Terça-feira, 20 de Março de 2007
Incompreensões sobre o que são Lógica e Filosofia em documento do Ministério da Educação

Um documento na página oficial do Ministério da Educação em Portugal, da autoria de Desidério Murcho e Júlio Sameiro, com orientações para o Programa de Filosofia do 11º ano,  constitui uma planície de incorrecções, de paralogismos e sofismas. Vejamos alguns desses erros e a sua contraposição.


A LÓGICA (FORMAL) NÃO PERMITE MUITAS VEZES, DISTINGUIR O ARGUMENTO CORRECTO DO INCORRECTO


Diz o documento de Murcho e Sameiro:


1. «A lógica permite-nos 1) distinguir os argumentos correctos dos incorrectos, 2) compreender por que razão uns são correctos e outros não, e 3) evitar cometer falácias ou sofismas na nossa argumentação. »


É falso que, em inúmeros casos, a lógica (formal) permita distinguir os argumentos correctos dos incorrectosSão a intuição empírica e a intuição metaempírica ou inteligível, ilógicas ou a-lógicas, que permitem em numerosíssimos casos distinguir o argumento correcto do incorrecto.  A verdade não se reduz ao Logos concebido como raciocínio discursivo, divisível em momentos: a verdade está igualmente na Noesis - a apreensão intuitiva do inteligível - e na Aisthesis - a sensação.


Vejamos um raciocínio lógico de um sector da oposição democrática ao Estado Novo de Salazar, em Abril e inícios de Maio de 1958, que não constitui um argumento correcto: «Arlindo Vicente é um oposicionista histórico da ditadura de Salazar e, portanto, muito melhor candidato da oposição do que o general Humberto Delgado, que até há poucos anos apoiava o ditador.»  A vida, fonte de intuições empíricas e metaempíricas constantes - que produzem a lógica material ou informal-mostrou naquele Maio de 1958 que Delgado, contra a lógica (formal-ideal) de muitos oposicionistas, era, dado o seu magnetismo pessoal cesarista e antifascista, o melhor candidato.


A VALIDADE É IMANENTE ÀS PROPOSIÇÕES LÓGICAS E FILOSÓFICAS


Afirmam os autores do documento:


«Em filosofia e lógica as afirmações não podem ser válidas nem inválidas


 Este é um erro crasso de pseudopensadores formalistas. A afirmação lógica «o todo é menor que uma das suas partes» é inválida. A afirmação filosófica «a essência é visível, ao contrário das aparências, que nunca se revelam» é inválida. Entender a validade apenas como a conexão abstracta das proposições sem levar em conta o conteúdo concreto destas é o erro de Desidério Murcho e Júlio Sameiro. Validade e verdade são o mesmo, de um modo geral, ainda que se possa introduzir um matiz de diferenciação num certo contexto. Validade formal é verdade formal (exemplo: Se A >B, então B< A ; isto é válido e verdadeiro) e

