modo: do vazio surge um ponto (número um); o ponto desdobra-se em dois que afastando-se formam uma linha recta (número dois); da recta sai um ponto que projectando-se sobre ela segundo infinitas rectas gera um plano (este é o número três); do plano sai um ponto que, projectando-se segundo três linhas rectas sobre esse plano, gera o tetraedro ou pirâmide de três lados (esta é o número quatro). Estes números-figuras, combinando-se entre si, formam todos os objectos do universo (árvores, planícies, animais, homens, etc). A soma dos quatro números figuras essenciais dá 10, o número divino ou tétrade. (VALE QUATRO VALORES).

 

 

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Teste de filosofia do 10º ano de escolaridade (2º período lectivo, 2013)

 

Eis um teste de filosofia, o primeiro do segundo período lectivo, que não usa o terreno pantanoso das perguntas de resposta múltipla que é típico dos sectários da filosofia analítica, pobres em pensamento.  Os professores portugueses podem e devem  resistir ao analfabetismo filosófico promovido pelos partidários da filosofia analítica vulgar, objectivamente ao serviço da manipulação e despolitização da juventude. Há muitos professores que são tão ignorantes que não conhecem a teoria triádica da história de Hegel, a teoria dos três mundos em Platão, as leis da dialética, o idealismo de Berkeley e de Kant - apenas conhecem as leis de Morgan, os inspectores de circunstâncias e umas tantas banalidades filosóficas.

 

Escola Secundária Diogo de Gouveia,  Beja
TESTE DE FILOSOFIA, 10º ANO TURMA B
14 de Fevereiro de 2013.            Professor: Francisco Queiroz

 

I

«“O Tao não age e, no entanto, tudo se faz por seu intermédio”, dizia Lao Tse.  O templo cristão da Idade Média foi construído segundo o princípio da correspondência microcosmo-macrocosmo, de que a teoria platónica da participação é um exemplo, e implicava uma certa mística, incluindo a gematria da Cabala

 

1) Explique concretamente este texto.

 

II

 

2) Relacione, justificando:

A) Máxima, Imperativos Categórico e Hipotético, e Vontade Heterónoma e Autónoma em Kant.

 

B) Dualismo antropológico no estoicismo e três partes da alma em Platão.

 

C) Ética utilitarista de Stuart Mill, relativismo e subjectivismo moral.

 

III

3) Disserte sobre os seguintes temas:

 

“O livre-arbítrio, o fatalismo e o determinismo na acção humana. Os quatro arquês e a cosmogénese segundo Pitágoras de Samos ”.

 

 

CORRECÇÂO DO TESTE, COTADO PARA UM TOTAL DE 20 VALORES

 

1) O Tao, origem e ritmo do universo, oscilação permanente entre o Yang, (dilatação, calor, fogo, dia, alto, som) e o Yin (contração, frio, água, noite, baixo, silêncio), não age, isto é, não actua com intencionalidade, acontece espontaneamente. E tudo se faz por seu intermédio: semear e colher obedece aos ritmos da lua, o trabalho nos escritórios, escolas ou nos campos obedece à alternância dia-noite (Tao), a cura das doenças demora X dias (obedecendo ao Tao), as estações o ano desenrolam-se segundo o Tao, etc. (ESTAS FRASES VALEM TRÊS VALORES). O templo cristão da Idade Média era um microcosmo (pequeno mundo organizado) que reflectia o macrocosmo (o grande universo): por isso a catedral medieval tinha a forma de um homem (Cristo) de braços abertos. A abside correspondia à cabeça de Cristo e estava voltada para Oriente, onde nasce o Sol símbolo de Cristo. O altar corresponde ao coração e o transepto aos braços abertos. As naves ao tronco e pernas de Cristo.Assim o que está em baixo (o templo) é espelho do que está em cima (um gigantesco corpo de Cristo atravessando o universo). A teoria da participação em Platão sustenta que os entes do mundo da matéria participam, isto é imitam, dos arquétipos ou modelos perfeitos existentes no mundo inteligível. Assim as estátuas de Cristo na catedral participam no modelo inteligível que é o Cristo vivo, na transcendência. Isto implica mística ou seja união íntima com a divindade. E comportava a gematria, uma disciplina da Kabalah judaica, que faz corresponder letras a números (exemplo: A=1, B=2, C=3, D=4). Por exemplo, sendo o nome de Cristo em grego equivalente ao número 888, o eixo que liga a base do altar à cúpula da catedral de Troyes mede 88 pés e 8 polegadas - medida intencional. (VALE QUATRO VALORES).

 

2) Máxima, segundo Kant, é um princípio moral subjectivo que cada pessoa adopta. A máxima deve ser transformada em imperativo categórico, isto é, na verdadeira lei moral que, à partida, tem uma formulação abstracta: «Age como se quisesses que a tua acção fosse lei universal da natureza», isto é, aplicável a todos sem distinções. Exemplo: A máxima «Gosto de ajudar pessoas como´higienista naturopata, ensinando-lhes a cura das doenças através da alimentação vegetariana» pode ser transformada no imperativo categórico: «Ensina todas as pessoas do mundo a alimentar-se mediante frutos, legumes frescos e cereais de modo a evitarem e curarem todas as doenças e aplica a ti mesmo essa mesma arte dietética». O imperativo categórico baseia-se na vontade autónoma, livre, do eu racional.

O imperativo hipotético, ou falsa lei moral desenhada no eu inferior, corporal, não racional, enuncia-se assim: «Age de modo a beneficares acima de tudo a ti mesmo, familiares e amigos, secundarizando as outras pessoas ou mesmo prejudicando-as.» Baseia-se na vontade heterónoma (isto é a vontade estranha ao eu racional), nos desejos corporais egoístas. Muitas máximas do tipo «Em primeiro lugar, eu e sempre eu», «Ganhar dinheiro e enriquecer sem me preocupar com a pobreza de outros é o meu lema» dão corpo a este imperativo. (VALE TRÊS VALORES).

 

2) B) O dualismo antropológico no estoicismo, filosofia baseada na aceitação do destino e no lema «Aguenta e abstèm-te», consiste em dividir o ser humano en 2 polos: o eu racional ou guia interior, que consegue dominar as paixoes e filosofar; o eu animal ou corpo, fonte das paixões da ambição, da cólera, dos prazeres da carne.

O eu racional equivale, em Platão, ao Nous, ou razão intuitiva, a parte superior da alma, que apreende o Bem, o Belo, o Justo e outros arquétipos; o eu corporal equivale à parte inferior da alma ou Epytimia, sede dos prazeres da comida, bebida, acumulação de dinheiro e bens materiais, etc. A parte intermédia da alma é o Tymus ou Tumus e faz a síntese entre as outras duas: enquanto sede da honra, da coragem e do brio militar tenderá a estar ligada ao Nous. (VALE TRÊS VALORES).

