Muitos manuais de filosofia opõem, como título de capítulo, a liberdade ao determinismo. Não se apercebem de que essa não é a contrariedade principal nesta matéria: a liberdade da vontade não é um contrário absoluto, excludente - os espanhóis dizem: excluyente - do determinismo, isto é, do sistema de leis necessárias no qual, nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos.
O contrário absoluto da liberdade em geral, seja esta vontade livre ou seja esta caos e imprevisibilidade nos fenómenos naturais biocósmicos, é o fatalismo.
O determismo é apenas o contrário absoluto do indeterminismo biocósmico - exemplo: ou as sementes se transformam em plantas de caules, folhas e frutos ou não - mas é um contrário relativo - coexistente - do livre-arbítrio.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)
A mudança de conceitos de alguns autores na área da lógica exige rectificações terminológicas. Depois da fase da dicotomia argumentos válidos/ argumentos sólidos, - dicotomia em si mesmo confusa porque um argumento sólido é sempre válido, ou no plano indutivo ou no plano dedutivo ou em ambos - alguns (re) introduziram a dicotomia argumentos dedutivamente válidos/ indutivamente válidos.
Estamos de acordo com esta última distinção. Assim a noção de argumento sólido (exemplo: «O ácido salicílico da aspirina elimina dores de cabeça, já que milhares de observações práticas o comprovaram») engloba a noção de argumento indutivamente válido. E também engloba a noção de argumento dedutivamente válido como, por exemplo:«Os chimpazés têm um intestino com 6-8 metros de comprimento, Chita é um chimpanzé, logo Chita tem um intestino com um comprimento de entre 6 a 8 metros.»
E importa fazer uma correcção: os argumentos indutivos válidos não são apenas os que são baseados na plausibilidade; alguns, que são induções completas sem salto no desconhecido, - como por exemplo: «A Torre de Belém está próxima do Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa» -não são meramente plausíveis, são tão infalíveis como os argumentos dedutivamente válidos.
O Manual português «Filosofia-10º ano», de Luís Rodrigues, apresenta diversas incorrecções teóricas que vamos explicitar. É óbvio que se pode leccionar apoiado nos seus textos, desde que se saiba mostrar as suas insuficiências, os seus paralogismos.
RELATIVISMO NÃO É «HÁ MUITAS INTERPRETAÇÕES SOBRE O MESMO TEMA, TODAS VALEM O MESMO»
«Segundo o RMC (Relativismo Moral Cultural) , cada cultura vê a realidade com óculos de diferentes cores e nenhuma tem o direito de dizer que a sua visão é a única apropriada. Quando se trata de práticas morais de outras sociedades, devemos tentar os óculos que os membros dessas culturas usam.» (Luís Rodrigues, Filosofia 10º ano, volume I, consultor Luís Gottschalk, Plátano Editora).
Esta definição de relativismo é incorrecta: relativismo é reconhecimento da pluralidade e mutabilidade de valores, mas não implica a sua igualização. A igreja católica romana, hoje, é relativista: sustenta que há muitas vias de se chegar a Deus (protestantismo, islamismo, budismo, hinduísmo, taoísmo, animismo, etc) - isto é o relativismo - mas considera que a preferível, a melhor, é a visão e o ritual católico (a contemplação da paixão de Cristo, a mensagem dos Evangelhos, a missa e outros sacramentos) - isto é dogmatismo diferenciador, adicionado ao relativismo.
Também a teoria de Nietschze é um relativismo diferenciador: este pensador alemão sustenta que a moral varia de classe a classe social, existe a moral dos aristocratas (divertir-se, fazer a guerra e esmagar o povo, sem reconhecer os «direitos humanos universais») e a moral da plebe ( revoltar-se contra os senhores, instaurar a democracia, o socialismo ou o anarquismo). Nietschze reconhece o eterno retorno entre estas duas morais - ora predomina uma, ora predomina a outra- mas de nenhum modo as iguala em valor axiológico: a «verdadeira», para ele, é a moral dos aristocratas greco-romanos antigos, a «falsa» , para ele, é a dos liberais burgueses do século XIX, a dos cristãos em geral e a do budismo com a filosofia da compaixão universal, a dos socialistas, anarquistas e comunistas. O relativismo de Nietsche não é atravessado por esse sopro de dúvida universal (cepticismo absoluto) que anula toda a certeza no plano ético. Dir-se-á que se trata de uma moral absolutista, que exclui todo o relativismo porque o «bem» é sempre o mesmo, a vontade de poder dos aristocratas, semi-deuses que fazem a sua lei. É verdade. Mas como Nietzshze inverte gnosiologicamente os valores a sua história da moral é relativista e a sua posição moral é absolutista, aristocrática e antiliberal.