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<P><FONT size=4>Um documento na página oficial do Ministério da Educação em Portugal, da autoria de Desidério Murcho e Júlio Sameiro, com orientações para o Programa de Filosofia do 11º ano,  constitui uma <STRONG>planície de incorrecções, de paralogismos e sofismas</STRONG>. Vejamos alguns desses erros e a sua contraposição.</FONT></P>
<P align=center><FONT size=4><STRONG>A LÓGICA (FORMAL) NÃO PERMITE MUITAS VEZES, DISTINGUIR O ARGUMENTO CORRECTO DO INCORRECTO</STRONG></FONT></P>
<P><FONT size=4>Diz o documento de Murcho e Sameiro:</FONT></P>
<P><FONT size=4>1. «<SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">A lógica permite-nos 1) <STRONG>distinguir os argumentos </STRONG></SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><STRONG>correctos dos incorrectos</STRONG>, 2) compreender por que razão uns são correctos e outros não, e 3) evitar cometer </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">falácias ou sofismas na nossa argumentação. »</P></SPAN></FONT>
<P><FONT size=4><STRONG>É falso que, <EM>em inúmeros casos,</EM> a lógica (formal) permita distinguir os argumentos correctos dos incorrectos</STRONG>. <STRONG>São a intuição empírica e a intuição metaempírica ou inteligível, ilógicas ou a-lógicas, que permitem em numerosíssimos casos distinguir o argumento correcto do incorrecto.  </STRONG>A verdade <STRONG>não se reduz ao Logos concebido como raciocínio discursivo</STRONG>, divisível em momentos: a verdade está igualmente na Noesis - a apreensão intuitiva do inteligível - e na Aisthesis - a sensação. </FONT></P>
<P><FONT size=4>Vejamos um <STRONG>raciocínio lógico </STRONG>de um sector da oposição democrática ao Estado Novo de Salazar, em Abril e inícios de Maio de 1958, que não constitui um argumento correcto: «Arlindo Vicente é um oposicionista histórico da ditadura de Salazar e, portanto, muito melhor candidato da oposição do que o general Humberto Delgado, que até há poucos anos apoiava o ditador.»  <STRONG>A vida, fonte de intuições empíricas e metaempíricas constantes - que produzem a lógica material ou informal-</STRONG>mostrou naquele Maio de 1958 que Delgado, <STRONG>contra a lógica </STRONG><EM>(formal-ideal)<STRONG> </STRONG></EM>de muitos oposicionistas, era, dado o seu magnetismo pessoal cesarista e antifascista, o melhor candidato.</FONT></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal align=center><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>A VALIDADE É IMANENTE ÀS PROPOSIÇÕES LÓGICAS E FILOSÓFICAS</FONT></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>Afirmam os autores do documento:</FONT></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>«<STRONG>Em filosofia e lógica as afirmações não podem ser válidas nem inválidas</STRONG>.»</FONT></SPAN></P>
<P><FONT size=4> Este é um erro crasso de <STRONG>pseudopensadores formalistas</STRONG>. A <STRONG>afirmação lógica </STRONG>«o todo é menor que uma das suas partes» <STRONG>é inválida</STRONG>. A <STRONG>afirmação filosófica </STRONG>«a essência é visível, ao contrário das aparências, que nunca se revelam» <STRONG>é inválida</STRONG>. Entender <STRONG>a validade apenas como a conexão abstracta das proposições sem levar em conta o conteúdo concreto destas é o erro </STRONG>de Desidério Murcho e Júlio Sameiro. <STRONG>Validade e verdade são o mesmo, de um modo geral, ainda que se possa introduzir um matiz de diferenciação num certo contexto. Validade formal é verdade formal </STRONG>(exemplo: Se A &gt;B, então B&lt; A ; isto é válido e verdadeiro) e <A, e <STRONG <A)><STRONG>validade material é verdade material  </STRONG>(exemplo: É materialmente verdadeiro ou materialmente válido que os sobreiros se</STRONG> revestem de cortiça). </FONT></P>
<P><FONT size=4>É certo que<STRONG> há raciocínios formalmente válidos </STRONG>(ex: Se A implica B, e B implica C, então A implica C) <STRONG>que podem estruturar argumentos materialmente inválidos </STRONG>(exemplo: As batatas(A) são abelhas (B), as abelhas(B) são automóveis (C), logo as batatas (A) são automóveis (C). Mas <STRONG>de modo nenhum se pode dizer, em muitos casos, que «o argumento não é verdadeiro nem falso»</STRONG> - Murcho e Sameiro <EM>confundem argumento com mecanismo formal do argumento.</EM></FONT></P>
<P><FONT size=4>Procurando refutar esta identidade <STRONG>validade-verdade </STRONG>que, já em artigo deste blog, pusemos em evidência, escrevem Murcho e Sameiro esta tirada surrealista: .</FONT></P>
<P> «<SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">Assim, <STRONG>nem a «validade formal» nem a «validade material» são formas de validade, </STRONG>mas sim diferentes </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">maneiras de uma afirmação ser verdadeira ou falsa. Esta terminologia tem de ser abandonada, pois não faz </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">senão <STRONG>lançar a confusão entre a validade e a verdade</STRONG>.»</SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4><FONT face="Times New Roman">Se tivessem um pensamento coerente nesta matéria, seriam obrigados a reconhecer que o termo <STRONG>validade formal </STRONG>(exemplo: p w q) designa, num grande número de autores da lógica, o que eles chamam <STRONG>validade, isto é, </STRONG><EM><STRONG>a conexão lógica correcta entre as premissas e a conclusão de um raciocínio- </STRONG>e que não é senão <STRONG>validade dedutiva</STRONG>. </EM>Mas flutuam na confusão, na retórica falaciosa, estribada na sua rígida e errónea distinção entre validade e verdade - <STRONG>como se fossem conceitos absolutamente extrínsecos entre si </STRONG>- e querem impor aos professores de filosofia os seus raciocínios retorcidos. </FONT></FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4><FONT face="Times New Roman"><STRONG>A validade é </STRONG>: nalguns casos, <STRONG>verdade actual</STRONG>, confirmada; noutros, <STRONG>verdade potencial</STRONG>, provável, não confirmada (<STRONG>validade indutiva</STRONG>). Só neste segundo caso se pode falar de «argumento <STRONG>válido</STRONG> mas <STRONG>não</STRONG> confirmadamente <STRONG>verdadeiro</STRONG>».</FONT></FONT></SPAN></P>
<P align=center><FONT size=4><STRONG>SE A PARTE É VERDADEIRA OU FALSA, O TODO TAMBÉM TERÁ DE SER, POTENCIALMENTE OU ACTUALMENTE, VERDADEIRO OU FALSO</STRONG></FONT></P>
<P><FONT size=4>Continua o documento de Murcho e Sameiro: </FONT></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">«Por outro lado, <STRONG>os argumentos não são verdadeiros ou falsos</STRONG>. <STRONG>Os argumentos podem ter premissas e </STRONG></SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><STRONG>conclusões verdadeiras ou falsas — mas isso é diferente de dizer que os próprios argumentos podem ser </STRONG></SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><STRONG>verdadeiros ou falsos</STRONG>. Os argumentos podem ser muitas coisas — podem ser interessantes ou aborrecidos,</SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">inúteis ou inteligentes, etc. Mas não podem ser verdadeiros nem falsos. »</P>
<P><FONT size=4>Os argumentos são, de um modo geral, segundo Desidério Murcho e Júlio Sameiro, inferências, raciocínios. E podem, segundo eles, ser inúteis ou inteligentes mas não podem ser verdadeiros ou falsos, <STRONG>embora possam ser nas suas partes </STRONG>(as permissas, as conclusões) <STRONG>verdadeiros ou falsos</STRONG>.  É um sofisma, no que se refere a todo o universo da argumentação. Como é que um argumento pode ser inteligente e não ser, no seu todo, verdadeiro nem falso?</FONT>
<P><FONT size=4>Vejamos um exemplo do <EM>argumento verdadeiro (e não apenas válido) que expõe o carácter exterminador do nazismo:</EM> «A Alemanha de Hitler suprimiu as liberdades individuais a partir de 1933, criou campos de extermínio durante a guerra que lançou em 1939 onde morreram 6 milhões de judeus, invadiu a URSS em 1941 causando 20 milhões de mortos soviéticos, logo o regime nazi foi belicista e exterminador de classes sociais, etnias e povos inteiros». <STRONG>As premissas e a conclusão são verdadeiras</STRONG>, reconhecerão Desidério e Júlio, mas o argumento « não seria verdadeiro nem falso»... <STRONG>É absurdo</STRONG>.</FONT> <FONT size=4>É como se um médico dissesse: «O coração, os rins, a circulação sanguínea e linfática e todos os orgãos do corpo da senhora X <STRONG>gozam de saúde </STRONG>mas <STRONG>o corpo dela</STRONG>, como um todo, <STRONG>não é saudável nem doente</STRONG>». </FONT>