 

2) C) A ética utilitarista de Stuart Mill tem como pilar o princípio da maior felicidade, isto é, propiciar a felicidade à maioria das pessoas envolvidas numa situação, mesmo prejudicando uma minoria de pessoas. É aplicada de forma relativista, isto é, de forma variável, segundo a classe social, a sociedade, a época. Exemplo: a felicidade de um grupo de pessoas X que venceu o euromilhões poderá ser aplicar o dinheiro na compra de casas e automóveis de luxo, mas a felicidade do grupo de pessoas Y que venceu, em outro concurso, o euromilhões poderá consistir em edificar casas de acolhimento para sem abrigo ou crianças orfãs. O subjectivismo é a teoria que afirma que a verdade é íntima, varia de pessoa a pessoa. Ora, em numerosos casos, existe subjectivismo na apreciação do que é fazer feliz a maioria. (VALE TRÊS VALORES)

 

3) O livre-arbítrio é a capacidade de escolher, mediante reflexão, os seus valores e as suas acções. É compatível com o determinismo, princípio segundo o qual nas mesmas circunstâncias as mesmas causas geram os mesmos efeitos, mas é incompatível com o fatalismo, doutrina segundo a qual não existe liberdade nenhuma, nem na natureza física nem no ser humano, e tudo está rigorosamente predestinado.

Na doutrina de Pitágoras de Samos há quatro princípios (arquês) de todas as coisas que configuram a cosmogénese (nascimento do cosmos) do seguinte modo: do vazio surge um ponto (número um); o ponto desdobra-se em dois que afastando-se formam uma linha recta (número dois); da recta sai um ponto que projectando-se sobre ela segundo infinitas rectas gera um plano (este é o número três); do plano sai um ponto que, projectando-se segundo três linhas rectas sobre esse plano, gera o tetraedro ou pirâmide de três lados (esta é o número quatro). Estes números-figuras, combinando-se entre si, formam todos os objectos do universo (árvores, planícies, animais, homens, etc). A soma dos quatro números figuras essenciais dá 10, o número divino ou tétrade. (VALE QUATRO VALORES).

 

  

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Sábado, 16 de Fevereiro de 2013
Sincronismos ontofonéticos de 5 de Janeiro a 17 Fevereiro de 2013

 

Eis alguns sincronismos de acontecimentos cujos nomes são, de algum modo similares, ou cujos conteúdos apresentam claras analogias, no período de 5 de Janeiro a 17 Fevereiro de 2013.

 

A minha teoria postula que em cada dia, ou em cada dois a quatro dias, alguns grupos fonéticos e ideias são dominantes nos factos históricos noticiados na imprensa escrita ou nas televisões. Por exemplo, de 11 a 15 de Fevereiro de 2013, a ideia de queda de pedra está em foco: no dia 11, o papa Bento XVI, suposto sucessor de Pedro (evoca: PEDRA) , anuncia a sua queda do cargo; no dia 15, fragmentos de um meteorito (PEDRA) caem sobre uma cidade nos montem Urais, Rússia,ferindo 1000 pessoas. Não sou eu que invento as coincidências. Descubro-as: elas estão lá, na vida real, objectiva. Nem os astrónomos, nem os psicanalistas, nem os filósofos analíticos e fenomenológicos as detectam porque não possuem uma percepção holística do curso da vida quotidiana.

 

Em 5 e 6 de Janeiro de 2012, as ideias de TORRE e ALTO elevam-se em foco: no dia 5, um cidadão espanhol morre, ao despenhar-se numa herdade perto de ALTER do Chão (evoca: ALTO, TORRE) o ultraleve que pilotava, em Málaga uma criança é mortalmente atropelada por um carro do cortejo de Reis na praça General TORRIjos (evoca: TORRE); no dia 6, o EsTORIL (evoca: ESTORE, TORRE) perde por 1-3 com o Benfica.

 

Em 6 e 7 de Janeiro de 2012, as ideias de PROSTITUTA, ROSA, CLARA e CARVALHO estão em foco: Gérard Depardieu, o actor milionário francês, é recebido pelo presidente da RÙSSIA (evoca: ROSA) Vladimir PUTIN (sugere: PUTA, PROSTITUTA), o telejornal da SIC exibe reportagem sobre as PROSTITUTAS do bairro da Quinta do Grilo em Viseu, que exibem os seios à janela dos apartamentos onde vivem, Paulo de CARVALHO canta no Centro Cultural de Belém na Gala do Expresso; no dia 7, a sindicalista Anabela CARVALHEIRAS (evoca: CARVALHO) declara a um telejornal que as comemorações dos 53 anos do Metropolitano de Lisboa «estão a comemorar o funeral do Metro», o telejornal da RTP exibe ROSÁRIO Gama (evoca: ROSA), presidente da Associação Nacional de Aposentados, Reformados e Pensionistas a queixar-se dos cortes ilegais que o governo PSD-CDS aplicou nos rendimentos dos reformados, falo de EsCLARmonde de Foix (evoca: CLARA), a castelã cátara de Montsegur em 1244, numa aula da ESDG, CLARA Palma vem saudar-me, na ESDG, e comunicar-me que está à venda o novo disco dos bejenses «Cantigas do Baú», de que é a vocalista.

 

Em 8 e 9 de Janeiro de 2012, os nomes e ideias de SOFIA, BRITO, NOGUEIRA e CHORA estão em foco: no dia 8, um incêndio irrompe numa hospedaria da rua BRITO Camacho, em Matosinhos, cumpre aniversário SOFIA Branquinho, aluna da ESDG em Beja, o cine Pax Julia em Beja exibe em sessão única o filme «O Gebo e a sombra» de Manuel de Oliveira em que a filha do contabilista Gebo se chama SOFIA e a mulher dele, Doroteia, CHORA no filme por causa do filho marginal, António CHORA, da comissão de trabalhadores da Auto Europa, fala a um telejornal sobre a empresa onde hoje cessa um período de lay off; no dia 9, Vítor BRITO, amigo do emigrante que, no dia 8, se feriu com gravidade ao explodir pólvora no lugar onde cortava chapas de metal com uma rebarbadora em Faro, fala no telejornal da TVI, Mário NOGUEIRA, secretário-geral da Fenprof, entrevistado na RTP, denuncia a política de destruição do ensino público levada a cabo pelo governo de Passos Coelho e Paulo Portas, um telejornal noticia que o militar da GNR de Valpaços Carlos NOGUEIRA foi injustamente condenado a 2 meses de prisão por, em Março de 2009, ter ido buscar outro carro para realizar vigilância nocturna após o seu superior hierárquico ter estacionado o veículo em que iam e se ter posto a dormir.

 

Em 9 de Janeiro de 2012, as ideias de LUÍS e LUZ estão em foco: na ESDG, em Beja, o professor LUÍS M. ajuda-me no envio de um e-mail aos Reais Alcázares de Sevilha, a funcionária D.LUÍSA dá-me informação sobre sala disponível para reunião com encarregados de educação, no estádio da LUZ o Benfica vence por 3-2 a Académica de Coimbra.

 

Em 10 e 11 de Janeiro de 2013, os nomes NUNES e FILIPE estão em foco: no dia 10, um telejornal exibe Natália NUNES, da DECO, a dizer que muitas famílias possuem cinco dívidas num valor médio de 70 000 euros; no dia 11, a RTP exibe uma reportagem sobre Artur Baptista da Silva, o intelectual habilidoso que se faz passar por conselheiro da ONU e catedrático de economia sem o ser, e Mário NUNES, da Academia do Bacalhau, dá o seu depoimento sobre Baptista da Silva, o professor da ESDG António FILIPE Marques cumpre aniversário e um telejornal aborda o caso de FILIPA Xavier, autora de um blog, que com um comentário sobre uma carteira de senhora Chanel levou à retirada de um video da Samsung da internet.