Há duas vias de relativismo moral: o dogmático («Há muitas interpretações sobre o bem e o mal, mas uma ou algumas são preferíveis às outras) e o céptico («Há muitas interpretações sobre o bem e o mal, é impossível hierarquizá-las, valem todas o mesmo»). Luís Rodrigues, tal como Simon Blackburn e tantos outros, só consegue conceber o relativismo céptico ou adicionado de cepticismo.
O SUBJECTIVISMO ÉTICO NÃO É AUTO-REFUTANTE
«O subjectivismo moral nega que haja verdades objectivas e absolutas em ética. Nenhum princípio ético é verdadeiro para todas as pessoas e em todos os lugares. Contudo, os subjectivistas pensam que a sua teoria é a verdade que vale para todas as pessoas em todos os tempos e em todos os lugares. Transformam uma posição relativista em verdade absoluta, o que é contraditório.» (Luís Rodrigues, ibid, pag 140)
Luís Rodrigues deforma o conteúdo do subjectivismo. A fim de atacar esta corrente, transforma-a numa espécie de objectivismo de múltiplas facetas, tantas quantas as pessoas que pensam e sentem e atribui a cada uma o mesmo valor. É um erro crasso afirmar que «os subjectivistas pensam que a sua teoria é a verdade que vale para todas as pessoas em todos os tempos e em todos os lugares».
De facto, as coisas não se passam assim: cada subjectivista não pensa que o subjectivismo dos outros é tão verdadeiro como o seu, como sugere Luís Rodrigues. Por definição, no subjectivismo a verdade é íntima a cada um e não é comunicável a outros, universalizável. Exemplo: um subjectivista julga que Deus se lhe manifesta através do número de nuvens e da forma destas que, em cada manhã, vê no céu, mas não tem a pretensão que outros o acompanhem nesta crença nem dá igual valor às crenças dos outros. Logo, o subjectivismo ético não se auto-refuta. Não se contradiz pelo facto de admitir que cada um tem uma interpretação singular da sua «verdade» (perspectivismo), uma vez que só é verdadeiro, com segurança, aquilo que eu penso e sinto. É, de facto, irrefutável.
O subjectivismo admite, de um modo geral, a coexistência de múltiplas verdades que se contradizem entre si, ainda que, a maioria dos subjectivistas sustente que «a minha verdade é a mais acertada ou a que mais me convém». No pormenor, no juízo aplicado a cada caso, somos todos subjectivistas éticos. E há uma modalidade dentro do subjectivismo, não solipsista, que sustenta que a verdade reside somente na minha subjectividade, estando todas as outras mergulhadas no erro. Em que é que isto é auto-refutante? Existem, aliás, quatro formas de subjectivismo - descoberta minha, não do Joahnes Hessen nem do James Rachels, nem do Peter Singer nem do Simon Blackburn nem do Martin Heidegger - que não vou aqui, neste artigo, explanar. A realidade gnosiológica é uma floresta bem mais rica e luxuriante do que parece à primeira vista...
Repare-se nesta equívoca definição:
«Segundo o subjectivismo moral, os juízos morais são verdadeiros se forem objecto de aprovação individual.» (Luís Rodrigues, ibid, pag 158).
Eis uma definição simplista, parcialmente errónea. Há subjectivistas probabilistas, pragmáticos, que formulam e aprovam juízos morais dos quais duvidam e que, por isso, não são juízos verdadeiros mas envoltos em névoa, provavelmente verdadeiros, como por exemplo o seguinte caso: «Não tenho certezas no plano moral, cada um tem a sua verdade, dou esmola a um pobre uma vez por dia porque talvez isso me purifique e traga boa sorte, mas não sei se este juízo moral favorável à esmola corresponde a algo de verdadeiro». O juízo moral não se torna conteudalmente verdadeiro só pelo facto de ser adoptado por uma consciência individual.
A FILOSOFIA É, EM PARTE, DE NATUREZA EMPÍRICA, E POSSUI MÉTODOS FORMAIS PARA RESOLVER PROBLEMAS
Luís Rodrigues não consegue definir com clareza a natureza dos problemas filosóficos, pois não concebe sequer que estes possuem uma componente empírica.
«Os problemas filosóficos têm duas características importantes:
«1- São relativos às nossas crenças básicas ou fundamentais;
«2- São problemas que não podem ser resolvidos pelos métodos das ciências.» (Luís Rodrigues, «Filosofia-10º ano», 1º volume, pag 12)
Nisto imita Desidério Murcho, esse expoente da hiper-análise, a quem cita no manual:
«Ao contrário da física e da biologia, a filosofia não tem um carácter empírico; é um estudo conceptual. Neste aspecto, a filosofia é mais parecida com a matemática, que também não é uma disciplina empírica. Mas a filosofia distingue-se da matemática por várias razões. Em primeiro lugar, não dispõe de métodos formais de demonstração, como a matemática...Em filosofia, pelo contrário, não há métodos formais para resolver problemas» ( Desidério Murcho, A Natureza da Filosofia e o seu Ensino, Plátano Editora, Lisboa, 2002, pag, 57 citado in «Filosofia-10º ano», volume 1, de Luís Rodrigues, pag. 27-28).