<P><FONT size=4>Decerto, <STRONG>há argumentos válidos </STRONG>(isto é: <EM>provávelmente verdadeiros</EM><STRONG>) que não são comprovadamente verdadeiros nem falsos</STRONG>, como é o caso do argumento do Big Bang ou explosão cósmica inicial da matéria concentrada , na génese do universo. Este seria um exemplo que corroboraria as teses de Murcho e Sameiro, desde que rectificadas da seguinte maneira: «Há argumentos válidos, unicamente verosímeis, e há argumentos válidos e verdadeiros». Mas <STRONG>não se pode afirmar, com fundamento, que todo o argumento se encontra fora do valor de verdade/falsidade </STRONG>como o fazem estes dois apologistas da lógica proposicional.</FONT>
<P><FONT size=4>Seguindo a terminologia dicotómica verdade/validade dos lógicos em que Murcho e Sameiro se filiam, poderia dizer-se que <STRONG>fora do eixo de valores verdadeiro/ falso comprovado,</STRONG> num <EM>domínio do provável</EM>, <STRONG>onde situaríamos o eixo válido-inválido</STRONG>,<STRONG> se encontra</STRONG>, não o argumento mas <STRONG>o mecanismo formal, o esqueleto do argumento</STRONG>. </FONT>
<P><FONT size=4><STRONG>Admitindo a dicotomia verdadeiro/ válido</STRONG>, eis, em síntese, algumas das nossas diferenças com Murcho e Sameiro :</FONT>
<P><FONT size=4>1) Desidério Murcho e Júlio Sameiro sustentam que <EM>os argumentos nunca são verdadeiros ou falsos, mas apenas válidos e inválidos.</EM></FONT>
<P><FONT size=4>Em contrapartida, sustentamos que <STRONG>os argumentos são verdadeiros, falsos ou verosímeis/válidos </STRONG>(provavelmente verdadeiros).  <STRONG>O que se restringe à dicotomia válido/inválido é o mecanismo formal, lógico puro, do argumento </STRONG>mas não este como conteúdo substancial do pensamento. <STRONG>Desidério e Júlio usam ambiguamente a palavra argumento: </STRONG>ora como regra formal do pensamento, ora como raciocínio ou sistema de raciocínios com um conteúdo empírico. Daí a confusão nas suas definições</FONT>
<P><FONT size=4>2) Implicitamente, Murcho e Sameiro, defendem, sem se darem conta disso, que <EM>a matemática e as demais teorias científicas «não são verdadeiras nem falsas», uma vez que <STRONG>são constituídas por argumentos</STRONG></EM><STRONG>.</STRONG></FONT>
<P><FONT size=4>Assim, «não seria verdadeiro mas apenas válido» o argumento seguinte:</FONT>
<P><FONT size=4>«A soma dos três ângulos internos de um triângulo é 180 graus»</FONT>
<P><FONT size=4>«Neste triângulo, os ângulos A e B medem respectivamente, 60 graus e 80 graus».</FONT>
<P><FONT size=4>«Logo, o ângulo C mede 40 graus».</FONT>
<P><FONT size=4>E todas as <STRONG>demonstrações (argumentos)</STRONG> da Física, Química, Biologia, Geografia, História, Astronomia, etc, «não seriam verdadeiras nem falsas», mas apenas válidas e inválidas...</FONT>
<P><FONT size=4>É no <STRONG>cepticismo </STRONG>que desemboca a <STRONG>errónea definição de argumento</STRONG> dada por Murcho e Sameiro.</FONT>
<P>
<P align=center><FONT size=4></FONT>
<P align=center><FONT size=4><STRONG>ARGUMENTOS SÓLIDOS E ARGUMENTOS VÁLIDOS? QUAL A DIFERENÇA?</STRONG></FONT>
<P align=left><FONT size=4>Prossegue ainda o documento sobre Lógica:</FONT>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">«Finalmente, restam os exercícios de carácter </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">conceptual. Estes são exercícios mais exigentes, que podem ser uma oportunidade para os estudantes </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">mais talentosos sentirem algum estímulo. Eis alguns exemplos:<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 9pt">1. Será que podemos ter um <STRONG>argumento válido </STRONG>com uma conclusão falsa? Justifique.<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 9pt">2. Será que podemos ter um <STRONG>argumento sólido </STRONG>com uma conclusão falsa? Justifique.<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 9pt">3. Será que podemos ter um argumento válido com premissas falsas? Justifique.<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 9pt">4. Será que podemos ter um argumento sólido com premissas falsas? Justifique.<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">Também estes exercícios podem ser apresentados em pequenos diálogos ou outros textos redigidos </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">pelo professor. Estes exercícios aplicam-se igualmente à lógica silogística e à clássica.»</SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>Qual é a diferença entre <STRONG>argumento sólido </STRONG>e <STRONG>argumento válido</STRONG>? Este é mais um exemplo da <STRONG>imprecisão de conceitos </STRONG>em que navegam Murcho e Sameiro. Conhecemos a distinção que fazem entre argumento sólido e argumento válido - para nós pouco clara.</FONT></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4> Por <STRONG>argumento válido </STRONG>entendem <STRONG>aquele em que as premissas são verdadeiras e a conclusão não é falsa </STRONG>: </FONT></SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"></SPAN><FONT size=4> </FONT></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><FONT size=4>«<SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">Para determinarmos se um argumento é ou não válido temos de determinar </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">se há alguma maneira de as premissas serem todas verdadeiras e a conclusão falsa. »</SPAN></FONT></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><FONT size=4><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"> <FONT size=4>E por <STRONG>argumento sólido</STRONG>, que Desidério definiu como «um argumento <STRONG>válido</STRONG> com <STRONG>premissas verdadeiras</STRONG>» (in «A arte de pensar», pag. 264) entende o documento o seguinte: </FONT></SPAN></FONT></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><FONT size=4><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">«Uma derivação prova que <STRONG>um dado argumento é válido, mas não que é sólido</STRONG>...»</SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">Para o argumento ser <STRONG>sólido é preciso que as </STRONG></SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><STRONG>duas alternativas que se apresentam esgotem o domínio das possibilidades.</STRONG> » </SPAN></SPAN></FONT></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><FONT size=4><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"> <FONT size=4><STRONG>Há falta de clareza nesta definição.</STRONG><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>O mesmo documento do Ministério explicita, noutro ponto,  uma definição um pouco diversa de <STRONG>argumento sólido  </STRONG>:</FONT> </SPAN></FONT></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">«Um <STRONG>argumento sólido obedece a duas condições: tem forma válida e as premissas são verdadeiras.</STRONG> </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">Mas estas duas condições não bastam para que um argumento seja bom. Vejamos o seguinte exemplo:<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 9pt">A neve é branca.<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 9pt">Logo, a neve é branca.<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">Este argumento <STRONG>é válido</STRONG>: é impossível a premissa ser verdadeira e a conclusão falsa. E <STRONG>é sólido</STRONG>: a premissa </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">é verdadeira. Mas o argumento <STRONG>é obviamente mau</STRONG>. »</SPAN></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>Note-se a <STRONG>contradição</STRONG> no discurso: o argumento é <STRONG>sólido </STRONG>e ao mesmo tempo é... <STRONG>mau</STRONG>. É a manipulação das palavras sem um fio condutor coerente: que quer dizer <STRONG>«mau»</STRONG>? Tautológico? Confessemos que a distinção não é meridianamente nítida...