 

Em 11 e 12 de Janeiro de 2013, o nome SOARES e as ideias de MALI/MAL e FRANÇA estão em foco: numa reportagem sobre os«dinossauros» autárquicos, o telejornal da RTP exibe Jaime SOARES, presidente da câmara de Vila Nova de Poiares desde Maio de 1976; no dia 12, fracassa um ataque de helicópteros FRANCESES contra uma base de rebeldes no sul da SoMÁLIA (evoca: MAL, MALI) Mário SOARES, socialista AFRANCESADO, iniciado há décadas na Grande Loja de FRANÇA, é internado no Hospital da Luz, em Lisboa. com sintomas de disposição e alterações de tensão arterial, o telejornal da RTP difunde declarações de uma portuguesa na capital do MALI sobre a tranquilidade face à aproximação de militares franceses, noticia-se que IzMAILov (evoca: MALI) vai jogar pelo FC Porto contra o Benfica na Luz, a RTP 2 exibe à noite um concerto do cantor Tito PARIS (evoca: FRANÇA).

 

Em 11, 12 e 13 de Janeiro de 2013, a ideias de AR, MORTE e MURTA estão em foco: no dia 11, AARon Swartz (evoca: AR) , de 26 anos. um reconhecido programador e ativista da internet livre, co-fundador do Reddit por meio de uma startup, comete suicídio em Nova York, nos Estados Unidos, depois de ser indiciado por «furtar artigos acadêmicos» do sistema eletrônico do renomado MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts na sigla em inglês) já que modificou IP e MAC Address do computador para baixar “milhões” de documentos do sistema acadêmico do MIT; no dia 12, o ex presidente socialista Mário SoARES (evoca: AR) de 88 anos, é internado no hospital da Luz em Lisboa com problemas de tensão arterial, o ex ministro socialista MURTEira Nabo (evoca: MURTA, MORTE) encontra a sua vivenda de luxo na Praia Grande roubada e devassada por assaltantes; no dia 13, o telejornal da RTP informa que a Direção Geral de Saúde em Portugal só autoriza a substituição dos implantes MamÁRios (evoca: AR) nas mulheres operadas em hospitais públicos cujos implantes revelem ruptura ou sejam causa de dor ou infeção, um acidente numa prova de motocrosse em Chão Miúdo, concelho de MORTÁgua (evoca: MORTE), envolvendo três motos causa dois mortos e um ferido grave.

 

Em 13 de Janeiro de 2013, a ideia de ANJO está em foco: de madrugada, falo com SolANGE Mata (evoca: ANJO) no bar Lanterna, em Beja, quatro militantes do movimento Femen, defensor dos direitos das mulheres e dos homossexuais e protagonista de ações em "topless" na Rússia, na Ucrânia ou, ainda, em Londres, colocam-se ao lado da árvore de Natal que está na praça, de São Pedro junto à basílica de São Pedro, Vaticano, em Roma, e despem-se, mostrando escritas no tronco nú palavras de ordem como "Cala-te" ou "Nos 'Gay' Nós Confiamos", numa alusão à frase "Em Deus Nós Confiamos", que tem uso oficial nos Estados Unidos enquanto o Papa Bento XVI recitava o ANGELUS, acabando por ser detidas.

 

Em 13 e 14 de Janeiro de 2013, as ideias de MORTE e ÁGUA estão em foco: no dia 13, um acidente numa prova de motocrosse em Chão Miúdo, concelho de MORTÁGUA (evoca: MORTE e ÁGUA), envolvendo três motos, causa dois mortos e um ferido grave; no dia 14, ocorre em Beja a MORTE do CANALIZADOR (evoca: ÁGUA, MORTE e ÁGUA) Diogo Sousa, de 76 anos de idade, residente no Bairro das Portas de Mértola.

 

Em 15 de Janeiro de 2013, as ideias de ROSA e LUXEMBURGO em foco: Jéssica ROSA, aluna da ESDG, fala-me de uma colega interessada em ir à viagem de estudo a Sevilha, passam 98 anos sobre o assassínio da dirigente operária marxista ROSA LUXEMBURGO em Berlim, num corredor da ESDG a aluna I.,que tem os pais no LUXEMBURGO, saúda-me.

 

Em 16 e 17 de Janeiro de 2013, as ideia de SAL e ESPINHO estão em destaque: no dia 16, o professor Jorge Cravo, biólogo, diz-me, na ESDG, que «a cultura intensiva do olival, em que os nitratos são permanentemente fornecidos às oliveiras, SALiniza os solos e faz com que, após uns 15 anos de uso intensivo, estes sofram a desertificação, incapazes de produzir ervas e culturas variadas», encontro em Beja a colega Lídia que me diz que, reformada, se desloca por vezes a ESPINHO e ao Porto, a casa de familiares, o grupo de cante alentejano «Os Bubedanas» canta no programa televisivo «Portugal no Coração» e, um dos membros, Bernardo ESPINHO, explica a origem deste grupo coral bejense; no dia 17, de madrugada, um automóvel embate num separador e despista-se por uma ribanceira, junto da rotunda de Alcácer do SAL do IP2, mas o condutor, um professor em Beja, escapa com vida.

 

Em 17 e 18 de Janeiro de 2012, as ideias de VITÓRIA, FRANÇA e GRANDE estão em destaque: no dia 17, a aluna VITÓRIA pede-me, na ESDG, impressos para os pais autorizarem a ida dos alunos a Sevilha, em visita de estudo, um GIGANTESCO incêndio florestal que abrange 75 000 hectares lavra em VICTORIA, Austrália, Passos Coelho visita François Hollande, presidente da FRANÇA, em Paris; no dia 18, passam 79 anos sobre a revolta armada dos operários vidreiros da Marinha GRANDE contra o governo ditatorial de Salazar, o médico Sequeira Duarte fala da acroMEGALIA (sugere: MEGA, GRANDE) doença de GIGANTISMO nas crianças, originada por excesso de hormonas de crescimento, um canal de TV nos EUA transmite entrevista a Lance Armstrong, o GRANDE vencedor de 7 voltas consecutivas à FRANÇA em ciclismo, que admite ter-se dopado com EPO e recebido transfusões de sangue para obter as vitórias.

 

Em 18 de Janeiro de 2013, o nome ou fonema ARI em foco: no dia 18, passam 98 anos sobre o nascimento no Porto do general Kaulza de ARRIaga,passam 83 anos sobre o nascimento de MARIa de Lurdes Pintassilgo, passam 79 anos sobre a revolta armada na MARInha Grande, passam 29 anos sobre a morte do grande poeta José Carlos ARY dos Santos.

 

Em 18 e 19 de Janeiro de 2013, a ideia de JARDIM está em foco: no dia 18, o banqueiro Jorge JARDIM é condenado a pagar 1 milhão de euros à justiça portuguesa por práticas ilegais enquanto gestor do BCP, o padre JARDIM Moreira da Rede Europeia contra a Pobreza fala no telejornal da RTP, Vera JARDIM, jurista do PS, fala sobre a corrupção em Portugal no telejornal da RTP; no dia 19, Leonardo JARDIM é, subitamente, destituído de treinador de futebol do Olimpiakos de Atenas.