É fácil refutar a nebulosa de confusões de Rodrigues e Desidério:
1) Os métodos das ciências resolveram e resolvem numerosos problemas filosóficos, ainda que fique sempre um resíduo filosófico, inefável, para lá da experiência e da teoria científica. Exemplo: a utilização do telescópio por Galileu e astrónomos posteriores resolveu, refutando-a, a filosofia astronómica de Aristóteles que sustentava haver 54 esferas celestes que giravam em automovimento impulsionadas por planetas e estrelas desejosos de chegar até Deus, o pensamento puro. E tantos outros problemas filosóficos a ciência resolveu, fazendo, embora, nascer outros!
2) A filosofia possui métodos formais para resolver problemas: a lógica de predicados, a lógica proposicional, a lógica dialéctica. Na verdade, quando se diz «Segundo a dialéctica, um divide-se em dois, isto é, em cada fenómeno ou ente há uma luta de dois contrários» e aplicamos isso à ideia de conceito, que estamos a fazer senão a resolver um problema (o que é um conceito?) através de um método formal? Descobrimos que conceito, em regra, é o um divisível em dois: a parte empírica e a parte formal-abstracta.
3) A filosofia é empírica e meta-empírica. Exemplo: a filosofia de Kant possui uma vertente empírica na medida em que postula a existência aparente do mundo dos fenómenos (céu, casas, corpos de homens e animais, etc) e uma vertente meta empírica ou metafísica ao sustentar a subsistência das formas a priori da sensibilidade e do entendimento e do mundo dos númenos (objectos incognoscíveis imateriais).
Na terminologia hegeliana, tanto Luís Rodrigues como Desidério Murcho pensam com o entendimento - o pensamento fragmentário e unilateral, que isola o que não pode ser isolado - e não com a razão - o pensamento holístico, que capta a totalidade das determinações.
O LIBERTISMO NÃO EXCLUI, EM REGRA, O DETERMINISMO
Diz ainda o referido manual:
«O libertismo é uma resposta incompatibilista ao problema ao problema do livre-arbítrio. Segundo os libertistas, o determinismo é falso (o que significa que algumas acções são livres, não são causalmente determinadas) e o indeterminismo também. Isto significa que nem todas as acções são o desfecho necessário de causas anteriores (negação do determismo) ou o resultado do acaso. O que há de comum entre acções causalmente determinadas e acções aleatórias, resultantes do acaso? Em ambos os casos, as acções não dependem da nossa vontade.» ( Luís Rodrigues, ibid, pag 98; o negrito é nosso).
Há aqui a nuvem de uma extraordinária confusão de conceitos. Em primeiro lugar, há uma violação do princípio do terceiro excluído: o determinismo e o indeterminismo não podem ser falsos em simultâneo, mas Luís Rodrigues afirma que podem.
Os libertistas, isto é, adeptos do livre-arbítrio, não negam, necessariamente, o determinismo, ao contrário do que afirma Luís Rodrigues: os que, entre eles, são compatibilistas, reconhecem que há uma esfera de liberdade que confina com a esfera do determinismo. São, portanto, indeterministas no campo da vontade humana - esta é criadora de acções segundo a sua livre improvisação - e podem ser deterministas ou indeterministas no que se refere às leis biocósmicas. Compatibilismo não é extrínseco a libertismo: todos os compatibilistas - que sustentam haver livre-arbítrio e leis necessárias, não livres - são libertistas, ainda que haja libertistas não compatibilistas.
A noção de libertismo perfilhada por Luis Rodrigues, Desidério Murcho, Simon Blackburn e outros é confusa, errónea. Se falam em determinismo duro ou radical e em determinismo moderado, deveriam falar, simetricamente, em libertismo duro ou radical ( que é o que designam por libertismo: liberdade da vontade e liberdade nos fenómenos da natureza) e em libertismo moderado (que é o que designam por compatibilismo: liberdade da vontade humana e não liberdade nos fenómenos naturais).
Esta visão clara falta, em absoluto, a Luis Rodrigues e a Luís Gottschalk, como aliás falta a Simon Blackburn, a Rachels e a tantos renomados teóricos da ética. O panorama dos famosos, na área da filosofia, é , em larga medida, uma fraude. Mantida por editores sem critério profundo e por um público bastante pouco lúcido, filosoficamente falando.