</FONT></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>Nem sequer se dão conta de que <STRONG>existem argumentos sólidos </STRONG>- isto é <STRONG>indutivamente válidos </STRONG>- que <STRONG>não são válidos no plano dedutivo. </STRONG>Exemplo: «Depois de ter vociferado contra Cristo, dei uma queda e magoei-me seriamente. Fiquei a pensar se dá azar enfrentar as divindades.»</FONT></SPAN></P></SPAN></FONT>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal align=center><FONT size=4><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4><STRONG>QUANDO A CONCLUSÃO NÃO ESTÁ CONTIDA NAS PREMISSAS MAS ELES DIZEM QUE ESTÁ...</STRONG></FONT></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>Existem, aliás, diversos <STRONG>erros lógicos </STRONG>neste documento, como o que a seguir se patenteia: </FONT></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>«</FONT></SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">No argumento seguinte <STRONG>a conclusão está contida nas premissas </STRONG>mas o argumento é inválido:<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 9pt">Se Sócrates tivesse nascido em Estagira, seria grego.<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 9pt">Sócrates era grego.<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 9pt">Logo, Sócrates nasceu em Estagira.<o:p></o:p></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">As premissas são verdadeiras mas a conclusão é falsa. Logo, o argumento é inválido.»</SPAN></SPAN></FONT></P>
<P align=left><FONT size=4>É falso que a conclusão ´«Sócrates nasceu em Estagira» esteja contida nas premissas: o <STRONG>juízo condicional </STRONG>«Se Sócrates tivesse nascido em Estagira» <STRONG>não é o mesmo que o juízo afirmativo </STRONG>«Sócrates nasceu em Estagira» <STRONG>nem contém este juízo, </STRONG>por si só.</FONT> <FONT size=4><EM>O condicional «Se» coloca fora do acto de verdade a asserção afirmativa «nasceu em Estagira». </EM><STRONG>A possibilidade tanto contém como exclui a verdade confirmada</STRONG>- por isso não pode dizer-se que a conclusão deste silogismo está contida nas premissas, como sustentam Murcho e Sameiro.</FONT>
<P align=left><FONT size=4>Nos silogismos condicionais tipo <STRONG>modus ponens </STRONG>(exemplo: <EM>Se somar 5 e 7, o resultado é 12 / Somei 5 e 7/ Logo, o resultado é 12)</EM> e tipo <STRONG>modus tollens </STRONG>( exemplo: <EM>Se somar 5 e 7, o resultado é 12 / O resultado não é 12 / Logo não somei 5 e 7</EM>) <STRONG>a conclusão está contida nas premissas</STRONG>. Mas não é o caso da <STRONG>falácia de silogismo modus ponens</STRONG> que Murcho e Sameiro aqui apresentam como <EM>argumento contra a definição de dedução segundo a qual a conclusão está contida nas premissas. </EM></FONT>
<P align=left><FONT size=4>Se meditarmos, veremos que a falácia de silogismo desenhada por eles toma a seguinte forma se construída sem o modo condicional, com juízos afirmativos:</FONT>
<P align=left><FONT size=4><EM>Todos os nascidos em Estagira são (alguns) gregos.</EM></FONT>
<P align=left><FONT size=4><EM>Sócrates é (algum) grego.</EM></FONT>
<P align=left><FONT size=4><EM>Socrates nasceu em Estagira.</EM></FONT>
<P align=left><FONT size=4>  É fácil detectar que e<STRONG>ste silogismo-falácia não é uma dedução porque a conclusão não deriva lógicamente das premissas, não está implícita nestas:</STRONG> Sócrates não está contido entre os nascidos em Estagira nas duas premissas.</FONT>
<P align=center><FONT size=4>O PRINCÍPIO DA IDENTIDADE ENTRA NA LÓGICA PROPOSICIONAL </FONT>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4>O documento «Lógica-11º ano» afirma ainda o seguinte:</FONT></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">«Diz-se por vezes que a lógica é muito limitada porque se baseia em três «leis»: a identidade, o terceiro </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">excluído e a não contradição. Apesar de ser verdade que a lógica clássica tem várias limitações, não se </SPAN><I><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">baseia </SPAN></I><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">de forma alguma nestas três leis...<SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><STRONG>E a lei da identidade não é usada na silogística nem na lógica proposicional.»</STRONG></SPAN></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>O <STRONG>princípio da identidade </STRONG>não é usado na lógica proposicional? <STRONG>Mas é evidente que é, em qualquer argumento  tautológico</STRONG>: p --&gt;p. (exemplo empírico: <EM>O céu nocturno tem a luz das estrelas, portanto o céu nocturno tem a luz das estrelas</EM>). </FONT></SPAN></SPAN></P>
<P align=left>
<P align=center><FONT size=4></FONT>
<P align=center><FONT size=4></FONT>
<P align=center><FONT size=4>A VALIDADE, COMO VERDADE FORMAL OU VERDADE SUBSTANCIAL PROVÁVEL, É SUB-ESPÉCIES DENTRO DO GÉNERO VERDADE</FONT>
<P align=left><FONT size=4>O <STRONG>género </STRONG>verdade divide-se em várias <STRONG>espécies: verdade actual</STRONG>, confirmada, e <STRONG>verdade potencial</STRONG>, provável. <STRONG>A validade</STRONG>, em sentido restrito, <STRONG>é validade formal - </STRONG>e situa-se dentro da verdade actual - ou é <STRONG>validade provável substancial</STRONG>, que se situa dentro da verdade potencial, provável.</FONT> 
<P align=left><FONT size=4>Seria necessário que Murcho e Sameiro operassem estas distinções para que mostrassem clareza de raciocínio mas tal não sucede. </FONT>
<P align=center><FONT size=4></FONT>
<P align=center><FONT size=4>NÃO EXISTE LÓGICA INFORMAL NO SENTIDO ABSOLUTO, TODA A LÓGICA (IDEAL, IDEAL-MATERIAL) POSSUI FORMALISMO</FONT>
<P><FONT size=4>Afirma ainda o citado documento: </FONT>
<P> «<SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">Em primeiro lugar, nem toda a lógica </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">é «meramente formal». <STRONG>A lógica informal, precisamente, não é formal.</STRONG> A lógica informal estuda muitos </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">aspectos da argumentação que não são estudados pela lógica formal. Todavia, não é possível dominar a </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">lógica informal com a profundidade necessária para a aplicarmos à filosofia se não dominarmos também os </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">aspectos elementares da lógica formal. A lógica formal é o alicerce a partir do qual podemos erguer a lógica </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">informal.»
<P><FONT size=4>Este é um ponto que importa matizar : <STRONG>a oposição relativa entre lógica formal e lógica informal .</STRONG> Aquilo que designam como lógica «informal» é a <STRONG>lógica formal-ideal-material </STRONG>(Exemplo: «O socialismo na América Latina reduzirá as desigualdades sociais») e a <STRONG>lógica formal-material </STRONG>(Exemplo: «A cadeira que tenho diante de mim não cai porque inclui quatro pernas bem assentes em chão liso»). Mas esta advertência nossa de que <STRONG>a informalidade absoluta não existe </STRONG> é extensiva a Perelman e a outros porque <STRONG>toda a lógica é um sistema de formas</STRONG>, ou seja, tem subjacente a rede do formalismo. </FONT></P>
<P><FONT size=4>É, ademais, simplista dizer que é a partir da lógica formal que se ergue a lógica substancial (informal). <STRONG>Não é correcta esta óptica platónica de que a forma precede a matéria.</STRONG> As duas emergem ao mesmo tempo, são coetâneas.</FONT></P>
<P><FONT size=4></FONT> </P>
<P align=center><FONT size=4><STRONG>A DEDUÇÃO NÃO TEM APENAS COMO ESSÊNCIA A FORMA LÓGICA</STRONG></FONT></P>