 

Em 18, 19 e 20 de Janeiro de 2012, os nomes LAMPREIA, GUILHERME e SEBASTIÃO imperam, em foco: no dia 18, transporto na minha viatura, uma pessoa amiga até à sucata LAMPREIA. em Ferreira do Alentejo; no dia 19, SEBASTIAN Loeb vence em Monte Carlo a primeira prova, em 2013, do campeonato mundial de raly WRC; no dia 20, dia de São SEBASTIÃO, converso um pouco, num bar de Beja, com José LAMPREIA, agente da GNR e ex aluno da ESDG em Beja, e tenho uma conversa extensa com o jornalista Paulo Barriga sobre a desaparição, dos círculos de sociabilidade tradicionais (a família, a paróquia, a vizinhança amiga de rua) no mundo de hoje, falamos de Fernando Pessoa e Agostinho da Silva, que apreciamos, e refiro o SEBASTIANISMO português e a magia do mosteiro da Batalha e do centro histórico de Beja, falo do falecido escultor e esoterista Paulo GUILHERME d´Eça Leal que descobriu, através de cálculos geométricos a existência de uma cripta secreta no interior do Mosteiro da Batalha, saúdo GUILHERME, ex aluno da ESDG, que frequenta um curso de turismo.

 

Em 20 e 21 de Janeiro de 2013, os nomes EUGÉNIO, DANIEL e CASTRO elevam-se em foco: no dia 20, os telejornais transmitem as críticas de EUGÉNIO Fonseca, presidente da Caritas, à pobreza instalada por este governo PSD-CDS na sequência da corrupção das parcerias público-privadas levadas a cabo pelo anterior governo do PS, o economista DANIEL Bessa fala no programa «Prós e Contras» da RTP, um telejornal mostra Pedro CASTRO, director comercial da Caetano Power, a falar do baixo nível de vendas dos automóveis elétricos em Portugal, a TVI mostra a prática do Bootcamp, um treino militar dado a civis por um fuzileiro e mostra declarações de um praticante, o professor José Pedro CASTRO; no dia 21, encontro, em Beja, EUGÉNIO Carrega, ex modelo e actor, natural da Trindade, e, no programa «360» da RTP, DANIEL Traça responde a João Adelino Faria.

 

Em 22 de Janeiro de 2013, VIANA DO CASTELO está em foco: o presidente da fundação Gil Eannes, José Maria Costa, anuncia que o antigo navio-hospital Gil Eannes vai regressar em fevereiro aos Estaleiros Navais de VIANA DO CASTELO (ENVC), onde foi construído em 1955, para os primeiros trabalhos de docagem desde que foi transformado em museu, há 15 anos, e à noite, no cineteatro Pax Julia em Beja, é exibido em sessão única o filme «Aristides de Sousa Mendes, o cônsul de Bordeús» filmado, durante 6 semanas e meia, em VIANA DO CASTELO e arredores, em particular no monte de Santa Luzia.

 

De 22 a 24 de Janeiro de 2013, as ideias de TEXAS, FÁBRICA, SUSANA e RICARDO estão em foco: no dia 22, um homem desencadeia um tiroteio num campus universitário em Houston, TEXAS, e fere 3 pessoas; no dia 23, após uma reunião de banqueiros, RICARDO Salgado, do BES, declara que o regresso de Portugal aos mercados financeiros para atrair empréstimos a juros abaixo dos cinco por cento, nesse dia, foi uma «vitória», o golfista RICARDO Santos lidera os Masters do Qatar, FABRICIO (evoca: FÁBRICA) Corona, rei dos fotógrafos paparazzi italianos, é preso na estação de Queluz, por chantagem, SUZANNE Cotter, a nova directora do museu de Serralves no Porto, apresenta as linhas do seu programa; no dia 24, 70 trabalhadores da fábrica TEXmin (evoca: TEXAS) de Barcelos manifestam-se à porta da empresa porque estão sem salário desde Outubro, SUSANA e Bruno ensinam-me a dançar a valsa inglesa no salão da Capricho Bejense.

 

Em 25 de Janeiro de 2013, a ideia de DURO em destaque: o telejornal da RTP exibe Emília DURO, directora clínica do Hospital de Beja, a falar do internamento de 3 adolescentes que fumaram uma substância alucinogénea comprada numa smart shop em Beja, noticia-se que a empresa CopiDOURO (evoca: DURO) tem salários em atraso

 

Em 27 de Janeiro de 2013, as ideias de SANTA MARIA e PORTO ALEGRE acham-se em foco: a boate Kiss incendeia-se em SANTA MARIA, no estado do Rio Grande do Sul, cuja capital é PORTO ALEGRE, no Brasil, e um autocarro que viaja de PORTALEGRE a SANTA MARIA da Feira cai numa ravina, no IP8, em Carvalhais, Sertã, morrendo 11 pessoas.

 

Em 27 e 28 de Janeiro de 2013, as ideias e nomes de FARINHA, BEJA e MIGUEL estão em destaque: no dia 27, a concelhia de Serpa do PS elege Noel FARINHO como candidato à presidência da Câmara de Serpa nas autárquicas deste ano, um homem de 46 anos fere gravemente a tiro a mulher, de 53 anos, e o filho, de 14 anos, na rua Afonso de Albuquerque junto da Casa da Cultura na cidade de BEJA; no dia 28, telejornal da SIC exibe José FARINHO Nunes, presidente da câmara municipal da Sertã, a dizer que tem que haver investigação às obras feitas no troço do IC8 onde, na véspera, um autocarro se precipitou por uma ribanceira morrendo 11 pessoas, e exibe o ministro MIGUEL Macedo a falar do acidente, e noutra notícia exibe a loja «Recanto Luso» no Mercado de San MIGUEL em Madrid, noticia-se que a ASAE instaurou processo crime contra a Smart Shop da cidade de BEJA que vendeu substâncias psicotrópicas a três meninas, de 13 a 15 anos, que foram hospitalizadas, MIGUEL Sousa Tavares comenta no telejornal da SIC a crise nascida no seio da direção do PS dizendo que «António José Seguro é o reverso da medalha de Pedro Passos Coelho» e não tem preparação política e doutrinária para liderar o PS e o país

 

Em 29 de Janeiro de 2013, o nome DELGADO encontra-se em foco: cumprimento a aluna Mara DELGADO num corredor da ESDG, em Beja, é exibido em sessão única no Pax Júlia, em Beja, o excelente filme «Operação Outono» sobre o assassinato do general Humberto DELGADO e da sua secretária Arajir de Campos, em 13 de Fevereiro de 1965, na área de Badajoz, em Espanha, por Casimiro Monteiro e três outros agentes da PIDE de Salazar, noticia-se que a deputada Glória Araújo, do PS, apanhada a conduzir alcoolizada há semanas atrás em Lisboa, foi substituída na Comissão de Ética da Assembleia da República pelo deputado do PS Pedro DELGADO Alves.

 

Em 30 de Janeiro de 2013, a ideia de PAÇO está em foco: o primeiro-ministro PASSOS Coelho é fortemente vaiado por trabalhadores ao chegar ao museu de Serralves, no Porto, o PAÇOS de Ferreira é vencido 0-2 pelo Benfica.