Nota: Na 5ª feira, 25 de Outubro de 2007, das 18.15 às 19.15 horas, haverá palestra sobre o Método Dialéctico, com leitura e comentário (debate) de excertos de textos de Hegel, Lenine e outros no anfiteatro da Escola Secundária Diogo de Gouveia, em Beja, organizado pelo grupo de professores de filosofia dessa escola. A entrada é livre.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz
Hegel concibió el ser como unidad indivisible y vacía y la esencia como dualidad, multiplicidad. Hablando de la oposición relativa entre cantidad y la calidad, Hegel escribió:
«Pero la cualidad es en sí la cantidad y recíprocamente. Por consiguiente, estas dos determinaciones, pasando en el procesus de la medida de una a otra, cada una de ellas no deviene sino lo que es ya en sí y tenemos ahora al ser negado en sus determinaciones, el ser suprimido, el cuál es esencia.» (...)
«Cuando en la esfera del ser, alguna cosa pasa a otro, desaparece. No ocurre lo mismo en la esencia. Aquí no tenemos otro verdadero, sino solamente la diferencia, la relación de lo uno con el otro. Por consiguiente, la transición de la esencia no lo es; porque en la transición de las diferencias de lo uno en lo otro, las diferencias no desaparecen, sino que subsisten en su relación»
(George Hegel, Lógica I, Ediciones Folio, pag 190-191; el bold es puesto por nosotros).
El ser no contiene contradicción en si mismo, si concebido en modo abstracto. Lo mismo no sucede con la esencia, la cuál es el ser negado, reside en la división tesis / antitesis.
Al parecer, la oposición ser / no ser traduce el principio del tercio excluso. Pero la oposición en la esencia es de otro tipo, más concreta: se estriba en el princípio de la no contradicción. Supone la coexistencia de los contrarios, aunque no en el mismo momento y aspecto del fenómeno o ente concreto.
Hegel fue un gran, muy gran pensador. Más grande que Heidegger y la generalidad de los contemporaneos de hoy.
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz
Bertrand Russell did not understand the essential of Kant´ s ontognosiology. It is amazing that partial frauds as the interpretation of kantism by Russell can survive within the universities including
1) Kant would sustain that we can ´t know the real mouth and the real trees, they are «noumena», unknowable. We only know the sensations, which do not correspond to the noumenical objects but distort these ones.
Our Critic to Russell is the following: a tree, a mouth, an human body, the Earth or the sky cannot be a noumena because they have space and time incorporated in them and noumenon are real things outside of space and time. Objects of experience (tables, animals, houses, etc) cannot be noumena, nor even his essence. Russell was so tied to empiricism oriented to a realistic ontology that was unable to empty the exterior reality from material objects with determinate forms. But noumenon have not any form and are not composed by matter. Russell did not realize, as almost all cathedratic teachers, that the kantism supposes two levels of human mind, the interior where is sensation, time, perception and the exterior mind where is the visible world, space, the whole of phenomenon, trees, sky, rivers, animals, etc.
1) We can know the mouth, (the apparently real mouth because there is not another beyond that) and the trees, apparently real trees, real in the measure that they are created by our mind which is inside and outside our body. Certainly, the reality noumena - is behind the phenomenons, that is to say, behind the houses, physical persons, sea, streets, sun, clouds, sky, stars, etc. But there is not a noumenical tree, nor a noumenical mouth (as Russell supposed).
Russell supposed wrongly that the theory of Kant sustains the existence of two spaces:
«Let us know try to consider the questions raised by Kant as regards space in a more general way.(
) Similarly there must be a correlation between space as an ingredient in percepts and space as an ingredient in the system of unperceived causes of percepts. »
(Russell, History of Western Philosophy, pag 649-650).
Even the role carried on by forms in the Theory of Sensibility of Kant was not correctly conceived by Russell:
«What appears to us in perception, which we call a phenomenon, consists of two parts: that due to the object, which we call the sensation, and that due to our subjective apparatus, which, he says, causes the manifold to be ordered in certain relations. This latter part he calls the form of the phenomenon. This part is no itiself sensation, and therefore no dependent upon the accident of environment; it is alaways the same, since we carry it about with us, and it is a priori in the sense that it is not dependent upon experience. » (Russell, ibid, pag 646).
How can Russell separate the sensation from the manifold? The chaos of sensations produced indirectly by noumena inside the sensibility is manifold. The forms are also manifold and, quite the contrary Russell said, are not always the same, but vary: certainly, primitive forms as triangles, circles, squares, etc, are a priori and do not change but the forms of trees, apples, montains, sea waves, human bodies are a posteriori, depend under experience, and change.
Note: How is it possible that us, an obscure teacher of Philosophy at a Secondary School in
© (Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz
Livraria online de Filosofia e Astrologia Histórica