<P align=left><FONT size=4>Em todo este documento, Murcho e Sameiro, <STRONG>revelam-se incapazes de dar uma definição clara e completa de «dedução</STRONG>». Limitam-se a dizer, referindo-se entre outros ao argumento «Se Sócrates tivesse nascido em Estagirita...» exposto acima: </FONT></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4> <SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">«Estes dois exemplos mostram que «a conclusão está contida nas premissas» é apenas uma maneira </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">metafórica e infeliz de dizer que a conclusão deriva das premissas — infeliz porque obscurece a compreensão </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">da dedução. <STRONG>O que há de fundamental na dedução é a forma lógica</STRONG>.<FONT size=4>»<o:p></o:p></FONT></SPAN></P></FONT></SPAN>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">´<FONT size=4>Ora esta mesma definição incompleta se aplica à <STRONG>indução amplificante ou necessitarista</STRONG> («Vejo que duzentas vacas comem erva dos campos, logo induzo, de forma lógica, que milhões ou biliões de vacas no mundo comerão erva dos campos...). Há quem sustente que é <EM>ilógico o acto de induzir</EM>, o que não é, obviamente, a nossa posição.</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Já no Manual de Filosofia do 11º ano, de que é co-autor, Desidério Murcho <STRONG>define, de forma defeituosa, dedução </STRONG>e argumento dedutivo: </FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>«Fala-se por vezes de <STRONG>dedução</STRONG>. Uma dedução é um argumento cuja validade pode ser explicada exclusivamente em função da sua forma lógica, ou da sua forma lógica juntamente com o significado dos termos usados.»</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>(Aires Almeida, Célia Teixeira, Desidério Murcho, Paula Mateus, Pedro Galvão , in <EM>A Arte de Pensar,</EM> 11º ano, Didáctica Editora, Lisboa, pag 20).</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>A <STRONG>indução matemática,</STRONG> <EM>que nos dá a noção do infinito</EM>, é<STRONG> uma operação puramente lógica mas não é dedução.</STRONG> Exemplo: «Se existe o número 20.000.000, existe o número 20.000.001 e assim sucessivamente... Logo a série infinita de números existe». Esta indução <EM>a priori</EM> encaixa perfeitamente no conceito de dedução fornecido em A Arte de Pensar mas... não é uma dedução.</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Na verdade, ao contrário do que sustentam Murcho e Sameiro, <STRONG>na dedução a conclusão deriva das premissas e está contida implicitamente nestas</STRONG>. E há dois tipos de dedução:  a <STRONG>dedução pura</STRONG>, lógico-matemática; a <STRONG>dedução de base empírica</STRONG>, a priori no mecanismo abstracto e a posteriori no conteúdo empírico.</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Eis um exemplo desta última, a <STRONG>dedução de conteúdo empírico</STRONG>, <STRONG>nascida de uma indução amplificante</STRONG> ou generalizante prévia:</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>«Todos os homens nascem com dois olhos, uma boca e duas orelhas».</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>«Jorge é homem».</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>«Jorge nasceu com dois olhos, uma boca e duas orelhas».</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Quem pode negar que isto é uma <STRONG>dedução de base empírica</STRONG>, em que conta não só a forma lógica mas também o <STRONG>conteúdo empírico das proposições</STRONG>?</FONT></SPAN></P>
<P align=center><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>REPETIÇÃO DE IDEIAS FILOSÓFICAS ANTIGAS E FILOSOFAR CRIATIVO NÃO SÃO INCOMPATÍVEIS </FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>O documento exprime mais uma vez as posições <STRONG>formalistas</STRONG> <STRONG>antisubstancialistas </STRONG>, anti <STRONG>conteúdos filosóficos tradicionais </STRONG>de Murcho e Sameiro:</FONT></SPAN></P>
<P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"> <SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">«A lógica representa para a filosofia o que o laboratório representa para o cientista empírico: é o palco </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">onde as ideias se testam e avaliam criticamente. Sem esta atitude crítica não há atitude filosófica. Logo,</SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">sem lógica não pode haver uma verdadeira atitude filosófica.</SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><STRONG>Alguns filósofos não apresentam muitos argumentos. Oferecem-nos apenas as suas ideias e teorias.</STRONG> <SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">Mas o papel dos professores de filosofia não é ensinar os estudantes a repetir acriticamente essas ideias e </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">teorias. O papel do professor de filosofia é dar ao estudante os instrumentos que lhe permitam ter uma atitude </SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">crítica perante elas. O objectivo do estudo da música é aprender a compor sinfonias novas e não apenas</SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt">aprender a repetir as sinfonias antigas. <STRONG>Do mesmo modo, o objectivo do estudo da filosofia é aprender a </STRONG></SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><STRONG>filosofar e não aprender a repetir as filosofias dos outros.» </STRONG></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Note-se o pensamento superficial contido nas frases: «<STRONG>Alguns filósofos não apresentam muitos argumentos. Oferecem-nos apenas as suas ideias e teorias»</STRONG>. <EM>Então as teorias não comportam argumentos? Como se pode dissociar argumento de teoria?</EM>  É a estreiteza de pensamento dos <STRONG>hiperanalíticos</STRONG>: <STRONG>fragmentam o pensamento e a realidade material em peças separadas</STRONG>, <EM>separam o argumento da teoria, a validade da verdade formal, a filosofia do mundo empírico</EM>...</FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Pode repetir-se ideias de filósofos antigos ( Parménides: «O ser é uno, imóvel, indivisível, invisível»; Hegel: «A coisa é, antes de existir...») e reinterpretá-las com os alunos e pôr estes a pensar magnificamente. <STRONG>Repetição e criação não são incompatíveis entre si: da repetição nasce a divergência, a reinterpretação, a criação livre</STRONG>. A teoria da «tábua rasa» filosófica que Desidério preconiza é uma falsidade. Mas o que fazem Desidério e Júlio senão obrigar os estudantes a <STRONG>repetir </STRONG>as <STRONG>leis da lógica proposicional, a disciplina mais anti criativa que existe</STRONG>?  E falam em criatividade... Dá vontade de rir.</FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>O ensino anti filosófico que preconizam é o da <STRONG>repetição formalista</STRONG>, <STRONG>sem criatividade</STRONG>. Desidério Murcho não domina Kant - nem sequer leu a «Crítica da Razão Pura» onde avulta, por exemplo, a designação «conceito empírico», noção que lhe é estranha- nem tão pouco Heidegger ou Sartre. <STRONG>Fugir para o formalismo das regras </STRONG>é uma óptima fuga para pseudopensadores... <STRONG>Exaltam a lógica formal porque carecem do domínio da lógica ideal, da hierarquização das ideias, juízos e raciocínios de forma dialéctica, viva</STRONG>. Grave é que tais «pensadores» consigam impôr-se num ministério da Educação que deveria recolher os contributos de todas as correntes filosóficas.</FONT></SPAN></P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">
<P><FONT size=4>A frase «o objectivo da música é aprender a compor sinfonias novas e não apenas a repetir sinfonias antigas» é subtilmente falaciosa. <STRONG>A música clássica de Bach, Bethoven, Wagner ou Strauss deve ser reinterpretada pelas orquestras e pelos músicos de hoje, do mesmo modo que os textos de Heráclito, Parménides, Ockham, Schopenhauer ou Sartre devem ser retransmitidos e interpretados pelos professores e alunos de filosofia, porque ambos os tipos de obras, musicais ou filosóficas, possuem algo de acabado, insuperável na sua riqueza acústica ou ideal.</STRONG> Seria estúpido, em nome da «incessante inovação», deitar pela borda fora o património da música clássica ou da filosofia tradicional. </FONT></P>
<P><FONT size=4><STRONG>Mas os «tecnocratas» da filosofia, ávidos de arrasar a cidade filosófica laboriosamente construída ao longo dos séculos, sustentam que é preciso destruir tudo, evitar a repetição das teorias consagradas nas muralhas do pensamento.</STRONG> O que fazem não é senão um crime contra o pensamento.</FONT></P></SPAN>