 

Em 31 de Janeiro de 2012, as ideias de TOMAR, SETE, e CORREIO estão em foco: Passos Coelho leva a Cavaco Silva os nomes de SETE secretários de Estado que deverão tomar posse amanhã, uma criança de quatro anos morre após cair de um SÉTIMO andar de um prédio em CORROIOS (evoca: CORREIO), no Seixal, encontro um amigo, na estação de CORREIOS de Beja, que acaba de receber uma carta de TOMAR quando levo comigo o livro de Juan Atienza «A meta secreta dos Templários» que inclui um mapa incorporando TOMAR na geografia sagrada dos templários,

 

De 29 de Janeiro a 1 de Fevereiro de 2013, as ideias e nomes de ADOLFO e ARMÉNIO estão em foco: no dia 29, passa em exibição única em Beja, o filme «Operação Outono» sobre o assassínio do general Humberto Delgado pela PIDE em 1965, filme em que surge a figura do antifascista ADOLFO Ayala; no dia 30, passam 80 anos sobre a tomada de posse de ADOLFO Hitler como chanceler da Alemanha; no dia 30, ARMÉNIO Carlos é criticado na TV por se ter referido a um funcionário «escurinho» do FMI, na manifestação de professores do dia 26; no dia 1, ADOLFO Mesquita Nunes é um dos 7 novos secretários de Estado do governo PSD-CDS, que tomam posse neste dia, um candidato à presidência da república da ARMÉNIA é alvejado a tiro.

 

Em 1 e 2 de Fevereiro de 2013, a ideia de REI encontra-se em foco: no dia 1, passam 105 anos sobre o assassinato do REI D. Carlos, no Terreiro de Paço, em Lisboa, por elementos da Carbonária; no dia 2, no programa «Bom dia Portugal», da RTP, o músico Rui REIninho (evoca: REI), vocalista dos GNR, fala do novo disco do grupo e do espectáculo «Afectivamente» que o grupo vai realizar e diz, em defesa da saúde por meios naturais, que «desde que deixei de me vacinar contra a gripe e de tomar antibióticos melhorei de saúde, já vamos em Fevereiro e não estive doente.»

 

Em 3 e 4 de Fevereiro de 2013, os nomes e ideias de RIBEIRO e MAR estão em foco: no dia 3, converso com o músico bejense Paulo RIBEIRO, num bar de Beja, e ele manifesta a necessidade de os músicos portugueses afirmarem a língua materna e fala de excelências de Vitorino e de Chico Baião, o malogrado músico dos Ortigões; no dia 4, a RTP transmite notícia da união de sete empresas de MÁRmores alentejanos (evoca: MAR) e o telejornal da TVI mostra José Pinho RIBEIRO, engenheiro electrónico, inventor de uma máquina de aproveitar a energia cinética das ondas do MAR.

 
Em 5 e 6 de Fevereiro de 2013, a ideia de LIMA em foco: no dia 5, Fernando LIMA declara ao Banco de Portugal que João Rendeiro, presidente do BPP, diluiu, fraudulentamente, os seus prejuízos financeiros em contas de clientes do banco; no dia 6, o ministro Álvaro Santos Pereira explica no parlamento a nomeação de FranqueLIM (evoca: LIMA) Alves como secretário de Estado do Empreendedorismo.

 

Em 6 e 7 de Fevereiro de 2013, as ideias de NUNO, ATUM, TERRA e EGIPTO estão em foco: no dia 6, o PCP denuncia o facto de a ministra Assunção Cristas ter nomeado NUNO Brito director geral de um organismo estatal um dia antes de tomar posse como secretário de Estado, o ministro NUNO Crato reune com os reitores das universidades em Aveiro, o presidente do Irão é quase agredido com um sapato no Cairo, capital do EGIPTO, tem lugar, na biblioteca municipal de Beja, a conferência «Erotismo e sexualidade no antigo EGIPTO» de Luís Manuel Araújo, do Museu Nacional de Arqueologia, que alude ao deus egípcio ATUM; no dia 7, milhares de manifestantes enfrentam a polícia em TUNES (lembra: ATUM), Tunísia, em protesto contra a morte de um líder da oposição, noticia-se que há 2 dias um militar da GNR, a prestar serviço no posto do TORRÂO (evoca: TORRE, TERRA), chocou a sua viatura com uma carrinha que transportava futebolistas do Alcaçovense, perto de Évora, uma pedra de 15 toneladas cai de um camião em TERRUgem (evoca: TERRA), Elvas, e mata a condutora de um automóvel.

 

Em 8 de Fevereiro de 2013, a ideia de CAIXA em foco: uma carruagem de um comboio descarrila junto da estação de CAXIAS (evoca: CAIXA), o telejornal da SIC transmite a quarta parte do documentário «BPN, a fraude» intitulada «A CAIXA negra».

 

Em 9 e 10 de Fevereiro de 2013, a ideia de VINHO está em foco: no dia 9, Manuela Paçó, uma professora de 47 anos de VINHAIS (evoca: VINHO) mata o filho, Martim, de 12 anos, autista, atirando-o de uma janela do quarto andar do Hotel Íbis, em Bragança, e suicida-se atirando-se da mesma janela enquanto o marido Eurico Gonçalves é entronizado numa confraria; no dia 10, decorre o cortejo de rua de carnaval em VIDIgueira (sugere: VIDE, VINHO).

 

Em 11, 12 e 13 de Fevereiro de 2013, as ideias de PEDRO, BENTO e PAPA estão em foco: no dia 11, o PAPA BENTO XVI, suposto sucessor de São PEDRO, anuncia a sua renúncia ao cargo, a ter lugar em 28 de Fevereiro; no dia 12, falo com PETRA, ex aluna da ESDG, na festa musical carnavalesca em Cuba do Alentejo, e junto do Hospital PEDRO Hispano (nome de PAPA poruguês na Idade Média), no Porto, um automobilista despista-se, derruba com o veículo um poste que cai sobre um jovem de 18 anos que morre; no dia 13, Filipe La Féria, encenador teatral, de Vila Nova de São BENTO, fala no programa da manhã da RTP sobre o espectáculo que produziu sobre Amália Rodrigues, há anos.

 

Em 11 e 12 de Fevereiro de 2013, as ideias de ELA, BENTO, FARO e CHAVES DE PEDRO em foco: no dia 11, AdELE (evoca: ELA), cantora, recebe um prémio Grammy, o PAPA BENTO XVI anuncia a sua renúncia ao cargo, isto é, a renúncia às CHAVES DE PEDRO (o papado); no dia 12, vejo de madrugada, a ex aluna PETRA na festa de Cuba do Alentejo e perco por meia hora a CHAVE de casa (evoca: CHAVE DE PETRA/ PEDRO), a pequena ELLE, irlandesa de 8 anos, é devolvida à mãe no refúgio Aboim Ascensão, em FARO, compro em Cuba pão de FARO do Alentejo, Luis BENTO, professor da Universidade Autónoma, fala a um telejornal das vantagens económicas de celebrar o carnaval.

 

De 11 a 15 de Fevereiro de 2013, a ideias de PEDRA e QUEDA de PEDRA estão em foco: no dia 11, aniversário do estudante da ESDG PEDRO Horta, o papa Bento XVI, suposto sucessor de São PEDRO (evoca: PEDRA), anuncia a sua cessação ou QUEDA do cargo dentro de 17 dias; no dia 15, fragmentos de um meteorito (PEDRA) caem sobre uma cidade nos montem Urais, na Rússia, ferindo 1000 pessoas.