<P align=center><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4><STRONG>A HISTÓRIA DA FILOSOFIA É A MAIS EXTENSA EXPOSIÇÃO DA LÓGICA IDEAL-SUBSTANCIAL (INFORMAL)</STRONG></FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Os protestos de Desidério Murcho e Júlio Sameiro a favor da lógica formal simbólica como fonte primordial do «bem pensar» lembram as inúteis regras do Método de Descartes. Não é por se conhecer teoricamente as regras de futebol que se joga bem futebol, não é por saber o que é um disjuntor inclusivo, um disjuntor exclusivo, um silogismo condicional tipo <EM>Modus Ponens  </EM>que se filosofa bem. Não é por saber o <EM>latim</EM> que a missa tem valor... Não deixa de ser curioso que Murcho e Sameiro <STRONG>nem sequer se refiram ao método dialéctico </STRONG>- uma lógica formal-ideal viva - <STRONG>como fundamento do pensamento</STRONG>. Decerto, não conhecem o seu conteúdo.</FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Não basta conhecer regras de ligação entre as proposições. <STRONG>E a delimitação originária dos conceitos?</STRONG> Está fora dessas regras, <STRONG>é</STRONG> antes delas. O conceito de <STRONG>empirismo</STRONG> é absorvido da corrente da História da Filosofia, na tal «repetição» que clamam ser perniciosa: aliás <STRONG>há dois conceitos de empirismo, distintos entre si.</STRONG> Não parece que Murcho e Sameiro os tenham discernido- basta ver o glossário de <EM>A arte de Pensar</EM>, (pagina 267), que apenas sabe fornecer uma dessas definições, ignorando a outra -  apesar de saberem de cor as regras da lógica proposicional. Prova da insuficiência destas regras...</FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Ao preconizarmos a <STRONG>manutenção de uma componente de história da Filosofia nas aulas do ensino secundário em Portugal, estamos a sustentar a prevalência de uma lógica no ensino: a lógica ideal, informal.</STRONG> <STRONG>Todas as teorias filosóficas estão impregnadas dessa lógica ideal informal.</STRONG> Exemplo: a teoria do Eterno Retorno de Nietzschze, da circularidade da História, é, em si mesma lógica - exprime a ideia do movimento ondulatório, o que os operadores verofuncionais da lógica simbólica de Desidério não conseguem exprimir.</FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>Ao atacarem a reprodução (crítica) das ideias de Platão, Nietzschze, Marx, Freud, Heidegger e dos filósofos em geral, <STRONG>Desidério Murcho e Júlio Sameiro estão a atacar as principais fontes da lógica: a lógica ideal e a lógica ideal-material. A história da Filosofia é, em termos de lógica, infinitamente mais rica do que a lógica simbólica proposicional e, ademais, engloba esta.</STRONG></FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4><STRONG>Aliás, é a lógica ideal informal </STRONG>(exemplo: «O fogo é, segundo Heráclito, a origem, a essência de todas as coisas» / "A essência única subjzaz às diferentes aparências") <STRONG>e não a lógica proposicional </STRONG>(exemplo:«P -&gt; Q. Q. Logo,P)  <STRONG>que constitui  o fundamento do pensamento racional. A lógica proposicional é um derivado - </STRONG><EM>quando muito, um factor sincrónico </EM><STRONG>- e está implícita na lógica ideal informal.</STRONG></FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><STRONG><FONT size=4>A FILOSOFIA É EMPÍRICA E META-EMPÍRICA, O QUE A LÓGICA SIMBÓLICA, POR SI SÓ, NÃO DISCERNE</FONT></STRONG></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4><STRONG> </STRONG>O facto de saber que «o coração da lógica não é as tabelas de verdade nem os inspectores de circunstâncias mas as <STRONG>derivações</STRONG>, também conhecidas por "demonstrações" e "provas"» (Desidério Murcho e outros, in <EM>A Arte de Pensar,</EM> 11º ano, Didáctica Editora, Lisboa, pag 58) e conhecer bem as regras da lógica ´proposicional, <STRONG>não impede Desidério Murcho de pensar mal</STRONG> como é exemplo o seguinte texto de que é co-autor :</FONT></SPAN></P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>«Por um lado, dado que <STRONG>a filosofia não trata de problemas de carácter empírico</STRONG>, <STRONG>não há </STRONG>- ao contrário de ciências como a física e a biologia - <STRONG>provas empíricas para demonstrar que as teorias filosóficas são verdadeiras</STRONG>». </FONT></SPAN><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4>(Aires Almeida, Célia Teixeira, Desidério Murcho, Paula Mateus, Pedro Galvão , in <EM>A Arte de Pensar,</EM> 11º ano, Didáctica Editora, Lisboa, pag 219).</FONT></SPAN></P></SPAN>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4><STRONG>Então a filosofia não trata de problemas empíricos</STRONG>?  <EM>A filosofia debate o aborto </EM>- <STRONG>um problema empírico </STRONG>- recorrendo a <STRONG>dados empíricos e a pressupostos metafísicos </STRONG>(«É um direito da mulher», dizem umas filosofias; «É um crime contra a vida», dizem outras filosofias). <EM>A filosofia debate o capitalismo </EM>- <STRONG>um mundo empírico e racional </STRONG>de fábricas, centros comerciais, milhões de trabalhadores assalariados, greves, milhares de capitalistas, bolsas de valores, etc - <STRONG>recorrendo a dados empíricos e a pressupostos metafísicos </STRONG>(«O capitalismo é o melhor regime possível» dizem umas filosofias, «É um regime abominável, a suprimir» dizem outras).</P>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4><STRONG>Desidério não é um filósofo. É um teólogo</STRONG>. Para ele, a filosofia está acima das montanhas e das nuvens, <STRONG>fora  do mundo empírico</STRONG>. Teólogo de uma religião nova: a<STRONG> do formalismo lógico</STRONG>, reflexo fantástico invertido da vida biológica, do pensamento concreto e substancial, e da realidade material.</FONT></SPAN></P></FONT></SPAN>
<P align=left><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA"><FONT size=4><STRONG>Se Desidério e os seus amigos não sabem definir filosofia</STRONG>, se não <STRONG>entenderam a vertente empírica desta</STRONG> - dado que os seus raciocínios não possuem o conceito dialéctico da unidade dos opostos - <STRONG>se não sabem definir dedução e a confundem com falácia «dedutiva», </STRONG>como se explica que as suas teses sejam publicadas no site do Ministério da Educação em Portugal como orientações para os professores de Filosofia?</FONT></SPAN></P><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA">
<P><FONT size=4>Que <STRONG>corredores secretos de poder </STRONG>(entra aqui a noção de diagrama, de Michel Foucault) fazem com que <STRONG>pessoas filosoficamente incompetentes como Desidério Murcho e Júlio Sameiro </STRONG>expandam os seus <STRONG>textos mal concebidos </STRONG>desde a cúpula do sistema de ensino público em Portugal?</FONT></P></SPAN></SPAN></SPAN></SPAN></SPAN>
<P></P>
<P></SPAN><FONT size=4>Se estas teorias de Murcho e Sameiro, deformadoras da filosofia, produzidas por pequenos pensadores hiper analíticos sem profundidade filosófica, que revelam, considerável mediocridade de raciocínio, vigoram no Ministério da Educação, que expectativas positivas se podem albergar quanto à feitura dos testes de exame nacional?  Vamos assistir à repetição dos erros do ano passado no conteúdo dos exames?</FONT> </P>
<P><EM>Nota: As nossas críticas a Desidério Murcho e a Júlio Sameiro não são de carácter pessoal. Eles são, possivelmente, pessoas estimáveis. Criticamos as suas ideias, o seu «lobby» e o modelo de Universidade que representam. </EM></P>
<P></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><SPAN style="FONT-FAMILY: Arial; COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt"><FONT size=4></FONT></SPAN></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><a href="http://www.filosofar.blogs.sapo.pt/" rel="noopener"><FONT size=4>www.filosofar.blogs.sapo.pt</FONT></A></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><a href="mailto:f.limpo.queiroz@sapo.pt" rel="noopener"><FONT size=4>f.limpo.queiroz@sapo.pt</FONT></A></P>
<P style="mso-layout-grid-align: none" class=MsoNormal><FONT size=4>(Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)</FONT></P>


publicado por Francisco Limpo Queiroz às 00:04
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Domingo, 11 de Março de 2007
São o cepticismo e o relativismo formas de irracionalismo?

No seu artigo Epistemologia: Cepticismo, Relativismo e a Defesa da Razão (Plano de Curso), Eduardo Chaves, professor universitário no Brasil, afirma:

«A filosofia é, por muitos, considerada a mais perfeita expressão da racionalidade humana.»

«No entanto, a razão é freqüentemente utilizada para combater a razão. Dentro da filosofia existe uma corrente irracionalista tão forte que, atravessando os milênios, encontra no século XX um terreno fértil para a sua propagação. É a razão que perdeu o rumo, e que tenta agora demonstrar sua própria fragilidade.»

«As principais armas do irracionalismo são o ceticismo e o relativismo.»

«O ceticismo é, fundamentalmente, a tese de que a verdade e o conhecimento não existem. Só existem pontos de vista, opiniões, crenças, coisas desse tipo. Mas nada disso é verdade, nada disso merece o título de conhecimento. Os pontos de vista que adotamos (se é que adotamos algum) são tão inválidos quanto quaisquer outros.»

«O relativismo é, fundamentalmente, a tese de que a verdade e o conhecimento existem, mas cada época, cada cultura, ou mesmo cada indivíduo, tem a sua verdade e o seu conhecimento. O relativismo, no fundo, afirma que tudo pode ser verdade, dependendo do contexto. Quaisquer outros pontos de vista são tão válidos quanto os que adotamos.»