 

 

Em 12 e 13 de Fevereiro de 2013, as ideias de FRANÇA, BADAJOZ, CAMPO e PORTO estão em foco: no dia 12, a Assembleia Nacional de FRANÇA aprova as leis do casamento homossexual e da adopção de crianças por casais homossexuais, no carnaval de Cuba do Alentejo destaca-se, pela beleza dos seus trajes e coreografia, o corso de Talavera la Real, BADAJOZ; no dia 13, FRANquelim Alves (evoca: FRANÇA), secretário de Estado do Empreendedorismo, ouve críticas à sua inclusão no governo, no parlamento, por ter feito parte do BPN, o telejornal da RTP emite uma notícia sobre o FRANCHising (evoca: FRANÇA) mostrando Vasco Ferreira da Urban Obras, um sismo de magnitude 3,1 Richter eclode em Paredes, distrito do PORTO, passam 94 anos sobre a restauração da República na cidade do PORTO aniquilando aqui a «Monarquia do Norte», passam 48 anos sobre o assassinato do general Humberto Delgado, especialmente ligado à cidade do PORTO, e da sua secretária Arajarir de CAMPOS por uma brigada da Pide de Salazar, perto de BADAJOZ, Espanha, há um acidente de automóvel no CAMPO Grande, na cidade de Lisboa.

 

Em 14 de Fevereiro de 2013, as ideias de SUICÍDIO e SANTA VITÓRIA estão em foco: o aluno da turma  11º A da ESDG João Romão, residente em SANTA VITÓRIA (Beja), lê na aula de Português  um texto de Eça de Queiroz de «Os Maias», que relata o SUICÍDIO a tiro de Pedro, filho de Afonso, e, em SANTA VITÓRIA (Beja), um homem de nome Hermenegildo SUICIDA-SE por enforcamento.

 

Em 15 de Fevereiro de 2013, os nomes de NUNO e CARVALHO estão em foco: um telejornal anuncia um espectáculo de solidariedade tauromáquica com o forcado da Moita NUNO CARVALHO, que ficou paraplégico ao ser colhido por um toiro, e à noite, encontro, num bar em Beja, o professor NUNO Mamede e a esposa de apelido CARVALHO.

 

Em 15 e 16 de Fevereiro de 2013, as ideias de CORDA e CORREIA, ASA e AZEVEDO estão em foco: no dia 15, Passos Coelho declara ante militantes PSD no Porto que «Os portugueses podem estar confiantes de que o Governo não exigirá mais do que aquilo que é necessário para que se cumpram os objetivos, sem que a CORDA que está esticada possa vir a partir»; no dia 16, a RTP noticia que a Cimpor, agora propriedade do grupo Camargo CORREIA, vai despedir 150 trabalhadores, noticia-se que Belmiro de AZEVEDO deixou a presidência executiva da Sonae Indústria a Rui Manuel CORREIA, vejo o mágico ilusionista e agente da PSP António AZEVEDO (evoca: ASA) na Feira do Chocolate, no centro de Beja, passam 77 sobre o triunfo da Frente Popular, liderada por Manuel AZAña (evoca: ASA), na primeira volta das eleições legislativas na República Espanhola.

 

Em 16 e 17 de Fevereiro de 2013, as ideias de OLHO/ MIRAR/VISÂO em foco: no dia 16, milhares de espanhóis manifestam-se contra o empobrecimento e o governo capitalista do PP e cantam o «GRÂNDOLA, vila morena» (sugere: GRANDE OLHO); no dia 17, BelMIRO de Azevedo (sugere: MIRAR, OLHO) cumpre 75 anos de idade e TVI transmite o seu programa «Sons de Portugal» a partir de MIRAnda do Douro (evoca: MIRAR).

 

 

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Quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2013
Sonetos- III

 

EU ERA UM VERSO

 

Eu era, enfim, um verso, um soneto
e tu a imagem de oiro, aliteração,
o teu vestido justo, branco e preto,
a rosa de te ter adoração.

 

E vivo em ti a harpa das carícias,
a noite em Beja, em Serpa, em Moura, aqui,

no harém das estrelas, nas delícias,
de seres minha mulher, e vivo em ti.

 

És odalisca de oiro e de safira,
o electrão que salta, invade, gira
e eu protão e núcleo que te atrai.

 

Ó meu amor, cidade, escadaria,
aldeia branca, cálice, armaria,
platina do instante que se esvai!

 

Francisco Limpo

 

O TEU CORPO, CASTRO DE PIRITE

 

Perpétua rosa, o meu amor é tanto,
vitríolo mulher, luz de alquimia,
do fosfato de zinco do meu espanto,
por ti, eu vivo e morro a cada dia.

 

E os teus seios de oiro, que deleite!
E o teu ventre de harpa, fantasia!
Beijo a tua essência, sem enfeite,
no casco do silêncio, na alegria.

 

E sei, amor, que os teus olhos são meus
que os meus lábios te buscam como ateus,
que sabem que o Céu mora todo em ti.

 

Em ti se plasma a Deusa, Afrodite,
o teu corpo é um castro de pirite,
plasma de amor em que renasci.

 

Francisco Limpo

 

A NOITE DAS TAÇAS DO AMOR

 

Nos teus seios rolavam Babilónias
sutiãs de seda e beijos de ouro
e a minha boca límpida em begónias
e o meu ardor de Sagitário touro.

 

E a seda azul anil das tuas ancas
e o óculo central do teu umbigo
e a porta do teu ventre já sem trancas
escancarada ao mar do meu sentido.

 

E a noite imprópria das taças do amor
do vinho da beleza e do ardor
tuas nádegas brancas sem limite.

 

E o meu desejo, gelo do calor
força da inércia, cálice incolor,
ponta de lança em ferro ou em pirite.

 

Francisco Limpo

 

 

BREVIDADE

 

Nada dura para sempre. Nem o amor.
Nem a democracia, a ditadura,
nem a força, a saúde e o valor,
nada de imortal em nós perdura.

 

As memórias são o instinto que conserva
um escudo para sua protecção.
E a imaginação queda-se serva
do mito da plena duração.

 

Somos apenas o pincel do instante
que Deus usou, em tela de diamante,
mas cuja tinta em breve se dissolve.

 

E queremos ser eternos... é ilusão,
é o instinto vital em projecção
de uma vida que nunca se resolve.

 

Francisco Limpo

 

 

MIL ANOS DE AMOR

 

Amar-te-ei mil anos meu amor,
ainda que mil anos sejam uma noite,
a lava vermelha do teu ardor
o meu corpo no teu, como um açoite.

 

O sutiã vermelho, a rocha, o seio,
a boca em oiro, o vinho atravessado.
Ontologia: o tempo de permeio,
o futuro na vulva do passado.

 

Mil anos vão passando, hora a hora,
no beijo, no orgasmo que demora,
no paroxismo azul dos meus sentidos.

 

Ah como és linda! Geme, grita, chora
no abraço deste que te adora,
na pérola do mar dos teus gemidos.

 

Francisco Limpo

 

 

CORTIÇA DO DIA

 

É o sobreiro da noite. É Alentejo,
a cortiça do dia é descascada,
fica a alma em mosteiro, recurvada
na abóbada do sonho que revejo.

 

Nos capitéis coríntios do acaso,
há trigo na planície, e girassol,
e uma casa branca com um vaso,
à porta, sob o púlpito do sol.

 

Chocalhos das ovelhas, fim de tarde,
Serpa, Vale de Vargo, onde algo arde..
É talvez o teu corpo de mulher.

 

Rosa dos ventos, bússola, sextante,
é tua pele em mim. Sou navegante,
navego o mar de ti por conhecer.

 

Francisco Limpo

  

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Sábado, 9 de Fevereiro de 2013
Acidentes de comboio em Portugal e área 20º-21º do signo de Aquário

 

Uma das leis que preside à ocorrência de acidentes de comboio em Portugal é a seguinte: a passagem do Sol ou de um planeta na área 20º-21º do signo de Aquário ( graus 320º-321º da eclíptica) é condição necessária mas não bastante para a ocorrência de descarrilamento, choque de comboios, atropelamento de pessoa ou abalroamento de automóvel ou outro veículo por um comboio em Portugal. Eis alguns exemplos.

 

Em 21 de Janeiro de 2013, com Marte em 20º 27´/ 21º 15´ de Aquário, o comboio regional que seguia do Entroncamento para Coimbra e que habitualmente era formado por uma UTE (Unidade Tripla Eléctrica), com seis carruagens é embatido, na estação de Alfarelos, pelo comboio Intercidades, que seguia para o Porto, cuja locomotiva, mais pesada, entra pelas carruagens adentro, abrindo-as, causando 15 feridos; em 22 de Janeiro de 2012, com Marte em 21º 15´ / 22º 2´ de Aquário, o carro de um homem que fugia à polícia por roubar gasóleo é abalroado por um comboio da linha do Norte que seguia no sentido Aveiro-Coimbra no apeadeiro de Fornos, Vilela, Coimbra, e o homem foge; em 1 de Fevereiro de 2013, com Mercúrio em 21º 55´/ 23º 51´ de Aquário, no apeadeiro de Santa Ana, no Cartaxo, um automóvel é abalroado por dois comboios, resultando dois feridos;  em 8 de Fevereiro de 2013, com Sol em 19º 22´/ 20º 23´  de Aquário, de manhã, a carruagem de um comboio da linha de Cascais descarrila na curva do Mónaco, junto da estação da CP, outro comboio descarrila na recta de Algés, linha de Cascais.

 

As próximas datas da passagem de um planeta em 20º-21º de Aquário são 18 e 19 de Fevereiro de 2013 quando Marte transitar esses graus. Há, evidentemente, outras leis astronómicas que regem os acidentes de comboio em Portugal. Chamo a isto Astrologia Histórico-Social, ou seja, aplicação da Astronomia à História Social, Política, Económica e Tecnológica.

 

PS- Se é professor ou estudante de filosofia, história, astrologia ou demais ciências, porque não começa a compreender os movimentos planetários e a astrologia histórico-social e a libertar-se da crucial ignorância a que o votaram nessa matéria? Adquira na nossa loja online www.astrologyandaccidents.com as nossas obras «Álvaro Cunhal e Antifascismo na Astrologia Histórica», recentemente lançada, «Os acidentes em Lisboa na Astronomia-Astrologia» e outras que lhe fornecem conhecimentos que em nenhum outro lado pode encontrar. É tempo de ser culto e profundo! Pense por si, sem receio dos clichés dominantes.

 

 

 

 

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Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2013
Uma imperfeita tradução do Tractatus de Wittgenstein por M.S.Lourenço

 

O Tractatus Logico-Philosophicus de Ludwig Wittgenstein, traduzido para português por M.S.Lourenço e publicado pela Fundação Calouste Gulbenkian,  contém vários erros de tradução. Por exemplo:   

 

 "2:01  A state of affairs (a state of things) is a combination of objects (things). (Ludwig Wittgenstein,Tractatus Logico-Philosophicus). 

 

A tradução  é:

 «2.01  O estado de coisas é uma conexão entre objectos (coisas). (Ludwig Wittgenstein, Tratado Lógico-Filosófico , Investigações Filosóficas, pag. 30, Fundação Calouste Gulbenkian; tradução de M.S.Lourenço).

 

A tradução é imperfeita. Combinar não é, em rigor, o mesmo que conexionar. Combinar o açúcar com o chá não é o mesmo que conexionar o açúcar com o chá: o açúcar dissolve-se no chá, é uma conexão interna. A conexão do açúcar que fica no fundo da chávena com o chá que enche esta não é do mesmo tipo que a conexão-dissolução do restante açúcar que se combinou com o chá, adoçando este.

 

Outro exemplo da distorsão do pensamento original:

 

2. 012 "In logic nothing is accidental: if a thing can occur in a state of affairs, the possibility of the state of affairs must be written into the thingitself." (Wittgenstein,Tractatus Logico-Philosophicus, pag. 6). 

 

A tradução de M. S. Lourenço é a seguinte:

 

«2.012  Se posso pensar num objecto em conexão com um estado de coisas então não posso pensá-lo fora dessa possibilidade desta conexão.»

 

 

Há aqui uma óbvia deturpação do pensamento de Wittgenstein: enquanto a frase original de Wittgenstein fala de uma coisa acontecer num estado de coisas - por exemplo: um peixe (coisa) só vive no mar (estado de coisas) - e de, por conseguinte, o estado de coisas estar inscrito na coisa - o mar está previsto no organismo do peixe, que tem guelras e barbatanas - a tradução é completamente diferente, assevera que não se pode pensar uma coisa fora do estado de coisas que é o seu contexto natural, o que é falso. Na verdade, pode-se pensar um peixe fora do mar: assado, num prato pronto a comer, etc.

 

Onde Wittgenstein escreve:

 

«2.027  Objects, the unalterable and the subsistent are one and the same.»

 

M.S. Lourenço traduz assim:

«2.027   Só havendo objetos pode haver uma forma firme do mundo.»

 

É uma óbvia deturpação. Na frase 2.027, Wittgenstein nem sequer menciona o termo mundo. A tradução correcta será:

«2.027  Nos objectos, o inalterável e o subsistente são uma e a mesma coisa».

 

Confirma-se a expressão italiana «traduttore, traditore», isto é, aquele que traduz trai o sentido de uma frase ou texto na língua original.

 

 

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Terça-feira, 5 de Fevereiro de 2013
Equívocos de Carlos Morujão e Karl Leonhard Reinhold sobre a ontognosiologia de Kant

Carlos Morujão escreveu, há oito anos, sobre a doutrina de Kant e a interpretação que dela fez  Karl Leonhard Reinhold:

 

«No entanto, o realismo empírico kantiano, mantinha como sabemos, a afirmação da existência de uma realidade que, por se conservar exterior à consciência, seria, contudo, impossível de conhecer. Foi a esta realidade meramente pensada que Kant chamou a coisa-em-si» ( Carlos Morujão, «Karl Leonhard Reinhold: Da "crítica da razão" à  busca do princípio incondicionado de todo o saber» ,in Revista Portuguesa de Filosofia, pag 735, Tomo 61, Fascículos 3-4, «Herança de Kant II- Efeitos & Transformações», 2005).

 

Não é claro que Carlos Morujão entendesse o significado da expressão «realismo empírico» usada por Kant. O realismo empírico kantiano não afirma nenhuma realidade exterior à consciência. Como realismo de um campo empírico, apenas afirma a realidade aparente dos fenómenos. Na verdade é um idealismo. Kant escreveu:

 

«Pelo contrário, o idealista transcendental pode ser um realista empírico e, portanto, como o chamam, um dualista, isto é, admitir a existência da matéria sem sair da simples consciência de si próprio, nem admitir algo mais do que a certeza das representações em mim, por conseguinte, nada mais que o cogito ergo sum.» (Kant, Crítica da Razão Pura, Fundação Calouste Gulbenkian, nota das pags 363-364: o bold é nosso).