«Note-se que tanto o ceticismo como o relativismo apelam para sentimentos nobres.» (Eduardo Chaves, in www.chaves.com.br ; o negrito é nosso).

Classificar o cepticismo e o relativismo como correntes anti racionalistas é um erro profundo.

Afinal o que entende Eduardo Chaves por racionalismo? A nosso ver, racionalismo é  toda e qualquer corrente que coloca a razão como fonte principal ou exclusiva do conhecimento humano, desvalorizando ou mesmo anulando as sensações e percepções empíricas. Só que há muitas modalidades de racionalismo: o cepticismo é uma delas, o relativismo, que em em muitos casos é um dogmatismo mutabilista, é outra.

Se um céptico afirma: «Duvido de esta árvore e este campo diante de mim serem reais e de os outros existirem», está a pensar racionalmente, a assumir uma forma de racionalismo. Se um dogmático afirma: «Esta árvore e este campo existem, seguramente, embora os meus olhos e narinas mos possam reproduzir de maneira deformada» assume outra forma de racionalismo.

Eduardo Chaves não se dá conta, sequer, que a palavra relativismo comporta duas definições diferentes e uma delas não se compatibiliza com sua definição de que «o relativismo, no fundo, afirma que tudo pode ser verdade»...

O que vale a Universidade, especialmente em matéria de Filosofia? Que competência possuem os «filósofos» que nelas ocupam cátedras?  Tirar um doutoramento em filosofia não prova que se pense com profundidade, como é o caso acima. Para ser filósofo, não é necessário tirar curso de filosofia nas instituições oficiais ou privadas: é necessário, sim, meditar, pensar com profundidade e originalidade, possuir um olhar crítico agudo e, quase obrigatoriamente, conhecer em detalhe algumas dezenas ou centenas de obras de filósofos consagrados e o respectivo vocabulário.

 f.limpo.queiroz@sapo.pt

www.filosofar.blogs.sapo.

(Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)

 


publicado por Francisco Limpo Queiroz às 12:24
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Segunda-feira, 5 de Março de 2007
Difere, no essencial, a ética das virtudes de Aristóteles da ética deontológica de Kant?

É habitual, nos actuais manuais de ética, estabelecer uma divisão triádica entre as correntes éticas: ética das virtudes, ética deontológica e ética consequencialista.

 

Tomemos, por exemplo, a explanação «RAZÕES PARA O UTILITARISMO:UMA AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE PONTOS DE VISTA ÉTICOS» de Claudio F. Costa (Universidade Federal do Rio Grande do Norte):

 

 

«É comum que da boa intenção se siga a boa ação e que desta última se siga um bom resultado e vice-versa. Por causa disso, teorias éticas podem identificar o locus primário do valor moral nas disposições de caráter do agente, das quais emerge a sua intenção, no tipo de acção que ela produz, ou na conseqüência resultante da acção. No primeiro caso temos as éticas da virtude, no segundo as éticas deontológicas ("deon" = dever) e no terceiro as éticas teleológicas (´telos`=objectivo, fim) ou consequencialistas. »

 

   

 

Esta  divisão triádica é errónea: na verdade, não há nenhuma distinção essencial entre ética das virtudes e ética deontológica. São uma só. A virtude não é apenas cultivada por Aristóteles mas também por Kant. O imperativo categórico kantiano é uma regra que deriva da virtude da equidade racional para com toda a humanidade. Separar a «virtude» do «tipo de acção» que ela produz é um erro de hiperanálise ( divisão mecanicista do que é indivisível). É como separar o braço da mão - esta está contida no braço. A virtude é a acção, racional e benévola, que se repete indefinidamente. Aristóteles sustentou que «a virtude do homem será hábito que faz o homem bom e com o qual executa o homem o seu ofício bem e perfeitamente.» (Aristóteles, Ética a Nicómaco I, Livro II, Capítulo VI).

 

  

 

Vejamos como Claudio F.Costa define as éticas da virtude:

 

«1. Éticas da Virtude

 

«A ética da virtude teve a sua origem entre os filósofos gregos, principalmente em Aristóteles(1), tendo sido redescoberta contemporaneamente por filósofos como G. E. M.Anscombe(2) e Alasdair McIntyre(3). Ela deixa de localizar o centro irradiador do valormoral no agir para localizá-lo no ser daquele que age. Ela se resume no dito "O que vale é a intenção". O que vale não é o que o agente faz, mas as disposições de caráter que determinam motivos ou intenções das quais resultam as ações que possibilitam às pessoasviverem bem em uma sociedade. Essas disposições chamam-se virtudes. Virtudes podem ser morais e não-morais. Virtudes morais são a bondade, o senso de justiça, a sinceridade, a honestidade, a fidelidade, a lealdade... E virtudes não-morais são a coragem, a força de vontade. Muitos consideraram a bondade e o senso de justiça as duas virtudes morais cardinais(4). Essas duas virtudes parecem, ademais, ser interdependentes, pois uma boa pessoa, para escolher as boas ações, precisará possuir senso de justiça e ninguém deseja o zelo justiceiro sem magnanimidade de um inquisidor». (Cláudio F.Costa; o negrito é colocado por mim).

 

 Note-se que a frase «O que vale não é o que o agente faz, mas as disposições de caráter que determinam motivos ou intenções das quais resultam as ações que possibilitam às pessoas viverem bem em uma sociedade» está errada. A virtude não é só intenção: é intenção mais acção. Se ficarmos apenas pela intenção, sem agir, isso não é virtude, mas vício de preguiça, omissão de auxílio a outrém ou coberdia.

 

Esta ética aristotélica não é senão ética deontológica (deón, dever, em grego). Também Kant coloca o centro de gravidade da ética na acção subordinada à intenção moral. E aí nada o diferencia de Aristóteles e de muitos outros filósofos. A ética de Kant é apenas uma modalidade dentro desta ética pluralista das virtudes: aquela modalidade que eleva a equidade, o querer agir de forma universal, sem distinções de pessoas, à categoria de virtude maior. A ética de Kant é a ética das virtudes do iluminismo, a ética personalista da sociedade burguesa, formal, isto é, abstracta, vazia, para  permitir que cada pessoa construa uma máxima ou norma moral pessoal que a satisfaça no quadro do respeito pelos direitos de todas as outras.

  

f.limpo.queiroz@sapo.pt

 

  

 

(Direitos de autor para Francisco Limpo de Faria Queiroz)

 

  

 

 



publicado por Francisco Limpo Queiroz às 22:01
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