 

 

Percebe-se que o "realismo empírico" de Kant se circunscreve ao eu penso (cogito) e, por conseguinte, é um falso realismo, sem embargo de Kant o denominar, ambiguamente, de «dualismo». Isto não é sublinhado nem compreendido por Morujão que prossegue assim:

 

«O objecto é, por conseguinte, a condição externa da representação, não depende dela, nem se modifica ao passo que a sua matéria - no sentido de matéria da representação, por conseguinte, solidária de uma determinada forma - se modifica com a sucessão das nossas representações. É o que acontece, por exemplo, ao aproximarmo-nos de uma árvore ou quando a vemos segundo perspectivas diferentes: a matéria da representação modifica-se, mas não o objecto que lhe servia de fundamento fora da consciência e que constitui o suporte material objectivo de um conjunto de propriedades diferentes que, em cada representação, lhe são atribuídas. É claro que nada impede que se chame ainda, a tal suporte objectivo, uma matéria mas apenas num sentido impróprio e derivado deste termo.» (Carlos Morujão, «Karl Leonhard Reinhold: Da "crítica da razão" à  busca do princípio incondicionado de todo o saber»,in Revista Portuguesa de Filosofia, pag 738, Tomo 61, Fascículos 3-4, «Herança de Kant II- Efeitos & Transformações», 2005; o bold é posto por mim).

 

Dizer que «O objecto é, por conseguinte, a condição externa da representação, não depende dela, nem se modifica» é adulterar a teoria de Kant. De facto, nada se sabe do objecto exterior ao espírito humano: não se pode pois dizer que permanece imutável.

 

Kant escreveu:

 

«Devíamo-nos, contudo, lembrar de que os corpos não são objectos em si, que nos estejam presentes, mas uma simples manifestação fenoménica, sabe-se lá de que objecto desconhecido; de que o movimento não é efeito de uma causa desconhecida, mas unicamente a manifestação fenoménica da sua influência sobre os nossos sentidos; de que, por consequência, estas duas coisas não são algo fora de nós, mas apenas representações em nós; de que, portanto, não é o movimento da matéria que produz em nós representações, mas que ele próprio (e portanto também a matéria que se torna, assim, cognoscível) é mera representação.» (Kant, Crítica da Razão Pura, Fundação Calouste Gulbenkian, nota das pags 363-364: o bold é nosso).

 

Quando Kant escreve os corpos são «uma simples manifestação fenoménica, sabe-se lá de que objecto desconhecido», a que corpos se refere? Às árvores, às mesas e cadeiras, aos cavalos e demais corpos animais, ao céu, à terra. Não existem a árvore-númeno e a árvore-fenómeno, como supõem Carlos Morujão, Karl Leonard Reinhold e a generalidade dos professores de filosofia. Não são o movimento da matéria nem a matéria que produzem em nós representações, diz Kant, eles são representação: isto significa que não há matéria fora do nosso espírito, mas apenas fora do nosso corpo que é uma pequena fração do nosso espírito/ balão cósmico.

 

A árvore ou o céu são, a cem por cento, fenómeno, isto é, representação. Atrás deles há o objecto desconhecido, sem forma, imaterial. Daí que seja um erro de Carlos Morujão qualificar o númeno como «o objecto que lhe servia de fundamento fora da consciência e que constitui o suporte material objectivo de um conjunto de propriedades diferentes». O númeno não tem matéria, não é suporte material de nada. Morujão interpreta Kant como um realista crítico extremo (há objectos materiais fora do nosso espírito, imutáveis, mas incognoscíveis). Mas Kant é um idealista material: a matéria é apenas sensação, realidade aparente, não subsiste fora da nossa sensibilidade, fora do espaço que é o sentido externo desta.

 

O exemplo da árvore como coisa em si que é percebida segundo perspectivas diferentes, dado por Morujão, é erróneo, induz em erro sobre a natureza do númeno, que é incorpórea e indefinível. A árvore, do mesmo modo que a casa, a nuvem ou a montanha é fenómeno-objecto, ou seja, é representação. Extinguem-se se porventura o meu espírito se extinguir.

 

  

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Domingo, 3 de Fevereiro de 2013
Christina Schneider´s confusions about determinism, indeterminism, compatibilism and incompatibilism

A cloud of confusion remains on analytical philosophy about determinism and indeterminism, compatibilism and incompatibilism. In Revista Portuguesa de Filosofia (Portuguese journal of Philosophy), Christina Schneider, of university of Munich, wrote: 

 

«First: There is the problem of determinism versus indeterminism. If the world is deterministic, it is held, then there is no place for alternatives, so wheter or not the result of any human deliberation, is manifested in the "extra-mental" sphere is independent of deliberation. What happens in the world is fixed once and forever from the very begining. This is the root of the disagreement between compatibilists and imcompatibilists. Compatibilists say that indeterminism is not indispensable ingredient for freedom, incompatibilists opt for the contrary. (...) If the world is indeterministic an option to be taken seroiusly, then - so van Inwagen argues - the manifestation of any deliberative process is a pure matter of chance.» (Christina Schneider, Freedom is not a Mistery, in Revista Portuguesa de Filosofia, Tomo 3, Fascículo 4, pagina 1274, Braga, 2007; the bold is put by me).

 

The first confusion of Christina Schneider is about what  is deterministic world: on saying that «If the world is deterministic, it is held, then there is no place for alternatives» she makes a remarkable error. Deterministic world is not a world subject to an absolute fatalism. In deterministic world there is the free will, the deliberation of bilions of human beings and, hence, there are always alternatives, at least apparently. In fact,  the inteligence and capacity of deliberation and free action of man are indeterministic factors to be attached to the deterministic character of the natural world.  There are, always, alternatives because of men´s deliberations and actions: for example, a government may choose to install a nuclear plant in a region of Portugal or Spain (determinism of nuclear energy) or to not install it (absence of determinism of nuclear radiation). Considering both cases, there will be different results in each one. So, it is wrong to state about deterministic world, as Christina Schneider does, that  «What happens in the world is fixed once and forever from the very begining». She confuses determinism with fatalism. On fatalism, there are no alternatives, on determinism there are various alternatives for the same situation or being.

 

The second confusion of Christina is the confusion on compatibilism and incompatibilim. She argues:«Compatibilists say that indeterminism is not indispensable ingredient for freedom, incompatibilists opt for the contrary.» This is wrong. What is compatibilism? It is any formal theory that articulates two entities or two different ways of being. The so-called soft determinism is a compatibilism because reconciles or harmonizes free will and determinism biophysical (Example: a giant wave in the sea approaches but I am free to shove it or not). The so-called libertarianism (free will and absence of byophisical determinism)  is also a compatibilism - «Oh, heresy!», claim analytical philosophers  - because it reconciles the human free will with the freedom of biophysical nature, without fixed  and necessary laws.

 

What is indeterminism? Indeterminism is the absence of necessity, the existence of  chance, random. There are two kinds of indeterminism: in human´s minds and in biophysical nature. Free will is a part of indeterminism although no analytical philosopher conceives this. It is impossible to exist free will without indeterminism. The essence of free will is indeterminism.

 

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